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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Ou é de facto um qualquer complexo de vitimização ou tudo - muito do que pode ser considerado invulgar - acontece a este Sporting. O Dr. Frederico Varandas, director clínico, emitiu um comunicado esta terça-feira, no qual questiona o procedimento levado a cabo pela ADoP (Autoridade Antidopagem de Portugal), que esteve presente na Academia a controlar os jogadores leoninos pela terceira vez no espaço de cinco dias e quatro em sete dias.
Em especial, o Dr. Varandas lamenta o que ele considera a "falta de senso clínico e de respeito" por a equipa ter sido controlada na noite que antecede uma competição, dado que o Sporting joga esta quarta-feira para a Taça de Portugal.
Eis o comunicado, na íntegra:
«Hoje, às 22h30, o controle antidoping abandonou as instalações da Academia do Sporting Clube de Portugal. Em 10 anos como médico de uma equipa profissional da I Divisão nunca assisti a tal procedimento: um controlo antidoping a todo o plantel na noite de véspera de uma competição.
O Sporting Clube de Portugal, só nos últimos sete dias, foi controlado quatro vezes. Dia 7 (UEFA), 8, 11 e 13 (ADOP) de Dezembro. Nesses quatro controles foram submetidos a análises de sangue e urina:
- Por duas vezes: Adrien, Gelson, Coates, João Pereira, Zeegelaar, Schellotto, Douglas, André, Paulo Oliveira e Meli;
- Por uma vez: Rui Patrício, Beto, Jug, Esgaio, Semedo, Jefferson, Petrovic, William, Bruno César, Alan Ruiz, Bryan Ruiz, Bruno Paulista, Elias, Matheus e Bas Dost.
Quem não deve não teme. Como tal, o Sporting Clube de Portugal apoia todas as medidas que visem a verdade desportiva e o erradicar de práticas ilícitas que põem em causa a saúde dos atletas. Somos totalmente a favor que exista um controlo rigoroso e permanente dos atletas profissionais de futebol. Contudo, é lamentável a falta de senso clínico e de respeito por um grupo de trabalho ao fazer um controle antidoping na noite que antecede uma competição. Tal procedimento interferiu não só com o treino da tarde, como com o jantar mas sobretudo com a recuperação e descanso dos atletas numa semana em que fizeram três jogos e mais de oito horas de viagem de avião. Pergunto se este quarto controlo (em sete dias) não poderia ter sido feito depois do jogo ou no dia seguinte.
A escolha deste timing para efectuar um controlo antidoping é manifestamente infeliz, com a agravante de mais nenhum outro clube com competição agendada para amanhã ter sido controlado durante a noite.
Frederico Varandas
(Director Clínico S.C.P.)»
Confesso que não sou perito nesta matéria, mas parece-me muito estranho esta operação da ADoP na noite de véspera de um jogo. Fica por esclarecer se este procedimento é comum, e se não é, quais a razões que levaram os responsáveis do referido organismo a tomar esta decisão e a efectuar o controlo antidoping. Acho que o Sporting está no seu direito em pedir explicações.
Um cínico até teria o atrevimento de sugerir que há aqui uma qualquer agenda ainda não esclarecida.
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