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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Pedro Gonçalves participou num controlo antidopagem a 5 de Julho do ano passado, após o Tondela-Famalicão, da 30.ª jornada da Liga NOS, e testou positivo para a presença de triamcinolone, uma substância que é proibida em certas doses e conforme a sua administração, confirmou a Agência Antidopagem de Portugal, defendendo, contudo, que "em bom rigor" o jogador "não violou qualquer norma".
O então futebolista do Famalicão - o clube não quis comentar o caso - nunca chegou a ser suspenso preventivamente, como prevê a Lei Antidopagem no Desporto e indicou o semanário "Novo", que noticiou originalmente o caso esta sexta-feira, na sua versão impressa.
O artigo 37.º da dita lei estipula que "o praticante desportivo em relação ao qual o resultado do controlo seja positivo, logo com a primeira análise ou depois da análise da amostra B, quando requerida, é suspenso preventivamente, por notificação da ADoP, até ser proferida a decisão final do procedimento, salvo nos casos em que for determinada pela ADoP a realização de exames complementares".
Mas, segundo as respostas enviadas pela entidade, Pedro Gonçalves prestou "prova clínica (de forma imediata)" de que a substância "entrou de forma legal no seu organismo", tendo sido remetida para o Colégio Disciplinar da ADoP, que então "decidiu pelo seu arquivamento".
A Agência acrescentou que os praticantes... "só são suspensos preventivamente" quando "não têm uma Autorização de Utilização Terapêutica" para a substância em causa, ou "não apresentam uma justificação clínica plausível para o sucedido". Foi o caso de Pedro Gonçalves.
A denúncia de corrupção
A notícia desta sexta-feira do semanário "Novo" deu conta, igualmente, de uma denúncia anónima que terá precipitado (?) uma investigação do Ministério Público a suspeitas de corrupção.
Em causa estaria um suposto pagamento, na ordem dos €80 mil, feito por Jorge Pires, empresário de Pedro Gonçalves, a cinco membros da Agência Antidopagem de Portugal, para tentar prolongar o processo e impedir que este afectasse uma eventual transferência do jogador para um clube grande - que viria acontecer, em Agosto de 2020, quando foi contratado pelo Sporting.
O Ministério Público não respondeu à pergunta sobre se está, ou não, a decorrer uma investigação ao caso. Entre os membros do ADoP que teriam alegadamente recebido subornos estão Manuel Brito, presidente da entidade, e António Júlio Nunes, director-executivo.
A ADoP assegurou que os visados na notícia do "Novo" vão "agir judicialmente, de forma a repor a verdade dos factos".
Outro dos visados da denúncia divulgada pelo referido jornal é o médico Luís Horta, que já foi diretor do Conselho Nacional de Antidopagem (atual ADoP) e hoje é membro do Colégio Disciplinar deste órgão.
"Eu só tive contacto com o processo quando ele veio da ADoP, já instruído. Estou a ser alvo de uma calúnia monstruosa. Não conheço o empresário do jogador, Jorge Pires, nunca fui aliciado por ele ou por alguém. Estou há 18 anos na antidopagem e as pessoas conhecem-me e sabem que não valeria a pena. E se alguém tentasse, eu denunciaria o caso ao Ministério Público. Simplesmente nunca aconteceu".
O título do post é precisamente o título do artigo que o jornal Record publicou esta manhã (às 7h39), o qual passamos a transcrever na íntegra:
"O jornal ‘Novo’ noticia esta sexta-feira que o Ministério Público estará a investigar suspeitas de corrupção num alegado caso de doping de Pote quando o agora jogador do Sporting representava o Famalicão.
De acordo com aquela publicação, a Procuradoria-Geral da República e o juiz Carlos Alexandre terão recebido duas denúncias que “relatam um alegado ‘esquema de corrupção’ que visava arrastar um processo disciplinar sobre um teste positivo do futebolista e assim não inviabilizar a sua transferência para um clube maior quando actuava no Famalicão”, lê-se na capa do ‘Novo’".
Nem sei o que dizer sobre isto. Supostas denúnicas sobre uma alegada ocorrência do passado sobre um jogador que, por mera coincidência, decerto, representa o Sporting CP e é apenas o melhor marcador da Liga NOS da época 2020/21.
Confesso que não conheço este jornal e nem sequer consegui encontrar a referida capa, mas talvez seja defeito meu.
Vamos ficar por aqui, face à muito limitada informação disponibilizada e sobretudo a dúvida sobre a fidedignidade do pouco que foi divulgado.
Não teria o jornal prestado um melhor seviço noticiando a nova marquise de Cristiano Ronaldo?
