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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Alguns destaques da entrevista que Francisco Salgado Zenha - vice-presidente do Sporting - concedeu a Record:
O novo empréstimo obrigacionista de 30 milhões de euros
"O Sporting emitiu há três anos uma obrigação idêntica pela exacta mesma taxa de juro. Estamos hoje numa situação muito mais positiva. O Sporting tem rendimento desportivo como já não tinha há bastante tempo, tendo sido campeão nacional 19 anos depois. Do ponto de vista estrutural, está numa situação financeira muito melhor e no caminho bem certo para reverter os prejuízos do passado. Está com os activos muito mais valorizados. O plantel do Sporting é avaliado pelo Transfermarkt em quase 200 milhões de euros, contra os 74 milhões de euros de avaliação contabilística. O Sporting hoje apresenta a nível financeiro, estrutural e desportivo uma situação muito mais sólida e interessante (...)".
A necessidade, ou não, de vender jogadores
"O Sporting trabalha sempre na lógica de o plantel que é definido para a época ser o plantel que permanece até ao final da época. Agora, não há jogadores intransferíveis no Sporting. Não é essa a nossa política. Não é esse o nosso modelo de negócio. E não é esse o nosso modelo desportivo, também. Trabalhamos para desenvolver jogadores. Se eles tiverem oportunidade de ir para outro clube e se isso for coincidente, em linha, com a vontade do Clube, da direcção desportiva e ainda da equipa técnica, então pode muito bem acontecer. Achamos que a equipa é sólida, competitiva e pode ficar até ao final da época. Não podemos fechar portas a nenhuma possibilidade, estamos abertos a qualquer uma, mas o que queremos dar é estabilidade (...)".
Condições para reforçar a equipa
"Não tive ainda feedback da direcção desportiva, da estrutura de futebol, porque ainda não reunimos. O que posso dizer agora é que o mercado de Janeiro, do ponto de vista financeiro, ainda não está orçamentado neste momento. O que não quer dizer que não possam acontecer situações em Janeiro. O mercado está aberto. A partir daí, teremos de analisar todas as possibilidades. Agora, do ponto de vista financeiro e de orçamento, não está previsto nenhum investimento no mercado de Janeiro (...)".
As renovações que têm vindo a ser efectuadas
"As renovações em nada alteram a política salarial da Sporting SAD, nem produzem impactos ou desvios naquilo que é a nossa política orçamental. Os aumentos que estão a ser feitos estavam previstos. A massa salarial do Sporting vai andar, de modo geral, nos valores da última época".
O futuro de Rúben Amorim
"Eu acho que o Sporting deve dar-se ao luxo de ter um treinador campeão como o Rúben Amorim. A relação do Sporting com ele está reflectida nas palavras do próprio, quando diz que por ele renova. Por nós, estamos sempre abertos também. Já o fizemos, e estamos muito satisfeitos com o trabalho dele. Acho que não há ninguém no Sporting CP que não esteja. Estamos completamente em sintonia".
A saída de João Mário
"Nós estamos confortáveis com a proposta que fizemos. Era aquilo que podíamos fazer. Que eu saiba, não tivemos nunca uma resposta, de que aquilo que estávamos a oferecer, sequer, não fosse aquilo que o jogador procurava. Portanto, estamos confortáveis com a proposta que fizemos, trabalhada, antecipadamente, para quem quer estar no Sporting CP e quem gosta de estar no Sporting CP. Quem não gosta e não quer, não fica. Mas isso já não é connosco".
A troca de Rodrigo Fernandes por Marco Cruz
"(...) O Sporting não tem qualquer mais-valia registada desta troca de jogadores. Zero. O Sporting em nada beneficiou do ponto de vista de contas desta operação. Estamos completamente confortáveis. Não há nenhuma justificação contabilística do que quer que seja para ter feito esta troca. O que há é uma justificação desportiva. Houve uma decisão técnica, depois aprovada em Conselho de Administração, de troca desses dois jogadores. Entretanto, há a necessidade de avaliar os jogadores. Não íamos de modo algum avaliar o Rodrigo Fernandes em zero. Temos forçosamente de indicar um valor nos contratos e, para esse fim, tentamos internamente estabelecer referências – informações, opções de compra até de jogadores que temos emprestados, jogadores comparáveis que vendemos por valores desta ordem, por exemplo o Thierry Correia (...)".
Os salários da Administração
"Quem define a política de remuneração do Conselho de Administração é uma comissão de remunerações que é composta por um painel independente de três pessoas. O salário actual da Sporting SAD encontra-se no percentil mais baixo. O que essa comissão fez foi recomendar um limite máximo, que é acima do que nós estamos agora. O Conselho de Administração manteve aquilo que já existia na direcção anterior. E este ano não houve nenhum aumento. O limite já era assim, é igual ao anterior, e nós recebemos abaixo desse limite".
Salgado Zenha explicou muito mais, mas estas são as suas principais e mais importantes considerações.
Francisco Salgado Zenha, em declarações à Antena 1, abordou a actividade do Sporting no mercado de transferências e, num recado a potenciais interessados nos jogadores leoninos, o vice-presidente deixou um recado à navegação: "O Sporting não está em saldos".
