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Quando tive a oportunidade de vir para o Sporting, sentia que era uma oportunidade de estar aqui mais perto, de ter, a nível nacional, um impacto diferente num grande clube. A partir do primeiro ano, em que as coisas não correram muito bem a nível colectivo e individual, deixei essa obsessão de lado e passei a pensar muito mais no clube do que na selecção.

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É claro que a gente acaba sempre por ter o objectivo de representar Portugal. Repeti várias vezes em entrevistas: para mim, é a maior honra que um jogador pode ter, mas deixou de ser obsessão, acho que sofri demasiado. Sempre que chegava ali a quinta-feira, ao meio-dia e meia, queria ver mesmo se estava convocado, depois senti que isso começou a mexer muito comigo. Com o trabalho que fui fazendo, acabou por me dar um bocadinho de paz tentar focar-me muito mais no Sporting.

Apesar do meu bom momento, acredito que Portugal está bem servido. Existe também a corrente de mudança, com jogadores mais jovens. O Gonçalo Inácio também já merecia uma oportunidade, já a tinha tido mas depois teve uma infeliz lesão. Ele está mais do que preparado para poder fazer um bom trabalho.

Excerto da entrevista de Luís Neto, a Expresso

publicado às 04:31

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Ainda referente à entrevista de Frederico Varandas à Revista E do Expresso, o presidente apontou o dedo a um problema que se arrastou ao longo dos anos e que se agravou por culpa da última Direcção:

"... Fizeram das claques a sua Guarda Pretoriana para se perpetuarem no poder. E as claques apoiavam incondicionalmente a Direcção em troca de dinheiro e tentavam calar alguém sempre que criticasse essa Direcção. Esta estratégia de dirigir o Clube, que se agravou com a ex-Direcção, além de ser uma vergonha, era sobretudo estúpida: criaram um monstro que no fim se virava sempre contra a própria Direcção. (...) Essa claque achava que mandava no Sporting: demitia direcções, treinadores e passou a invadir e agredir atletas. Custasse o que custasse, teria de acabar".

publicado às 03:03

mw-500.pngEste é o único casino onde os jogadores ganham todos e a casa, que somos nós, fica a perder. Foi o Fundo de Resolução que cobriu o buraco. Se há coisa em que a ida de Vieira ao Parlamento, que continua a ser útil à justiça, foi clara é que foi escolhido pela banca para presidente do Benfica. Mas não somos os únicos lesados de Vieira. O outro é o Benfica. Isto não é um debate entre adeptos, O Sporting também esteve na teia do BES.

Isto é sobre uma rede em que todos as plataformas foram usadas. E tudo ruiu porque o BES caiu. Não foi a justiça, foi a crise financeira. Agora, para além de suspeito de lesar o Estado e a banca, Vieira passou a ser suspeito de ter desviado dinheiro do Benfica nas comissões da venda de jogadores. Se for verdade, o Benfica tem de agir contra ele.

Tenho a certeza que se agarrará à presidência até ao limite das suas forças. Sabe que é a proteção que lhe sobra. Também duvido que uma direção construída por homens de sua confiança o deixe cair, por agora. Só os sócios do Benfica podem saber o que querem fazer neste momento.

Certo é que Vieira fará tudo para que sintam a investigação à sua conduta como um ataque ao clube. Tentou fazê-lo no Parlamento. A questão é saber se o clube quer continuar a ser usado ou lutar pelos seus interesses, não permitindo que Luís Filipe Vieira envolva mais o SLB nos seus problemas e negócios. 

Artigo da autoria de Daniel Oliveira, Expresso

publicado às 12:30

Pedro Gonçalves participou num controlo antidopagem a 5 de Julho do ano passado, após o Tondela-Famalicão, da 30.ª jornada da Liga NOS, e testou positivo para a presença de triamcinolone, uma substância que é proibida em certas doses e conforme a sua administração, confirmou a Agência Antidopagem de Portugal, defendendo, contudo, que "em bom rigor" o jogador "não violou qualquer norma".

O então futebolista do Famalicão - o clube não quis comentar o caso - nunca chegou a ser suspenso preventivamente, como prevê a Lei Antidopagem no Desporto e indicou o semanário "Novo", que noticiou originalmente o caso esta sexta-feira, na sua versão impressa.

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O artigo 37.º da dita lei estipula que "o praticante desportivo em relação ao qual o resultado do controlo seja positivo, logo com a primeira análise ou depois da análise da amostra B, quando requerida, é suspenso preventivamente, por notificação da ADoP, até ser proferida a decisão final do procedimento, salvo nos casos em que for determinada pela ADoP a realização de exames complementares".

Mas, segundo as respostas enviadas pela entidade, Pedro Gonçalves prestou "prova clínica (de forma imediata)" de que a substância "entrou de forma legal no seu organismo", tendo sido remetida para o Colégio Disciplinar da ADoP, que então "decidiu pelo seu arquivamento".

A Agência acrescentou que os praticantes... "só são suspensos preventivamente" quando "não têm uma Autorização de Utilização Terapêutica" para a substância em causa, ou "não apresentam uma justificação clínica plausível para o sucedido". Foi o caso de Pedro Gonçalves.

A denúncia de corrupção

A notícia desta sexta-feira do semanário "Novo" deu conta, igualmente, de uma denúncia anónima que terá precipitado (?) uma investigação do Ministério Público a suspeitas de corrupção.

