Não estive presente na última (1990), mas sim penúltima final europeia do Benfica: Estugarda - 25 de Maio de 1988 - Liga dos Campeões vencida nas grandes penalidades pelo PSV Eindhoven. Pela decisão à última da hora, eu e mais quatro amigos (foto) ficámos hospedados num hotel numa área rural perto da cidade de Phorzeim, cerca de 50 quilómetros de Estugarda. Curiosamente, fomos lá encontrar um grande grupo de portugueses oriundos de diversas partes do globo, que se deslocaram para o mesmo efeito. Mal preparados, só conseguimos arranjar bilhetes de peão para o jogo. No dia da final surgiu-me a ideia de ir para Estugarda logo a seguir ao pequeno almoço na esperança de encontrar alguém nos arredores do estádio a vender bilhetes para melhores lugares. Assim dito e assim feito e a nossa sorte foi tanta, que encontrei um velhote francês com bilhetes e a troco dos que já tínhamos mais $20.00 dólares por cada, conseguimos lugares no centro da bancada central. Por encomenda não poderiam ter sido melhores. Mais coincidências inesperadas e agradáveis: à boa portuguesa, jogo ou não jogo, não dispensámos do alomoço, o problema foi encontrar um restaurante com mesa disponível, missão absolutamente espinhosa. Depois de corrermos diversos, já estávamos mentalizados a não almoçar quando três cavalheiros que ocupavam uma mesa com cadeiras vagas nos convidaram a partilhar da mesa com eles. Holandeses e fardados, falando um inglês razoável, viemos a saber que eram precisamente os motoristas da delegação do PSV. Acabou por ser uma excelente refeição num ambiente muito divertido, pelas picardias de bom humor entre portugueses e holandeses que, não surpreendentemente, conheciam bem o Sporting.
Num outro post já relatei a história de termos jantado depois da final com a equipa de arbitragem italiana - por falta de espaço, num hotel luxuoso na baixa da cidade - e de termos convivido com a equipa e acompanhantes do PSV Eindhoven que estavam hospedados nesse mesmo hotel e celebraram a conquista pela noite fora. Durante o jantar ouvi o meu nome a ser falado: "Olha, não é o Rui ?"... virei-me na direcção da voz e deparei com um velho amigo meu que já não via há anos, que tinha viajado dos E.U.A. . O mundo é mesmo pequeno !
O automóvel que está atrás de nós na foto, é o antigo "Allard" do Marechal Carmona, que viajou de Portugal para o evento. Bons tempos e boas memórias, não obstante ser o clube de Carnide na final.