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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Breves considerações de Marcel Keizer, à margem do treino realizado esta terça-feira na Etihad City Football Academy, nos Estados Unidos:
"Ainda não fizemos um bom jogo inteiro. Houve partes em que estivemos bem, outras não. Um jogo tem 90 minutos e, até ao momento, ainda não foi possível. Tem sido uma pré-época difícil nesse sentido, mas os jogadores vão melhorando a forma.
O jogo com o Liverpool vai ser muito difícil, mas também muito bom. É um adversário com muita qualidade. Estamos sempre confiantes e é este tipo de jogos que os jogadores gostam, e nós também.
Por mim podem fechar o mercado, sim. Seria suficiente para mim. Em todas as épocas, antes de começar, é de esperar saídas e entradas. Temos de esperar.
Queremos manter os melhores, mas estamos no mercado. Logo temos de esperar. Não estamos em posição para manter todos. Vamos esperar que se mantenha assim.
Uma eventual saída do Bruno afectaria a equipa, mediante também o que entrar depois, mas jogadores de qualidade assim não podemos substituir".
O vídeo-árbitro foi o tema de abertura do IV Congresso 'O Futuro do Futebol', organizado pelo Sporting. Num painel subordinado ao tema ‘Vídeo-árbitro: presente e futuro’, moderado por Keith Heckett, antigo árbitro inglês, os presentes foram brindados com a experiência do VAR em três países: Portugal, Alemanha e Estados Unidos da América e ainda a perspetiva da Internacional Board. E com isso foi possível verificar pontos em comum, mas também diferenças na aplicação da tecnologia e para onde caminha.
E as diferenças principais chegam da Major League Soccer, dos EUA. A tecnologia foi implementada esta época, mas antes, houve treinos intensivos durante seis meses, com árbitros, televisões e ainda explicações para os adeptos, tanto nos estádios como nas televisões que transmitem as partidas. Uma das medidas foi contratar o antigo árbitro inglês Howard Webb, que deu formação a árbitros, mas também foi a vários programas de televisão e deu muitas entrevistas onde promoveu a tecnologia.
Outra diferença passa também pela comunicação com os adeptos nos estádios. As imagens consultadas pelo árbitro principal numa determinada decisão são passadas a seguir nos ecrãs dos estádios, após o recomeço do jogo, para que os presentes possam ver em que se baseou o juiz do encontro. Greg Barkey, director técnico da MLS, explicou ainda que os árbitros mais novos estão mais à-vontade com a tecnologia, mas têm mais dificuldades em tomar decisões, precisam de mais tempo para ver as jogadas, ao contrário dos árbitros mais experientes. E isso tem um custo no tempo de jogo:
"Com o passar do tempo, o número e tempo das interrupções baixaram drasticamente. Agora os árbitros só vão ver o que realmente interessa. Mas o que dizemos é: 'Se está a demorar imenso tempo para ver a jogada, demasiadas repetições, à procura de algo, é porque não há nada", disse Greg Barkey. As 'zonas cinzentas' continuam a ser o principal obstáculo, mas o responsável recorda que o VAR não vai acabar com os erros de arbitragem. Por isso, só deve intervir em situações onde é claro o erro do árbitro. Situações dúbias ficam nas mãos do árbitro principal.
A opinião de Jorge Jesus:
"Partilho a opinião, mas são realidades diferentes. Um adepto dos Estados Unidos não é como um adepto de Portugal ou de Espanha, que são muito mais fervorosos. Com as novas tecnologias, um adepto pode ver logo ali o lance, na hora.
Penso que fomos dos primeiros países a aderir a esta ideia. Os outros têm mais que aprender connosco. Não é por ser a MLS, uma federação ou um campeonato dos Estados Unidos, que não podemos aproveitar algumas questões. Mas acho que eles têm mais a aprender connosco".
Começo por questionar os conhecimentos de Jorge Jesus sobre as origens do adepto norte-americano. Pouco ou mesmo nada, decerto, e além do mais, "fervoroso" até nem será o termo mais adequado. Eu optaria pelo termo "civilizado".
É evidente que no contexto futebolístico, o continente norte-americano tem uma história muito mais curta quando comparado com a Europa ou a América do Sul, mas em termos de organização desportiva, seja em futebol ou em qualquer outra modalidade, é líder incontestável.
A Federação Norte-Americana de Futebol (USSF) está a estudar a possibilidade de organizar um torneio paralelo ao Mundial 2018, no qual marcariam presença as principais selecções que falharam o apuramento para a Rússia.
A novidade foi adiantada pela FOX e confirmada por elementos ligados à USSF, ainda que por agora tudo não passe simplesmente de uma ideia. Segundo ainda o USA Today, este cenário terá ganho força nas hostes norte-americanas na segunda-feira, depois do afastamento da Itália do Mundial 2018, selecção que se junta às já afastadas chilena, ganesa, holandesa ou galesa, entre outras.
É muito provável que esta ideia inovadora não passe mesmo de uma ideia, dado que um torneio deste género necessitaria de autorização da FIFA, hipótese extremamente remota para não dizer impossível. Mesmo sendo uma competição em pequena escala, apresentaria um óbvio conflito com os jogos a serem disputados em simultâneo com os do Mundial na Rússia. Questões de markering, direitos televisivos e visibilidade em geral, são factores preponderantes.
Poucos dias depois de Donald Trump ter sido eleito o 45.º presidente dos Estados Unidos da América, as selecções norte-americana e mexicana defrontaram-se (este sábado), em mais um encontro de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2018, que decorrerá na Rússia.
Após uma campanha em que prometeu construir um muro ao longo da fronteira que separa os dois países, pago pelo México, que impediria, de forma definitiva, a entrada em território norte-americano daqueles que Trump chegou a apelidar de "violadores" e "assassinos"; a foto conjunta, tipo parede humana, tirada minutos antes do início da partida, não deixou de ser vista como um sinal político. Uma mensagem de que o futebol pode unir aquilo que a política insiste em separar.
Um sinal, uma imagem, uma mensagem que o internacional mexicano Oribe Peralta fez questão de contextualizar através da rede social 'twitter'. "Não há muro que nos detenha", escreveu o avançado do América, da cidade do México, minutos após o final do encontro, que a selecção azteca venceu, por 2-1.
Este Mundial de Portugal exige uma análise alargada e abrangente, mas não é para agora, quando as emoções ainda estão em alta pelo sofrimento em assistir a um jogo onde a equipa de todos nós fez tão pouco, tão pouco mesmo, face ao que era esperado e necessário.
Deixando o jogo em si para outra ocasião, estamos perante uma situação muitíssimo complicada e, a bem dizer, com a equipa a jogar a um nível tão baixo, é praticamente impossível prever um desfecho satisfatório a esta excursão no Brasil.
Um único ponto em dois jogos, 2 golos golos marcados e 6 sofridos. Na terceira e última jornada da fase de grupos, será realisticamente necessário a Alemanha derrotar os Estados Unidos, obrigatoriamente com alguns golos de vantagem, e Portugal golear Gana, marcando o suficiente para compensar a diferença entre as duas selecções; cinco neste momento. Nada nos dá razão para qualquer optimismo perante este cenário. Além do mais, é importante notar que o empate serve tanto os alemães como os norte-americanos e não me admiraria minimamente se houver algum "cozinhado" nesse sentido.
Para quem desejar ler, deixo aqui o link para uma das muitas crónicas do jogo que decorreu em Manaus.
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