Em causa estaria um suposto pagamento, na ordem dos €80 mil, feito por Jorge Pires, empresário de Pedro Gonçalves, a cinco membros da Agência Antidopagem de Portugal, para tentar prolongar o processo e impedir que este afectasse uma eventual transferência do jogador para um clube grande - que viria acontecer, em Agosto de 2020, quando foi contratado pelo Sporting.

O Ministério Público não respondeu à pergunta sobre se está, ou não, a decorrer uma investigação ao caso. Entre os membros do ADoP que teriam alegadamente recebido subornos estão Manuel Brito, presidente da entidade, e António Júlio Nunes, director-executivo.

A ADoP assegurou que os visados na notícia do "Novo" vão "agir judicialmente, de forma a repor a verdade dos factos".

Outro dos visados da denúncia divulgada pelo referido jornal é o médico Luís Horta, que já foi diretor do Conselho Nacional de Antidopagem (atual ADoP) e hoje é membro do Colégio Disciplinar deste órgão.

"Eu só tive contacto com o processo quando ele veio da ADoP, já instruído. Estou a ser alvo de uma calúnia monstruosa. Não conheço o empresário do jogador, Jorge Pires, nunca fui aliciado por ele ou por alguém. Estou há 18 anos na antidopagem e as pessoas conhecem-me e sabem que não valeria a pena. E se alguém tentasse, eu denunciaria o caso ao Ministério Público. Simplesmente nunca aconteceu".

publicado às 03:33

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O jornal Expresso publica esta quarta-feira a segunda parte da entrevista de Rui Pinto à revista alemã Der Spiegel e o autor do Football Leaks deixou críticas ao modo de actuar do Benfica.

"Eles pensam que dominam o país. Mas acabou, porque as pessoas começam a abrir os olhos. Este clube é como um polvo de influência. Há um pormenor muito importante sobre o qual quero que o público pense. Ao mesmo tempo que as autoridades portuguesas pediam às autoridades húngaras para alargar o meu mandado de detenção europeu, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria recebeu dois bilhetes VIP para jogos do Benfica e teve encontros no estádio do Benfica. Isto é o Benfica.

Não foi coincidência. Depois da publicação de e-mails do Benfica, todos começaram a perceber que o modus operandi fulcral dos seus dirigentes era alargar a influência, muitas vezes por cortesia, para alcançar os seus objectivos. O Benfica foi uma das partes mais interessadas no alargamento do meu mandado de detenção europeu. A Péter Szijjártó [ministro dos Negócios Estrangeiros] faltou o senso comum, e como diz o ditado 'à mulher de César não basta ser, é preciso parecer'. Ficará sempre uma nuvem de suspeição sobre o alargamento do mandado europeu de detenção".

publicado às 13:56

As leis da vida

Rui Gomes, em 27.07.20

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"As duas leis mais irresistíveis das leis da vida fizeram as suas respectivas aparições: a lei do mais forte, porque Vinicius, que custou €17 milhões, fez o seu 19.º golo e sagrou-se o goleador da Liga; e a Lei de Murphy, que atirou com o Sporting para o quarto lugar, com os mesmos pontos do Braga e derrotado no confronto directo com o adversário. E quem treinava os bracarenses no triunfo (1-0) de Fevereiro de 2020? Um tal de Rúben Amorim. Que perdeu os dom da invencibilidade e da intocabilidade: duas derrotas e um empate nas três últimas jornadas da Liga.

Agora que já sabemos que Rúben Amorim sabe como é, porque ele nos guiou pelo ciclo de vida de um treinador - “estado de graça, bluff, o anterior é que era bom”, disse ele -, passemos à fase seguinte: aquela em que Rúben Amorim não sabe como vai ser.

Como em muitas coisas, o que vai ser depende muito da sorte e sobretudo do dinheiro, pois apesar de todas as boas intenções de Amorim - cada lance começa lá atrás, da linha de três, e daí progredir em posse até à baliza do adversário; em sentido contrário, pressiona-se alto -, há um problemazito para resolver.

É que estas ideias interessantes, boas e bonitas de se verem, são as mais difíceis de pôr em prática; exigem bastante jeito para jogar à bola, muito além da experiência e da repetição obsessiva do treino. Em Alvalade está uma classe ainda jovem e francamente curta para grandes objectivos.

E assim o Sporting perdeu o jogo, em que os miúdos de Amorim jogaram francamente melhor do que o rival na segunda parte, pois conseguiram ligar as frases interrompidas, construindo bons argumentos perante a falta de coerência do Benfica, que emudeceu a espaços".

Pedro Candeias, em Tribuna Expresso

publicado às 03:47

Humor do dia

Rui Gomes, em 02.07.20

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Comentário de Diogo Faro, em Tribuna Expresso, sobre Wendel e o lance no início da segunda parte que não esquece:

"Pouco me importa se jogou bem, porque jogou, ou se marcou um golo, que até marcou. Por mim, depois de acabar o jogo tinha ficado 6 horas a treinar lances de 1 para 1 com o guarda-redes, e de cada vez que não marcasse tinha de fazer um post no Instagram a dizer :“Olá, eu sou o Wendel e não consigo marcar golos isolado em frente ao guarda-redes”. Alguma melhoria haveria de haver".

