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As polarizações no universo leonino

Rui Gomes, em 13.03.19

 

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Um texto da autoria de Drake Wilson, como comentário no post À beira de um ataque de nervos, de Nação Valente:

 

"Parece-me de todo impossível poder-se ultrapassar as polarizações que se assistem no universo leonino, enquanto estas (e as pessoas que as promovem) se basearem em erros de raciocínio dedutivo.

 

Não se trata apenas de fraccionar discussões entre leigos e experts, só porque de um lado se promove a emoção e de outro o princípio de imparcialidade. O problema, parece-me, está num padrão de distorção que o comum adepto aceita como razoável, implícito no défice de instrução com que fundamenta as próprias opiniões.

O alargamento do actual espaço de discussão às redes sociais trouxe um pouco mais de envolvimento às pessoas, colocando-as por vezes até em contacto directo com os mais qualificados, num patamar nunca alcançado na história – tão pouco possível pelo fosso de preparação que os separa.

 

Porém, o objectivo desta aproximação falha, por muito que a maioria acredite ter um nível de informação elevado. As pessoas observam manchetes, lêem artigos em diagonal, mas infelizmente não os lêem do princípio ao fim. Por vezes fazem-no, sem entender sequer o que está escrito.

Aqui e além fui tentando expor vários padrões erróneos nos relatórios de contas, amizades perigosas, inclusivamente soluções que acreditei exequíveis. Para ajudar o meu Clube por vezes tinha "odiar" ser sportinguista, talvez porque todos os conspiradores do Sporting sempre assumiram o seu amor pelo Clube. Assim, quem quer o bem do Clube, fica a "falar sozinho".

Os fóruns de discussão sobre Sporting estão cheios de vícios de raciocínio. Atrevo-me a sugerir que nem Marcelo Rebelo de Sousa conseguiria por ordem nesta massificação de cinísmo que impele o viés de comunicação leonino como formulário de teorias.

Depois de João Rocha, as presidências sportinguistas tornaram-se demasiado abertas, implícitas na alta pressão de fora para dentro – Adeptos para o Clube –, que obrigam os presidentes a corresponder com uma espécie de campanha vitalícia, em existencialismos platónicos, onde se perde completamente o sentido de instituição sólida e se atinge o patamar de colectividade recreativa, gerida simplesmente mediante a vontade dos seus associados em eleger justiceiros sociais.

Poderá ser polémico o que afirmo, mas faço-o por convicção: os Adeptos do Sporting não têm permitido a reinvenção eficaz do Clube. Daí que por qualquer sucesso que o Clube tenha alcançado em Futebol nos últimos 30 anos, tenha igualmente plantado as sementes da sua própria derrota".

 

publicado às 03:46

 

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Boa noite amigo Rui, lamento não ter respondido mais cedo. Sinceramente, temo não ter uma resposta concreta. Particularmente, resta ponderar sobre as características essenciais dos candidatos "possíveis".

 

Não gosto da falta de seriedade que caracterizou os últimos anos de José Maria Ricciardi junto do Sporting. Ricciardi assinala a grave situação económica do Clube, quando esteve por detrás de todas as medidas de Bruno de Carvalho, até mesmo na questão VMOC's. Acredita, pela consanguinidade que o liga à origem do Clube, deter propriedade sobre o mesmo. Tem metade da competência do primo Roquette, mas o dobro dos eventos sociais no currículo. Entre outras razões menos importantes para não o desejar como Presidente. O Sporting não pode ser poleiro para limpar uma imagem questionável, como por demais no passado sucedeu.

 

Sobre Varandas e Benedito, tenho opinião de que lhes falta algum estofo para lidar com o que não estão preparados – o que temo que seja quase tudo, fora somente a preparação de discursos simpáticos, mas óbvios. Frederico Varandas, numa questão que poucos terão conhecimento, está condicionado pelo que Bruno de Carvalho conhece da sua vida privada. (..."não tenho uma farmácia (sic) em casa..."), numa das inúmeras tentativas de descredibilização preconizadas).

 

Dias Ferreira poderá sempre ser uma pessoa útil ao Clube em questões de arbitrariedade e aconselhamento, mas não está no seu auge.

 

Confesso que existe algo na personalidade de Pedro Madeira Rodrigues que me agrada. É um jovem com muita ambição, tem uma predilecção a caminhar sobre brasas que muitos temem. Teve a coragem, no debate, de assinalar a conivência de Ricciardi para com a gestão anterior, algo ao qual lhe tiro o chapéu – pois duvido que na "nossa praça" leonina, frontalmente, alguém tenha coragem para o fazer.Quiçá, faltar-lhe-á mais opacidade para que não se sujeite tanto a juízos de valor.

 

Existe entre os Adeptos uma corrente de pensamento que o rejeita, essencialmente pelo desnecessário excesso de confiança que demonstra – como tal comete alguns erros, mas também... quem não os comete? Por outro lado, e pela intencionalidade em aproximar pessoas de valor para o Clube (Ranieri e Boloni, discorde-se ou não, são homens de valor), Madeira Rodrigues revela que sabe partilhar poder e atribuir competências. Algo que o distingue de qualquer totalitarismo a que estejamos habituados.

 

Drake Wilson

 

publicado às 04:32

Tirar um coelho da cartola

Rui Gomes, em 01.07.18

 

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Desde que o treinador contratado não seja Mourinho ou outro da mesma linha, não vai haver nenhum consenso entre adeptos. Até já vi aqui sugerir Jaime Pacheco, José Mota etc.


Se acho que preferia outro treinador, diria que sim, mas não podemos ignorar o contexto. Nesta situação, em que as finanças estão pela rua da amargura, e em que a Comissão só pode fazer um contrato a curto prazo pergunto: quem é o treinador disponível para assinar nestas circunstâncias? 


Primeira interrogação: É pior que o sérvio que vinha ganhar 4 milhões? Se não me engano Peseiro teve no Sporting duas épocas. Levou a equipa , que não era uma equipa de craques, à final da taça UEFA, coisa que não acontecia desde os anos sessenta e lutou pelo campeonato até ao fim. Quem é que neste aspecto já fez melhor depois dele?

Por outro lado, creio que é um treinador de transição, numa época que vai ser muito difícil, seja para quem for. E acrescento que acho lamentável que "brunistas" disfarçados, já estejam a aproveitar isto para crucificar a Comissão de Gestão, apenas com o intuito de elogiar Bruno. Para mim pior que os "brunistas" assumidos, são estes que são incapazes de se assumir.

 

Nação Valente

 

 

Vejo, neste particular momento, a contratação de Peseiro – ou qualquer outro treinador – como algo imprudente.

Em primeiro lugar, porque questiono o excesso de soberania deste órgão meramente transitório liderado por José Sousa Cintra. Ser transitório, implica tomar medidas numa orientação de transição, e não de planeamento – presumo que o planeamento seja uma base de trabalho de qualquer técnico, correcto?

Despediu-se Mihajlovic pelas circunstâncias que se conhecem, porém, plausível será fazê-lo igualmente com José Peseiro nos próximos seis meses. Como solução de transição, nomeadamente nas últimas experiências em Portugal, tudo correu mal ao técnico luso. São demasiados insucessos sucessivos.

Na minha opinião, veria com melhores olhos transformar temporariamente o Peão em Bispo – colocar Inácio como responsável técnico transitório. Solução mais económica, mais ponderada, permitindo uma maior margem de acção a uma futura Direcção.

Por fim, e menos importante, José Peseiro não me desperta qualquer simpatia. Vejo-o como um enclave entre a doutrina académica de Queiroz e a desgraça patológica de Luís Campos, com maior inclinação para o segundo. Infelizmente, e até hoje, apenas Campos percebeu que trabalha melhor na secretária do que junto ao relvado.

 

Drake Wilson

 

Eu tenho apenas um muito breve comentário. A minha opção não recairia sobre José Peseiro, confirmando-se a escolha, mas hesito em criticar por reconhecer que se trata de uma situação extremamente complicada. Fala-se muito em "soluções", sem conhecimento de causa e atirando nomes para o ar, quase como quem tira coelhos da cartola. 

 

Sobretudo, não se sabe quantos técnicos foram abordados e não mostraram receptividade a ingressar no Sporting nesta altura.

