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História em imagem (5)

Goleadores: Peyroteo e Gyokeres

Naçao Valente, em 06.09.24

Pelo Sporting  passaram grandes goleadores. De memória relembro alguns, sem desprimor por todos os outros: Vasques, Martins, Jordão, Manuel Fernandes, Yazalde, Acosta, Jardel, mas para mim , o maior de todos, foi Peyroteo.

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Fernando Baptista de Seixas Peyroteo, (na imagem) nasceu em 1918, Angola, na localidade de Humpata. Aos dezasseis anos começou a jogar futebol no Sporting Clube de Luanda. Em Junho de 1937 chegou a Lisboa na companhia da mãe, Maria da Conceição, professora primária que se deslocou à metrópole por motivos de saúde. Em Portugal, foi apresentado a dirigentes do Sporting, por Aníbal Paciência, seu amigo angolano e jogador do Clube. Depois de conhecer a sede da colectividade e de se comprometer em jogar no Sporting, foi a Coimbra assistir a um jogo particular, onde conheceu a equipa e o treinador Szabo. Posteriormente,  foi abordado pelo FCP que lhe ofereceu melhores condições, que ele recusou por já estar comprometido. A palavra dada, assim como o seu sportinguismo, prevaleceram. Coisa rara nos tempos actuais. Na sua biografia, escreveu que assinou o contrato sem o ler, e sem fazer perguntas.

 Estreou-se no dia 12 de Setembro de 1937, contra o SLB, sendo autor de 2 golos dos cinco marcados, pelo SCP. O treinador Szabo, elogiou-o e disse-lhe."Fernando, você tem qualidades bestiais para fazer-se no melhor avançado do Mundo”.

Jogou durante 12 épocas, sendo sempre o melhor marcador da equipa.  Marcou 540 golos em 332 jogos oficiais,  (no total 700) média de 1,6 por jogo, o que faz dele, ainda hoje, o jogador mundial com melhor média de golos marcados em jogos dos campeonatos nacionais, de acordo com a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol.

Terminou a carreira em 1949, com 31 anos, devido a dificuldades financeiras na sua empresa de desporto. Utilizou o jogo de homenagem para arrecadar cem contos e pagar parte das dívidas contraídas.

Setenta e cinco anos depois, o Sporting adquiriu um avançado de nome Gyökeres, por um preço muito elevado para as possibilidades do Clube. Hoje, não há dúvida que foi dinheiro bem investido, não só pelo que se valorizou, mas pelas valências que trouxe à equipa, sendo fundamental na conquista do último campeonato. Os números não enganam: 50 golos marcados em todas as provas.

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A questão que se pode bem colocar é se, salvaguardadas as devidas distâncias e estilos, estaremos perante um novo “Peyroteo”. O futebol actual é muito diferente do dos anos 40 e 50, mas em termos de produtividade, e pela amostra que temos, penso poder concluir-se que estamos perante um goleador de excelência.

Comparando os currículos dos dois jogadores, verifica-se que são diferentes. De Peyroteo, que se estreou com 19 anos, no Sporting, podemos dizer que “pegou de estaca” afirmando-se  de imediato como “matador”. Gyökeres, tem um longo percurso desde que começou a jogar. Passou por diversos clubes e apenas se afirmou como goleador no Conventry, depois de ter passado por empréstimos a vários clubes. Mas o grande salto deu-se no Sporting, onde arrisco dizer que houve a mãozinha de Rúben Amorim. Pode afirmar-se que era um diamante por lapidar.

Nesta época far-se-á a prova. Gyökeres poderá confirmar-se como um grande goleador, como parece estar a acontecer e nesse aspecto, poderemos estar perante um Peyroteo 2.0, com a diferença que não fará toda sua carreira no Sporting, como declarações recentes comprovam. Também questiono se num grande campeonato, conseguirá manter a mesma veia goleadora.

publicado às 02:34

Por mais isentos que queiramos ser, e eu procuro sê-lo, não conseguimos que as nossas opiniões não sejam influenciadas pelos nossos posicionamentos “ideológicos”.