Será mais um caso de 'com a verdade me enganas'?

publicado às 18:09

Reflexão do dia

Juiz foi a duas finais da Liga Europa a convite do Benfica

Rui Gomes, em 14.03.20

O juiz Pedro Mourão foi a duas finais da Liga Europa a convite do presidente da SAD do Benfica, Luís Filipe Vieira. O desembargador do Tribunal da Relação de Lisboa confirma ter aceitado o convite do dirigente do Benfica e reconhece que não pagou um cêntimo para ir ver as duas finais europeias que o Benfica disputou: primeiro contra o Chelsea, em 2013, em Amesterdão; e, no ano seguinte, em Turim, contra o Sevilha. “Fui convidado e aceitei, não vejo mal nenhum disso”, diz o juiz. “Fomos e viemos num avião que estava cheio de políticos e jornalistas. As despesas foram todas asseguradas pelo Benfica, é verdade.”

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O nome deste desembargador faz parte de uma lista que a defesa de Luís Filipe Vieira entregou à equipa de magistrados que está a conduzir a investigação da Operação Lex. Esta lista não é a mesma que foi divulgada pela ex-deputada Ana Gomes e que circulou pelas redes sociais e o objectivo dos encarnados, ao entregá-la, foi demonstrar que Rui Rangel não era o único magistrado com presença habitual na bancada presidencial do Benfica — e que portanto não havia qualquer intenção em favorecê-lo.

Reportagem de Rui GustavoHugo Franco, Tribuna Expresso, aqui.

Muito mais antes e depois disto, mas, como muitos querem fazer crer, não se passa nada no universo encarnado!

publicado às 02:32

Sobre um improviso de Marcel Keizer

Rui Gomes, em 06.08.19

lpg.jpgIndirectamente ou não, a desilusão, o espanto e a raiva (aos quais junto a preocupação) que tantos adeptos do Sporting deverão estar a sentir, nasceram de um improviso, não de John Coltrane como no poema, mas sim de Marcel Keizer, que chegou ao jogo da Supertaça com um onze inicial que havia provado cerca de zero vezes durante a pré-temporada leonina. O Sporting até entrou bem, mas estratégias destas não permitem erros ou falhas ou displicências na hora de visar o objectivo, neste caso, a baliza.

O resultado, 5-0 para o Benfica, não será, sejamos justos, fruto de se assumir que se tem menos armas que o adversário. Não será sequer fruto dessa nova estratégia, desse novo sistema, inteiramente inédito nas últimas semanas para os jogadores do Sporting. Mas será seguramente fruto daquilo que restou quando, ao intervalo, Bruno Lage desmontou a surpresa de Keizer: o problema do Sporting não foi improvisar, foi ser obrigado a ir à pauta e não saber ler.

E assim se arranca uma temporada, com um Benfica adulto, preparado, no qual, para já, não se notam as saídas. Com um FC Porto onde ainda há mais dúvidas que certezas (e com um teste de fogo já na quarta-feira para a Liga dos Campeões, frente ao Krasnodar) e com um Sporting, de momento, afundado por uma derrota pesada e, aparentemente,sem arte ou engenho para sair de apertos e desafios como os que o Benfica lhe colocou à frente na segunda parte da Supertaça. E com Bruno Fernandes, o farol de talento que tantas vezes mitigava a evidência de que o Sporting é um conjunto de jogadores mas não uma equipa, de saída e sem um sucessor à vista.

Excerto de uma crónica de Lídia Paralta Gomes, Tribuna Expresso, aqui.

publicado às 03:32

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O BOM

O arranque do Sporting. Com Bruno Fernandes (pois, quem mais?) como protagonista, os leões mostraram já algumas dinâmicas de ataque interessantes, com boas combinações e variações de jogo, num encontro frente a uma equipa já com outra rodagem nesta pré-temporada. A jogada do primeiro golo, quando ainda nem sequer havia três minutos no relógio, é disso um muito bom exemplo: Bruno Fernandes a abrir bem para Raphinha, o brasileiro flete para dentro e remata, com o internacional português a ir buscar a recarga, depois da defesa incompleta do guarda-redes Jonathan Klinsmann (sim, sim, filho desse mesmo Klinsmann).

Foi quase sempre dos belos pés de Bruno Fernandes que saíram passes à procura de Luiz Phellype por zonas mais interiores do relvado de St. Gallen, embora com resultados sortidos - o avançado brasileiro esteve pouco em jogo.

Do encontro frente ao St. Gallen ficam ainda na retina bonitos golos. O de Wendel, por exemplo, grande remate de fora da área, com o médio rodeado de adversários mas ainda assim com o talento para colocar a bola ao ângulo superior. E o golo de Hefti, aos 52’, com o jogador do St. Gallen, ao melhor estilo de Ricardo Quaresma, a avançar pela área e a rematar em trivela para a baliza de Renan.

O MAU

A pré-temporada também serve para fazer algumas experiências, mas nenhuma delas correu particularmente bem a Marcel Keizer neste jogo. A começar por Tiago Ilori, a jogar a defesa-direito e claramente sem andamento para a posição.

Já Eduardo não teve uma tarde muito feliz, mas talvez a culpa não seja inteiramente sua: o brasileiro jogou na posição que Gudelj ocupava na última temporada, mas esses não são claramente os terrenos que mais gosta de pisar, já que a sua leitura de jogo está muito mais virada para a frente do que para trás. Sempre na tentação de subir (e tantas vezes a recuar atabalhoadamente por saber que estava a “infringir”), Eduardo deixou muitas vezes os centrais desamparados e é dele o erro que dá o primeiro golo ao St. Gallen, ainda antes do intervalo.