 

Por fim, fala-se muito em Augusto Inácio, como se ele fosse uma solução milagrosa e sem sequer se saber se ele foi abordado. A realidade, é que ele tem um contrato de três anos, concedido pelo presidente destituído, como director de futebol e não como treinador.

 

publicado às 05:04

 

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Revejo-me linearmente na posição do meu estimado colega Ricardo Leão. Desconfio que estes cinco anos de Bruno de Carvalho criaram um monstro ideológico que, com alguma insistência, provocará ao longo dos próximos tempos um assinalável sentimento de culpa a qualquer pretendente presidencial. Infelizmente, entre candidatos ou meros aspirantes que surjam, o discurso está orientado para o irrelevante – estes têm medo da sua originalidade, procuram por demasia a aceitação social, refugiando-se pateticamente na diplomacia como absolvição popular de um “croquetismo” que temem pertencer.

 

Esta fragilidade, e principalmente a falta de experiência em lidar com desafios, demonstra que ainda vivem debaixo da sombra de Bruno de Carvalho – o que para mim esclarece a ausência de qualquer substracto de líder.Este apadrinhamento de Frederico Varandas pelos mentores do golpe de 2013, retiram-lhe credibilidade. Varandas tem de viver um pouco mais para perceber isso. Mais a mais, desnecessário invocar a inutilidade de um triunvirato clínico como paliativo às necessidades do Clube, para as quais porventura outras tertúlias académicas se exigem.

 

Sem qualquer ponta de inclinação, reconheço no percurso profissional de Pedro Madeira Rodrigues um maior conteúdo para o efeito. Confesso que o próprio discurso do ex-Director Clínico, como na apresentação da sua candidatura, me exaspera de tão vazio. Quase tanto, quanto o manifesto ateísta de um pobre Rogério Alves perdido numa fila de votantes. Nem o “nosso” Rui Gomes, com responsabilidade em gerir um portal influente como o Camarote Leonino, “se acolhe na diplomacia pelo inconveniente da frontalidade”. Problemas que não assistem a pessoas com carácter.

 

Drake Wilson

 

publicado às 05:34

 

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Um texto da autoria de Drake Wilson, como comentário ao post intitulado As rescisões e a mentira da Propaganda Brunista, de Rampante, que transcrevo aqui na íntegra:

 

Endereço-lhe as boas-vindas ao Camarote Leonino, desejando que a sua contribuição seja tida como uma mais-valia pelos leitores, como que particularmente a mesma lhe atribua satisfação e prazer doravante.

Relativamente a este tema actual, pelo pouco que tenho acompanhado, lamenta-se a falta de conhecimento prático assim como excesso demagógico que rodeia a opinião pública, de A a Z. O Sporting vai pagar caro este erro crasso de gestão, do qual Bruno de Carvalho, Guilherme Pinheiro e Carlos Vieira serão réus. Passo a explicar, se me permite.

Em primeiro lugar, abordamos alguns aspectos debatidos em redor das recentes rescisões, aparentemente interpretados à luz da jurisprudência laboral-desportiva, revelam-se exíguos à subjectividade que nos permite avaliar, de facto e de jure, o real valor de um Atleta Desportivo numa resolução arbitrária – ao abrigo de um Tribunal. Como ponto de partida, a minha interpretação levar-me-á a abordar este litígio não como profissional jurídico, mas pelo conforto que a minha actividade profissional me concede.

Existe um "real" valor económico conotado a cada Atleta adquirido (não-formado pelo Clube), metricamente atribuído por interpretação do Conselho de Contabilidade e disponibilizado (erroneamente no meu entender) nos R&C’s, cujos fundamentos serão sempre indissociáveis de quatro factores:

1) o custo do Activo à data de aquisição;


2) o valor económico do Activo como potencial e directo indutor de receitas extraordinárias;


3) o cálculo do valor de mercado do mesmo em conformidade com o seu valor intelectual (performativo, no caso de um Atleta, também sob influência do seu potencial de desenvolvimento), e;


4) o custo de substituição do mesmo, determinado pela comutação/aquisição de um novo Activo/Atleta.

Só a flutuação económica do sector – como parte potencialmente adquirente do Activo no futuro –, permite estabelecer o valor final de mercado, naturalmente de acordo com:

1) o valor que o próprio Mercado oferece naquele preciso momento por activos semelhantes;


2) a curva inflacionária desenhada pelo desempenho do Atleta no período corrente, que represente a sua valorização ou deterioração, conforme boletim clínico e idade;


3) o valor que o Clube considere como adequado aos seus interesses, sob sua natural presunção especulativa como proprietário do Activo.

O valor atribuído a uma cláusula de rescisão, circunscreve-se fundamentalmente como um inibidor anti-concorrencial – imaginemos que se o Sporting estivesse sujeito a uma Oferta Pública de Aquisição, a mesma seria sempre em função do seu valor no mercado bolsista, e não pelo valor do seu Activo (pois o Activo mantém uma inter-relação constante com o Passivo consumado e Passivo futuramente adquirido, como garantia económica que assegure o pagamento de dívidas).

 

Assim, podemos compreender que as cláusulas de rescisão são valores virtuais facilmente impugnáveis – serão sempre negociadas como base dos 3 pontos acima referidos, e não de um valor pré-estabelecido. Com algum humor, nem o Sol manterá constante o seu valor comercial, ao longo de 24 horas.

 

Assim, algumas considerações:

A) Se os Atletas titulares – acima de 75% de utilização – apresentassem rescisão a 24 horas de uma final Europeia, e perante a impossibilidade do Clube substituir os mesmos com recurso a Atletas de idêntico valor performativo, poderia o Clube invocar acção-lesiva por parte dos mesmos. Deste modo, se o Clube perdesse o referido jogo, e por consequência todas as receitas daí resultantes (directas, indirectas e expectáveis), caberia aos Atletas a responsabilidade de compensação financeira das mesmas por acção danosa comprovada.

B) Se a acção danosa ou lesiva ao Clube – por acção de rescisão sem fundamento legal – for comprovada, mas em período não-competitivo (em período de mercado aberto a aquisições, após final da época), o apuramento de um valor indemnizatório estará circunscrito ao referido na métrica de apuramento de Activo Intangível (pontos 1,2,3 e 4 acima referidos) nos Relatório & Contas.

 

Neste caso, os jogadores incorreram em pressupostos de justa-causa erróneos, porém não prejudicaram o Clube num ciclo competitivo a decorrer.

C) Poderá, muito provavelmente, caber ao ainda presidente Bruno de Carvalho o banco dos réus. Comprovando-se a justa-causa nas rescisões dos Atletas, o Presidente será acusado de gestão-lesiva da Sociedade Desportiva nas competições onde a mesma esteve presente (Futebol), em virtude dos argumentos apresentados como justa-causa pelo Atletas inferirem em sub-rendimento da equipa ao longo da época.

 

Calcular-se-á deste modo, todos os proveitos não-adquiridos daí resultantes, e caberá a Bruno de Carvalho a responsabilidade dos mesmos no prejuízo das contas da Sociedade Desportiva.

Andamos a brincar com coisas sérias. Bruno de Carvalho que fuja, enquanto pode.

 

publicado às 04:03

Ponte de ligação aos leitores

Rui Gomes, em 22.01.18

 

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Comentário do leitor FERNANDES ao post intitulado A mais desinteressante teoria sobre o Futebol português, Pt.1, da autoria de DRAKE WILSON:

 

"A meu ver Roquette é o grande responsável pela "destruição" do Sporting tal como ele existiu ao longo da sua história. Não que o clube fosse estático, esteve sempre em constante mudança, mas perdeu-se algo de único, fruto das ideias que implementou. Mas não quero entrar por aí, é apenas uma opinião.

Esta minha intervenção prende-se mais com o "totalitarismo presidencial", que de facto é assustador.

Só um pequeno exemplo: ninguém faz a mínima ideia quanto custa o andebol. Se o presidente quiser gasta 1.5 milhões de euros. Ou 5 milhões. Para os sócios vai dar exactamente ao mesmo. Sócios esses que... aprovam as contas e orçamentos. Estranho? Aparentemente é inquestionável!

Isto para chegar onde? Afinal, o que impede os adeptos de se organizarem e terem uma palavra activa na vida do clube? A realidade é que os adeptos, contra ou a favor da direcção em exercício, nunca questionam a forma como o poder é exercido, apesar do poder emanar... dos próprios adeptos.

