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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Segundo uma reportagem da Lusa, a Sociedade Anónima do Benfica é a campeã deste mercado, com quase metade dos 652,5 milhões de euros angariados.
A SAD encarnada lançou o total de oito operações no mercado de dívida desde 2004, tendo conseguido angariar 320 milhões de euros.
Por seu turno, a SAD do FC Porto, que foi a primeira a avançar com uma oferta pública de subscrição de obrigações, em 2003, concretizou nestes últimos 15 anos um total de nove operações, que lhe permitiram averbar 219,5 milhões de euros.
Quanto à SAD do Sporting, cujo primeiro empréstimo obrigacionista remonta a 2005, o montante total do encaixe obtido até agora ascende a 113 milhões de euros.
Ou seja, o FC Porto e o Sporting juntos encaixaram 332,5 milhões de euros, verba quase similar aos 320 milhões de euros do Benfica.
As águias realizaram 15 milhões de euros em 2004, 20 em 2007, 40 em 2010, 45 em 2013, mais 45 em 2015, 50 em 2016, 60 em 2017 (a maior emissão de uma SAD em Portugal até hoje), e 45 em 2018.
Já os dragões, encaixaram 11,5 milhões de euros em 2003, 15 em 2006, 18 milhões em 2009, 10 em 2011, 30 em 2012, 20 em 2014, 45 em 2015, 35 em 2017 e mais 35 em 2018.
Por seu lado, os leões captaram 18 milhões de euros em 2005, 19 em 2008, 20 em 2011, 30 em 2015 e 26 em 2018.
A Autoridade Antidopagem de Portugal realizou esta quinta-feira controlos antidoping às equipas de futebol dos três 'grandes', confirmou o presidente do organismo, Rogério Jóia:
"É facto que há uma grande operação de combate ao doping e os plantéis completos dos três primeiros classificados da I Liga estão a ser controlados, sendo realizados testes de sangue, urina e à EPO (eritropoietina)".
Em entrevista à SIC Notícias, o médico Domingos Gomes explicou que este tipo de acção é normal, embora se tratem de testes extraordinários.
Certíssimo, só que me parece que o SC Braga devia ter sido incluído, tendo em conta que está na luta pelo terceiro lugar na classificação.
Com 27 jogos realizados, o FC Porto lidera a tabela classificativa com 70 pontos, seguido pelo Benfica com 68 e o mesmo número de jogos, Sporting com 62 pontos e SC Braga com 58, ambos com um jogo a menos.
***Segundo o jornal Record.
Volta à discussão o que já é discutido há muitos anos e que o Internacional Board recusa implementar no futebol: parar o relógio sempre que o jogo estiver parado. Um tema nada consensual, mesmo entre adeptos.
ADENDA: Duarte Gomes - antigo árbitro - na sua crónica semanal no jornal Expresso, aborda precisamente este tema. Entre outras considerações - disponíveis ao leitor aqui - encontram-se estas:
"Desde 2017 que o IFAB estuda, em conjunto com painéis de peritos espalhados pelo mundo, um conjunto de soluções que visam beneficiar o futebol. A ideia é recolher as suas sensibilidades, pegar nas suas ideias e testá-las ou, se for caso disso, inclui-las nas regras, no máximo, até 2022.
Adivinhem quais são dois dos assuntos que estão em cima da mesa? Exactamente.
– Medidas para combater as perdas de tempo e aumentar o tempo efectivo de jogo".
Os três grandes gastaram mais de 133 milhões de euros para pagar salários nos primeiros nove meses desta temporada. Os números estão nos relatórios e contas trimestrais das SAD e mostram que FC Porto, Benfica e Sporting continuam a gastar muito com esta rubrica.
De todos, os dragões foram a equipa que mais aumentou os custos com pessoal. Em nove meses, os dragões gastaram 53,530 milhões de euros em ordenados e outros custos associados, nomeadamente impostos e segurança social. Este número representa uma ligeira redução em relação a 2014/15, mas nessa altura os dragões chegaram aos quartos de final da Liga dos Campeões, o que implicou pagar mais prémios a jogadores e treinadores.
O Benfica é o segundo desta lista, com 44,384 milhões de euros. Trata-se de um aumento de 1,9 milhões em relação ao período homólogo, justificado pelas águias com o pagamento de remunerações variáveis, nomeadamente prémios. Os gastos fixos reduziram-se em mais de um milhão de euros, mas os tais variáveis quase duplicaram, de 4,1 para 8,1 milhões.