Mas pior que as experiências, que não passam disso mesmo, experiências, terá sido a diferença de jogo dos leões entre a 1.ª e a 2.ª parte. Depois de um arranque interessante e de uns primeiros 45 minutos em que o Sporting controlou ainda que sem dominar por completo, na 2.ª parte os leões raramente conseguiram pegar no jogo e sofreram com a pressão dos suíços. E nem se pode culpar apenas as inúmeras alterações, normais neste tipo de jogos. O Sporting começou a segunda parte com apenas três alterações e essas três alterações serviram para fazer entrar três possíveis titulares: Bas Dost, Vietto e Doumbia. E foi logo aí que se deu a quebra, que nunca foi estancada, com o St. Gallen a chegar ao empate e a somar oportunidades para sair do encontro com a vitória.

O HERÓI

O Sporting anda ao sabor de Bruno Fernandes, que enche o campo com aquela maturidade incaracterística para quem tem apenas 24 anos. É dele que nascem os passes decisivos, é dele que surgem os golos, as boas decisões. Mais uma vez, o médio foi a rosa dos ventos da equipa leonina, que sem ele em campo parecem preocupantemente inofensivos. Bruno Fernandes é insubstituível, todos nós sabemos, mas o que terá de preocupar Keizer é que não há ninguém sequer perto do nível do internacional português actualmente no plantel.

Entre os que entraram ao longo do encontro, destaque para Luís Maximiano, que aos 79 minutos deu provas de que é um guarda-redes mais que preparado, com uma daquelas defesas pouco bonitas mas altamente complicadas a um cabeceamento de baixo para cima de Ângelo Campos. Aos 90’, nova intervenção decisiva, a sair com o timing perfeito a uma desmarcação de um avançado do St. Gallen.

O VILÃO

Já falámos das experiências falhadas de Ilori à direita e de Eduardo a médio defensivo, mas no estádio do St. Gallen não houve jogador mais apagado que Rafael Camacho. O extremo mereceu a confiança de Marcel Keizer para a titularidade, mas mal se viu e foi substituído ao intervalo. O ex-Liverpool, que chega ao Sporting após um investimento considerável, não só monetário como em rendimento expectável para o futuro, ainda é um jovem e tem tudo para evoluir e aprender, mas nestes primeiros jogos tem deixado mais dúvidas que certezas.

Já na 2.ª parte, a grande desilusão foi Idrissa Doumbia, médio-defensivo que transita da época anterior e de quem, por isso mesmo, se esperava evolução naquelas que são as suas fragilidades, nomeadamente o controlo de bola e o passe. Continua a tremer muito o costa-marfinense, que com a saída de Gudelj deveria ser a primeira opção para a posição.

Crónica de Lídia Paralta Gomes, Tribuna Expresso

publicado às 06:48

Diogo Faro, Tribuna Expresso, comenta quem na sua opinião foram os piores da época do Sporting, nomeadamente um lateral, um médio e um extremo.

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"O flop é uma expectativa defraudada, é esperar que algo saia bem que acaba por sair mal, é esperar que alguém seja algo de muito positivo, só que depois não só não o é, como ainda consegue ser o oposto.

Ninguém quer ser um flop, nem pode querer... Acredito que ninguém lute ostensivamente para ser um flop, seja em que área for. A questão é que, muitas das vezes, as expectativas que vão gerar o flop não são criadas pelo indivíduo, mas por entidades exteriores.

Gudelj

 É sérvio, é grande, é bruto. No avião para cá vinha a ocupar uma fila inteira, comeu a comida e o tabuleiro, e ainda obrigou o piloto a deixá-lo ser ele a aterrar. Chegava o Pogba dos Balcãs, o Veron da ex-Jugoslávia, a Wall de Westeros. Só que depois não era nada disso. Aliás, a ser uma parede seria de contraplacado, e nunca na História da televisão, ou do cinema, uma parede de contraplacado se tornou icónica. Verdade seja dita, só passou a ser titular depois da lesão do Battaglia, certo. Mas perdi a conta aos jogos em que dei por mim a preferir ter lá o Battaglia a jogar só a poder dar passos à caranguejo do que continuar com o Gudelj.

Bruno Gaspar

 Neste caso, tenho de admitir parte da culpa, por ter sido eu próprio a criar expectativas. Nem sequer me lembro de ver os títulos das notícias de jornal sobre ele. Mas lembro-me que no primeiro jogo que fez pelo Sporting, eu ter pensado “olha que se calhar ainda está aqui uma mistura entre o Roberto Carlos, o Gary Neville e o Lahm”. O facto de eu estar embriagado à altura pode justificar, em parte, o meu pobre julgamento, mas foi com esta percepção sobre ele que fui para o próximo jogo. E afinal, qual Cinderela depois da meia-noite, e agora com tantos jogos passados, as expectativas que eu devia ter criado deviam ter sido “olha que somos capazes de ter aqui uma mistura de Evaldo com laivos de Grimi e um cheirinho a Marian Had".

