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Quem afinal manda no Sporting?

Rui Gomes, em 29.07.20

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Quem afinal manda e tem direito a exigir o que seja no Sporting?

As claques? Aquelas mesmo que protagonizaram Alcochete, insultaram e ameaçaram jogadores? Chantagearam e ameaçaram sócios e dirigentes? Apoiaram adversários? Que constantemente provocam multas e não pagam o que devem ao Clube?

Essas mesmo que são dirigidas por cadastrados a contas com a Justiça? Que nas casinhas promovem negócios ilícitos, de revenda de bilhetes, a organização de viagens e tráfico de estupefacientes? Com tudo a fugir a impostos, até da mini que vendem nos seus bares?

Que internamente se guerrilham pelo controlo do merchandising? Que antigamente os seus dirigentes viajavam de avião e eram hospedados em hotéis à conta do Clube?

Que estão infiltradas de gente de grupos de extrema direita e outros?

Que andam de cara tapada? Que propositadamente boicotam AG do Clube?

A vida, ainda por cima com a pandemia, está difícil para o negócio e não é fácil ter que sustentar moradias na Aroeira só com o RSI....

Texto de António Seabra, publicado num grupo privado de Facebook, relacionado com esta reportagem do jornal O Jogo sobre os recém-protestos da Juve Leo.

publicado às 12:15

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Aquela velha noção dos ingleses que o futebol é a coisa mais importante, das coisas menos importantes, ainda tem razão de ser? No meio de uma pandemia onde morrem pessoas, consegue o futebol ser o regresso semanal à infância, e um espaço de liberdade único onde somos selvagens e sentimentais, de que falava Javier Marias?

Escrevo isto com muita preocupação, e sim, pessimismo e desencanto, parece-me que o futebol vai entrar numa crise muito profunda com o que se está a passar. Parece-me que há pessoas que estão de algum modo como os passageiros do Titanic, à beira do naufrágio, mas não prescindindo do quarteto de cordas para entreter...

Olho para a foto do post, do futebol de antigamente da minha infância, e redobro a minha determinação de ser veemente contra o regresso, sobretudo por se perceber que o mesmo é precipitado por uma indústria corrupta que criou um monstro incontrolável, à margem de todas as noções de legalidade, e sobretudo da mínima decência.

Tudo o que estamos a viver é novo, volátil, inexplicável e sobretudo imprevisível. Ninguém vai sair exactamente igual do momento que vivemos, a concepção sobre o que é a vida vai necessariamente mudar, e isto que se está a passar no Mundo é demasiado avassalador para as pessoas se distraírem por duas horas com pão e circo, metendo em risco a vida e a saúde dos profissionais da modalidade, que são tratados como os gladiadores na Roma antiga. A lógica? São bem pagos, têm mais é que comer e calar, porque há uns abutres que precisam de aproveitar este momento para atenuar as perdas da crise...

No futebol puro do tempo do senhor Rui Manuel Trindade Jordão isto não existia, porque a televisão era um fenómeno residual, quando hoje faz simplesmente parte da indústria global do entretenimento. Questiono-me... se alguém consegue sentir o mesmo prazer, paixão e alegria com o futebol no contexto em que estamos.

Penso para trás, e penso no que era a grande falta de racionalidade da minha vida. Até há dois meses, eu era louco por bola, adorava futebol, era capaz de ver uns vinte jogos por semana, sem exagero, senão vejamos:

Via os jogos todos do Sporting, do Benfica, do Porto, às vezes os jogos do Braga...! Via os jogos do Atlético de Madrid, do Real Madrid, do Barcelona, do Liverpool, do United, do City, da Juventus, às vezes os jogos do Inter assim com os do Bayern e do Dortmund... À terça escolhia um jogo da Champions, à quarta escolhia outro, à quinta via o nosso Sporting na Liga Europa...! Quando era época de selecções para além do jogo de Portugal, via sempre mais um ou dois jogos.

Estamos a entrar no terceiro mês consecutivo sem bola, e sinto que isto só nos faz bem; permite uma pausa na vertigem semanal e faculta racionalizar a realidade. Era absurda a vertigem em que estávamos, onde o futebol fazia parte do entretenimento nocturno diário da vida dos adeptos.

Ah... e quando não eram os jogos de futebol, eram os sempre intermináveis programas a falar sobre os jogos. Eram os dias seguintes, os prolongamentos, e o diabo a sete.

Isto era um mundo digno de uma peça de Ionesco, e pessoalmente esta pandemia fez-me concluir que gastava muitíssimo mal o meu tempo. Mas sobretudo ficar com a certeza que vou passar a ter uma relação muito mais racional com o futebol.

Por todas estas razões sou vincadamente contra o regresso do futebol nesta altura. Não vejo a menor necessidade neste cenário, e pior creio que vai contribuir para o afastamento dos adeptos. Mas enfim, um futebol que acha uma nova normalidade nos jogos à porta fechada, não quer saber dos adeptos para rigorosamente nada. Se os adeptos reagirem e virarem as costas ao futebol, ninguém pode estranhar.

Texto da autoria de Pedro Soares (Originalmente publicado num Grupo de Facebook), a quem agradecemos desde já a gentileza.

publicado às 04:04

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