Enquanto adepto de futebol, em geral, e adepto sportinguista muito em particular, procuro sempre manter uma posição equilibrada, conjugando a paixão clubística com alguma racionalidade. E nesse sentido coloco-me no lugar do contrário, tentando compreender as suas razões.

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Vem isto a propósito da polémica gerada pelo jogador Otávio, do Famalicão, ao afirmar no pós-jogo que Gyokeres devia ter sido expulso, depois de ter feito uma agressão a um colega seu, quando já tinha um cartão amarelo. Sobre este assunto, li opiniões de peritos de arbitragem e vi veredictos com conclusões opostas, o que prova que a situação é discutível.

Mas o que me parece que extravasa o papel de um jogador, é vir para as redes sociais alimentar a polémica, o que tenho alguma dificuldade em perceber, porque na prática, era um assunto ultrapassado. Em consequência, sujeitou-se a ter o confronto de adeptos com frases como “preto de *** , Macaco do c****e “volta para a tua terra”.

Não me considero racista e condeno quem o é no verdadeiro sentido da palavra. Não faço distinção entre cor da pele ou qualquer nacionalidade, por exemplo. Sei que teoricamente, somos todos iguais, mas na prática não é bem assim. Costumo dizer que tirando aspectos comuns, somos todos diferentes. E é nesse sentido que avalio as pessoas. Há pessoas bem e mal formadas em todos os países e concretamente entre atletas ou adeptos de futebol.

E é nesse aspecto que considero a atitude do cidadão e profissional de futebol Otávio, no mínimo, pouco prudente. Que necessidade tem de vir para o Instagram abordar um assunto já ultrapassado? Claro que se pôs a jeito.

Na minha perspectiva a sua função é jogar futebol e não assumir o papel de adepto. Claro que não concordo com atitudes/palavras que têm a intenção de ofender, mas elas são recorrentes nas redes sociais, onde o civismo não é a norma.

Como se costuma dizer, quem não quer ser lobo não lhe veste a pele. O jogador Otávio fez o mal e caramunha. Desencadeou o problema, deu azo aos insultos e a seguir fez-se de vítima. Para princípio de conversa, não é um bom cartão de visita.

P.S.: E já agora expliquem a esse futebolista que os jogos são onze contra onze. Procurar ganhar com o adversário com menos jogadores, não revela muito desportivismo.

publicado às 01:06

Ver para crer

Naçao Valente, em 09.07.23

Depois de um longo processo de negociações, é agora noticiado na comunicação social a contratação do jogador Gyokeres pelo SCP. O acordo com o Conventry é detalhado com alguns pormenores pelos jornais e televisões, com base nas suas fontes. No entanto, tanto a aquisição, como as suas condições, ainda não estão confirmadas por qualquer das partes. Até isso acontecer, prefiro esperar, e como na descrição bíblica, prefiro "ver para crer", como  o apóstolo Tomé,  embora com a convicção que não há fumo sem fogo.

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Um outro aspecto que tem gerado discussão, é a qualidade do jogador enquanto avançado. Há quem o apresente como um “craque” que está muito acima da média. Até já li e ouvi opiniões que o consideram uma mais-valia que aumentará, exponencialmente, o seu valor, que de acordo com as notícias é já bastante elevado para as condições do nosso país e especialmente do Sporting.

Confio na actual estrutura técnica do Clube que, ao que parece, fez finca-pé na aquisição do atleta. Decerto que o têm observado e que confiam nas suas potencialidades. Contudo, aconselha o bom senso manter alguma prudência. A ser contratado, preto no branco, será mais um atacante valioso, mas nunca poderá ser considerado o “salvador da pátria”. O futebol é um desporto colectivo, onde alguns fazem a diferença.

Espero mesmo que isso não aconteça, mas há exemplos de jogadores rotulados de grandes craques, que depois não se confirmaram. Cada caso é um caso, mas veio-me à memória um ex-jogador brasileiro, creio que chamado Luís Phillipe, adquirido pelo Sporting, há uns anos na segunda divisão, a baixo custo, que aparecia como uma grande promessa, por ter sido o melhor marcador desse campeonato. Por onde é que ele anda? Por isso, vamos, mais uma vez, sem excesso de optimismo esperar e “ver para crer”.

publicado às 04:34

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