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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Há um ditado que diz “os ciganos não gostam de ver bons começos aos filhos” e que se pode complementar com outro “entradas de leão, saídas de sendeiro”. Noutra vertente mas na mesma linha descobri mais um aforismo inglês que em tradução livre se lê “falas, falas mas será que fazes”?.
Aplicando os dois primeiros à situação actual da nossa Selecção principal, até pode significar que começando mal, e tão mal começou, estamos no bom caminho e vamos acabar, possivelmente, em alta. Por isso faço figas para que os aforismos populares dêem certo.
Já o terceiro é motivo de preocupação porque, associado ao treinador, assenta-lhe que nem uma luva, feita por encomenda. Temos visto e ouvido o nosso técnico falar com uma tal convicção na conquista do título europeu, que quase nos deixamos convencer que são favas contadas. Mesmo depois da situação a que chegámos depois de defrontarmos duas equipas aguerridas mas modestas, disse com todas as letras, “só volto dia 11”.
Ora se considerarmos que essa data corresponde ao final da prova a afirmação só pode significar que no mínimo estaremos na final. E como as finais são para ganhar, seremos campeões. O que me deixa perplexo é que até agora o engenheiro ainda só ganhou no jogo falado. No jogo jogado zero . E das duas uma, ou a "bota começa a bater com a perdigota", ou arriscamos-nos a ganhar apenas o almejado título das palavras ditas.
Os ditados populares valem o que valem, (embora provenham de experiências de vida), e assim sendo tenho sérias esperanças que estas azedas palavras caiam totalmente em saco roto e que não passem de um devaneio de crítica sem sentido. Mais uma crítica como há muitas a bater no “ceguinho" e que verdade “verdadinha” às vezes bem o parece. No entanto, espero que não o seja, e que o jogo passe finalmente de falado a jogado.
Terminadas as competições futebolísticas de clubes, a rivalidade transfere-se para a guerra das contratações. É preciso alimentar a indústria comunicacional que gira à volta do futebol, mas este ano, em consequência da realização da fase final do “Europeu”, as atenções estão concentradas nas prestações das Selecções Nacionais. Daí as doses maciças de "informação" desportiva nos canais televisivos. Um verdadeiro show "enche chouriços". A participação de Portugal, hoje e sempre, agrega o todo nacional, despertando paixões, puxando pelo patriotismo e contribuindo, de forma simbólica, para a unidade nacional, mas não exageremos.
A formação da equipa de todos nós levanta naturais discussões entre os milhões de treinadores de bancada. Cabe, no entanto, à sua equipa técnica, constituir o onze, que na sua análise directa, melhor pode corresponder a cada jogo que tiver que disputar. E como não existe a equipa perfeita, o jogo jogado, corre umas vezes melhor, e outras pior, em função de muitos factores, incluindo a imponderabilidade do futebol.
Enquanto adepto também me interrogo, de quando em vez, sobre a constituição da equipa, especialmente quando o resultado não é o esperado. Contudo, faço um esforço por separar as águas, isto é, a condição de adepto clubístico da condição de apoiante da nossa selecção. Dito de outro modo, dispo completamente a camisola do meu clube e visto a cem por cento a da equipa das quinas. O meu clube é apenas um: Portugal.
Assim, é com alguma tristeza que vejo transportadas para as polémicas sobre a Selecção, a “clubite” aguda, ao ponto do cerne da discussão se focar na inclusão deste ou daquele jogador, em função do clube a que pertencemos. Dou um exemplo: considero que a formação do meio campo da equipa devia ser entregue aos três médios do Sporting para aproveitar as sinergias que as suas rotinas e a sua dinâmica representam. Para utilizar um chavão do futebol “jogam de olhos fechados”. No entanto, muitos adeptos de clubes rivais discordam publicamente desta solução, não com base numa análise técnica, mas em função da sua “clubite” e da camisola que mantêm colada à pele. Se os jogadores que referi, no exemplo, fossem de um clube rival manteria a mesma posição.
Transportar para o âmbito da equipa nacional a normal rivalidade entre clubes é, na minha opinião, possivelmente sinónimo de deficiência de formação cívica, de pequenos “ódios” tantas vezes fomentados pelas classes dirigentes, com constantes guerras de alecrim e manjerona. Nos campeonatos entre nações há apenas uma equipa. No que a nós, portugueses, diz respeito, chama-se, Portugal. Sem nacionalismos bacocos.
Numa final disputada em Baku, Azerbaijão, em que Portugal foi claramente superior à Espanha, o vencedor acabou por ser apurado através da marcação de grandes penalidades, com a selecção Lusa a sair merecidamente vitoriosa.
PARABÉNS ao treinador Hélio Sousa e aos seus pupilos por mais um prestigioso título para o futebol português, a acumular às conquistas neste escalão em 1989, 1995, 1996, 2000 e 2003,
Portugal - Espanha
8KM Arena, Baku (Azerbaijão)
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