Diaby

 É o Usain Bolt do Mali, é uma chita humana, é um Concord a voar baixinho. Pelas palavras de Sousa Cintra e, também sempre pelas capas dos jornais, começámos a achar que, nos tempos livres, o Diaby ia protagonizar os anúncios sobre a velocidade da fibra óptica, ia fazer entregas da UberEats a correr e chegar mais rápido do que as motas, ou até ser protagonizar uma série de animação onde iria estar constantemente a fugir de um coiote. Quase que era isto tudo. Acabou por ter mais em comum com o Djaló do que com que tudo o resto que nos queriam fazer acreditar. Primeiro, os nomes das filhas também devem ser francesas como as do Djaló, Lyoncée e Lyannii. Depois, a velocidade era interessante, mas não assim tão alta. E por fim, as suas recepções de bola também faziam lembrar exercício de Física no 12º ano: “se a bola bater a 70km/hora num tronco de um sobreiro, vai ressaltar a que velocidade?”.

Não gosto de ser ingrato, agradeço o que fizeram pelo Sporting. Mas as expectativas são tramadas e eles foram, de facto, três flops".

publicado às 03:34

Reflexão do dia

Rui Gomes, em 05.05.19

 

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"Actualmente, é recorrente medir o fracasso pela obtenção de vitórias ou derrotas, o que é, obviamente, demasiado redutor para ter algum fundamento. Felizmente, no caso de Nuno Dias (Sporting CP) houve clarividência suficiente para perceber que o trabalho de uma equipa e, particularmente, de um treinador, não se mede simplesmente pelos resultados positivos e negativos, como quase sempre nos pretendem vender.

 

Para ganhar, ou para perder, é preciso estar lá - e só se chega "lá", repetidamente, com competência e trabalho. Depois, hélas, vem a sorte. E a verdade é que, ganhando e perdendo, temos estado sempre lá, em quase tudo: no futsal, em clubes e na selecção e com o melhor do mundo; no futebol, com clubes e com as mais variadas selecções da base até ao topo e com o melhor do mundo; e também, no futebol de praia, com clubes e com a selecção e com o melhor do mundo. É assim que se cresce, batalha a batalha".

 

Excerto da crónica de Mariana Cabral intitulada "A batalha de Almaty", em Tribuna Expresso.

 

publicado às 05:03

 

O que se passou no Marítimo-Sporting (0-0) é o espelho do futebol português: um árbitro que desde o princípio mostrou ao que vinha, um guarda-redes que passou metade do jogo a recuperar de lesões imaginárias e um treinador que nunca disse à sua equipa para queimar tempo de todas as maneiras e feitios.

 

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O Sporting não jogou bem, mas jogou muito melhor que o Marítimo. Melhor: o Sporting jogou futebol. O Marítimo destruiu o pouco futebol que houve. E destruiu-o de todas as maneiras e feitios, desde o guarda-redes Charles que se “lesionou” sozinho por três vezes, tendo sido atendido durante longos minutos pela equipa médica do clube, até ao capitão dos maritimistas, Edgar Costa, que numa disputa de bola caiu fora do terreno de jogo agarrado à mão e às partes pudendas, mas que apesar das enormes dificuldades, conseguiu dar um acrobático salto tipo salmão a subir o rio e atirar-se para dentro do campo, onde ficou longos minutos a contorcer-se e a ser assistido pela equipa médica, que teve tanto trabalho esta segunda-feira como se estivesse no banco de urgências do Hospital Santa Maria.

 

Ora perante tantas paragens de jogo, o que fez o árbitro Tiago Martins, um senhor com cara de mau? Pois, começou por dar um cartão amarelo ao Borja, supostamente por simulação, quando o defesa-esquerdo do Sporting corria entre três jogadores do Marítimo e sofreu contacto físico, mesmo que não tenha sido falta (que, no caso, seria penálti); mostra um inacreditável cartão amarelo a Coates e marca uma falta perigosa contra o Sporting numa disputa de bola entre o defesa leonino e o pequeno Pedro Pelágio; e expulsa o mesmo Coates já no período de descontos, quando o guarda-redes Charles mais uma vez demorava a reposição da bola em jogo e o sportinguista foi lá estimulá-lo a despachar-se – e claro que Charles ficou logo a contorcer-se com dores mais uns dois minutos.

 

Entretanto, poupou Edgar Costa ao segundo cartão amarelo, que seria mais que merecido.

 

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Perante tudo isto, o estimado senhor Tiago Martins deu três minutos de descontos na primeira parte e quatro na segunda. Um exagero! Um mãos largas! Deveria ter acabado o encontro logo aos 90 minutos porque aquilo foi sempre bola cá, bola lá, sem paragens nem tempo para respirar! Parecia um jogo da Premier Leauge. O Sporting vem agora dizer que o jogo só teve 56 minutos úteis. Mas claro que não pode ser. Quem viu o desafio percebeu muito bem porque Tiago Martins deu uns magnânimos sete minutos de descontos no total.

 

E de cada vez que havia um canto contra o Marítimo? Ui! Era sempre falta dos atacantes do Sporting! São pessoas sem maneiras, sempre a empurrar os adversários. Então o Bas Dost está sempre a agarrar os defesas das outras equipas e isso aconteceu imenso no domingo. Tiago Martins é que o topa!