O que vemos é o totalitarismo presidencial dentro e fora do clube, mas acima de tudo na cabeça de cada pessoa. É assim, porque sempre foi assim, mas quem não gosta limita-se a dizer "o que tem de ser tem muita força", "antes é que era bom", "eles fazem o que querem", até à desgraça seguinte, que hipoteca o futuro do clube durante décadas.

É assustador que 3 grandes da Europa (é um problema cultural) não tenham entre si uma única associação de adeptos que vise melhorar os clubes de fora para dentro, que procure dizer "isto vai mudar, a bem ou a mal, porque nós não vamos desaparecer". Não que queira "discutir", "falar" e por aí fora, mas que queira, por exemplo, denunciar o presidencialismo totalitário, e defender uma visão diferente a todo. Estamos a falar de 130 mil pessoas por jornada que têm um peso nulo nos clubes, excluindo numa ou outra decisão muito espaçada no tempo (muito mesmo), até porque a esmagadora das "decisões" colectivas não passam de carimbar o que já foi decidido.

Enquanto 50 ou 100 pessoas altamente organizadas não tiverem como missão existir à margem da engrenagem totalitária, é impossível algo mudar. Ou alguém tem dúvidas que se amanhã Pedro Madeira Rodrigues fosse eleito, o totalitarismo presidencial continuava intacto?

O que me faz mais confusão é que existem imensas pessoas que dedicam milhares de horas ao clube em todo o tipo de funções/actividades extra-ver jogos de futebol (este blogue, apenas um exemplo), mas essa dedicação e persistência ou é profundamente individualista ("eu penso assim", e o resto do mundo é estúpido, estilo BdC) ou fica sempre à porta do que realmente interessa: mudar a forma como o clube é organizado, ou seja, transformá-lo numa organização aberta, transparente, digna e respeitável (isto claro, sabendo que existe para alcançar objectivos desportivos no futebol). Retirar os clubes de 1956 e trazê-los para 2018!

No entanto, parece uma utopia ao nível de acabar com a guerra a ideia de um grupo de pessoas se juntar em prol do seu clube, à revelia de totalitarismos, ou melhor, contra eles!".

 

Resposta ao leitor FERNANDES do nosso redactor DRAKE WILSON:

 

Nunca poderemos constituir juízos sobre mandatos presidenciais no Sporting, sem observarmos todo um passado que condicionou a actuação dos mesmos, como igualmente influenciado o surgimento dos próprios. Considerar Roquette como “responsável pela destruição do Sporting como ele existiu”, só pode ser um equívoco da sua parte.

José Roquette teve Jorge Gonçalves, Sousa Cintra e Santana Lopes como antecessores – o maior presente envenenado na história do Sporting. Foi Santana Lopes que, no alto da sua imunidade divina no que a decisões erradas diz respeito, decidiu extinguir 4/5 Modalidades no Clube após aprovação dos Sócios, sem influência ou opinião dos restantes Orgãos Sociais do Clube – entre eles José Roquette, na altura Presidente do Conselho Fiscal. É em 1996, com o Sporting em incumprimento com Atletas, Estado, Banca e outros Credores, que Roquette chega à presidência do Clube – com um Passivo na ordem dos €35 Milhões.

Com uma margem de actuação sempre condicionada pelas circunstâncias, Roquette procurou a estabilização financeira imediata, através de diversas resoluções perante o Estado português no que respeitava a impostos e dívidas sociais. Faz um acordo com o BCP poupando ao Sporting 3 anos de Juros em dívida. Cria a primeira Sociedade Desportiva em Portugal, desenha uma estratégia de independência financeira que outros copiaram, de onde nasceu o Estádio e viria a surgir a Academia. Foi, no decorrer da sua presidência, conquistado um Campeonato Nacional.

Roquette teve de lidar com dois sérios cancros no Sporting. Um deles, um indivíduo que gozava de privilégios em excesso no Clube, ex-membro do Conselho Fiscal de Amado de Freitas, amigalhaço de Balsemão e Santana. Outro, o grande traidor de José Roquette e do Sporting por conseguinte, estando na origem de um negócio que o favoreceu em €20 Milhões, metade do que prejudicou o Clube: mais de €40 Milhões. Ambos, só anos mais tarde foram corridos do Clube, felizmente. Opto por ficar por aqui em relação a este tema.

Como pode constatar, coube a José Roquette o trabalho mais difícil no período mais complicado. Nenhum Presidente na era moderna do Sporting fez tanto com tão pouco. E nada neste trajecto me soa a “destruição”.

Outra questão que refere e da qual discordo, relaciona-se com o “poder dos Adeptos” – os Adeptos não têm poder algum no Futebol, porque o Futebol é movido a resultados e não a associativismo. O Candidato que promete resultados (que mente, pois ninguém pode consagrar o Futuro como garantido) permite aos Adeptos portugueses o seu próprio existencialismo. Nomeadamente os que acompanham em bloco, que pensam em bloco, que condicionam em bloco e que votam em bloco – as Claques, pouco dadas a meditações de ordem racional mais do que o ódio que sentem pelos rivais. Os restantes Adeptos, que são a maioria, só surgem quando os resultados apelam, aplicando o seu dever interventivo à compra de bilhetes, cachecóis, e pouco mais.

Finalmente, no que toca ao Andebol. No Sporting, esta Modalidade é gerida por um grupo de yes-men, onde à revelia do presidente e perante os atletas, agem eles próprios como presidentes. Com um simpático Treinador cujos sistemas de treino estão ao nível do que se aprende no liceu, sobra o orçamento para termos um plantel recheado de estrelas. Conquista-se o Campeonato e a EHF com relativa facilidade, e está o assunto resolvido. Porque o que interessa é mesmo isso: os resultados. A ninguém interessa o orçamento. Como igualmente a alguém interessa o comportamento ditatorial de Galambas perante os jogadores – que curiosamente divide a atenção ao jogo com sms’s por telefone, num excelente exemplo para os atletas.

Os orçamentos aplicados pelo Clube às modalidades são uma estratégia pífia e momentânea desta Presidência em promover a sua própria imagem – como a maioria das suas intervenções em qualquer âmbito –, cuja insustentabilidade levará a que já no próximo ano surja um desinvestimento assinalável. Aliás, não afirmo nenhum segredo, tendo em conta o que terá já sido dito pelo próprio Presidente ainda em 2017: “Ou largam o Facebook e trazem uns amigos para Sócios, ou seremos obrigados a cortes substanciais nas modalidades”.

 

publicado às 14:43

Revisitar "Deus é do Sporting"

Rui Gomes, em 05.04.17

 

Parece-nos pertinente e importante revisitar o post do nosso estimado colega Drake Wilson, intitulado Deus é do Sporting, publicado no passado dia 6 de Março. Isto, pelas sugestões que surgiram aqui no Camarote Leonino numa tentativa, em vão, diga-se, de nos convencer que pelo recém-resultado eleitoral Bruno de Carvalho deveria ser, para todos os efeitos, imune a crítica. Sem dar grande importância, também não nos passa despercebido os "ataques" grosseiros dos usuais energúmenos, cuja imbecilidade impede o reconhecimento de que quanto mais nos afrontam com as suas ofensas gratuitas, mais nos motivam.

 

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Para o efeito, transcrevemos dois parágrafos do acima referido post de Drake Wilson:

 

«Hoje, é notório que o adepto sportinguista vive em torno de um estado psicótico de perseguição – já não se discute Sporting, discute-se sim o “Inimigo da Semana”. Qualquer voz discordante que se imponha ou candidato que surja, logo é considerado como anti-Sporting. Anti-estabilidade. Anti-Bruno de Carvalho. Assim, se dúvidas existirem, elas que se dissipem: neste Sábado, não existiram eleições. Existiu sim uma solene manifestação de apoio ao actual Presidente por parte dos adeptos. Isto revela o vazio no qual o Clube se encontra – esta mobilização dos adeptos em torno do escrutínio eleitoral deveu-se, essencialmente, a uma dívida de gratidão que estes sentem para com um homem, e não para com o Clube. Assim, não terei pejo em afirmar que Bruno de Carvalho vai estar muitos anos no Sporting, provavelmente mais do que o próprio João Rocha. A efígie de Bruno de Carvalho tornou-se já indissociável do nosso Sporting Clube de Portugal, em definitivo, para a maioria dos adeptos. Carvalho é hoje, uma espécie de Deus»

 

«É por isso que me choca a falta de honestidade intelectual dos adeptos. A nossa vida tem sido constantemente a mesma, onde se termina um Sábado em apoteose e um Domingo em tristeza. São 20, 30, 40 anos disto. Os mesmos adeptos que legitimam a vitalidade do Sporting pela tremenda mobilização ao voto, não comparecem nas Assembleias Gerais, não têm opinião quando esta seria importante, nem distinguem um Resultado Líquido de um Rendimento Operacional. Os adeptos andam embebedados com a mesma conversa de sempre, como se entre conversa e acção não existisse diferença. Diz Bruno de Carvalho, mais uma vez, que os adversários até tremem… Provavelmente tremem com o Dom de um homem que só reconhece o âmago da derrota em cada pelouro no qual se senta. Seja no banco de suplentes da equipa de Futebol, ou no banco de qualquer empresa de construção.

