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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Até me deu para rir quando vi esta capa. Será possível ?... A primeira ideia que me surgiu é que não passa de uma "brincadeira" de Luís Filipe Vieira em resposta ao telefonema "fantasma" de Bruno de Carvalho, ou seja, uma mera ironia que coloca Ricky van Wolfswinkel na Luz.
Uma segunda referência ao Sporting pelo alegado desejo de Leonardo Jardim de levar Marcos Rojo, William Carvalho e Rui Patrício para o Mónaco. Tive sempre um palpite que haveria um qualquer "pacote" associado à saída do técnico, mas acho muita fartura logo os três de uma só vez. Um deles, provavelmente o William, ainda é um conceito plausível.
A terceira referência, e a única que oferece probabilidades reais, dado que os outros diários desportivos dizem o mesmo, divulga a chegada a Lisboa do defesa sérvio Petkovic para selar a transferência do Estrela Vermelha de Belgrade para o Sporting.
Aliás, acho que o provérbio diz algo para o efeito de que "não se chega a Roma sem que seja dado o primeiro passo". Na realidade os primeiros passos neste processo decorreram à porta fechada, mas o primeiro acto público, no mesmo sentido, ocorreu esta terça-feira em Mónaco, quando Vadim Vavilyev, vice-presidente do clube do principado, anunciou a saída de Claudio Ranieri depois de duas épocas como treinador da equipa,
Em conferência de imprensa, Vadim Vasilyev ainda declarou: "Acreditamos que nesta fase do nosso projecto precisamos de um treinador que traga nova dinâmica. Não vamos confirmar o nome, porque ainda há detalhes para resolver, mas procuramos alguém com uma visão ofensiva e capaz de oferecer espectáculo aos adeptos."
Por outras palavras, ainda nem tudo está cem por cento acertado entre o Mónaco e o Sporting. Não tenho conhecimento de causa, mas algo me diz que vai ser um negócio em pacote, possivelmente incluindo um ou mais jogadores. Mas repito que isto não passa de um palpite da minha parte.
O próximo passo no processo, tudo indica, será a apresentação de Leonardo Jardim, neste momento, com timing imprevisível, mas muito em breve, haja lógica.
Adenda: Bruno de Carvalho agendou uma conferência de imprensa para hoje, às 19:45, que muito indica será para esclarecer a situação do treinador, entre outras questões relevantes.
Entretanto, o Sporting já anunciou as saídas de Welder, Iván Piris e Gerson Magrão. Decisões expectáveis face às circunstâncias dos jogadores e o seu rendimento em 2013/214. Aliás, Piris até não é mau jogador e foi o que mais rendeu, mas era de esperar que o Sporting não accionaria a opção de compra por 3 milhões de euros. Tanto Welder como Magrão tinham cláusulas que permitiam a rescisão, no caso do primeiro, o empréstimo.
Constou há dias que algo semelhante estaria a ser tratado reltivamente a Salim Cissé, mas ainda não houve qualquer confirmação.
Não se sabe ao certo o salário actual de Leonardo Jardim - consta ser cerca de 35 mil euros/mês, provavelmente mais prémios por objectivos. Sabemos sim que o técnico afirmou logo no primeiro dia que não vinha para o Sporting por dinheiro, comparando ao seu vencimento no Olympiacos, o seu último clube, de cerca de 1 milhão de euros por época. Com ou sem fundamento, é hoje noticiado que o Sporting terá oferecido um contrato de dois anos, mais um de opção, a Marco Silva, por cerca de 25 mil euros/mês, decerto também com prémios por objectivos.
No futebol da actualidade, treinadores agem como os jogadores, e não é de esperar renovação de contrato com o clube do presente, quando surge outro a oferecer dez vezes mais. Além dessa importante consideração, ainda há uma outra, quando esse outro clube também pretende disputar o título na próxima temporada e a Champions, e nesse sentido oferece, de longe, melhores soluções do que o Sporting, que, tudo indica, vai tentar competir em todas as frentes com mais ou menos o mesmo baixo orçamento de 2013/14. Isto não é uma crítica ao Sporting, é somente a realidade nas circunstâncias actuais conhecidas.