 

E além de topar o grande "agarrador" Bas Dost, o ilustre Tiago Martins também é letrado. Entende extremamente bem o inglês. E quando Marcel Keizer, que é um treinador excitadíssimo, disse aquela frase capaz de fazer corar de vergonha qualquer carroceiro - “This shit is a joke” - o erudito Tiago Martins nem hesitou: rua! Não se admite este tipo de linguagem no futebol português! Em contrapartida, o Senhor Petit, treinador do Marítimo, esteve sempre calmo ao longo do jogo como a transmissão televisiva bem mostrou e as palavras que disse foram sempre em tom baixo e educativas, tipo “ó Edgar Costa, por favor tem cuidado e não dês tantos encostos suaves no Bruno Fernandes”.

 

Por isso, Petit ficou em campo, é um Senhor, e Kaizer foi expulso, porque é um arruaceiro.

 

Mais ainda: Petit preparou a sua equipa para jogar o jogo pelo jogo, em todo o campo, sempre com a baliza do adversário nos olhos, na cabeça e nos pés e não, como por vezes injustamente o acusam, de colocar um autocarro de dois andares à frente da baliza e de estimular os seus jogadores a derrubar os adversários, a puxarem as camisolas, a rasteirarem, a fazerem do campo um ringue de luta livre, a perderem o máximo tempo possível simulando lesões inexistentes. Ele próprio o disse no final do encontro: “Não dei indicações para os jogadores perderem tempo. Há contactos, é normal que os jogadores possam ficar no chão”. Oh, se é normal! E como eles ficaram no chão!

 

Tudo visto e revisto, o Marítimo merecia ter ganho este jogo por 3-0 e o sr. Tiago Martins deve ser considerado o árbitro da jornada. Que portento! Que competência! Que olho de lince! Que segurança! Com equipas, treinadores e árbitros assim, o futebol português será cada vez mais prestigiado no mundo e irá muito longe. Olá se irá!

 

Artigo da autoria de Nicolau Santos, na Tribuna Expresso.

 

publicado às 18:00

 

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Stephen Eustáquio é o meu jogador - é o jogador do treinador. Vai cumprir com tudo o que lhe pedir defensivamente, com rigor e excelência. Fiável, e dificilmente me falhará nesse capítulo. Se tiver que fazer um sprint para garantir que a equipa fica mais junta e mais ligada, ainda que não intervenha no lance, assim o fará num piscar de olhos.

 

Com bola, vai jogar o jogo que está na minha cabeça como se estivesse a ler um manual de instruções – robótico. Serei sempre capaz de ver o resultado do treino e do que idealizo em campo, porque cada decisão dele foi inventada por mim. Saberei sempre para onde irá seguir cada bola em que tocar. Dará sempre o seguimento que eu imagino para os lances, não me cria dúvidas. Coloca-me questões, eu respondo; não me ensinará nada.

 

Receberei informação vinda dele, mas nunca me obrigará a pensar, porque não é criativo. Ele será o barómetro perfeito para perceber a qualidade das minhas ideias, uma vez que faz tudo como eu, faz tudo por mim.

 

Francisco Geraldes é diferente. Precisa de melhorar e de fazer aquele sprint extra para ligar o jogo da equipa, ainda que não intervenha no lance. Terei que o convencer, no jogo sem bola, da importância dos momentos de esforço e que terá depois o descanso com bola. Vou mostrar-lhe que aquele momento importa para que o adversário tenha menos tempo com bola, e consequentemente para que ele possa tocar mais vezes nela. Mas ele sabe ocupar espaços, e é inteligente; não será uma tarefa tão difícil assim.

 

Com bola, divergimos, é dissidente. Marginalizado pelo futebol pragmático de Portugal. Escolherá muitas vezes, por coincidência com as ideias de jogo que tenho, os caminhos assinalados no meu mapa. Mas, haverá outras situações onde sai da estrada e das rotas que o meu GPS assinala. Não me deixa formatá-lo. Nunca.

 

Mas isso não me preocupa, porque, no final, entendo que cria novos caminhos, melhores do que aqueles que eu alguma vez poderia ter pensado. Eu pergunto e ele responde. Sabe o que fez, quando fez, e quando é que começou a idealizar o lance. Tem soluções pouco óbvias e mais interessantes do que aquelas que constam do meu manual de instruções. Com ele eu aprendo.

 

Não joga só para ele, não é egoísta, e talvez os colegas não o entendam por ele conseguir ver mais longe. Por ele, terei que alterar os meus mapas para que possam constar os novos caminhos que ele criou, para que passem a constar do roteiro dos colegas. Para que a equipa possa beneficiar da criatividade que tem.

 

Trocamos impressões, e fico sempre com a sensação que, do jogo, ele sabe muito mais do que eu. Com onze Geraldes teria uma equipa a jogar um jogo que nunca tinha pensado até então, teria a qualidade de jogo dos deuses. Porque teria onze gajos mais inteligentes do que eu a jogar sob meu comando.

 

Blessing Lumueno, treinador de futebol e cronista no jornal Expresso

 

publicado às 03:15

As nêsperas do futebol português

Rui Gomes, em 18.12.18

 

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A Nêspera

 

Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia

chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a

é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece

 

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A meio da semana, ao quinto jogo da era Marcel Keizer, não se falava noutra coisa: finalmente, o Sporting não sofria golos. É que, antes, tinha sofrido sempre: um, um, um e um. Ou seja, quatro. Mas faltava falar no reverso da medalha: marcou quatro, seis, três e quatro. Ou seja, 17. E foi por isso que o treinador holandês disse o seguinte, quando questionado pelos jornalistas sobre o assunto, antes do Sporting-Nacional: “Se marcarmos mais, não é um problema. Para mim o futebol é marcar golos. Prefiro ganhar por 3-2 do que por 1-0”.