 

Eu sou filho de alguém importante. De Deus, por exemplo».

 

publicado às 14:27

 

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"Paisano" é uma expressão comum nos meios de formação pedagógica/operacionalidade militar, afim de identificar determinados indivíduos que se movimentam nos corredores do poder com claras intenções pessoais, cujo principal incómodo às próprias pretensões se debate com uma pequena classe na sociedade que faz da organização e do exemplo uma forma séria de estar na vida – geralmente, os que tiveram formação académica no ensino militar.

Sendo uma expressão não utilizada pela sociedade civil (ou de formação académica não-militar), congratulo-me por a ver exposta deste modo. Porque me diz muito, acrescentaria que existe um verdadeiro conflito, tanto na sociedade como na política, entre "oficiais" e "paisanos". Bruno de Carvalho é a face mais notória da "paisanada" no futebol português actual, pois nesse âmbito tanto Pinto da Costa, Vieira ou Salvador escolheram um caminho empresarial para sustentar a sua própria vida – com maior ou menor sucesso.

Os paisanos são aqueles que geralmente fizeram de cargos institucionais públicos a sua forma de vida, com claros objectivos de elevar uma condição pessoal de riqueza em função do financiamento alheio, seja pela caça ao orçamento ou outros fluxos. Geralmente após o curso superior, encostam-se aos partidos, procuram mover influências junto dos mais influentes, com o intuito de beneficiarem de um cargo para a vida – o que se denomina vulgarmente como "tacho vitalício".

Grandes homens da nossa sociedade (Ramalho Eanes por exemplo) moveram-se contra esta populaça, até ficarem esquecidos, fruto do lobby que se apoderou da maioria da comunicação social portuguesa. Diria ainda, por experiência pessoal, que o maior terror da "paisanada" são os Economistas de formação militar. Porque salvo raríssimas excepções, estes são incorruptíveis.

Quando escrevi o texto "Sporting, Política e Maçonaria – a nova designação de "Honra", não o fiz por acaso.

 

                                                                                                       Drake Wilson 

publicado às 05:42

 

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Como será de esperar, não haverá por parte de Presidente ou Director de Comunicação qualquer direito a consternação por estas palavras (Ferro Rodrigues) ao contrário do que aconteceria se as mesmas fossem proferidas por um candidato. Infelizmente que ainda vivemos numa era em que, por consequência da "expectativa", todos têm uma palavra a dizer mas pouco fazem para contribuir – e quem o faz, ou é apelidado de destabilizador, ou se presume que tenha má-fé. Neste caso, e por se tratar de um "amigalhaço" de campanha, diz-se que as coisas correram mal, mas nunca se refere os responsáveis. Como um bom Político, obviamente.

 

Seja por parte de quem cria expectativa e não corresponde (especulador), ou por quem contribui para uma governação que coloca o nosso País com um índice de dívida pública superior a 130% do PIB, aparecer a debitar opiniões deste calibre quase que se assemelha a um acto de cidadania.

Na Política, ao abrigo da constituição, convoca-se uma comissão de Economistas que decretam a crise e salvaguardam os Políticos. No Futebol, cria-se uma comissão de Honra onde se conciliam o Palhaço e o Político, e tudo fica bem.

 

                                                                                                                   Drake Wilson

 

publicado às 05:36

 

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A afirmação de Pedro Ribeiro Ferreira foi, num cenário de responsabilidade que o envolve como mandatário de campanha, uma tremenda alienação de discernimento e de vocação para acompanhar um projecto de mudança, credível e peremptório, como se deseja que uma oposição faça. Infelizmente, nada que me surpreenda.

Entre ingenuidade, ou mesmo falta de real experiência de vida, tudo isto nada mais é do que a herança de um caminho traçado na sociedade civil portuguesa nos últimos 100 anos da nossa história – o português médio, por demais subserviente ao estado em que "as coisas se encontram", revela-se pouco capaz de agir em individualidade, expondo a sua própria militância a uma causa como de um favor ou um frete se tratasse. Assim, quando surge a oportunidade para contribuir com algo, fica órfão, perdido e comprometido, tal como com a falta de crença que o acompanha ao longo da vida ou a falta de capacidade em agir individualmente.

Que isto sirva de lição. Que Pedro Madeira Rodrigues consiga desenvolver por si próprio todas as diligências necessárias à angariação de apoios internacionais ao nosso Clube, não apenas financeiros como de know-how, e que fortaleça futuras intervenções com base no que pode oferecer no futuro, mais do que o que pode mudar no presente.

Tanto quanto possamos apontar que Pedro Madeira Rodrigues não esteja actualmente preparado para o que se candidata, a verdade é que o Adepto não está igualmente preparado para o perceber o que Pedro Madeira Rodrigues conseguiria (hipoteticamente) fazer de melhor. Mais a mais, por culpa do próprio, que não conseguiu superar nem o paternalismo de José Eduardo nem a preparação de Bloggers estudiosos na entrevista em Podcast...

 

                                                                                 Drake Wilson

 

publicado às 03:58

 

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Todos os Presidentes que o Sporting teve, desde o último terço do século até hoje, foram mais cedo ou mais tarde questionados. Difícil, para um Clube tão grande, que tal não acontecesse. Podemos até dizer que as duas alas fundamentais de aficionados nunca estiveram de acordo em tudo: houve quem preferisse a ruptura com Gonçalves, Cintra ou o conservadorismo de Roquette, Franco e Cunha.

 

Sejamos mais conservadores ou liberais, a verdade é que os grandes projectos que o Sporting pretendeu realizar, fosse com Rocha ou Roquette, terminaram invariavelmente condicionados com factores por vezes alheios ao Sporting: tanto na mudança política em 74, como na efeméride desportiva em 2004.Os mandatos de João Rocha e José Roquette aumentaram a dívida do Clube, de facto, mas também trouxeram algo ao Clube, como reconhecemos. Rocha desejou a dimensão do ecletismo, perdendo fulgor no futebol. Roquette focou-se na dimensão em torno do desporto Rei, mais do que nas modalidades. Ambos trouxeram títulos, ambos foram criticados. Pior, foi nunca se ter encontrado forma de melhorar o que se fez.

 

O Sporting padece de espírito alternativo a cada grande obra que se elege, porque poucas pessoas em Portugal são efectivamente vanguardistas.

 

 

Consideração, em comentário, do nosso redactor Drake Wilson, no seu post O Sporting que eu sempre sonhei.

 

publicado às 15:50

 

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Um facto axiomático revela-nos hoje que os recursos financeiros são um dos principais responsáveis pelo lançamento ou relançamento dos clubes na cimeira do desporto. A nível mediático, casos como do Manchester City são um dos exemplos-modelo. O clube inglês alcançou no decorrer da última década um elevado sucesso interno, que lhe permitiu a triplicação do número de títulos face aos seus mais de 130 anos de legado. Publicamente reconhecida, a aproximação à holding City Football Group, financiada pelo Abu Dhabi United Group, apresentou-se esta como uma rápida e eficaz fórmula de crescimento pelo investimento estrutural efectuado no clube.