Como já tive ocasião de escrever, apesar de todo o seu potencial, o desempenho futuro de Marco Silva no Sporting é uma autêntica incógnita. Mas, por uma questão de argumento, no contexto deste artigo, digamos que vai ter sucesso, tanto nas competições domésticas como na "montra" da Champions. Quais são as probabilidades de surgir novamente um emblema do exterior com a capacidade para facilmente superar os alegados 25 mil euros/mês ?.. Enormes, diria eu.
Por conseguinte, as condições em que o Sporting opera torna-o vulnerável a este tipo de situação, e não serão os 4 ou 5 milhões de euros que poderá vir a receber pela rescisão de contrato, que compensarão adequadamentge a saída de um bom treinador com a inevitável interrupção à continuidade do seu trabalho, disposição de extrema importância. Isto, para não evocar o cenário com jogadores, que deixo para outra ocasião.
O sucesso tem o seu preço, e parte desse preço é a impossibilidade de manter activos de qualidade a longo prazo, actuem eles dentro ou fora das quatro linhas.
Li um artigo que muito embora não faça referência ao Sporting em termos depreciativos, questiona se existe suficiente qualidade individual no plantel para suster o rigor competitivo do longo campeonato e mesmo que o título não seja uma consideração preponderante, se será então o suficiente para garantir, no mínimo, o acesso à Liga dos Campeões.
Diz o autor - com razão de ser - que o factor principal que levou à derrota no Dragão foi precisamente a superior qualidade individual da equipa portista e que, na sua opinião, o Sporting tem apenas três jogadores de classe superior: Rui Patrício, Fredy Montero e a grande revelação William Carvalho. André Carrillo pode chegar ao topo - está melhor este ano - mas os demais dificilmente passam de bons actores secundários. Muito pouco para tanto, mesmo com a excelente organização de jogo e orientação técnica de Leonardo Jardim.
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O técnico madeirense, na conferência de imprensa de antevisão ao embate de sábado com o Marítimo, teceu algumas considerações interessantes e que de algum modo se relacionam com a temática que aqui abordamos:
«(...) Não é por termos perdido o último jogo que mudámos. Temos jogos importantes para o futuro mas isso, para nós, não é importante porque trabalhamos em micro ciclo, concentrados apenas no próximo adversário. Agora pensamos no Marítimo, depois pensamos no próximo.»
Nenhuma surpresa aqui, já que é o mesmo discurso sereno que Leonardo Jardim mantém desde o primeiro dia. No entanto, deu a entender que poderão haver mexidas no onze inicial: Maurício está em dúvida devido a lesão, Capel está apto a jogar os 90 minutos e Jefferson igualmente. Nada foi indicado sobre qualquer alteração no meio campo, nomeadamente Vítor Silva no lugar de André Martins.
«A primeira parte (no Dragão) foi de boa qualidade mas uma das nossas características é a mobabilidade ofensiva e a troca de posições, e isso não aconteceu. Quando temos uma atitude mais pacífica somos mais facilmente marcados e isso não é a nossa forma de estar.»
Surpreende-me a sua apreciação de "uma primeira parte de boa qualidade", salvo se a sua referência é ao jogo de contenção, já que ofensivamente não existimos, com nenhuma oportunidade de golo criada e somente 4 remates, todos de fora da área.
«Abel não falou directamente de Dier mas dirigiu-se a toda a equipa. Foi uma ideia colectiva. Independentemente de onde jogam, os jogadores têm de ter intensidade alta. O Dier, sendo menos utilizado na equipa principal, teve a oportunidade de manter níveis físicos altos na equipa B. Aconteceu o mesmo com Rinaudo, Jefferson... vários outros o fizeram porque temos um plantel curto e precisamos de ter jogadores disponíveis para a primeira equipa.»
Desconheço a que propósito este assunto surgiu - porventura por pergunta de jornalista - mas lamenta-se que Leonardo Jardim, que já tendo sido forçado a explicar o que dirigentes dizem na praça pública, vê-se agora na posição de justificar as declarações do treinador da equipa B. É por de mais evidente, para mim, pelo menos, que há aqui alguma sensibilidade em relação a Eric Dier, pela sua escassa utilização.
