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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Esta é a história de dois irmãos separados à nascença. Uma novela à portuguesa sem fim à vista. Nasceram gémeos e os pais "tugas" mal tinham meios para alimentar um, e muito menos dois. Constrangidos, deram-nos para adopção. Um foi parar a uma família humilde, outro, mais sortudo, a uma família de classe média. Sendo irmãos, são na aparência bastante diferentes. Um é mais para o rasteirinho e entroncado, com tendências obesas (consta nos "mentideros" que faz lipoaspiração) o outro mais alto e mais velho, porque as agruras da vida o fizeram crescer mais depressa.
Mas no essencial são muito iguais. Iguais na ambição, na persistência, no aproveitamento de oportunidades. Não são pessoas para verem passar o cavalo do poder à sua porta sem o montar. Determinados cultivam o mesmo estilo , praticam a mesma demagogia enganam os mesmos ingénuos, exibem o mesmo aspecto matarruano e truculento, as mesmas atitudes arrogantes e com algumas nuances, não gostam de ser contrariados.
Começaram a vida como empresários. Um na área da borracha, daí o seu jeito, para apagar tudo o que o compromete. O outro não se sabe bem em que negócios debutou. Consta do seu currículo que teve várias empresas, mas perdeu-se o rasto a todas. Criados no mesmo útero, tinham como máximo sonho ser presidentes de uma grande instituição desportiva. Quis o destino que chegassem a líderes de duas grandes instituições rivais e que nasceram e se desenvolveram à custa da sua natural rivalidade. Porém, a natural rivalidade depressa se transformou numa guerra sem quartel, numa luta livre sem regras, sobretudo fora do jogo, numa barafunda que pede meças a uma comédia de maus costumes.
Ironia do destino: irmãos separados, inimigos figadais, e presidentes das duas maiores instituições desportivas do seu país. Nesta função uma coisa os separa: um ganhou vários títulos, aproveitando bem uma conjuntura favorável, depois de muito marcar passo; o outro, ainda não ganhou nada de relevante. De resto, a mesma gestão obscura, a mesma engenharia financeira, os mesmos truques de magia, como gastar o que se espera receber, numa espécie de versão das galinha dos ovos de ouro.
As instituições não mereciam, as instituições não merecem, que o destino lhe pregasse esta partida. Decerto que irão sobreviver, porque são profundas as suas raízes para resistir a grandes secas. Quanto aos dois protagonistas, só o destino sabe o que lhes reserva. Será que ainda os vai unir num abraço fraterno, num regresso tardio à origem, num final apoteótico e emocionante? O povo gosta e aplaude a trama novelística e espera paciente pelo desfecho. Assim vai preenchendo o vazio da madrasta da vida. Até lá é preciso manter o mistério, ocultar a sua identidade, mas decerto que eles andam por aí.
P.S.: Até serem disponibilizadas provas de ADN não me comprometo. Por isso, nesta saga, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Alguém terá dito, algures, que...
"Até nos gémeos há diferenças, portanto não me venham
com essa história de que todos somos iguais".
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