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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
... Que já não incluirá Octávio Machado, muito embora ainda não tenha surgido um comunicado oficial a confirmar a sua demissão da SAD. Fundamentalmente, a essência organizacional do futebol do Sporting está nas mãos de duas pessoas: o presidente, Bruno de Carvalho, e o treinador, Jorge Jesus, não sendo novidade alguma, aliás.
Parece-me que André Geraldes, como "Team Manager", será, no máximo, um secretário-técnico, sem autoridade na estrutura. Sensivelmente o que Shéu Han faz no clube da Luz há muitos anos.
Exactamente o que consta o "scouting" do Sporting, supostamente liderado por Manuel Fernandes, é difícil de examinar minuciosamente do exterior. Muito por falta de maior esclarecimento neste sentido, fica a dúvida se o Manel, ou mais alguém que o acompanha nesta missão, tem contribuído para identificar muitos dos jogadores que têm vindo a ser referenciados pelo interesse do Sporting, nomeadamente do continente sul-americano.
Não vou adiantar conjecturas sobre o desempenho de Virgílio Lopes como "coordenador-técnico" do futebol de formação. Nunca nos foi explicado e não nos atrevemos a tentar compreender o que não está ao nosso alcance.
Resumindo e concluindo, parece que estamos perante mais um Verão de muitas contratações, a maioria das quais deixam a ideia que, mais uma vez, é uma aposta do tudo ou nada de Bruno de Carvalho, de mãos dadas com Jorge Jesus, na sua já conhecida ambição de conquistar o título enquanto presidente do Clube.
As notícias desta terça-feira sobre uma nova ou reforçada "estrutura" do futebol do Sporting despertou o interesse dos mais atentos. Entre estes, Rui Barreiro, ex-conselheiro leonino, que a exemplo de muitos adeptos está curioso por saber em que moldes será constituída esta suposta nova organização da SAD, que conta com uma liderança bicéfala - Bruno de Carvalho e Jorge Jesus:
«Das duas uma, ou é a constatação de que durante quatro anos não foi possível ter uma estrutura forte e foi pelo facto dessa estrutura não existir que o Sporting não atingiu os êxitos que devia alcançar, quer interna, quer externamente e essa constatação é porque na prática durante quatro anos não se fez o que se devia ter feito, ou então, é uma vez mais a tentativa de arranjar alguma desculpa para o facto de não terem sucessos desportivos.
Espero que havendo um reforço da estrutura isso signifique não apenas quantidade, mas principalmente qualidade. É bom que se assumam responsabilidades. Se as coisas até aqui não têm funcionado bem do ponto de vista desportivo, é porque essa bicefalia não tem funcionado. Reconhecer que é preciso melhorar já é um mérito, resta saber se isso irá acontecer.
O Sporting tem um conjunto de jogadores que precisam de oportunidades e que já deviam ter sido dadas. Tenho dificuldade em perceber que jogadores que estavam a crescer nos clubes onde se encontravam, tenham sido resgatados e depois fiquem sem a oportunidade que deviam ter. Mas tendo essa bicefalia permanente certamente que essas duas cabeças saberão o que estão a fazer.
No final do jogo com o Vitória de Guimarães, o comportamento de Bruno de Carvalho deixou a imagem de um presidente sintonizado com as claques. Sentiu a necessidade de dar explicações e reconfortar as claques».
Na sequência dos seus queixumes de Domingo após o empate em Alvalade com o Vitória de Guimarães, o jornal Record - novo "quasi-oficioso" porta-voz do Sporting - faz capa esta terça-feira a anunciar que Jorge Jesus "vai ter estrutura reforçada".
Bem... já sabemos que parte dessa equação é Azevedo de Carvalho, dado que o próprio anunciou há uns dias que iria assumir um papel mais activo no futebol (irá jogar ?). De resto, só dá para pensar que podemos esperar mais uma carrada de jogadores no Verão.
E, claro, como se tem vindo a verificar, uma grande aposta nos talentos da formação.
(Actual estrutura do futebol do Sporting)
... Que tenho andado equivocado nestes últimos quatro anos, muito em especial nos dois com o melhor treinador do Planeta e arredores ao leme da equipa do Sporting. Segundo este, a essência do problema recai sobre o pouco tempo para Bruno de Carvalho e ele próprio, com todos os poderes que lhe foram concedidos, criarem uma estrutura para o futebol.