O Sporting é, entre os três grandes, aquele que menos gasta em salários: 35,757 milhões de euros. No entanto, este número é praticamente o dobro do registado nos primeiros nove meses da temporada anterior (18,153). Explica que tal subida "decorre essencialmente do reforço efectuado no plantel com a contratação da equipa técnica, aquisições de jogadores e renovações de contratos de trabalho desportivo de modo a garantir a necessária sustentabilidade da performance desportiva da Sporting SAD".
*Confesso que não consultei os Relatórios e Contas das respectivas SAD para verificar a exactidão dos números apresentados nesta crónica.
Não posso confirmar a veracidade dos números publicados pelo Diário de Notícias nem é bem claro se o artigo origina com o diário se com a Agência Lusa, mas, de qualquer modo, creio que dá para leitura de algum interesse.
Segundo a publicação, os três grandes clubes portugueses têm 88 jogadores emprestados em várias partes do Mundo, uns para ganhar experiência, outros por não terem confirmado as expectativas que eram esperadas quando foram contratados. Juntos, são 123 milhões de euros investidos em futebolistas que, até ao momento, não tiveram retorno desportivo nem financeiro. No entanto, há muitos atletas que não tiveram custos de transferência, sobretudo oriundos da formação, que também procuram evoluir noutras paragens.
A SAD do FC Porto é a que mais dinheiro tem empatado em atletas emprestados, totalizando 58,94 milhões de euros em 19 dos 36 jogadores cedidos, que representaram um investimento significativo nas respectivas contratações. O Benfica não se encontra muito longe do rival, pois totaliza 51,95 milhões de euros em 17 dos 36 futebolistas que não cabem no plantel de Rui Vitória ou na equipa B. Já o Sporting fica-se pelos 12,14 milhões de euros em apenas 12 dos 16 atletas que tem cedidos.
Manuel José, instado a comentar este estado das coisas, reconhece que "são números impressionantes", e lamenta que os clubes portugueses "contratem tanto sem fazer a avaliação necessária do jogador ou mesmo das necessidades das equipas".
Inadvertidamente, voltamos à temática das notórias "contratações cirúrgicas", tão propagada pelos dirigentes dos clubes, como é o bem conhecido caso de Bruno de Carvalho, mas que na prática, é quase não existente. A verdade se diga, no que aos três grandes diz respeito, que não obstante as dificuldades de tesouraria que têm em comum, é sempre mais fácil despender dinheiro que não sai do nosso bolso.
Não sei bem a que propósito, mas a AFP - que eu depreendo que seja a "Agence France-Presse" - levou a cabo uma reportagem sobre o passivo dos três grandes clubes de Portugal que, segundo a agência, é superior a mil milhões de euros.
O Benfica lidera a parada com dívidas que atingem cerca de 449 milhões de euros, mas o Sporting não está muito atrás, com números igualmente impressionantes: 442,7 milhões de euros. O FC Porto situa-se a um distante terceiro, com "apenas" 209 milhões.
A agência noticiosa contactou dois economistas, a fim de analisar os números citados, mas os pareceres divergem. António Samagaio - professor de Economia no ISEG - fez esta observação: "Há anos que o futebol português vive acima das possibilidades. Os bons resultados na Europa devem-se à qualidade dos jogadores, mas também a um endividamento descontrolado."
Já Domingos Amaral - professor na Universidade Católica de Lisboa - opta por dar destaque aos resultados desportivos dos últimos anos, que se ficam a dever, principalmente, a um maior investimento: "O futebol é uma actividade de alto risco, mas ao endividarem-se e ao comprarem jogadores, os clubes conseguem grandes vitórias que dão benefícios. Não podemos aplicar os mesmos critérios a clubes e empresas. Aos clubes basta vender alguns jogadores para reduzir as dívidas."
Não sendo a minha área de maior conhecimento, limito o meu comentário, mas creio que muito embora haja muita verdade nas conclusões dos dois professores, a questão fundamental é muito mais complexa. Por um lado, é facto que tem havido um endividamento descontrolado no futebol português, por outro, esse descontrolo, ironicamente, tem viabilizado um mais elevado nível competitivo e, daí, os referidos benefícios.
É por de mais evidente, no entanto, que o futebol português terá de encontrar soluções para sustentar os seus objectivos competitivos sem recorrer ao extremo ridículo do alarmante endividamento de registo, que, a verdade se diga, tem mais tendência a piorar do que a melhorar, seguindo o seu presente curso. E, neste enquadramento de ideias, não será suficiente, longe disso em facto, haver uma iniciativa singular, dado que uma maior estabilidade só poderá ser assegurada através de um esforço colectivo de grande dimensão.
Neste contexto, ainda não é claro o impacte das regras de "fair-play" financeiro da UEFA que, como é do conhecimento geral, está no processo de fiscalizar as contas de todos os clubes participantes nas provas europeias, incluindo o Sporting.
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