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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
William ladeado pelo pai e Pere Guardiola
William Carvalho deixou de ser representado por Jorge Mendes. O médio leonino, que tem contrato até 2020 e uma cláusula de rescisão no valor de 45 milhões de euros, assinou contrato com a Media Base Sport, empresa de Pere Guardiola, no dia 1 de Fevereiro. Foi o irmão do treinador do Manchester City que anunciou o seu novo cliente no portal da empresa.
O médio defensivo é apontado aos melhores clubes da Europa (incluindo o City de Pep Guardiola), desde a grande época de estreia com Leonardo Jardim (2013/14), no Sporting, mas nunca chegou a sair de Alvalade. Agora liga-se a Pere Guardiola, que além de agenciar o irmão representa Luís Suarez do Barcelona.
Pep Guardiola entende que a FIFA deveria permitir "quatro, cinco ou seis" substituições para combater o esgotamento físico dos jogadores. A entidade do futebol mundial pretende expandir o Mundial para um total de 48 equipas e o treinador do Manchester City acha que semelhante alargamento "matará os jogadores". "Os jogadores passam a vida em concentrações e isso afecta a qualidade. Eles precisam de respirar, ter um intervalo, desfrutar a vida".
Se os jogos de futebol passassem a ter mais substituições, haveria, segundo Guardiola, "menos lesões e mais jogos abertos". "E os treinadores poderiam usar tácticas diferentes, tudo seria melhor", resumiu o técnico espanhol.
Na realidade, isto não é um novo tema, até porque a FIFA fez a experiência nos Jogos Olímpicos do Rio e agora no Mundial de Clubes em curso, permitindo uma quarta substituição em jogos que vão a prolongamento.
Já competi numa Liga onde cinco substituições eram permitidas. Pelas circunstâncias dessa Liga - era "não-amadora", ou seja, integrava jogadores *não-amadores e amadores - até fazia algum sentido, mas mesmo assim verificava-se muito do que eu antecipo que aconteceria em Portugal. Contrário ao que Guardiola argumenta, não melhoraria a qualidade de futebol e as tácticas dos técnicos teriam como foco quase exclusivo "queimar" o relógio. Se mesmo com três substituições já se verifica isso, dá para imaginar se 4/5/6 fossem permitidas.
Não discordo da ideia da FIFA, ou seja, permitir uma quarta substituição em competições em que prolongamento é uma possibilidade. Devido ao cansaço e maior vulnerabilidade a lesões, faz sentido.
A FIFA, ou melhor, o "International Board" é extremamente conservador e alterações ao jogo neste contexto vão ser muito moderadas e com implementação de longo prazo.
*Pela própria definição da FIFA, um jogador "não-amador" está ligado ao clube em regime de part-time e muito embora seja remunerado, pode exercer outra profissão em simultâneo. Creio ser este o caso da terceira divisão em Portugal.
«O legado de Pep Guardiola é já enorme. Ele é bastante valorizado por todos os treinadores a nível mundial. É uma honra para mim olhar por cima do ombro dele. Ele mudou o futebol, a forma como deve ser jogado. Abriu os olhos ao Mundo. Se repararem no estilo de jogo das principais equipas europeias, constatam a inspiração do Barcelona de Guardiola.»
- André Villas-Boas -
Observação: A bem dizer, as opiniões do antigo treinador portista não me afectam minimamente. Comento estas suas declarações somente pelo tema que optou por abordar - a "grandiosidade" do futebol de Pep Guardiola - e, especialmente, a sua ridícula afirmação que o actual treinador do Bayern Munique "abriu os olhos ao Mundo".
É verdade que cada um de nós tem a sua preferência pessoal pelo estilo de futebol que gosta de ver. Para mim, o modelo mais horroroso que apareceu no Mundo foi precisamente o "tiki-taka" de Pep Guardiola. Não posso estar mais em desacordo com Villas-Boas, pela sua afirmação que é assim que o futebol deve ser jogado. Ele não deve ser ingénuo ao ponto de não saber interpretar o futebol de posse de bola. mas ao mesmo tempo espectacular, a exemplo do que as selecções brasileiras praticaram em tempos de outrora, com o modelo que Guardiola apresentou. E, mesmo assim, que só foi possível com um plantel durante o seu consulado de quatro anos que incluía Lionel Messi, Xavi e Iniesta, entre outros da "cantera" do Barça, e mais de 200 milhões de euros investidos em jogadores externos. Este futebol produziu conquistas por falta de argumentos adequados pelos adversários, um lote supremo de jogadores e beneficências não em pouca dose, tanto na liga espanhola como na UEFA, do género que lhe permitiram - escandalosamente - conquistar duas Ligas dos Campeões.
Pep Guardiola abandonou o Barcelona sem se perceber bem porquê - um mistério que tem provocado muita especulação, nem toda positiva - e um ano mais tarde aceita outro desafio de menor escala: treinar o Bayern Munique, o clube alemão que historicamente tem dominado a "Bundesliga" - 22 títulos - salvo pelo recém-ressurgimento do Borussia Dortmund. O outro clube que mais se aproxima em títulos (5) - o Borussia Monchengladbach - já não vence desde 1976/77. Por conseguinte, qualquer sucesso que venha a ter no clube de Munique não será grande proeza, especialmente considerando que este emblema despende milhões ao kilo na aquisição de talentos. Com a grandiosidade que Villas-Boas lhe atribui, gostaria de ver Guardiola a liderar um clube de mais modesto poderio e, aí, "abrir os olhos ao Mundo".
Segundo o jornal espanhol«El Confidencial», Pep Guardiola tinha uma agência de detectives privados ao seu serviço para investigar as actividades dos seus jogadores e que o técnico até lhes telefonava durante a noite para saber se estavam em casa. Alguns dos seus alvo mais referenciados eram Gerard Piqué, Ronaldinho, Deco e Samuel Eto'o.
Não deixei de dar um sorriso quando li isto, porque fez-me lembrar que quando foi noticiado que o Sporting fez ou tentou fazer algo semelhante, os incautos da praça ficaram todos escandalizados. Não há clube nenhum de alta competição - e não só - que não pratique qualquer acto de vigilância relativamente aos seus jogadores. Esta prática é «mais velha que a minha avó», como diz o povo, e só quem nunca andou no futebol e desconhece o seu quotidiano é que estranha actividades desta natureza. Nos meus «velhos» tempos, eu, ou alguém mandado por mim, não só telefonava como aparecia a bater à porta de casa, e não foi somente uma ou duas vezes que os apanhei a transgredir os regulamentos do clube, já para não evocar o bom senso.
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