Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Um artigo muito interessante - e por isso recomendamos ler - de Hugo Tavares da Silva - em Tribuna Expresso, sobre o sistema de jogo do Sporting sob Rúben Amorim, em que ele fez da formação leonina a melhor equipa na arte do offside, a nível europeu, no rácio entre foras de jogo provocados e remates permitidos à outra equipa.
Tudo teve o seu início no Casa Pia, onde após duas derrotas em duas jornadas, o treinador decidiu mudar algumas coisas.
Rúben Amorim chamou Bruno Simão, um amigo desde a tenra infância, e disse-lhe: “Vou precisar de ti, um jogador com formação, inteligente, vou mudar o sistema. Vou colocar isto com três centrais, vais deixar de ser lateral e vais passar a ser o meu central do lado esquerdo”. Após desaires em Loulé e com o Moura, em casa, o clube lisboeta goleou o Pinhalnovense fora, por 4-0. Ali semeou algumas das ideias que parecem inegociáveis para o treinador do Sporting.
Com essa alteração no desenho táctico, abriu-se a torneira para outra realidade prazerosa e bem-sucedida: a armadilha do fora de jogo ou, se quisermos, a fábrica de foras de jogo alheios.
O extenso artigo intitulado "O Sporting é mestre no fora de jogo mas não é armadilha" está disponível aqui. Vale a pena ler!!!
O director de desenvolvimento da FIFA, o antigo treinador francês Arsène Wenger, disse esta terça-feira que o fora de jogo pode passar a ser detectado de forma automática em 2022, a tempo do Campeonato do Mundo.
"Há uma boa probabilidade de o fora de jogo ser automático em 2022. (...) Será uma das próximas grandes evoluções na arbitragem", explicou o antigo técnico, em conferência de imprensa, em referência a uma das regras mais polémicas da modalidade.
Segundo Wenger, que em Abril deste ano já havia admitido este cenário, a medida pode chegar ainda a tempo do Mundial do Qatar, com um novo relatório sobre a matéria a estar previsto até ao final do ano, dando-se depois início a conversas com o International Board, que rege as leis do futebol.
"Automaticamente"... Confesso que me ultrapassa completamente como isto pode vir a ser possível. Colocar linhas electrónicas no relvado? A bola ter um 'chip' especial que dá sinal se um jogador estiver ilegalmente posicionado?
Não dá para imaginar!!!
Neste primeiro 'frame', a bola ainda não foi pontapeada. É por de mais óbvio que não há câmera nenhuma em posição para gravar o instante exacto do contacto do jogador do Sporting com a bola. Note-se, com atenção aos pés, que Pote, quanto muito, está em linha com o jogador do Moreirense.
Neste 'frame', verifica-se que a bola já está no ar, cerca de dois metros por cima dos jogadores. Neste instante, o pé direito do jogador do Moreirense está claramente mais recuado que quaisquer dos pés de Pote.
Neste 'frame', a bola já está um pouco mais distante. Note-se que Pote continua em clara posição regular.
Não é matéria simples ser cem por cento exacto com este processo de demonstração, mas serve, sobretudo, para sublinhar a real impossibilidade de determinar - com ou sem as supostas linhas virtuais - que Pote estava 2 cms em posição irregular.
Mais uma fantochada da arbitragem e do futebol português!!!
Bruno Esteves VAR - Rui Cidade AVAR
Comentário do nosso colega Leão do Norte:
Já em tempos, num post aqui no Camarote Leonino, foi expresso o seguinte pensamento sobre o VAR:
"Os poderes do futebol não dormem e pensaram em formas diversas de adulterar a ideia original da utilização do VAR, transformando-o numa ferramenta que pode servir para manter os seus privilégios, desde que fosse cuidadosamente utilizada.