 

Domingo à noite, os deuses do futebol pareciam estar atentos: o Nacional entrou confiante em Alvalade, começou a jogar bem melhor do que o adversário e rapidamente ficou em vantagem, 2-0. Pumba, mais dois golos sofridos. Os mais cínicos já preparavam ralhetes ao "futebol positivo" desse inconsciente chamado Keizer, como fez recentemente José Mota, que disse que os treinadores portugueses são especialistas em "anular" o jogo (a esse propósito, vale a pena ler este texto do treinador Blessing Lumueno), mas tiveram de arrumar a viola no saco quando o Sporting fez aquilo que o treinador mais quer que a equipa faça: atacar, com qualidade e variedade, para marcar mais golos do que o adversário.

 

Porque, como bem disse a minha querida colega Lídia Paralta Gomes na sua crónica do jogo, a regra primordial do futebol é esta: ganha quem marca mais golos - que é como quem diz que não ganha quem sofre menos golos.

 

Mais: o saldo do sonolento Sporting de José Peseiro era melhor? Vejamos: em seis jogos, a equipa de Marcel Keizer tem 25 golos marcados e seis golos sofridos; em 14 jogos, a equipa de Peseiro teve 24 golos marcados e 14 sofridos. Ou seja, em menos de metade dos jogos, este Sporting já marcou bem mais golos e, no fundo, mantém exactamente a mesma média de golos sofridos do que anteriormente, um por jogo. Afinal parece que isto de ser proactivo não é assim tão mau.

 

Mariana Cabral, jornal Expresso

 

publicado às 03:32

Reflexão do dia

Rui Gomes, em 10.12.18

 

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"Apesar de tudo, há que dar os parabéns ao Marcus Acuña. Já fez mais de vinte jogos e em praticamente todos eles ficou ali no limiar de ir para a rua. Aguentou-se valentemente até hoje. Praticamente um herói, este nosso argentino que provavelmente deve andar em consultas de 'anger management' para se ter andado a aguentar tão bem até esta jornada. Agora acalma-te lá que nós precisamos de ti a titular todos os jogos".

 

Diogo Faro, jornal Expresso

 

 

Nota: Em assunto separado, está a ser noticiado que Wendel fez uma entorse do joelho esquerdo com lesão parcial do ligamento colateral interno, que o obrigará a uma paragem de pelo menos oito semanas. O jogador do Sporting vai ser sujeito a uma nova reavaliação nas próximas 48 horas mas a primeira abordagem indica que será esse o tempo em que não poderá dar o contributo à equipa.

 

publicado às 14:05

 

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O Sporting recebe este domingo o Aves para a 12.ª jornada e o jogo marca a estreia de Marcel Keizer em Alvalade, um holandês desconhecido que está a mudar o futebol do Clube - agora bem diferente do que foi praticado sob a orientação do mal amado José Peseiro.

 

"Três jogos, três vitórias, 13 golos marcados e três golos sofridos. São estes os números (positivos) de Marcel Keizer nas primeiras semanas como treinador do Sporting. Mas por trás destes números está algo bem mais importante: uma ideia de jogo que, apesar de ainda estar em construção, já é possível perceber e que permite identificar alguns dos princípios que a caracterizam.

 

Nestes três jogos, foi possível observar determinadas regularidades no futebol do Sporting, fruto do processo já implementado por Marcel Keizer. Vamos por partes.(...)".

 

Um artigo interessante da autoria de Tiago Teixeira (analista de futebol), disponível na Tribuna Expresso este domingo.

 

publicado às 16:00

 

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O Sporting de Keizer é um Sporting transfigurado. É um Sporting que quer a bola e pressiona para a ter e quando a tem trata-a bem, a um, dois toques, com intensidade. E ao terceiro jogo, no mais difícil teste, a ideia de jogo do holandês, que quer a equipa a recuperar a bola em apenas cinco segundos, passou com distinção: vitória por 3-1 frente a um bom Rio Ave, três golos marcados e oportunidades para fazer mais ainda. É como a noite e o dia, a diferença do mau e do bom futebol.

 

Quem frequenta certo espaço nocturno lisboeta de nome Incógnito, ali entre o Chiado e o Palácio de São Bento, sabe bem que, tão certo quanto os impostos, a morte e outras inevitabilidades, é algures a meio da madrugada passar um tema de um rapaz chamado Twin Shadow, de seu nome “Five Seconds”.

 

Não consta que Marcel Keizer vá dançar ao Incógnito ou se tenha inspirado em Twin Shadow para a sua metodologia de treino. Mas de acordo com as palavras de Gudelj no final do encontro frente ao Qarabag, também para ele o segredo está em cinco segundos.

 

Cinco segundos é o tempo que os jogadores do Sporting têm para recuperar uma bola perdida, cinco segundos é o que têm para pegar nela, dar no máximo dois toques e rodar para o próximo. Se Twin Shadow, logo no arranque da canção, canta “cinco segundos para o coração, directos para o coração”, para Keizer e para este novo Sporting, são cinco segundos para o bom futebol, directos para o bom futebol.

 

Lídia Paralta Gomes, no jornal Expresso, aqui.