Perante esta explicação de Jorge Jesus, só tenho a dizer àquele sportinguista em cada dez que, como eu, não compreendeu a complexidade desta situação... bardamerda:
Eleições: "Mais importante foi a forma como os sócios demonstraram a grandiosidade do Sporting como clube. Foi, na minha opinião. Uma vitória do grande poder da equipa do Sporting e dos seus adeptos. Vai permitir que o clube tenha estabilidade para criar uma estrutura forte dentro e fora, para podermos fazer face à dinâmica dos rivais".
Crescimento para atingir nível de Benfica e FC Porto: "No ano passado parámos a dinâmica dos rivais, mas este ano não. Eles têm uma estrutura há vários anos e o Sporting está a começar".
Promessa para não falhar: "Falha, o que é falhar? Estamos há dois anos no Sporting. No último, fizemos um trabalho acima do que eu estava à espera. Foi um campeonato sensacional. Não fomos campeões por falta de estrutura. Estamos a trabalhar nesse sentido. O Sporting não é campeão há 15 anos e o caminho faz-se caminhando..."
Trabalho de Bruno de Carvalho: "O presidente tem feito um trabalho espectacular. Sei bem do que falo. Estes quatro anos vão dar mais tempo para ele criar uma estrutura forte e para podermos discutir o título".
"Bruno de Carvalho reúne de emergência com estrutura do futebol"... Achei alguma piada a esta notícia, consciente que a chamada "estrutura", no que ao futebol profissional diz respeito, tem duas vozes de comando: Bruno de Carvalho e Jorge Jesus, e o técnico, segundo consta, nem sequer foi convidado. Porventura, porque ele próprio será tema de discussão, mas não tenhamos ilusões algumas, nada vai acontecer com Jorge Jesus num futuro próximo.
A acreditar no jornalista, Bruno de Carvalho pretende analisar em profundidade o momento do clube, considerando que há várias razões de queixa dos árbitros, que estarão a condicionar os resultados desportivos da equipa de futebol.
Se o foco do presidente for exclusivamente a arbitragem, a fim de declarar mais uma frente de batalha, será um erro, mais um, entre os muitos da sua responsabilidade relativamente ao futebol profissional.
Não é que esse enquadramento não deva ser analisado e, se necessário, debatido perante os órgãos que superintendem o futebol português, mas na minha modesta opinião, o problema principal reside em casa e é por aí que se deve começar qualquer análise.
A parte mais ingrata desta equação é que já será muito pouco, muito tarde, para salvar a época, atendendo ao leque de factores e circunstâncias inerentes à equipa principal. Já o disse aqui e reitero: tudo começa com um plantel e uma época mal planeados e quando assim é, o desfecho é inevitável.
Indiferente das exigências que Jorge Jesus terá ou não apresentado como condição da sua contratação, nunca se devia conceder-lhe o poder abrangente que ele goza dentro dos parâmetros da estrutura. O outro problema é o próprio Bruno de Carvalho, que apesar ser o presidente da SAD e, como tal, ter a palavra final no que ao planeamento de uma época diz respeito, inclusive de activos, e, sobretudo, no que refere aos aspectos financeiros, nunca, pela sua inexperiência nesta área, devia tomar parte no dia-a-dia do futebol profissional. Para esse fim, devia existir uma pessoa devidamente credenciada para exercer o cargo de director técnico (manager), que actualmente não existe.
Por estas e outras razões, não há causa lógica alguma para sentir qualquer optimismo sobre o balanço geral da época de 2016/17.
Com ou sem fundamento, anda a ser circulado na praça pública que Jorge Jesus terá ficado bastante desagradado com o insucesso no recrutamento de reforços durante esta abertura do mercado, e que terá exigido a Bruno de Carvalho a contratação de um director desportivo com conhecimentos e experiência nessa área.
Haverá, aqui, alguma divergência entre os dois, dado que a preferência do presidente do Sporting é Augusto Inácio, pessoa com quem Jorge Jesus não quer trabalhar. Aliás, Inácio saiu dessa função no início da época precisamente por imposição do treinador.