O VAR parece instrumentalizado, não a favor de uma justiça nas decisões, mas sim em favor de decisões que, em determinadas ocasiões, são as que melhor servem os interesses dos poderes instalados. Vão continuar, sem qualquer pudor ou temor, a explorar a face "oculta" desta tecnologia e com as mais variadas formas, de modo a perverterem o seu verdadeiro sentido de justiça. Um dos exemplos é parando as imagens 5 cm mais à frente ou 5 cm mais atrás do real, o suficiente para colocar a linha do fora de jogo no local que mais lhes convém...".
(Ante) Ontem, em mais de uma ocasião, tivemos bons exemplos dessa actuação!
O lance do golo invalidado a Paulinho
O lance do golo validado ao Moreirense
Estas linhas virtuais utilizadas para avaliar os fora de jogo não me seduzem minimamente, e, queiram acreditar, que não digo isto pelos acontecimentos em Moreira de Cónegos, mas, na generalidade, pela falta de credibilidade da arbitragem portuguesa.
Se estamos a avaliar lances de golo com base em centímetros, ou até milímetros, no que ao fora de jogo diz respeito, é missão muito caricata acreditar cem por cento num processo facilmente manipulável, tendo presente, evidentemente, o histórico do VAR em Portugal.
Ainda também ontem, num jogo de um nosso rival, este processo do VAR ajudou a validar um (não) penálti que acabaria por resultar no único golo da partida e uma vitória para esse rival.
Já aqui no blogue se discutiu a polémica questão da bota que tirou o terceiro lugar da Liga ao Sporting, a escassos minutos do final do jogo, com todas as consequências. Concordo que o SCP podia e devia ter arrumado este assunto, antes do último jogo da época. Teve essa grande oportunidade, mesmo descontando erros graves de arbitragem. Não concordo, porém, com alguns sportinguistas que aqui defenderam veementemente que a decisão do árbitro/VAR foi totalmente correcta.
Pode concluir-se, que de acordo com as imagens e a colocação das malfadadas linhas, determinadas em cada momento pelo VAR, se descobriu que havia uma nesga de bota a pôr o marcador do golo em jogo. Mas também se pode questionar se a colocação da câmara utilizada que dá azo ao traçamento da linha, era a mais correcta, de acordo com a realidade, como também aqui foi defendido. E muito mais se pode questionar se a decisão seria a mesma, noutro contexto.
Mas quero, a partir deste caso concreto, que prejudicou o Sporting, ir um pouco mais além nesta questão da marcação ou não, de foras-de-jogo ao milímetro. É um preciosismo de pretenso rigor, que prejudica as equipas em jogo e o próprio futebol. Na lei do fora de jogo beneficia-se quase sempre o infractor que é precisamente quem procura tirar alguma vantagem do adiantamento. E tem evidentes reflexos no posicionamento das defesas, que se organizam com base nesse pressuposto. No fundo, o que se perde é a fluidez de jogo.
Na minha perspectiva, esta medição falível dos fora-de-jogo, a partir de linhas virtuais só por si susceptíveis de erro, que decide por uma unha do pé ou da mão, é uma aberração. A perfeição nunca existiu , nem existirá. Por isso, seria de bom senso alterar a lei de fora-de-jogo, no sentido de criar uma margem de segurança, que não deixe dúvidas, como por exemplo o corpo ou parte dele, na totalidade. Ganharia a dinâmica do jogo e a verdade desportiva. Isto para não pôr em causa a própria regra, o que talvez merecesse profunda reflexão.
Numa última nota, parece-me não merecer qualquer discussão, que em caso de dúvida se decide sempre contra o Sporting CP. Ou por um pé, ou por uma pretensa falta ofensiva, ou por um qualquer derrube na área considerado normal. Eu não sou de assumir atitudes de “calimero”, mas o histórico das arbitragens nos jogos do Clube, tem um saldo fortemente negativo em casos menos claros. E se nalguns pode não ter efeitos graves, noutros já tem custado títulos.
E faço esta pergunta: que raio de influência tem uns centímetros de um pé, na sequência de uma jogada?
Aleksander Ceferín, presidente da UEFA, defendeu a necessidade de se encontrar uma alternativa à interpretação da regra do fora de jogo feita com a tecnologia de linhas do VAR. O líder do organismo europeu não quer que "as equipas sejam arruinadas por uma má decisão".
