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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
«O caminho mais solitário que um homem pode percorrer é o da coerência: veremos chegarem e partirem parceiros de conveniência, aliados de ocasião, adversário oportunistas. Todos eles autênticas tentações para que nos desviemos do caminho. E o que nos mantem? Os princípios que nos norteiem. E o que nos guia? A luz da razão.
Quando leio nas notícias que Aldo van der Laan, o Presidente do Twente, acaba de se demitir porque foi apanhado no meio de uma polémica com a Doyen, não posso deixar de sentir a tal luz reforçada e os princípios ainda mais robustecidos.
O que estava em causa era, uma vez mais e como repetidamente tenho chamado a atenção, a ingerência abusiva e contra as normas da FIFA, da Doyen Sports na gestão prática das transferências de jogadores. Seria hipócrita se fingisse não notar que o Twente foi o “viveiro” de transferências como as de Jesus Corona ou Ola John mas que, particularmente no caso que provoca esta demissão, é a partilha de direitos económicos de sete jogadores contratualizada entre a Doyen e o Twente que está debaixo de fogo: e um desses jogadores é Bilal Ould Chikh que chegou ao Benfica esta temporada.
Entende-se agora porque é que a Doyen chamou o FC Porto e o Benfica como suas testemunhas abonatórias no processo que a opõe ao Sporting Clube de Portugal e porque é que Pinto da Costa e Paulo Gonçalves se prestaram ao papel…
É como disse um caminho solitário mas o tempo vai revelando o quão acertado esse caminho é !»
Muito embora até se possa compreender o ponto de vista do presidente do Sporting, assente na premissa que o que diz é factual, já não é tão claro o que ele pretende realizar em debater questões desta natureza na praça mediática portuguesa. Não é de acreditar que o TAS venha a ser influenciado na sua tomada de decisão, quanto ao processo que tem entre mãos, por estas mexeriquices "domésticas".
Durante o pequeno almoço - como é meu hábito - li um artigo por autor não identificado, que me parece interessante e sobretudo certeiro. Sob o título "Haja coragem", transcreve-se o seguinte:
«A coisa mais ousada que Jorge Jesus e Julen Lopetegui fizeram no clássico do passado domingo foi crescer um para o outro, à entrada do túnel de acesso aos balneários. Por ter acontecido o incidente no final do jogo, dir-se-ia que ambos estavam a descarregar ali a carga acumulada de coragem a que se pouparam durante os 90 minutos de um dos mais pífios duelos entre Benfica e FC Porto dos últimos tempos. O que deveria ter acontecido, golos e espectáculo, não aconteceu. Sobre isto, nada a fazer. Já o que nunca deveria ter sucedido, as tristes cenas finais, sucedeu mesmo. Mas sobre isto, os doutores que sabiamente prescrevem o receituário que trata da disciplina do nosso futebol poderão fazer algo. Ou não ?»
Em abono da verdade, o ónus de pressionar e procurar o resultado favorável a golos era todo do FC Porto, pela diferença pontual na tabela classificativa. Jorge Jesus, depois de andar tanto tempo ao "colinho" das arbitragens, limitou-se a fazer a devida gestão do conforto proporcionado por essa tão conveniente "almofada". Uma das razões principais que fazem com que a inevitável conquista da prova de 2014/15 fique na história como o "campeonato do colinho". E... bem haja o futebol português.
Não consegui conter o riso ao ler as declarações do "vice" do Benfica, João Varandas, em que ele surge a exigir uma investigação "porque os portistas tentam condicionar os árbitros para conseguir fora do campo o que está a ser difícil dentro das quatro linhas".
Quando se fala na arbitragem portuguesa, com o Benfica de um lado e o FC Porto do outro, é o mesmo que tentar distinguir a diferença entre seis e meia dúzia, qual deles com o menos moral para falar. Mas, como bem sabemos, não iniba a hipocrisia.
Disse ainda João Varandas: "Sem interferências externas negativas de certeza absoluta que vamos ser campeões. Estamos preparados para percalços. Dentro do campo temos equipa, direcção e treinador que auguram coisas positivas para todos nós. Temos sido francamente melhores e com futebol que nos deixa satisfeitos."
Há, de facto, muitos "burros a falar de arbitragem" !
Esta temática recorda-me um artigo que eu escrevi em Março de 2014, sobre "virgens ofendidas."
Na passada sexta-feira, o Diário de Notícias publicou uma breve reportagem sobre o diferendo em curso entre o Sporting e a Doyen Sports, dando relevo à possibilidade de vários clubes serem chamados para testemunhar "contra" o Sporting, entre estes, o Benfica e o FC Porto.
Uma notícia que visa somente sensacionalismo, porventura assente em critérios jornalísticos "inclinados", uma vez que, mesmo admitindo esse cenário, os dois emblemas portugueses, além de também o Real Madrid, Sevilha, Mónaco, Manchester City e Atlético de Madrid, entre outros, só poderão atestar quanto aos seus negócios com o fundo de investimento e não ao quer que seja em relação ao Sporting, directamente.
Pinto da Costa já veio a público, esta segunda-feira, acentuar precisamente isso:
«A única coisa que nós vamos atestar é a seriedade com que a Doyen sempre lidou com o FC Porto e cumpriu com todos os acordos. Não temos nada a ver com Rojo, nem com as relações entre a Doyen e o Sporting.»
Mediante a perspectiva, será possível argumentar que é um caso clássico de "juntar o útil ao agradável", mas é de crer que o Tribunal do Desporto (TAS) terá questões de Direito muito mais complexas a ponderar, no litígio entre o fundo sediado em Malta e a Sporting SAD.