 

publicado às 04:33

 

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O guarda-redes português Miguel Santos, actualmente ao serviço dos romenos do Astra Giurgiu, teve ocasião de defrontar Marcel Keizer durante a sua estada de ano e meio na Holanda e quando este era o técnico da equipa B do Ajax. Eis algumas considerações suas sobre as ideias de jogo do provável novo treinador do Sporting:

 

"O Ajax B era uma equipa extremamente dominadora, corria riscos, tinha uma saída de bola curta e uma atitude ofensiva muito grande", recordou o guardião luso, em alusão à temporada de 2016/17, em que a formação secundária do clube de Amesterdão terminou a II Liga holandesa em 2.º lugar, com 93 golos marcados (e 54 sofridos) ao longo das 38 jornadas.

 

Foi precisamente o sucesso dessa campanha que levou Keizer à equipa principal do Ajax, onde replicou "o mesmo estilo" exibido na época anterior ao comando dos bês, tendo ajudado a potenciar jovens como os já internacionais holandeses Justin Kluivert, Donny van de Beek, Frenkie de Jong e Matthijs de Ligt.

 

Apesar das diferenças entre o futebol português e o holandês, Miguel Santos acredita que o modelo de jogo do técnico de 49 anos "pode ter sucesso" em Portugal. "Está tudo na confiança, para se correr riscos. Talvez numa equipa B e numa liga secundária haja menos pressão. Mas quando chegas à equipa principal e tens pela frente jogadores mais habilidosos e experientes, cada erro é fatal. Podes pagar mais pelos erros numa I Liga".

 

Sobre o homem Marcel Keizer, Miguel Santos confessa desconhecimento: "Nunca entendi o holandês, por isso sempre estive à parte."

 

Resumo de um artigo de David Pereira, no Diário de Notícias

 

Nota: Já referimos num outro texto aqui publicado, que Marcel Keizer foi despedido do Ajax em Dezembro 2017, após apena seis meses de serviço. Na altura do despedimento o Ajax ocupava o 2.º lugar no campeonato, atrás do PSV Eindhoven, e já levava 51 golos marcados e 16 sofridos, em 17 jogos, uma média de 3 golos marcados por jogo, clara evidência do estilo ofensivo que Keizer aparentemente impõe nas suas equipas.

 

Por qualquer motivo não muito claro, e apesar deste registo, a administração do Ajax não gostou como a equipa estava a ser conduzida. Só isso pode explicar o despedimento, especialmente num campeonato que não é reconhecido pelo seu futebol defensivo.

 

publicado às 14:00

Futebol com humor à mistura

Rui Gomes, em 05.11.18

 

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Eis algumas apreciações à performance de jogadores do Sporting no jogo de ontem diante do Santa Clara, pelo humorista Diogo Faro, jornal Expresso:

 

RENAN RIBEIRO

O Renan fez no primeiro golo aquilo que eu devia ter feito ontem com o último shot de tequilla. Hesitou e não foi lá buscar a bola. Eu não hesitei e fui ao bar sabendo que já era demais. Tivesse sido ao contrário e teríamos evitado muito sofrimento a muita gente, principalmente a mim.

 

LUMOR

Só hoje é que fiquei a saber que se chama Lumor Agbenyenu, e agora acho que o Sporting o devia incentivar a passar a usar Agbenyenu, e não Lumor, para dar mais trabalho aos comentadores. Tudo o que seja para os castigar pelas parvoíces que dizem, sou a favor. Portanto, Agbenyenu fez um jogo certinho com dois destaques importantes: o facto de nos fazer perceber que podemos continuar a jogar com o Acuña no meio-campo (excelente!) e lançou bem a bola da linha lateral para o Jovane cruzar para o golo. Talvez este segundo ponto não seja um grande destaque, afinal.

 

NANI

Claramente a poupar o seu talento para o jogo contra o Arsenal no qual vai marcar um golo e fazer uma assistência. Foi apenas por isso que não brilhou como tem feito já em vários jogos deste campeonato. Agora não nos deixes na mão na quinta-feira, ó Luís Carlos.

 

BRUNO FERNANDES

Sinto que não jogou Worms Armaggedon o suficiente. Se o tivesse feito, sabia bem melhor como atirar granadas quando o vento está muito forte, quer a favor quer contra, e alguma daquelas 65 bolas que rematou teria entrado.

 

DIABY

Se calhar está com saudades do Peseiro e as emoções triste não deixaram que fizesse um jogo da mesma qualidade que fez na semana passada. Já todos tivemos saudades de alguém ao ponto de as nossas pernas nem responderem em condições. Diaby, tens de ser forte. Lembra-te de como o Peseiro durante 6 jogos só te pôs a 27 segundos do fim, lembra-se daquela vez em que te disse que o jantar de equipa era às 23:45 e quando lá chegaste já estavam todos no café. Agarra-te a essas coisas para o esqueceres e voltares a jogar com alegria novamente.

 

JOVANE

Herói da revolução. Talvez não tenha sido um 25 de Abril ou um Maio de 68, mas o ímpeto de mudar as coisas foi quase o mesmo. Jovane entrou a perder, mas entrou para ganhar. Devemos-lhe um agradecimento sentido por estarmos em segundo lugar, ainda que possa ser provisoriamente.

 

MIGUEL LUÍS

Excelente entrada do Miguel Luís, ali com um pé a seguir ao outro, sem tropeçar nem nada. Depois acabou o jogo.

 

publicado às 04:02

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