Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Já têm destino os terrenos que estão desocupados há mais de 15 anos, após a demolição do antigo Estádio de Alvalade. Vão ser construídos quatro novos edifícios de escritórios classe-A, com um total de 37.600 m2, três de habitação com 30.250 m2 e mais de 200 apartamentos, e uma área comercial com 11.100 m2, com construção a iniciar no final do ano.
O investimento de cerca de 200 milhões de euros será da Norfin, gestora de investimentos imobiliários do Grupo Arrow Global, que classifica de "histórico".
Os terrenos onde vai nascer este projecto foram vendidos pelo Sporting à firma MDC por 60 milhões de euros, para então financiar a construção do actual estádio, sendo que uma auditoria posterior revelou que este valor foi lesivo para o Clube, pois os terrenos terão sido vendidos abaixo do preço de custo.
Não foi possível perceber bem se foi por simpatia pelo jornalista do Tuttosport ou por convicção pessoal que Frederico Varandas admitiu a possibilidade de um dia se mudar o nome do Estádio José Alvalade para Cristiano Ronaldo, mas levantou um debate interessante: qual o peso de Ronaldo na história do Sporting?
Não haverá muitas dúvidas de que o craque nascido há 34 anos na Madeira é o melhor futebolista – diria mesmo o melhor desportista – português de todos os tempos. Mas isso, contudo, não quer dizer que tenha sido um dos mais importantes e influentes da história do Sporting. Ronaldo passou seis anos no clube de Alvalade, disputou 31 jogos pela equipa sénior e marcou cinco golos. E saiu sem títulos. Tudo aquilo que fez dele um dos melhores futebolistas da história foi obtido com as camisolas de Manchester United, Real Madrid, Juventus e da Selecção.
O Sporting faz bem em agarrar-se a Cristiano Ronaldo, mas dar o seu nome ao estádio não faz grande sentido. O que é realmente importante, e é a isso que o clube deveria agarrar-se até para projetar a sua marca de grande formador, é que foi o maior craque a sair de uma academia de onde também saíram Figo, Futre, Quaresma ou Simão, entre muitos outros. E porque não Academia Cristiano Ronaldo?
Sérgio Krithinas, Director Adjunto Record
Para o benefício dos leitores que, pelos vistos, não estão muito bem informados, se é que têm conhecimento algum, transcrevemos a resposta de Frederico Varandas à pergunta do jornalista italiano do Tuttosport:
"É uma hipótese que, de momento, não deixamos de lado e da qual obviamente teríamos muito orgulho.
Cristiano é - e sempre será - um dos maiores símbolos da história do Clube. Temos orgulho de estar associados a Cristiano Ronaldo e que o nome do melhor jogador de futebol do mundo esteja ligado ao Sporting. No que diz respeito aos nossos jovens, estamos a tentar manter o exemplo dele dentro da Academia, o nosso centro desportivo onde trabalhamos todos os dias".
Eis o subsequente aproveitamento sensacionalista dos media portugueses:
DN - "Varandas admite que o Estádio José Alvalade se passe a chamar Cristiano Ronaldo".
JN - "Alvalade passa a chamar-se Estádio Cristiano Ronaldo? Varandas admite hipótese".
CM - "Estádio Ronaldo viola estatutos do Sporting".
O Jogo - "Varandas comenta possibilidade de Ronaldo dar nome ao Estádio de Alvalade".
A Bola - "Frederico Varandas admite mudar nome do estádio para CR7".
Negócios - "Varandas não exclui hipótese de dar o nome Cristiano Ronaldo ao Estádio de Alvalade".
RTP - "Varandas admite dar o nome de Cristiano Ronaldo ao Estádio Alvalade".
E há muito mais do mesmo...
O Steaua Bucareste empatou este sábado, em casa, 1-1, com o Astra, na 6.ª jornada do campeonato romeno. A equipa onde joga o português Filipe Teixeira e adversário do Sporting, que na próxima terça-feira se desloca a Alvalade, para o jogo da primeira mão do play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, situa-se em terceiro lugar na tabela classificativa, com 12 pontos, um atrás dos líderes Botosani e Cluj.
O árbitro alemão Felix Brych foi este domingo nomeado pela UEFA para o jogo de terça-feira. Esta será a 13.ª vez que Felix Brych se cruzará com o futebol português, a segunda num jogo do Sporting. Na primeira, o germânico apitou o jogo entre os 'leões' e os holandeses do Twente, da terceira pré-eliminatória de acesso à Champions.
Entretanto, um jornalista romeno partilhou uma imagem do Arena Nacional, de Bucareste, onde o Sporting vai jogar a segunda-mão do play-off, num jogo agendado para quarta-feira, dia 23 de Agosto: ou seja, daqui a dez dias.
Na fotografia pode ver-se como o relvado se apresenta num péssimo estado, com várias clareiras onde parece não existir relva. O Arena Nacional é o estádio utilizado pela selecção romena e que desde Março de 2015 se tornou também a casa do Steaua.
Não sei quem tem razão nem é preciso saber. Sei sim que um presidente do Sporting, que se preze, e que honre a história do clube, não se envolve neste tipo de incidentes. Ponto Final. Azevedo de Carvalho não é nem nunca foi esse tipo de presidente. Carvalho envergonha os sportinguistas, adeptos e associados do clube, pelo tipo de conduta assumido ao longo do seu mandato. Está a mais no futebol, como o próprio hoje reconhece ainda que não tire as necessárias ilações.
É hora de por ponto final a esta aventura irresponsável e que compromete a imagem do Sporting. O Sporting não é nem pode ser isto. Basta!