 

Em Portugal, dificilmente um emblema consegue proximidade aos atentos mercados internacionais, principalmente quando não são verificadas na sua dúbia gestão, medidas concretas no planeamento estratégico ao seu desenvolvimento. Assim, verificamos que todos os actos de gestão de um clube podem atrair ou repelir investidores. O que pode o Sporting fazer no imediato para aumentar o interesse internacional sobre a sua própria marca, e daí retirar dividendos como nunca? Tentarei, de modo pouco cansativo ao leitor, dar alguns exemplos, perfeitamente alcançáveis.

 

Resolução #1 - Aproximação ao "Blue Chip"

 

"Blue Chip" é o termo que designa empresas que se destacam pela operacionalidade positiva e fiabilidade, mesmo em períodos de profundas crises económicas. São as empresas consideradas pelo sector financeiro como as mais apetecíveis para investir, que geralmente se tornam visíveis na frequência de financiamentos publicitários a grandes competições desportivas. Adidas e Flying Emirates são dois desses casos. Gazprom ou a Nike representam outro exemplo. O Sporting tem de "piscar o olho" urgentemente à natureza de tão importantes parcerias. "New Balance" e "Hyundai" estão disponíveis. O Sporting estará?

 

Resolução #2 - Imagem do Alvalade XXI

 

Estádios inovadores, confortáveis e multidisciplinares permitem a atracção não apenas de mais adeptos, mas também de parceiros interessados em promover serviços ou publicitar campanhas nas respectivas instalações. O Sporting neste campo tem urgentemente de encontrar solução para três pontos fundamentais: melhorar os serviços prestados nos camarotes, melhorar definitivamente o triste palco verde malhado que apresenta a todo o mundo, e acima de tudo, criar conteúdos de marketing e informação, acessíveis aos adeptos em plenas bancadas.

 

As crianças gostam da mascote assim como os graúdos apreciam Sinatra, mas a todos assiste o interesse em dados estatísticos e informação on-demand. São quase 60 anos de quiosques de food & beverage a vender donuts nos períodos de intervalo do jogo – não estará na altura de aproveitar tal período para rentabilizar outros serviços directamente ligados ao clube? Urge melhorar a experiência proporcionada ao espectador, motivando a frequência da mobilização ao estádio, assim como a interacção do mesmo com novas tecnologias no decorrer do jogo.

 

Resolução #3 - Está na altura da FPF compensar o Sporting

 

A FIFA investe todos os anos cerca de 1 bilião de dólares na criação de infra-estruturas de desenvolvimento ao desporto pelo mundo, verba entregue à responsabilidade das federações. A posição ocupada por Portugal no ranking FIFA permite-nos obter – à FPF – valor proporcional. Se os clubes negoceiam valores de transmissões televisivas de acordo com o grau de relevância que detêm no mercado nacional, onde está o apoio prestado pela Federação ao Sporting pelos serviços prestados – sem retorno financeiro – à nação? Fundamentação nada demagógica, facilmente apoiada no plano jurídico.

 

Quando se lança no mundo do futebol nomes como C.Ronaldo, Figo e Nani, não se pode fazer uso do complexo de timidez na consequente exploração do clube em tal benefício nacional. Por outro lado, as federações de futebol são o maior pilar de aproximação às instâncias financeiras internacionais, proveito que o Sporting bem pode apelar a si, por toda a sua contribuição histórica que como clube indirectamente proporcionou à FPF, através de contratos milionários de exploração de imagem que esta usufruiu.

 

Resolução #4 - Renato Sanches vale 10 milhões. As tranças valem 25. Quanto vale Semedo, Matheus e João Mário, Sporting ?

 

35 milhões de euros foi a soma proporcionada ao Benfica por um dos maiores negócios envolvendo jogadores portugueses ao clubes de origem. O Sporting conta neste momento com uma diversidade de activos que permite sorrir perante futuros negócios. Porém, inexplicavelmente o clube na sua história não consegue incrementar "Hype Factor" em nenhuma das suas vendas. Ruben Semedo, Matheus Pereira e João Mário são neste momento os jogadores que apresentam maior potencial de exploração de imagem, por factores essencialmente focados na sua estética/idade/irreverência, e por último, rendimento – Hype é marketing. Que proveito retira o Sporting da exploração dos direitos de imagem dos principais activos? Pablo Osvaldo no Boca Juniors, nos últimos 7 meses, proporcionou o equivalente a 7 milhões de euros em exploração de imagem, aos dois clubes que representou...

 

Os milhões de seguidores acedem a milhares de conteúdos dos seus ídolos, sendo actualmente Neymar numa escala naturalmente superior, o jogador que actualmente mais proveitos de tal factor retira. Muito mais que Messi ou Ronaldo. Sabia o leitor que no Sporting, era Carrillo o jogador com maior potencial gerado nesse campo ?

 

Resolução #5 - Ampliar tecto salarial, baixar volume de investimento

 

Não visíveis, mas bem reais, são os encargos inerentes a impostos e comissões que o Sporting tem pago nos últimos anos a Estado e privados. Acrescentado as verbas relacionadas aos valores de transacção de passes, o desgaste de tesouraria é enorme face à urgência de retorno imediato que assiste ao clube. O Sporting tem de comprar muito menos, e por muito que nos custe, vender muito mais e melhor. William e Slimani são o melhor negócio que podemos realizar para breve. A sua importância no plantel naturalmente que se opõe à emocionalidade da perca dos mesmos, mas se verificarmos, são estas as posições onde o mercado nacional e internacional nos podem oferecer mais soluções de substituição de qualidade.

 

Em Portugal, existem bons médios defensivos. Em Inglaterra, existe um invulgar número de avançados de diversas nacionalidades, que fruto da idade ou da competitividade nos seus plantéis, não lhes garante a frequente titularidade. Por outro lado, uma batalha muito minha, relacionada com Coates. Inquestionável a sua qualidade. Mas tamanha dimensão, não apenas física mas de estatuto, pode retirar a possibilidade a Ruben Semedo, Tobias e Oliveira (pelo menos a dois destes) de se destacarem. Como Bruno César a Mané ou Mateus Pereira. Temos de interpretar determinadas contratações, não permitindo efeito-pinheiro que inibam a valorização no mercado dos nossos jovens activos.

 

 

P.S.: A ilustração por mim escolhida para figurar neste Post, é da autoria de Jacopo d'Antonio Negretti, intitulada "St. Lawrence distribuindo riqueza aos pobres".

 

publicado às 09:23

Ad Honorem Veritas Sporting

Drake Wilson, em 17.05.16

 

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Estimado Camarote,

 

Usufruindo da oportunidade proporcionada por Rui Gomes e demais colaboradores deste nosso querido local, e pela possibilidade que me foi facultada a poder participar do mesmo, endosso previamente o meu agradecimento assim como saudações fraternas a todos os que escrevem, acompanham, comentam e contribuem para o seu sucesso desde 2012.

 

Subscrevendo a qualidade evidenciada na abordagem aos temas, o que me levou a acompanhar com imenso prazer o Camarote Leonino como leitor, desejo contribuir o melhor que poder. Procurarei, de tal modo, oferecer no âmbito do meu conhecimento profissional ou opinião pessoal, palavras que elevem essencialmente a vossa companhia como o nosso Clube.

 

Ser do Sporting é uma honra. A elegância das linhas verde Esmeralda que adornam o nosso emblema, não se confundem com a comum vibração de um Rubi nem com a adúltera sintética de uma Safira. Num fundamento muito exclusivo aos que se predestinam, aos que procuram o preenchimento em suas vidas de acordo com o nosso lema  – Esforço, Dedicação, Devoção e Glória – o Sportinguismo é ser-se diferente, é ser-se especial, porque a posição da sua cultura de vencer nos eleva por si própria, reconhecendo a esta o esplendor da admiração recolhida aos quatro cantos do Mundo.

 

Deste vosso correligionário adepto, camarada e amigo,

 

Drake Wilson

 

publicado às 20:33

 

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«O erro de Descartes: Emoção, Razão e Cérebro Humano" refere a obra de 1994 do neurocientista António Damásio, em que o autor aborda essencialmente a relação que existe entre o corpo e o cérebro, uma correlação não-considerada por um dos mais influentes filósofos da história – o francês René Descartes.Descartes foi essencialmente um homem que conheceu ao longo da sua vivência uma série de diferentes culturas e diferentes linhas de pensamento.