"Um centímetro fora de jogo não é fora de jogo... Essa não é a intenção ou o significado da regra. Tem de ser um erro óbvio e decisivo para o VAR intervir", afirmou Ceferín em entrevista à Sky Sports.
De referir que a UEFA prepara-se para introduzir linhas virtuais mais grossas nos lances de possível fora de jogo analisados pelo VAR. Esta mudança deve entrar em vigor a partir de 2020/21, nos jogos da Liga dos Campeões e Liga Europa.
"Linhas mais grossas são mesmo essenciais, porque a linha é colocada subjectivamente. Não existe precisão exata e um centímetro pode arruinar a época de um clube. A mão na bola também é problemática, mas não sei o que fazer acerca disso", observou.
Não há campeonato algum de topo sem situações polémicas por golos invalidados pelo VAR devido a foras de jogo milimétricos.
A imagem que publicamos é do jogo desta quarta-feira entre o Burnley e Aston Villa em que um golo foi invalidado pelo VAR à equipa visitante, porque o calcanhar do goleador estava, por milímetros, adiantado relativamente ao último oponente.
Entretanto, o Internacional Football Association Board (IFAB), organismo que regula as leis do jogo no futebol, decidiu tomar uma posição pública em relação à atuação do VAR, nomeadamente em lances de fora de jogo, manifestando que as indicações dadas para considerar um lance irregular não estão a ser bem interpretadas.
Lukas Brud, secretário-geral do IFAB, assegurou que novas directivas serão dadas no final da Assembleia Geral anual do organismo, agendada para o final de Fevereiro. O dirigente, acrescentou que no que confere aos foras de jogo, o VAR só deve intervir em "situações claras e óbvias". Mais, explicou que há um conceito de dúvida ou margem de tolerância que deve prevalecer em casos duvidosos:
"Se uma situação não é clara à primeira vista, então não deve ser considerada. Olhar para uma câmara de um ângulo é uma coisa, mas olhar a quinze, procurando encontrar algo pode estar ou não ali, essa não era a ideia original."
A realidade é que a lei de fora de jogo sempre foi controversa e as várias medidas que o IFAB implementou ao longo dos anos pouco ou nada melhoraram a situação.
Agora, com o VAR operacional, há de facto casos em que erros são detectados e corrigidos, contudo, há outros tantos que só resultam em decisões polémicas.
Parece-me que a essência do problema recai fundamentalmente sobre a lei de fora de jogo. Não recomendo que seja eliminada, mas há muito que exige ser algo simplificada.
O vídeo-árbitro (VAR) é uma outra discussão e é tudo menos consensual, especialmente no futebol português, onde a credibilidade das pessoas que exercem a função está muito em dúvida.
Aos 68' do Rio Ave-FC Porto, o árbitro anulou a Tarem o que seria o golo do empate (1-1). O lance foi depois ao VAR que, após longa consulta, confirmou a decisão inicial do juiz Nuno Almeida.
O leitor consegue ver o fora de jogo?... Eu não consigo, mas talvez que o problema seja meu.
Que houvesse dúvidas da parte do árbitro-auxiliar, ainda se admite, mas a consulta ao VAR devia ter esclarecido o cenário. E esclareceu... com o que parece ser uma decisão errada.
Enfim... mais do eterno mesmo do futebol português!
Mais um golo, uma vitória e três pontos à custa do "limpinho, limpinho" !!!
A jogada pode ser vista aqui.
Surgiu uma questão que me ultrapassa completamente e ficaria agradecido aos leitores se me auxiliassem a compreender:
A jogada que deu em golo para o Sporting foi iniciada por William Carvalho sensivelmente aos 51:30 minutos de jogo. A foto que publicámos no último post, com a bola já em movimento por passe do médio leonino, indica o tempo de jogo como sendo 51:36 minutos. O registo oficial da Liga tem o golo como tendo sido marcado aos 52 minutos, muito embora, na realidade, tenha sido aos 51:42 minutos. Estes são os factos comprovados.