Periodicamente o naming para o Estádio José Alvalade é motivo de notícia. Aconteceu em 2011, com Godinho Lopes, e repete-se com Bruno de Carvalho, primeiro no verão de 2014, agora por estes dias que passam. Segundo os jornais, fonte da direcção do Sporting terá afirmado que “tem havido propostas para o naming do Estádio, mas o Sporting não as considera boas e por isso não aceitou. No entanto, estamos disponíveis para negociar o naming do recinto”. Não houve desmentido oficial.
A questão de um naming para o Estádio tem de ser sujeita a esclarecimento e debate pelos sportinguistas e ratificada em Assembleia Geral para alteração dos estatutos do clube que no artigo 4º determinam que o principal campo de jogos se designa por “Estádio José Alvalade”.
Aliás, em Assembleia Geral realizada em 2011 os sportinguistas rejeitaram a alteração dos estatutos nesse ponto, o que exigia uma votação favorável de 75% dos sócios presentes.
No verão de 2014 os jornais publicaram notícias de que o Conselho Directivo leonino estaria a negociar o naming do Estádio pelo valor de 7 milhões de euros. Mas, 5 milhões também foram citados. Até 3 milhões! Bruno de Carvalho já abordou o assunto no mesmo sentido, embora não referisse valores concretos.
Agora, de novo notícia, é difícil calcular o valor que será o referencial para a negociação. Foi informado que o Sporting já recebeu várias propostas, mas foram consideradas insatisfatórias. Pode-se imaginar que os valores oferecidos serão irrisórios.
Em princípio, não sou favorável à adopção de um naming para o nosso Estádio principal que tem o nome de um dos fundadores do Sporting e não de uma localidade, bairro ou outro elemento que não decorre da história do clube. A grandeza de um Associação Desportiva, Social e Cultural como o Sporting também resulta das manifestações simbólicas que transmitem o sentido de uma identificação que corresponde a uma visão do percurso histórico, a uma sensibilidade e uma auto-afirmação assentes em códigos de comunicação e de produção de signos profundamente assimilados no decurso do tempo.
Por outro lado, considero que uma gestão desportiva, administrativa e financeira rigorosa e exigente dispensaria o recurso a essa estratégia. E haverá outras fontes de receita para além das habituais. Sei que a vida é feita de mudança, mas também é feita de permanências. Não me convence a argumentação que a concessão seria feita por um determinado período de tempo, porque, concessionada uma vez, sê-lo-ia por muitos e muitos anos, tornando-se uma fonte de receita normal e permanente e, em breve, exaurida no sorvedouro da dívida financeira.
P.S.: Este é o meu primeiro texto no Camarote Leonino. O convite do Rui Gomes constitui um motivo de grande orgulho e entusiasmo por me permitir partilhar de forma privilegiada na blogosfera leonina as minhas convicções relativamente ao Sporting Clube de Portugal. Faço-o imbuído do espírito sportinguista e certo de que a memória, a esperança, a verticalidade e o esforço contribuem para que o nosso Clube trilhe o seu caminho com sucesso. Trarei sempre comigo, no bolso, a recomendação de José Saramago: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”
A maquete do novo estádio da AS Roma que tem início da construção prevista para 2016, em Tor di Valle, no sudoeste de Roma, que vai custar nada menos do que mil milhões de euros, custos que serão suportados na totalidade pelo grupo de investidores norte-americanos que comprou o clube italiano.
O estádio terá capacidade para 52.500 espectadores, que poderá ser alargada até aos 60 mil lugares. Segundo as explicações dadas pelo presidente dos romanos, o estádio, por si, custará cerca de 300 milhões de euros, no entanto o valor ascenderá aos mil milhões de euros devido à construção das infraestruturas e vias de acesso para o recinto.
Actualmente, a AS Roma partilha com a Lázio o Estádio Olímpico de Roma.
António Maia, antigo adjunto do Director das instalações desportivas e sociais do Sporting, lembra situações insólitas que ocorreram no velho Estádio José Alvalade:
«Um espaço destes, amplo e muitas vezes vazio, presta-se a situações por vezes insólitas. Sei que houve alguns abusos de natureza sexual mas eu nunca vi nada. Digo que sei porque, no meu tempo, os porteiros eram mesmo do Sporting e por isso tudo se sabia. Depois a segurança passou para a responsabilidade de uma empresa privada e as coisas passaram também a ser diferentes.
Diziam-me que era frequente ver um casal, na casa dos vinte anos, ir para os degraus mais altos do topo sul. Acho que tinham lá "quarto" alugado. Parece estranho mas, se alguém estiver deitado lá em cima, não é visto cá de baixo. Também é verdade que, na altura, hvia pouco cuidado na verificação de pessoas. Não havia aquela rigidez que há hoje. As pessoas entravam e podiam muito bem dizer que iam para a ginástica que ninguém controlava. Havia sempre uma ou duas portas abertas para a bancada central e no topo sul. Era fácil ! Os porteiros começaram a desconfiar daquele casal e como na altura nós já tínhamos câmaras, apanharam-nos. Foram lá buscá-los e eles nunca vieram para cá.
Lembro-me de outro casal que ia ali para a zona dos camarotes e um porteiro caçou-os. Eu até perguntei ao porteiro, "então e você apanhou-os mesmo em flagrante ?" Disse-me que sim. Dei-lhe uma palmada nas costas e disse-lhe, com um sorriso, "é pá, você é mesmo um empata f... ! Deixava-os estar e ia só no fim pá !»
Do livro Estórias d'Alvalade por Luís Miguel Pereira
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.