 

Numa sociedade marcadamente feudal (em plena Idade Média), o filósofo observou que os costumes e tradições de um povo influenciam o modo como as pessoas pensam e lidam. Entre outras teses, Descartes defendeu que a dúvida é a aurora do conhecimento. No sentido inverso, o autor português defende que a ausência de sentimentos e emoções são a antítese da racionalidade, em que todo o comportamento racional deverá ser intrínseco ao lado emocional. A Emoção inspira-se no impulso. Define o bem estar imediato assim como a felicidade momentânea. A Razão define uma objectividade futura, assim como as consequências da decisão tomada. Todos nós somos fruto da emoção, embora a objectividade da razão seja seguramente um dos principais pilares de uma vida em equilíbrio, com um sentido à realização de modo mais elaborado, vertical e seguro. A vertente emocional atribuí ao ser humano todas as sensações de prazer naturalmente momentâneas, mas necessariamente procuradas por todos nós. No atingir de tal relação com o prazer, inúmeras vezes abdicamos da não tão atraente Razão. As consequências de tais actos, serão apenas mais tarde recolhidas.

 

Tudo isto para apoiar a análise que o presidente do Sporting Clube de Portugal me merece. Bruno de Carvalho configurou-se como um candidato à presidência do clube que actualmente preside, sob o formato de alternativa ao por sí definido Status Quo que prevalecia ao longo de décadas no clube: por razão da génese cultural do emblema, reconhecia nele uma conduta de presidencialismo semi-feudal da qual o Sporting se tinha tornado mártir, sacrificando o prestígio obtido por vitórias à mercê da subserviência não apenas a clubes rivais, como a uma passividade que excluía o clube das vitórias.Perante uma massa adepta emocionalmente descontente mas pouco empenhada no esclarecimento – como todas as massas o são –, o surgimento do apóstolo colocando a descoberto clandestinas frustrações – como todas as frustrações o são – e apontando alvos em concreto, conseguiu de modo fácil e sem impugnação o mais fácil júbilo da história do clube. Nem na sua altura, João Rocha, que hoje se edifica hiperbolicamente a Rei, foi tão soberanamente aclamado.

 

De repente, com uma comunicação essencialmente focada na resposta imediata a questão confusas, Bruno de Carvalho despertou as emoções dos crentes ao Clube. Criou-se então uma corrente humana emocionalmente movida, descaracterizando-se a possibilidade da Razão em redor do futuro do clube.Forjado o ferro, procurando o conflito e a dor como estrada de um sucesso por si contemplado, Bruno de Carvalho permitiu o sonho tomar conta de si, tão quanto cada adepto permitiu a si próprio encarnar no mesmo paradigma. Criou-se assim a canonização de um novo Sporting, reconfigurado numa matriz que nunca foi a sua, numa índole de complexo de Édipo, como se de uma prostituição intelectual a matriz do Sporting se tratasse.Pessoas que hoje "fazem" o Sporting, nomeadamente o seu presidente, o treinador, assim como os responsáveis mais visíveis, são uma face oposta ao que 90% das gerações sportinguistas acreditaram. Os Pais daqueles que hoje se dizem ser do Sporting, acreditaram não numa fantasia como Carvalho sempre desejou sublinhar, mas num modo de estar no desporto e na vida em simbiose com a Razão e o Estatuto. Razão e Estatuto fizeram do Sporting o Sporting, assim como por exemplo, Emoção e Permissão fizeram do Benfica o Benfica. Não aponto tais condições como uma crítica. É isto que os clubes são, e como tal, esta foi a génese da sua rivalidade eterna.

 

Bruno de Carvalho é um indivíduo que despreza a génese do Sporting. Enquanto o povo se imberbe entre o apocalipse de discursos heteróclitos ou a burguesia de descortinar relatórios & contas provincianos, ele e todos aqueles que o acompanham transformam o clube num corpo sem alma, onde virtualmente um coração bate, enquanto bater.

 

Peço honestidade às gerações mais novas! O que lhes foi transmitido pelos anciães que lhes mostraram o que era o Sporting? O que lhes fez gostar do Sporting quando decidiram ser sportinguistas e pouco se vislumbrava em formatação de títulos? Tiveram vergonha do Sporting algum dia das vossas vidas, levando-vos agora a acreditar que não existe diferença entre o que Bruno de Carvalho pensa e o melhor caminho para o clube? Na medição triste de sportinguismo, então eu digo-vos que se assim o foi, vocês nunca foram do Sporting.

 

Declarem carinho ao clube, observando na planície da vossas vidas o abraço fraterno à Razão. No cume da Emoção, nunca abandonem a reflexão que tal momento exige, porque não há razão em momentos baixos que provoquem emoção em momentos altos. O Sporting declarando guerras sem objectividade, vence jogos mas não ganha títulos. O mesmo que conseguiu sem guerras. O Sporting colocado-se incómodo a terceiros, desprotege o seu reino, confundindo o seu povo. O Sporting não demonstrando desportivismo – mesmo que em momentos dele duvide –, não merece o louvor do desporto nem quem de ele se apaixona. Entenda-se que é possível admirar um clube mesmo que este não ganhe; a maioria das pessoas desta vida também não ganham. Mas podem ser admiradas se forem dignas.

 

Sem ser admirado, fruto desta eleita mensagem de nojo ao mundo do Futebol do qual o Sporting tem vindo a subscrever, o Sporting passa a ser odiado, em igual proporção ao sentimento transportado por aqueles que neste momento também vítimas do seu ódio ao alheio, procuram neste presidente o próximo balão de oxigénio.A Sporting sobrevive deste modo. Mas não cresce. Não caminha para lado algum. Quem desejar apontar ao lucro no final do trimestre como resposta cabal a todo este indelicadamente longo texto, encontrem então em tal aglomerado estatístico uma numerologia de razões para o lerem de novo estas linhas».

 

 

DRAKE WILSON

 

publicado às 04:18

 

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Face ao meritório número de pontos amealhados pelas duas primeiras equipas do campeonato, um cenário que para mim tanto teria de irrealizável como justo seria um play-off final entre o Sporting e o Benfica. Como naturalmente tal não irá acontecer, fica o desportivismo de aceitar qual cenário que o destino deseje no próximo domingo, assim como dar os parabéns a ambas as equipas pela disputa que tiveram.

Acho que no campo exibicional jogado sobre o relvado, em que poucas vezes falhámos, não se poderia pedir mais do que tivemos. Ganhámos muito mais do que perdemos, mostrámos uma identidade colectiva de jogo, valorizámos o clube pelo País fora. Nesse aspecto, penso que foi um ano positivo.

Noutros campos, o Sporting sai de rastos. Não me refiro ao facto de existir uma possibilidade elevada de finalizarmos este ciclo com um título apenas. Refiro-me ao quimérico embate comunicacional constante que sujeitámos os adeptos a interiorizar em vão, esforço inglório se daí não resultar um Sporting campeão. Para uns, fica a certeza que o Sporting perde por motivos alheios à verdade desportiva e vão alimentar essa teoria ao longo da sua vida até atingirem a fase adulta. Para mim, quanto mais o Sporting quer jogar por baixo para sair por cima, principalmente com o calibre de miseráveis intervenientes que tem, mais pisado (mais uma vez) é pelo Benfica.

Esboço um sorriso quando hoje vejo uma notícia sobre a venda de um jogador nuclear do clube rival, enquanto penso o quanto naquele clube se entende de estratégia subversiva. Os estilhaços de uma granada de 35 milhões de indiferença é revelador de duas coisas: ou são totalmente irresponsáveis a uns dias do final do campeonato, ou o andamento deles é de outra dimensão. Este negócio, nesta altura, do jovem ou não tão jovem jogador, é tão maquiavélico pelo momento em que é apresentado, que prevejo um silêncio demasiado incómodo de ignorar. Nem a permanência de mais um ano de Coates o esconde.

Disse-se um dia que os rivais teriam de dar mais luta. Cassius Clay, num dos combates mais importantes da sua carreira e perante um dos seus mais difíceis adversários, aproveitou na derradeira semana ao embate para fazer uma míni lua-de-mel com a esposa. A demonstração de indiferença ao confronto que se avizinhava, foi o factor mais destabilizante que o seu adversário teve na carreira, assumido pelo próprio uns anos mais tarde. O Sr. Rui Gomes compreende o que quero dizer com isto?

É por isso que os execráveis "Bailandos" deste burgo são o maior tiro no pé deste campeonato. Não por quem os canta, não por quem os segue, mas por aqueles que agora não têm mais vocabulário para bolçar. Nomeadamente o "Grande Líder".