*** Jorge Pires, agente de Pote, escusou-se a "alimentar duas denúncias anónimas que criam histórias mirabolantes".
25 jogadores foram autorizados a usar substâncias proibidas durante o Mundial 2010. A lista foi divulgada por um grupo de piratas informáticos russos, denominado ´Fancy Bears`, que teve acesso aos mesmos depois de um assalto informático à Agência Mundial Antidopagem. A Argentina é o clube mais representado na lista, com cinco atletas, seguido da Alemanha com quatro.
Os jogadores em questão foram autorizados pela WADA (Agência Mundial Antidoping) a usar medicamentos que continham substâncias proibidas, mas para uso terapêutico. O organismo que rege as questões do doping permite que um atleta, por razões médicas, tome uma substância considerada proibida. Os critérios para a permissão são: problemas de saúde que necessitem do uso do medicamento; a não interferência significativa no desempenho do atleta e a falta de existência de alternativas para a respetiva substância.
Estes foram os jogadores autorizados a usar medicamentos com substâncias proibidas no Mundial2010: Boudebouz e Matmour (Argélia), Orellana e Humberto Suazo (Chile), Kanga Akale (Costa do Marfim), Diego Milito, Carlos Tévez, Verón, Heinze e Walter Samuel (Argentina), Trasch, Mario Gomez, Butt e Aogo (Alemanha), Iaquinta e Camoranesi (Itália), Kuyt (Holanda), Tim Brown, Tzavellas e Kapetanos (Grécia), Barbarouses e Ryan Nelson (Nova Zelândia), Jakubko (Eslováquia), Marco Suler (Eslovénia) e Heath Pearce (EUA).
O Sporting é a equipa da Liga que mais vezes teve controlos 'antidoping' nos seus jogos. Segundo os dados os dados oficiais disponibilizados pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADOP) e actualizados a 2 de Maio, os jogadores leoninos foram controlados em 12 partidas nesta temporada, mais do que os futebolistas de qualquer outra equipa.
O segundo nesta lista de visitas dos vampiros é o FC Porto, com 11 controlos 'antidoping'. Rio Ave, com 10, fecha o pódio. O Benfica está num lote de quatro equipas que tiveram 8 controlos durante esta edição da Liga.
Os emblemas menos controlados foram Tondela (2 vezes), V. Setúbal e Belenenses (ambos com 3). Fora de competição, todas as equipas tiveram uma visita dos técnicos da ADOP.
Na época passada, a Académica foi a equipa mais controlada, com um total de 14 testes. Seguiu-se o Arouca, com 13 e o SC Braga, com 12. Entre os grandes, o Sporting voltou a 'vencer' este campeonato, com 10 controlos 'antidoping', mais um do que o FC Porto e mais dois do que o clube da Luz. No entanto, tanto águias como dragões tiveram quatro controlos surpresa, contra dois do Sporting.
Onde há fumo terá que haver obrigatoriamente fogo ou é apenas mais um caso de maldicência ?... A controversa declaração oriunda da França, por intermédio de Florian Marange, defesa do Bordéus, precipita precisamente esta consideração. Em entevista à rádio RMC, Marange questionou a constante forma de Lionel Messi, após o jogador do Barcelona ter conseguido ultrapassar o recorde de Gerd Muller de golos marcados durante um ano civil (88): «Como é possível ele conseguir aquilo ? Nem Cristiano Ronaldo que é um jogador muito bom, ou Zidane, conseguiram. O Zidane, quando jogava, tinha sempre fases em que estava menos bem, o que é normal acontecer com qualquer jogador. Messi, que tem 25 anos, marca golos em todos os jogos, está bem em todos os encontros, nunca se lesiona. É muito impressionante. Eu pergunto-me se ele não será dopado ou se toma qualquer coisa especial, porque não é possível estar em grande forma em todos os jogos, estar sempre a marcar, estar sempre a 100 por cento. Eu não sei. Eu interrogo-me. Quando um jogador faz muitos jogos, e a grande nível, fica cansado. Em relação ao Messi, ficamos com a impressão de que ele nunca está cansado. Ele deve recuperar-se muito bem, deve ter algum nutricionista só para ele, um preparador físico, um estilo de vida muito bom.»
Não é a primeira vez nem a segunda que surgem suspeitas em relação a alguém ligado ao desporto espanhol. Há cerca de um ano, o antigo tenista Yannick Noah afirmou que os desportistas espanhóis usam uma «poção mágica» para conseguir tantos títulos internacionais.
Devo admitir que muito embora já tenha questionado a eventual produtividade de Lionel Messi em uma outra equipa, que não o Barcelona, e em um outro campeonato, que não o espanhol, nunca me surgiu a ideia de doping e quero acreditar que esta disposição não corresponde à realidade. É verdade que o polémico caso de Lance Armstrong, entre outros, ensina-nos que nada é impossível num «milieu» onde a vertente económica se impôe sobre a desportiva, mas bem espero que esta «reflexão» sobre Lionel Messi não passe de uma conjectura maldicente.
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