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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Para ser sincero, não tenho prestado muita atenção aos movimentos que rodeiam o executivo da Liga e a aparente tentativa por alguns clubes de demitirem o seu presidente, Mário Figueiredo. A Liga realizou uma reunião esta terça-feira na sua Sede, no Porto, que contou com a presença de 17 clubes, 10 dos quais que se fizeram representar pelos seus presidentes. Mas as "estrelas" do evento foram Luís Filipe Vieira e Bruno de Carvalho, de certo modo a deixar ideia que há de facto uma qualquer aliança entre os dois velhos rivais.
Da primeira Liga estiveram presentes presidentes e/ou representantes do Marítimo, Gil Vicente, Paços de Ferreira e Olhanense e, da II Liga, Oliveirense, Feirense, Desportivo das Aves, Leixões, Farense, Trofense, Académico de Viseu, Santa Clara, Moreirense, Beira-Mar e Atlético.
Segundo Carlos Pereira, presidente do Marítimo e um dos vice-presidentes do organismo, o objectivo da reunião foi de contribuir para a estabilidade do futebol português: "É necessário unir a Liga à Federação Portuguesa de Futebol, ao Governo, ao próximo quadro comunitário, falar de policiamentos e de "fair-play". Podemos ter alguns pontos divergentes, mas quando chegar às mãos de toda a gente o documento aqui discutido, estou a crer que estarão todos presentes na reunião do Conselho dos Presidentes."
Em severo contraste com esta reunião, houve uma outra, quase em simultâneo, também na cidade do Porto, que pretende a demissão imediata de Mário Figueiredo da presidência da Liga. A liderar este grupo, o inevitável FC Porto, seguido pelo SC Braga, como não podia deixar de ser, Arouca, Académica, Belenenses, Estoril Praia, Nacional, V. Guimarães, V. de Setúbal, Rio Ave, Desportivo de Chaves, Portimonense, Tondela, União da Madeira e Penafiel.
Os pontos de discussão: "a não aprovação das contas da Liga de 2012/13, a não apresentação do Orçamento para 2013/14, o manifesto decréscimo de receitas, a ausência de patrocínios, a falta de transparência na gestão e, ainda, o facto de considerarem que a gestão de Mário Figueiredo tem sido marcada por uma atitude beligerante para com os clubes e patrocinadores."
Mesmo sem estar por dentro do que é obviamente uma grande discórdia, é por de mais evidente que existe aqui o já velho, usado e abusado jogo de interesses por parte de diversos dos intervenientes, cuja prioridade é tudo menos o bem estar do futebol português. Até que ponto esta divisão se irá tornar em uma autêntica "guerra", só o passar de mais algum tempo dirá, mas o "cachimbo da paz" não aparenta estar no horizonte. Também por ver, a actuação dos dois grandes de Lisboa de um lado e o FC Porto e os seus usuais lacaios do outro, e qual o eventual benefício para o Sporting com esta sua nova aliança. A história ensina-nos que quando chega à hora "H", levamos sempre a proverbial "facada nas costas" pelos nossos vizinhos do outro lado da Segunda Circular, e não há razão alguma, até provas em contrário, que isto não suceda novamente, ao primeiro ensejo. Esperamos que Bruno de Carvalho saiba o que está a fazer e com quem está a lidar.
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