Leonardo Jardim prepara a visita ao Dragão no próximo domingo e tudo indica que o onze mais por si utilizado não vai sofrer alterações. Muito embora Jefferson já esteja a treinar sem limitações, é muito provável que o seu estado físico não mereça o regresso imediato à equipa. Também têm surgido conjecturas sobre a inclusão de Vítor no lugar de André Martins, mas não acredito que aconteça, pelo menos enquanto a equipa se mantiver em um curso ganhador. O onze mais provável será:
Rui Patrício; Cédric Soares, Rojo, Maurício e Iván Piris; William Carvalho, Adrien Silva e André Martins; Wilson Eduardo, André Carrillo e Fredy Montero.
Pode ler aqui um breve apontamento jornalístico sobre os trabalhos de preparação do Sporting.
Já foi confirmado que a lesão de Jefferson - entorse no joelho - o vai afastar de competição durante pelo menos quatro semanas. Questionado sobre a situação, Leonardo Jardim optou - compreensivelmente - por não mostrar a mão, mas a realidade é que as alternativas são muito limitadas:
"É um jogador importante. O tempo de jogo que tem e o número de jogos que fez pela equipa assim o diz. Temos outras alternativas no plantel, jogadores com características diferentes de Jefferson. Marcos pode jogar como defesa esquerdo, o Piris também pode fazer os dois lados da defesa. Eventualmente Magrão e Salomão, mas seriam situações de maior inexperiência de posição. Eu já decidi quem vai jogar mas não vou dizer."
Bem... não dá sequer para imaginar Magrão ou Salomão na posição apenas por serem esquerdinos e muito embora Piris possa vir a ser adaptado, salvo ir à equipa B - Mica também está lesionado e resta Seejou King - a única opção realista para Leonardo Jardim, aliás uma que até pode vir a ser permanente se ele assim entender, é Marcos Rojo, com Eric Dier a ocupar o seu lugar no eixo da defesa. Se um jogador joga nessa posição na selecção da Argentina também o poderá fazer, e bem, no Sporting.
Já tinha referido em outros escritos que é esta a maior vulnerabilidade deste Sporting, por falta de profundidade qualitativa. Com o passar das semanas, o natural desgaste dos jogos, especialmente de inverno, e um banco muito "magro", as exigências - e por inerência as dificuldades - serão cada vez maiores.
Um artigo que vale a pena ler por Nuno Farinha do jornal "Record", em que o autor aborda o "derby" de amanhã e, de especial interesse, faz uma perspicaz comparação entre Leonardo Jardim e Jorge Jesus.
O texto completo pode ser lido aqui, já que me limito a transcrever somente três parágrafos que, na minha opinião, merecem destaque:
«Leonardo Jardim e Jorge Jesus são treinadores de pensamento futebolístico muito diferente. É normal que assim seja, aliás, porque há exactamente 20 anos a separá-los. Jardim, 39 anos, é um produto da linha académica, em estado de evolução acelarada e sempre disponível para a aprendizagem. Jesus, 59 anos, é um autodidata que só aceita lições de Johan Cruyff e Manuel Sérgio.»
«Os treinadores do Sporting e Benfica são diferentes em quase tudoo. Um é discreto, o outro é exuberante. Um fala baixo, o outro fala alto. Um tem pouco cabelo, o outro tem muito. Independentemente das distâncias mais ou menos fáceis de identificar, há um registo que promete aproximá-los: Jardim está a conseguir, em tempo recorde, despertar um gigante exactamente como Jorge Jesus fez em 2009, quando chegou à Luz.»
«O treinador madeirense é, para já, a figura maior do Sporting-Benfica. Na véspera de arrancar o campeonato este jogo era, no calendário, um pesadelo para os leões. Hoje parece um sonho.»
Um escrito da autoria de Nuno Farinha - jornal Record - intitulado "A primeira vitória de Jardim", do qual transcrevi este seu reparo sobre o estado das coisas com Bruma:
«Há uma nuvem que paira sobre Alvalade que começa a preocupar seriamente: Bruma. Já se percebeu que a novela pode acabar mal, caso não se verifique uma mudança de estratégia. Quem tem de mudar ? Aparentemente, o Sporting. E deve fazê-lo no sentido de baixar a temperatura neste processo que envolve riscos muito altos. Se os dirigentes leoninos mantiverem a postura intransigente, o mais provável é que a corda parta. A única dúvida, é saber qual é que é mesmo, neste momento, o lado mais fraco.»
Face à conhecida situação, um comentário pertinente.
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