"Somos um clube vendedor, portanto eventualmente venderemos. Os clubes compradores sabem os preços dos jogadores. As pessoas falam muito de desvalorização... porque os jogadores ficam, não ficam ou deixam de ficar. Dou o exemplo do João Palhinha, que não foi ao estágio, mas agora voltou, foi integrado e está a jogar. É um jogador altamente valorizado e as críticas em geral foram muito positivas.
Não vejo que haja qualquer desvalorização de qualquer activo nosso quando o mercado sabe o preço pelo qual o Sporting CP pode vender esse activo. O Sporting não cederá aos valores que consideram justos pela venda do activo".
Quanto ao recém-acordo com o SC Braga tendo em vista o pagamento de Rúben Amorim, o dirigente lembra outras renogociações com demais clubes:
"Excluindo o SC Braga, o Sporting renegociou pagamentos com cinco clubes e não vi isso aparecer nos jornais nem vi nenhum drama. Como tivemos outros clubes e parceiros e clientes que renegociaram com o Sporting. E aceitámos porque percebemos a conjectura. Temos de ser uns para os outros, é igual para todos".
A terminar, Salgado Zenha comentou os resultados do recém-divulgado Relatório e Contas de 2019/20:
"... Estamos muito satisfeitos por estarmos a conseguir cumprir com o que era o nosso objectivo e estratégia de estabilização financeira. Foi conseguido num ano muito difícil, o que prova a resiliência da política financeira deste Conselho de Administração.
Os resultados são sobretudo fruto de um ano de contexto e conjectura normal, no entanto com esta politica financeira podemos estar mais preparados para um ano adverso como vamos ter pela frente. Existem condições para reverter os capitais negativos num futuro próximo".
A administração da SAD do Sporting cortou em 40% os vencimentos dos jogadores do plantel profissional do Sporting, medida de gestão que Francisco Salgado Zenha considera inevitável, de forma a mitigar os efeitos da pandemia no Clube. A este propósito, o vice-presidente admite ter ficado "sensibilizado" com a postura da equipa:
"Todos receberam a notícia bastante bem. A decisão foi comum, unânime, e assinámos um acordo com todos. Falo sobretudo dos jogadores cujo passe é detido pelo Sporting, nos outros casos é algo diferente. Até fiquei sensibilizado pela forma como reagiram e se esforçaram por perceber que a decisão era difícil.
Fomos o primeiro dos grandes clubes a tomar esta medida e diria até o primeiro clube em Portugal a fazê-lo com este peso e importância.
Enalteço o notável papel dos três capitães: Coates, Mathieu e Battaglia. Deixo-lhes uma palavra especial. Tiveram um grande peso e sem eles não seria possível.
Francisco Salgado Zenha, vice-presidente do Sporting, marcou presença na Sporting TV esta quinta-feira e esclareceu alguns aspectos do recém-empréstimo de 65 milhões de euros:
Omissão do nome do fundo Apollo
"Enquanto empresa e enquanto parceiro que somos dos investidores, devemos manter as coisas em sigilo. Não vou revelar... Já muito se falou e nós nunca transmitimos nada, nem vamos fazê-lo. O Benfica e o FC Porto fizeram transacções semelhantes e não partilharam essa informação. Na altura, também ninguém quis saber dessa informação. Tenho de ser coerente como gestor: não se escrutina este tipo de informação em praça pública. É confidencial. Não podemos ser um livre aberto e andar a partilhar essa informação.
Tanto o Benfica como o FC Porto fizeram acções semelhantes e ninguém sabe quem são as contrapartes. Não vejo motivo para partilhar essa informação quando mais ninguém partilha. O Sporting não deve ser diferente dos outros, nem ter as suas finanças em praça pública. Os sportinguistas devem entender isso. Não podemos fazer mal a nós próprios. Fez-se muito isso na campanha. Não concordei e temos tentado evitar fazer isso. Assim continuaremos, a ser coerentes. Transparência? Somos transparentes, mas também temos de ser inteligentes e adaptarmo-nos à gestão de uma empresa. Uma empresa não é um livre aberto. Com que armas negoceio se sou exposto na praça pública?".
Destino dos 65 milhões
"O uso destes fundos serve essencialmente para reduzir passivos. Recordo que, quando chegámos, as necessidades de tesouraria para fornecedores eram muito altas - já se falou dos tais 40 milhões de euros. Vamos usar estes fundos para pagar dívidas a fornecedores".
Situação financeira
"Disse que não havia buraco nas contas, como foi confirmado pelos próprios auditores. O que encontrei foi o que estava visível no Relatório e Contas. Havia, sim, necessidades de tesouraria muito exigentes. Em dívidas a vencer este ano, estamos a pagar metade do custo do plantel do Sporting, um esforço muito, muito exigente. É como construir um plantel do zero e pegar metade num só ano. Quando nos deparamos com estas situações, temos de fazer operações que nos permitiam cobrir essas responsabilidades".