Jorge Jesus está por dentro das negociações falhadas por Danilo, Cervi e Mitroglou durante o Verão e, mais recente, por Suk, Marega e José Sá, entre outros. A totalidade dos reais contornos destes casos só eles têm conhecimento, mas o que se torna óbvio é que com pouco mais de um dia para o fecho do mercado, aquilo que o treinador desejava - além do defesa central (Sebastián Coates) - ainda não foi concretizado, nomeadamente a garantia de um outro avançado.
Foi noticiado este sábado que o Sporting recusou uma proposta por Fredy Montero e as negociações para a saída de Gutiérrez aparentam continuar num impasse. A contratação do muito promissor lituano Lukas Spalvis, que parecia estar muito bem encaminhada, foi entretanto remetida ao silêncio.
Poderá até não existir braço de ferro algum entre os principais responsáveis pelo futebol leonino, mas uma coisa é certa: se o objectivo durante este mês de Janeiro era reforçar e afinar a "máquina" para a recta final até ao título, muito pouco tem decorrido ao agrado, pelo menos do treinador. Não é de esperar, logicamente, que ele venha a público dar quaisquer indicações da sua eventual insatisfação.
Mesmo sem haver qualquer comunicado oficial para o efeito, é por de mais evidente que existe um grave impasse nas conversações entre Jesualdo Ferreira e Bruno de Carvalho, num primeiro momento, e, mais recente, com Augusto Inácio, sobre a continuidade do técnico em Alvalade. Vindo do Correio da Manhã vale o que vale, mas o jornalista Nuno Miguel Simas cita uma "fonte" directamente:
"Jesualdo Ferreira pediu para se alterar a estrutura da SAD. Com essas exigências, o Sporting é que teria de se encaixar nas pretensões dele e não o contrário. O presidente tem a estrutura montada com Inácio e Virgílio, e ele queria um modelo diferente. Jesualdo esticou demais a corda, o presidente não cede a pressões e muito dificilmente haverá retorno. Com Bruno de Carvalho, são pessoas que têm de se encaixar no modelo e não o modelo a ter de se adaptar ao que as pessoas querem. Jesualdo queria ficar com os plenos poderes que tinha no tempo de Godinho Lopes como manager. Agora é outro tempo. Esta semana ainda deverá acontecer mais uma reunião entre Jesualdo e Bruno de Carvalho, mas as posições estão muito distantes. Se não ceder, Jesualdo sairá no final da época."
Este cenário faz lembrar o treinador - e há muitos do género - que desenha o sistema de jogo da equipa ignorando as características dos jogadores à sua disposição e depois exige que estes encaixam nesse sistema, quer resulte quer não. De qualquer modo, nada nestas revelações surpreende por que uma leitura compreensível das circunstâncias, desde o primeiro dia, permitiu tirar estas ilações sobre as visões diferentes que as partes pretendem para o futebol do Sporting. Confirmando-se a veracidade da informação da "fonte", é óbvio que os principais actores estão a preparar o terreno para a saída de Jesualdo Ferreira e temendo a reacção dos adeptos - salvo os Brunecos, claro - pretendem fazer o "casting"" do professor como o mau da fita. E a estratégia resulta em pleno, com alguns, a exemplo destes comentários à reportagem:
«Considero-o um bom técnico. Experiente, conhecedor e pouco afecta que lá dentro o coração bata por um rival. Um profissional é superior a isso. MAS não pode ser superior aos interesses do Clube. PODE sair já HOJE.»
«Teve muito tempo para deixar o Sporting no verde da classificação, quem não é do Sporting, fora do clube. Em querer seguir os métodos de Godinho, disse tudo!»
«Vai-te embora Jesualdo! Conseguiste fazer o impensável, deixar o clube na pior classificação de sempre. Fizeste um bom jogo com o Benfica. Tudo o resto foi uma miséria. Obrigado e até nunca mais, não deixas saudades!»
«Ou seja, o Sr. Professor quer se colocar acima de toda a gente no Clube. Quer que o Presidente, eleito com cerca de 10.000 sócios, altere o seu programa, sufragado por esses mesmos sócios, para o acomodar. Tá bem tá."
A campanha eleitoral há longo que terminou, mas a mesma finória estratégia continua em voga e convence os incautos. Mais (menos) não era de esperar. As palavras chave de tudo isto: "estrutura" - "programa" - "modelo" - "não ceder a pressões" - "seguir Godinho" - "agora é outro tempo". Ainda nada de concreto se viu, mas a propaganda é infinita !
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