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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Acho que a abordagem de José Couceiro aos problemas principais do Sporting, no seu discurso inaugural, foi honesta, realística e sensata. Não serve ninguém, muito menos o Sporting, elaborar adornos florais que não correspondem à realidade do momento. É de admitir que o fervor futebolístico entra em colusão com a contenção financeira, mas por esta não ser tão agradável e conveniente, não deixa de ser menos verdadeira.
Disse José Couceiro: «A má gestão desportiva levou ao desastre financeiro. Haverá uma redução significativa dos custos salariais e amortizações da equipa de futebol, o que implica apostar nos jogadores da formação e que a equipa tem de ser competitiva com menos.»
Sustentando o seu raciocínio e clarividência, temos de ter em consideração que o Sporting tem 375 milhões de passivo consolidado - anunciado há um ano - e 220 milhões de passivo na SAD, comunicados à CMVM em Setembro de 2012. O cenário financeiro piorou imenso com o investimento na equipa de futebol - 26 jogadores - a trazer um aumento de 43 por cento nos custos com pessoal, que dispararam de 29 milhões para 42,5 em apenas um ano. Daí, a maior causa do prejuízo de 46 milhões de euros, relativamente ao exercício de 2011/12 e a necessidade de baixar a folha salarial através da saída de oito jogadores durante o mercado de inverno.
O Sporting está ainda a lutar (matematicamente) por um lugar de acesso às provas europeias, circunstância que terá enorme impacto na nova administração. Mas, mesmo assim, e partindo do princípio que Jesualdo Ferreira se manterá na liderança técnica da equipa e no desenvolvimento de tantos jovens talentos - Couceiro e o professor já trabalharam juntos em Alverca - o novo líder terá, muito indica, um rumo traçado para a equipa principal que facilitará a sua missão.
Assente na premissa que o caminho para a recuperação financeira do Clube passa, forçosamente, pelo melhoramento da gestão desportiva, torna-se imprescendível, hoje mais do que nunca, ter pessoas na liderança com vastos conhecimentos de futebol e que se identificam perfeitamente com a modalidade, à raiz. Neste contexto, é indiscutível que José Couceiro supera significativamente os outros dois candidatos.
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