 

 

Mais um excelente artigo do nosso leitor/colaborador DRAKE WILSON.

 

publicado às 04:59

 

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«A maioria dos clubes em Portugal não dignificam o espectáculo, nem muitas vezes prática desportiva saudável, o que torna o nosso campeonato num quadro abstracto de conjunturas e suposições, desconfiança e claramente más práticas. Mesmo assim, na minha opinião, creio que ainda temos uma população bastante investidora no futebol.

 

Todos os finais de campeonato estão sujeitos a uma maior sobrevalorização mediática, sendo compreensível uma exposição maior de "acontecimentos", alguns naturalmente ligados aos preços de bilheteira, outros infelizmente ligados a práticas menos dignas.Mas além disso, analisemos a insustentabilidade de muitos clubes (alguns nem se percebe bem porque ainda existem), e como o nosso futebol foi perdendo aos poucos a sua expressão competitiva.

 

Nos anos 80 e inícios de 90, lembramo-nos de emblemas como Os Belenenses, Farense, V. de Setúbal, Estrela de Amadora e mesmo o Salgueiros, que geravam uma romaria espontânea, e o que é feito dos mesmos, na actualidade. Os dois que estão na Primeira Liga vivem constantemente em holocausto directivo e financeiro, dos outros reza uma história bem triste de decadência e desaparecimento.

 

No extremo de tudo isto, tem de existir reconhecimento de todos no que concerne à mentalidade pateta que a maioria de nós dispõe ao serviço da cultura desportiva. O que conta para a maioria das pessoas é o sucesso do seu clube, não a competição, o que naturalmente destruiu aos poucos os clubes médios/pequenos e por consequência o interesse do nosso futebol. Uma expressão alimenta mil palavras, a discórdia passa automaticamente para opinião pessoal do lerdaço adepto, e no epílogo, já ninguém acredita no futebol.

 

Eu gosto de futebol, pelo futebol. É por isso que sou sócio do Sporting, "d'Os Belenenses", do Arsenal, assinante da Sportv, BTV (pelo futebol inglês e pelas minhas filhas que não escolheram o nosso clube) e claro, de ler o "nosso" Camarote Leonino».

 

 

Texto do nosso estimado leitor DRAKE WILSON

 

publicado às 14:40

 

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«Se a minha pressuposição acerca de temáticas espontâneas for o mote para este Post, gostaria de partilhar convosco ou obter opiniões acerca de um assunto que tanto pode estar deslocado da nossa “actualidade tertúliana”, como também o considero premente.

 

Não obstante de neste momento a nossa expectativa nos direccionar exclusivamente ao plano desportivo directo, no que concerne aos resultados da nossa equipa – e da rival – nas jornadas finais, preocupa-me o fugaz interesse/debate no que respeita a uma das maiores alienações de potencial económico no nosso clube, o qual considero – potencialmente – o pior acordo da história do Sporting. Ébrios pela dimensão numerária de tal acordo, e no fundo também, tão servos de desconhecimento como ávidos de superação aos "resultados" negociais apresentados pelos rivais com os operadores, podemos ter sido vítimas da nossa própria vontade de não ficar atrás de ninguém, numa extravagante corrida que se organizou oportuna ao fecho da torneira bancária aos clubes nacionais.

 

A preocupação em analisar os números envolvidos, anunciando a quem de direito o título de "melhor negócio", desde logo nos assegurou que num período sensível a 12/10 anos as receitas derivantes de transmissões, exploração de imagem do estádio e patrocínios na camisola nos seriam antecipadamente definidas. Considerou-se este um "balão de oxigénio" à vitalidade financeira do Sporting. Sem referir o aditamento ao contrato por parte de Joaquim Oliveira, vou basear-me num número: 446 milhões de euros. Falamos de uma média de 11 anos de exploração médios de 4 factores: 12 anos e meio de patrocinador oficial, 12 anos de exploração Sporting TV, 10 anos de exploração estática e virtual do estádio e 10 anos de transmissões televisivas e multimédia.Se dividirmos pelos 4 factores o valor global de 446 milhões de euros por uma média de 11 épocas/factor, obtemos como resultado um encaixe de sensivelmente 10 milhões de euros/ano por cada um deles.

 

Analisando parte a parte:- 10 milhões/ano 'Sponsorship' nas camisolas. Um bom negócio, tendo em conta os valores envolvidos aquando da recusa por parte da Qatar Airlines (2,5 milhões época) ou os valores da PT (2,8 milhões/ano). Um péssimo negócio, tendo em conta a possibilidade de anexar o 'Sponsor' das camisolas ao 'Naming' do estádio, o que traria um 'revenue' médio estimado de 19,5 milhões/ano global, incluindo camisolas.

 

Em números modestos.- 20 milhões/ano no síncrono entre Sporting TV e transmissões. Um bom negócio, se analisarmos como auge uma campanha medíocre ao nível do campeonato ou a qualidade (?) da programação do nosso canal. Um péssimo negócio, se a Sporting TV se projectasse de futuro como um canal de acesso e conteúdos 'premium'. Uma estimativa de exequíveis 250 mil assinaturas no universo de adeptos e outros interessados traria um retorno de valores na ordem de 28 milhões ano. Se deduzirmos custos médios inerentes de 11 milhões ano (direitos de outros campeonatos incluindo + média de 50 colaboradores + infra-estruturas e equipamento), sobram menos 3 milhões do que a oferta NOS aplicada.

 

Porém, se ao valor de 28 milhões adicionarmos contratos publicitários efectuados para o canal, estima-se que no mínimo 7 milhões/ano seriam aditados. Se adicionarmos a venda em 'renting' de conteúdos a plataformas online (o próximo grande negócio de 'broadcast' mundial), podemos adicionar no mínimo mais 23 milhões de euros. 28 milhões + 23 milhões + 7 milhões = 58 milhões de euros, em números modestos (pois o 'renting' a plataformas poderia alcançar 30 milhões).- 10 milhões de exploração estática e virtual. Neste campo, talvez o ponto menos ruinoso. Pelas minhas contas, ganharíamos mais 5 milhões/ano, se negociado com 'plataformas e-commerce'.

 

Existem "coisas" que (já não) me espantam, como Bruno de Carvalho bolçar "20 milhões de euros directos resultantes de 200 mil associados a pagar cotas" (!) ou o “mudar de patrocinador todos os jogos” de Carlos Vieira.

 

Existem várias outras que de modo surpreendente nos passam pelos olhos e não nos apercebemos».

 

 

Mais um excelente texto do nosso estimado leitor DRAKE WILSON

 

publicado às 05:39

 

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«Os Capitais Próprios Negativos são hoje, em estimativa, a realidade de 35% do tecido empresarial português, sendo que seguramente mais de metade deste universo "sobrevive" no sector durante vários anos, à mercê da injecção de capitais externos. Todavia, mediante a actividade e propensão à realização de capital da mesma, existem empresas que se sustentam em eternidade pelo capital alheio, sem confrangimentos. Os clubes de futebol são um desses exemplos.Um modelo prático.

 

Dever à banca quando apenas se detêm um imóvel e um ordenado como garantia, é um "negócio de risco". Já uma empresa de exploração petrolífera com capitais negativos, mediante estudos geofinanceiros, adquire financiamento em mercados 'above e below-the-line' (Banca ou Instituições não-Bancárias de Financiamento) com trivial facilidade. E é aqui onde surge a facilidade do Sporting em angariar financiamento no mercado, fruto do "filão" que naturalmente tem propensão de produzir (jovens jogadores para nós adeptos, activos apetecíveis para grupos de investimento).

 

Existe hoje uma vasta concorrência entre estes 'players' do mercado financeiro, logo, um manancial de interessados em agenciamentos de reuniões. Porém, há que entender o seguinte. Quando nos sentamos com um representante de uma empresa desta natureza, basicamente estamos perante um advogado de defesa de investidores que sustentam o financiamento da própria empresa. O uso de palavras, expressões, a própria posição negocial, são determinantes para "convencer" o designado representante da empresa financeira a apostar o dinheiro dos "outros" connosco. Não confiaria tal tarefa, naturalmente, ao bom Octávio, Inácio, e pelos vistos, a Bruno de Carvalho. Este último tem dificuldade em dissociar o coração do umbigo, o cérebro da boca, e como tal, gera pouca empatia com negociadores.

