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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting e a outros intervenientes do jogo com o Estoril da 6.ª jornada da Liga BWIN, que resultou numa vitória por 1- 0. Golo de Pedro Porro (67').
Todos muito solidários a jogarem à campeão ontem à noite na Amoreira; garra, querer, disponibilidade física, concentração no limite, coragem e persistência resultou numa vitória justíssima que só peca por escassa. Um penálti muito bem marcado pelo Pedro Porro tirou o enguiço que parecia ter a baliza do Estoril...e o Ajax já é passado.
DESTAQUE - PAULINHO - 5.5 - Mereceu a coroa do destaque e ainda mais valorizada pela concorrência de peso de colegas que poderiam também serem escolhidos. Se alguém merecia o golo foi o Paulinho, foi o mais rematador do jogo, procurou-o de todas as formas mas havia sempre algo a impedir a bola de entrar, até o poste naquele excelente remate em arco que daria um golo monumental, a sua persistência provocou o erro do guarda-redes no lance do penálti. Nunca se acomodou ou escondeu-se do jogo. Calou os críticos.
ANTONIO ADÁN - 4.5 - Foi fundamental na primeira parte ao impedir que o Estoril Praia ficasse na frente do marcador, defendendo à queima em duas situações a bola que levava o caminho do golo. Na segunda parte teve menos trabalho sem necessidade de intervenções de nível complicado.
PEDRO PORRO - 5 - Está num bom período de forma e de muita confiança, foi um abre latas pelo seu corredor, pena que o Sarabia ainda não esteja entrosado e maiores danos poderiam sair daquele lado para o adversário, com facilidade consegue espaço para cruzar com perigo. Marcou o penálti de forma irrepreensível e o próximo voltará a ser dele.
LUÍS NETO - 5 - A sua excelente forma física permitiu-lhe chegar à bola sempre primeiro que o adversário, varreu tudo à sua frente não dando nenhumas chances a ninguém. Podia ter marcado num remate de ressaca que levava o selo de golo mas ressaltou num defesa e a bola saiu ao lado. Boa exibição do veterano, foi um exemplo de garra.
SEBASTIÁN COATES (cap) - 5 - O patrão voltou ao seu posto e tudo foi diferente na defesa. Só mesmo ele consegue fazer aqueles cortes in extremis com a acentuada classe de grande craque. Comandou tudo à sua volta e a música saiu bem sincronizada com todos. Tornou-se fundamental no centro da defesa desta equipa do Sporting de Rúben Amorim.
MATHEUS REIS - 4 - Olhem quem é ele, entrou com atitude do sim ou sopas e as coisas até que lhe começaram a sair melhor que as outras vezes que foi chamado, foi até agora a sua melhor exibição na equipa, mostrou-se mais decidido a assumir a responsabilidade e o risco, menos faltoso, quererá sair da casca?
RÚBEN VINAGRE - 3.5 - Voltou a ser o elo mais frágil da defesa, melhor que na quarta-feira (o adversário também foi outro) procura recuperar a confiança. Esteve uns furos abaixo dos colegas mas fez uma exibição no geral positiva.
JOÃO PALHINHA - 5.5 - Um monstro no meio campo, a sua melhor forma está a chegar e foi o que se viu, entregou-se ao jogo como um leão com um só objectivo, vencer. Levou quase sempre a melhor e é responsável pela inoperância do ataque do adversário em toda a segunda parte, bloqueou-os na maior parte do tempo de jogo.Teve um tremendo remate fora da área dando vida a uma bola que quase trai o guarda redes do Estoril. Nas saídas da equipa terá que ajustar-se melhor no terreno para oferecer outra linha de passe.
MATHEUS NUNES - 4.5 - Menos exuberante por défice de inspiração mas teve um papel deveras importante no transporte da bola para a linha da frente do ataque. Executou um bom remate que quase dava jackpot na baliza do Estoril. Mostrou atitude e muita técnica quando rompia pelas linhas adversárias, criando roturas.