Não existe buraco nas contas. Exemplo: no GES, na altura, descobriu-se um buraco de 2 milhões. Quando cheguei, o que estava nas contas correspondia à realidade, o que não significa que não haja necessidades de tesouraria, assim como sustentabilidade financeira. Temos contratos interessantes, como o da NOS, activos interessantes. Os jogadores da formação até estão registados a zero... Tínhamos dificuldades de tesouraria".
Renegociação da dívida bancária
"Estamos em negociações com os bancos pelo acordo de reestruturação e utilizaremos parte deste financiamento para reembolsar os bancos".
O que é a titularização de créditos?
"Não é mais do que uma antecipação de receita. Uma operação de financiamento com uma garantia, com uma cedência de receitas desse contrato televisivo.
Desmistificando, isto não é mais do que um financiamento para pagar outra dívida. Mas em vez de fazer um financiamento por um lado, foi ceder directamente a receita junto do fornecedor [Apollo?]".
Clube vai gerar receita no futuro?
"Vamos cumprir o nosso plano financeiro, é nisso que acreditamos. O caminho é difícil, mas estamos a construi-lo para sermos capazes de gerar receitas que cubram as nossas responsabilidades. A situação que nós herdámos não permite fazer isso, daí fazermos esta operação. Não geramos receitas organicamente".
Reembolso
"Quisemos assegurar que, em determinado momento, poderíamos recuperar de volta parte do contrato que cedemos".
Taxa de juro
"Foi, de certeza, a melhor possível, tendo em conta em que foi feita a operação. Estou muito confortável. Fizemos um bom trabalho. É um processo competitivo que começou em Dezembro.
Não fechámos com a primeira contraparte. Envolveu intermediários, uma espécie de leilão com os maiores investidores do Mundo. Tivemos seis ou sete a mostrar interesse, fizemos uma ronda final com três e escolhemos o que achámos mais interessantes. Não estamos a falar de empresas de investidores de vão de escada. São dos maiores do Mundo. Fizemos o que devia ter sido feito".
Ricciardi e o investimento de 200 milhões
"O que nos interessa é a forma e o resultado do trabalho que fizemos. O que fizemos foi excelente. Quem tivesse visto a forma como trabalhámos, a forma como o processo foi desenhado e o tempo que em que o executámos, percebe que é um excelente negócio.
Neste mandato, temos vindo a fazer as coisas nos timings mais apertados. Lembro-me do empréstimo obrigacionista na semana em que o ex-presidente foi constituído arguido. Agora concluímos esta operação. Uma empresa normal faria isto, talvez, em dois anos; nós fizemos em seis meses.
Vi vários comentários a falar em 100, 200 e 300 milhões. Quando cheguei tive milhares de solicitações, recebi todo o tipo de investidores. Uns queriam investir 300 milhões, mas queriam ficar com jogadores, outros com a SAD... Ninguém põe aqui 100, 200 ou 300 milhões sem contrapartidas.
Não conheço nenhum filantropo que o tenha feito, a não ser um Abramovich. Não vamos ceder, não vamos vender a maioria da SAD. Isso é filantropia. Não fazemos 'all in'. Mandar números para o ar é muito perigoso... Não há filantropia por 200 milhões sem recebermos nada em troca. É impossível".
Saídas de jogadores
"Propostas caem muitas nos mercados. Temos de perceber o timing e o valor certo para, depois vender. Quanto à massa salarial, já a conseguimos reduzir em 10 milhões, em Janeiro. Conseguimos fazê-lo com facilidade sem termos de tocar nos principais jogadores do plantel. Já fizemos isso a pensar na próxima temporada. Faremos um ou outro acerto no Verão."
Tito Arantes Fontes, actual presidente do Grupo Stromp, após reunião em Alvalade, esta segunda-feira, que contou com a participação de várias figuras sportinguistas, inclusive ex-dirigentes como José Roquette, Filipe Soares Franco, Paulo Abreu ou Miguel Ribeiro Teles - e Frederico Varandas. O novo empréstimo obrigacionista foi o tema principal sobre a mesa:
"A situação financeira do Sporting não está tão complicada como já esteve. O que temos é um novo empréstimo obrigacionista e temos de ressarcir o anterior. Esta não é uma situação de desespero, é uma situação normal. O que pretendemos é que este empréstimo seja um sucesso".
Francisco Salgado Zenha, vice-presidente do Sporting, questionado sobre a antecipapção de 28 milhões de euros do contrato dos direitos televisivos com a NOS, teve isto para dizer:
"O Benfica e o FC Porto já anunciaram cada um a antecipação de mais de 100 milhões dos direitos televisivos. O valor do contrato da NOS com o Sporting é de 515 milhões de euros a 12 anos. Temos mais de 400 milhões se quisermos para antecipar e não o fizemos ainda.
Existem campanhas pelo medo da situação financeira do Sporting que foram arrastadas por determinadas pessoas até este momento. Têm tentado boicotar esta operação, mas não conseguiram porque nós somos muito mais fortes. Quem? Pessoas, não interessa quem. Não conseguiram, não conseguem e não vão conseguir".
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