 

Neste panorama, tem de existir "estômago" e saber ceder a bem de um desígnio delineado, que proteja sempre o clube no futuro. Do mesmo modo que não existe nenhum interesse em comprar um clube para desmantelá-lo posteriormente, em sentido inverso, temos de perguntar a nós próprios quanto vale o nome "Estádio José de Alvalade", tanto quanto as listras verdes e brancas do nosso 'jersey'. Em relação ao nosso sucesso desportivo, independentemente da quantidade ou origem do dinheiro, temos de perceber que estamos sempre, em qualquer circunstância, dependentes da nossa própria capacidade para fomentar estabilidade.

 

Alguém coloque um cadeado na porta das instalações de comunicação externa e metade do problema pode ficar resolvido !»

 

 

Mais um excelente e informativo texto do nosso estimado leitor DRAKE WILSON a quem agradecemos, desde já, a gentil colaboração.

 

publicado às 10:22

 

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«Boa noite Riskos, obrigado pelo seu parecer. Lamento, desde já, a minha dificuldade numa resposta mais célere, não evitando assim algum constrangimento à questão aqui tratada. A minha vida profissional não me permite outro momento que não este para vir ao Camarote.

 

De facto, se a memória não me falha, terá sido no decorrer da curta governação de Durão Barroso que se procedeu a uma revisão ao código CPEREF (que quando lançado, era uma das mais inovadoras medidas judiciais até então), passando a vigorar o CIRE, que visava essencialmente dois pontos importantes: a demora processual dos processos – ora de falência, ora de recuperação– por via de tribunais comuns, assim uma preponderância na acção dos credores em definirem então os moldes da insolvência, designando estes um agente de administração. Digamos que de facto o CIRE foi um aperfeiçoamento ao CPEREF, mantendo grande parte da estrutura do anterior regime. O CIRE foi no fundo, a facilitação processual do CPEREF. Não estarei errado em ter referido o anterior programa, embora você esteja inteiramente certo em invocar o CIRE.

 

Agora a questão das VMOC, dois pontos fundamentais:- representam dívida a vencer em prazo definido. Pagam parcialmente dívida, aumentam um pouco mais de liquidez, mas resultam em obrigações, no ciclo em espiral;- são inúteis se o Sporting não gerar receitas.

 

As VMOC representam para mim o seguinte:

 

- A solução mais confortável para o Banco, não para o Sporting.

 

- Hipotecou-se acções ou obrigações sem geração de assinaláveis mais-valias.

 

- A certeza de que quem as avalizou foi de algum modo cobarde, pois existem outras opções financeiras melhores que VMOC.

 

- Obrigações em formato VMOC inibem a entrada de grupos financeiros de investimento, através de aquisição de acções, que visem aplicar injecções de capital em "off-season" para recuperarem o mesmo e respectivos interesses, em data a definir. Sendo este no meu entender, o futuro do Sporting.

 

- A certeza que o Sporting não tem um projecto de futuro delineado.

 

Para que não fique a impressão que represento discursos alienígenas, sugiro algo que sim, faria uma grande diferença:

 

- Emissão de VMCOE ou invés de VMCO. Estas possibilitam a devolução de dívida em dinheiro, libertando as nossas acções do clube;- ao emitir as VMCOE´s, deixamos espaço aberto a entrada de Investidores de Capital;- Com Investidores de Capital, definimos um produto financeiro denominado "Futuro", que explicarei a seguir.

 

- Sugerimos posteriormente a entrada no capital do Sporting um segundo grupo financeiro, que compre as acções da Holdimo.(Até aqui, gerou-se um fenómeno que permite as acções subirem)

 

- Os "Futuros" são produtos financeiros que permitem ao investidor assegurar a rentabilidade do seu investimento, em moldes a definir pelo Sporting, num determinado período temporal.

 

- Assegura-se um segundo Investidor de Capital que preveja a subida das acções, celebrando um contrato com o Sporting para a obrigatoriedade da compra das mesmas.

 

Assume-se a aproximação a Jorge Mendes, assim como a outros agentes que não quero aqui referir. (Se é possível hoje vender um jogador português pouco influente no plantel por 15 milhões, tal engenharia financeira deve-se ao citado empresário).

 

- Define-se a venda anual de 3 jogadores/máximo que gerem receitas na ordem de exequíveis 30/40 milhões de euros.

 

- Assume-se protocolos com grupos financeiros ingleses (que estão sobejamente interessados em aplicar dinheiro) que visem a alienação de direitos de imagem do estádio e assumam por eles uma negociação de broadcast internacional com operadores que divulguem internacionalmente o Sporting.

 

- Assegura-se (obriga-se contratualmente a quem desempenhar o papel de treinador) que todos os anos 5 juniores entrem no plantel principal, e dois deles ocupem com qualificação as vagas ocupadas por jogadores já transaccionados em pré-época.

 

- No Broadcast nacional, seja NOS, seja Vodafone ou Meo, que se crie envolvência do agente eleito no investimento em entrada anual de um jogador internacional – designado a interesse do clube–, podendo estes explorar singularmente a imagem do mesmo. (Futre, a seu jeito, não deixava de ter uma certa razão)

 

Estas são parte das medidas que considero de curto alcance ao nosso Clube».

 

 

Resposta de DRAKE WILSON às questões apresentadas pelo leitor RISKOS no post O nosso Clube tem vindo a procurar crédito na mercearia do bairro.

 

publicado às 04:57

 

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«Existia até 2012, em Portugal, uma notável lacuna jurídica relacionada com a gestão de processos de insolvência, nomeadamente em empresas de médio-grande porte ou de interesse económico elevado (consoante o número de encargos contratuais, importância ao panorama económico nacional, interesse público, entre outros desígnios).

 

Desde então, bastante evoluiu no cenário jurídico nacional.Sem ser maçador ou exaustivo, basicamente considerou-se ineficiente as resoluções de insolvência, criando-se então um plano especial de recuperação de empresas e de protecção de credores (CPEREF), que visou a recuperação das empresas como interesse superior à sua liquidação e desmembramento. Aprovado esse parecer, em Portugal, nunca uma instituição de interesse nacional como o Sporting se sujeitaria a uma liquidação. Principalmente envolvendo como credora a nossa famigerada banca no seu sensível estado actual. Em suma, bastava ao Sporting invocar em tribunal a instauração de processo especial de revitalização, de acordo com o previsto nos artigos 17.º-A a 17.º-I., Lei n. 16/2012, de 20/04.

 

Querendo eu dizer que por trás de tal guarida jurídica, bem pode Bruno de Carvalho irrogar a si a responsabilidade por o Sporting "nunca acabar"...Porém, o meu maior motivo de preocupação em relação ao clube prende-se com a gestão actual dos seus fundamentos financeiros, por ser esta uma área que domino profissionalmente, e onde identifico quase nenhuma exploração de potencial da instituição em mercados financeiros que visem apoiar uma super-reestruturação do clube.

 

Simplificando, o parco conhecimento da estrutura directiva do Sporting tem levado o nosso Clube a procurar crédito na mercearia do bairro quando desconhece as vantagens competitivas de um hipermercado. Existem dois negócios nos quais o Sporting se envolveu, que a meu entender merecem um parecer mais argucioso. Refiro-me a direitos de broadcast/exploração de imagem e recompra de passes de jogadores. Desconfio da premência de tais dossiers.

 

Embora qualquer opinião providencial da minha parte possa obrigar a um duplo trabalho de controle de comentários que não me parece justo "infligir" a Rui Gomes, por ser seguramente matéria sensível ao desagrado.Todavia, a latência sobre a performance competitiva da equipa de futebol parece-nos superior a anos anteriores, matéria inquestionavelmente ligada à disponibilidade milagrosa de um Jorge Jesus sem clube, livre de decidir. Este trouxe-nos os seus conhecimentos de campo e, sempre questionando a sua compatibilidade com o momento financeiro do clube ou interesse póstero na alienação do que representa o Sporting ao nível de valorização de jogador nacional, convêm-nos monitorizarmos toda a actividade verde-e-branca nesse sentido. Numa relação, o cônjuge que se sujeita remete-se à estagnação».

 

 

DRAKE WILSON

 

publicado às 12:27

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