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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Manuel José dá o seu parecer sobre as recém-manchetes que revelam o interesse de Jardel (Benfica) em ser chamado à Selecção Nacional, assim como o enquadramento geral dos actuais centrais da "equipa das quinas".
«Não faz qualquer sentido" pensar em Jardel para a Seleção Nacional. Terá um tempo muito curto para dar à Selecção. Apesar da míngua de centrais que temos, e os que temos são todos já ‘balzaquianos’, com uma certa idade, outros estão a aparecer. Temos Bruno Alves, Pepe e Ricardo Carvalho, principalmente o Ricardo, que tem 37 anos, que estão perto no final das suas carreiras, mas continuam a ser excelentes jogadores. Não vejo qual o interesse de pôr na seleção um jogador naturalizado com 30 anos.
José Fonte, também de 32 anos, joga num campeonato muito mais competitivo, mesmo não jogando numa grande equipa como o Jardel, mas é português genuíno e faz muito bem aquilo que o Jardel poderia fazer. Aliás, tecnicamente é melhor do que o Jardel.
Depois do Europeu, o único que vai sair da Seleção é o Ricardo Carvalho. O Bruno Alves e o Pepe vão continuar a ser chamados quase de certeza porque estão em muito boas condições. Depois temos o Tiago Ilori, Rúben Semedo, Paulo Oliveira, Tobias Figueiredo e até este miúdo do Braga [Ricardo Ferreira], que já se anuncia como alvo do interesse do Benfica. E outros jovens haverá que serão uma aposta muito mais interessante do que estar a dar nacionalidade a jogadores trintões.»
Creio que é uma análise certeira deste experiente treinador, embora me deixe a pensar sobre o futuro de Paulo Oliveira e Tobias Figueiredo, face às recém-opções de Jorge Jesus e o excesso de centrais no Sporting.
Mário Jardel na capa do jornal «Sporting» ???
Quando vi a edição desta quinta-feira do jornal «Sporting» - com o personagem na capa - fiquei, por falta de melhores palavras, altamente indignado.
Não me vou alargar em comentário sobre este indecoroso capítulo do passado, mas só posso concluir que quem é responsável por decisões deste ignóbil cariz carece de valores e princípios e, sobretudo, desconhece e/ou desrespeita a História do Sporting Clube de Portugal.
E, depois, acusam-nos de sermos excessivamente críticos !??
É por de mais evidente que estou em minoria ao pensar que Tobias Figueiredo - não obstante ter abordado o lance com o avançado do Penafiel de forma imprudente e daí que se tenha posto a jeito da expulsão de que foi alvo - tocou primeiro na bola e não no adversário.
Por termos vindo a comentar as arbitragens do Benfica, a primeira pergunta que me surgiu na altura foi "será que se tivesse sido Luisão ou Jardel o lance teria sofrido do mesmo critério por parte do árbitro ?"
A resposta concreta, nunca a saberemos, obviamente, mas por subjectiva que possa ser, a minha resposta foi e é "muito provavelmente não" !
Se nos dermos ao cuidado de analisar determinados aspectos do futebol português, verificaremos que o benefício da dúvida - se é que se possa apelidar de "dúvida" - é muito mais generoso para alguns, nomeada e inevitavelmente para o clube de Carnide, de há uns tempos a esta parte.
Aliás, ao analisar o lance em questão, verifica-se que o árbitro ainda se encontra no meio campo do Penafiel no momento do contacto entre Tobias e Guedes e o seu auxiliar corria para tentar acompanhar a jogada. Bruno Esteves, mesmo muito distante, não hesitou: Guedes caiu e ele assinalou falta e expulsou o defesa do Sporting. Se houve alguma dúvida, o benefício da mesma ficou deveras claro.
Será que esta minha conclusão é assente em mera conjectura ou falta de objectividade ?.... O registo disciplinar da I Liga dispõe dos factos que sustentam esta determinação.
Ora vejamos:
Luisão, com 21 jogos realizados na Liga - 1965 minutos de jogo - foi alvo apenas de UM cartão amarelo.
Jardel, com 21 jogos realizados na Liga - 1985 minutos de jogo - foi alvo apenas de UM cartão amarelo.
Perante este registo, é justo questionar como é possível que dois defesas centrais - e especialmente estes dois - só tenham visto um amarelo cada em 21 jogos ?
O mesmo Luisão, em 2013/14, realizou 34 jogos entre a I Liga, Taça da Liga e Taça de Portugal, e viu apenas três cartões amarelos. Nada menos do que fantástico !
A resposta estará no segredo dos "Deuses"...
«É evidente que Jardel não chegou nas melhores condições físicas e técnicas. Não era preciso ser especialista para perceber isso. Esteve três meses parado, sujeito a duas cirurgias e precisava de perder pelo menos 5 kilos. Era um jogador deslocado no plantel. Preparei-lhe dois programas especiais de treino. Achei que seria desaconselhável começar imediatamente com um programa mais exigente. Eram treinos aeróbios, para testar a capacidade de oxigenação face à distância definida. Foi preciso controlar a intensidade da corrida porque ele queria correr mais e mais. O indicado seria uma adaptação gradual e contínua a um esforço progressivo. Tanto no ginásio como no campo, o Jardel teve sempre um treino suplementar.
Sempre me perguntaram porque é que Jardel chegou e jogou imediatamente. Eu nunca tinha trabalhado com ele, nem tinha certezas absolutas sobre o seu estado. Bom, Jardel jogou por cinco razões fundamentais:
1.º Porque é o Jardel !
2.º Porque eu já conhecia o seu jogo e durante os poucos treinos que entretanto efectuámos fiquei esclarecido sobre o que ele era capaz de fazer.
3.º Porque, naqueles dias, Jardel teve o condão de afastar a tristeza que tomou conta da equipa, com a sua alegria sem limites.
4.º Porque o público ia ao estádio para ver Jardel e os adeptos deixavam de criticar aquilo que tínhamos feito mal porque estavam mais ocupados a falar de Jardel.
5.º Por causa da imprensa que deixava de se ocupar tanto sobre esta ou aquela prestação dos jogadores, para se concentrar mais sobre aquilo que o Jardel fazia.»
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