O pasquim dos Cofinas, que passa pelo nome de "Record" - sob a tutela do super-lampião João Querido Manha - publicou uma foto do lance do golo esta segunda-feira, com a linha virtual para explicitar a exacta posição dos jogadores envolvidos na jogada, com a seguinte legenda:
"Dois erros graves de Pedro Proença: aos 44' não viu o penálti de Cédric sobre Jackson e aos 52' deixou passar um fora-de-jogo milimétrico a André Martins, que dali cruzou para o golo leonino. Decisivo, portanto."
A acima referida foto, com a respectiva legenda, publicada pelo pasquim pode ser vista aqui.
Vejamos então o meu dilema: o tempo de jogo na foto em questão é 55:12 minutos, repito, 55:12 minutos.
Até haverá algo muito significativo que me ultrapassa, mas confesso que não compreendo como é que um golo que foi marcado aos 51:42 minutos de jogo, pode surgir em foto, como sendo um lance iniciado aos 55:12 minutos. E mesmo admitindo que reflecte o momento da repetição e não o da jogada em si, como explicar as diferenças entre imagens ?
Recuso acreditar que é mais uma obra de adulteração do pasquim, a exemplo do emblema do Sporting rasurado da toca do nadador leonino Alexis Santos. Não quero acreditar que um histórico diário desportivo recorra novamente a um tão desprezível acto, para não dizer pior. Não quero acreditar... mas como não compreendo, agradeço, então, uma qualquer explicação plausível sobre este fenómeno editorial.
Há cerca de um ano a FIFA nomeou uma comissão liderada por Franz Beckenbauer para rever algumas Leis do Jogo e apresentar sugestões para o seu melhoramento. Ainda nada foi divulgado do trabalho deste grupo mas, entretanto, o organismo que superintende o futebol Mundial anunciou uma nova interpretação sobre quando deve ser, ou não, assinalada posição irregular a um jogador. Já comentámos esta abordagem à Lei do Fora de Jogo neste post do dia 8 de Julho de 2013, mas o árbitro Jorge Sousa comentou recentemente esta alteração mediante o que já foi conversado pelos elementos da arbitragem portuguesa:
«Agora um jogador para ser punido terá de ter uma intervenção muito mais directa na jogada do que tinha até agora. Estar fora de jogo por si só não era motivo de punição, agora para ser punido será ainda mais restritiva essa punição. Só será fora de jogo quando o jogador intervém directamente na jogada ou influencia o adversário. A nova Lei refere que em vez dos "gestos que podiam ser factor de engano ou diversão" - tal como se lia no texto anterior - o fora de jogo será assinalado quando um jogador impede um adversário de disputar a bola, "obstruindo claramente o seu campo de visão ou disputando a bola". Ou seja, quando a posição irregular for assinalada, o jogador em causa terá uma interferência física no jogada e terá de estar, no máximo, a um metro e meio da bola.»
Nunca concordei com o todo da nova lei e acho que esta recém-interpretação irá ainda provocar maior confusão e irregularidade na sua aplicação em campo. Adicionalmene curioso é que decidiram implementar a acima referida interpretação ao talvez menos utilizado critério no fora de jogo. Não tenho memória da última vez que assisti a um fora de jogo a ser assinalado porque um jogador que não tocou na bola interferiu na jogada.
Algo muito mais de concreto tem que ser alterado com o fora de jogo e esperamos que a referida comissão de Beckenbauer apresente uma solução viável.
Alterações à Lei 11 das Leis do Jogo da FIFA - fora de jogo - foram aprovadas pelo «International Board» e entraram em vigor no dia 1 de Julho. Como tal, são aplicáveis em todos os jogos, amistosos ou oficiais, a partir dessa data. Estas alterações não afectam tanto a letra da Lei, mas sim a sua interpretação em determinadas situações de jogo, mediante as clarificações enunciadas pela acima referida entidade.
Será prudente o adepto ler estas alterações cuidadosamente, para evitar confusão e discussões desnecessárias mais tarde.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.