António Dias da Cunha
"Só senti atitudes ameaçadoras em Alvalade"
José Sousa Cintra
"Nunca tive problemas com o FC Porto ou o seu presidente"
O que Bruno de Carvalho pensa do FC Porto e do seu presidente, andamos nós a ler e a ouvir diariamente, já as quezílias e polémicas entre o presidente João Rocha e o clube do Norte e Pinto da Costa, são parte integral da sua história no Sporting.
E é perfeitamente natural que assim seja, tanto na vida como no futebol, e especialmente neste, em relação à arbitragem. Assente neste raciocínio, já esperava diferenças de opinião sobre a actuação de Pedro Proença no embate de quarta-feira entre o Benfica e o FC Porto, mas não tanto como acabo agora de verificar.
Os antigos árbitros Jorge Coroado, Pedro Henriques e José Leirós - os elementos que constituem o painel do "Tribunal O Jogo" - apenas estão de acordo em três lances do jogo: que a falta de Siqueira sobre Defour não justificava o primeiro cartão amarelo e que a outra falta sobre Quaresma que resultou na expulsão do jogador é bem ajuizada. Por fim, que a entrada de Quaresma sobre Maxi Pereira aos 22' foi merecedora de cartão amarelo.
Não estão de acordo sobre o lance da grande penalidade, sobre as expulsões dos treinadores e ainda sobre a expulsão de Ricardo Quaresma aos 88'.
Não é ocorrência frequente eu estar em sintonia com José Leirós, mas não há regra sem excepção e a sua análise sobre a arbitragem de Pedro Proença coincide com a minha. Partilhamos da mesma opinião sobre o lance da grande penalidade, em que ele afirma:
«Não se vê um empurrão, não se vê uma rasteira, não se vê um pontapé na perna. Não há carga ilegal, não houve grande penalidade.»
Também concordo com a sua apreciação da situação que precipitou a expulsão de Quaresma:
«Só Proença pode explicar o inexplicável. Quaresma não foi punido pela falta. Depois, apenas falou com o árbitro queixando-se de ter levado cotoveladas. Foi expulso com crueldade.»
Para a 22.ª jornada da I Liga e tendo em vista o clássico do próximo domingo em Alvalade, estavam em risco de ver o 5.º amarelo, os seguintes jogadores:
Sporting - Maurício e Heldon
FC Porto - Fernando, Danilo e Josué
No termo dos respectivos jogos das duas equipas, verifica-se o seguinte:
Sporting
Heldon jogou 63 minutos e não foi sancionado.
Maurício jogou 90+3 minutos e viu o 5.º cartão amarelo aos 57'.
FC Porto
Josué não saiu do banco no jogo com o Arouca.
Fernando jogou 90+4 minutos e não foi sancionado.
Danilo jogou 90+4 minutos e não foi sancionado.
Conclusão: Apenas Maurício terá de cumprir um jogo de castigo, falhando, portanto, o clássico de domingo.
As estatísticas ajudam a compreender a disposição disciplinar dos 3 "grandes" do futebol português, muito embora seja evidente que para se efectuar uma leitura absolutamente abrangente, teríamos de ver cada jogo individualmente e analisar os lances em que cartões foram ou não atribuídos pela arbitragem e o respectivo rigor dos critérios. Não obstante esta consideração, não será por aqui, em princípio, que o Sporting estará a ser injustiçado, em relação aos seus dois mais directos rivais.
I Liga
20 jogos realizados A = 47 AA = 1 V = 0
I Liga
19 jogos realizados A = 45 AA = 2 V = 0
I Liga
19 jogos realizados A = 50 AA = 1 V = 0
A época da Liga Zon Sagres está a despertar muito interesse - pelo menos até à 10.ª jornada - pela luta pelos lugares cimeiros que dão acesso à Liga milionária, uma imprescindível necessidade para os clubes portugueses de topo. Enquanto que o ressurgimento do Sporting não passa despercebido - a comparação à última época - a "pior de sempre" - nem merece análise, está muito em voga clamar que tanto o Benfica como o FC Porto estão muito abaixo do seu usual. Reconhece-se alguma verdade neste argumento, mas somente no que diz respeito à qualidade de futebol praticado e à ausência do domínio de anos recentes, porque as estatísticas não diferem muito. Vejamos...
SL Benfica
- 2012/13: 8 vitórias - 2 empates - 0 derrotas - 25 golos marcados - 5 golos sofridos - 26 pontos
- 2013/14: 7 vitórias - 2 empates - 1 derrota - 17 golos marcados - 7 golos sofridos - 23 pontos
FC Porto
- 2012/13: 8 vitórias - 2 empates - 0 derrotas - 26 golos marcados - 6 golos sofridos - 26 pontos
- 2013/14: 7 vitórias - 3 empates - 0 derrotas - 20 golos marcados - 7 golos sofridos - 24 pontos
Tanto o Benfica como o FC Porto ainda não tinham sofrido derrotas à 10.ª jornada da época passada, mas a diferença de pontos é 3 para um e apenas 2 para o outro.
A conclusão óbvia, não obstante a qualidade exibicional e as competições europeias, é a ascensão do Sporting. Esta é a grande diferença !!!
O Sporting recebeu e empatou com o FC Porto a 20 golos, em jogo a contar para a 13.ª jornada do Campeonato Nacional de Andebol. Entre os comandos de Frederico Gomes, Pedro Pontela (4) e Bruno Moreira (4) foram os melhores marcadores.
Com este empate o Sporting falhou ficar isolado na liderança em um campeonato muito disputado:
1.º Benfica - 13J/35 pontos - 2.º Sporting - 13J/34 pontos - 3.º FC Porto - 12J/33 pontos - 4.º ABC UMinho - 13J/33 pontos e 5.º Águas Santas - 13J/33 pontos.
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