NUNO SANTOS - 3.5 - Não esteve ao seu melhor. Pouco inspirado, mostrou dificuldades nos duelos, desta vez perdeu mais do que ganhou, viu-se num excelente cruzamento que quase deu golo, a bola foi tirada em cima da linha de golo pelo Joãozinho.
PABLO SARABIA - 3.5 - Não está ainda entrosado nos esquemas das movimentações e por isso mostra ainda alguma lentidão a decidir, mas deixou o registo de alguns lances que mostraram um jogador inteligente e de toque fácil na bola, com capacidade de descobrir caminhos que mais ninguém vê.
JOVANE CABRAL - 3 - As suas últimas exibições muito mal conseguidas já faziam prever que voltasse neste jogo ao seu registo normal das entradas a meio das segundas partes; não trouxe nada de especial ao jogo, pareceu lento e hesitante que mostram uma crise de confiança que necessita de recuperar.
TIAGO TOMÁS - 2.5 - Entrou para os 10 minutos finais para o lugar do esgotado Pablo Sarabia, pareceu querer fazer tudo muito depressa, sem ler os tempos de jogo, precipitou-se a rematar à baliza por duas vezes matando boas movimentaçôes da equipa em contra ataque e que podiam ter terminado de melhor forma.
RICARDO ESGAIO - 2 - Entrou já em cima dos 90 minutos e só para ajudar a segurar o ouro conquistado, não fosse o diabo tecê-las.
RÚBEN AMORIM - 5 - Pediu que à equipa que desse uma boa resposta após o desaire e os jogadores corresponderam na íntegra, cumprindo especialmente na atitude, controlando o jogo na segunda parte em que abafaram o adversário. Percebeu-se que todos levaram para o campo do Estoril um único objectivo: ganhar. Fez somente três substituições, o que diz muito do compromisso assumido pelos titulares. Os adeptos sportinguistas presentes no estádio também ajudaram, dando-lhes força e confiança... foi bonito.
BRUNO PINHEIRO - 4 - Não tem as mesmas armas do seu adversário, mas bateu-se bem e até podia ter marcado primeiro não fosse o guarda redes do Sporting chamar-se Antonio Adán, o melhor guarda redes da Liga 2020. Reconheceu no final que o resultado foi justo e fica-lhe bem, tentou tudo, meteu jogadores frescos nos minutos finais, mas o adversário esteve sempre muito forte e não lhe deu quaisquer possibilidades.
TIAGO MARTINS (Árbitro) - 4 - O árbitro mais inglês que apita no futebol português, com um critério bastante largo, por vezes excessivo em que confunde faltas reais e grosseiras com faltinhas. Mas fé-lo para os dois lados e quando assim é nada a apontar.
BRUNO ESTEVES (VAR) - 4 - Nada a registar.
O Sporting e o Estoril defrontam-se amanhã para a 6ª jornada da 1ª Liga. Para a 1ª Liga, no Estádio António Coimbra da Mota, os dois clubes defrontaram-se pela última vez em 2017-18 e a equipa da casa venceu por 2-0. Foi na 21ª jornada e constituiu a primeira derrota sportinguista para o campeonato. Os leões treinados por Jorge Jesus revelaram uma ineficácia enorme e sentiram bastante a ausência de Bas Dost e Gelson Martins. No final da prova, os estorilistas ficaram no último lugar da classificação e desceram à 2ª Liga, regressando esta época ao escalão principal do futebol português.
Amanhã, na Amoreira, vamos estar em campo ao lado da nossa equipa. No final do jogo com o Ajax, o “nós acreditamos em vocês” nas bancadas foi bem elucidativo. É essa a nossa convicção, todos nós temos memória, não esquecemos o que ficou para trás e reconhecemos o excelente trabalho que está a ser feito. O que havia para dizer já foi dito. Agora, é aprender com os erros e querer jogar o próximo jogo. E vencê-lo. Por vezes, o futebol recompensa quem se entrega à luta. Não é uma ciência exacta, é certo, mas existem coisas exactas no futebol. Numa das suas canções, Chico Buarque diz que “quem espera nunca alcança”. Nem mais.
Na fotografia, imagem do Estoril - Sporting disputado em 2017-18.
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