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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Facto: Jorge Jesus conquistou em 2 anos no Sporting o mesmo número de títulos
que Augusto Inácio conquistou em 2 meses no Moreirense: 1.
A diferença está "apenas" nos milhões dispendidos.
(...) "É extraordinário [o desempenho do Sporting esta época], pois a equipa é praticamente a mesma."(...)
J.M. Ricciardi
Creio que Ricciardi não vê um jogo do Sporting há uns meses bastante largos... A equipa é praticamente a mesma!? Só se o "praticamente" for com a excepção de todos os reforços recebidos na era Jesus, claro está! Bem diz Leonardo Jardim que, para ser melhor do que ele, Jesus vai ter de ganhar o título.
Um Sporting à imagem da falta de ambição do seu treinador. E, já agora, do seu presidente. Quando Jesus dá o mau exemplo, o que esperar dos jogadores ? Mais do mesmo, como é evidente. O problema é que ninguém explicou a Jorge Jesus (será que isso era mesmo preciso ?) as ambições e a exigência do clube onde se encontra. O mais fantástico é que de Azevedo de Carvalho, noutros palcos tão publicamente interveniente, se vê "uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma". Ou seja, para fora faz voz grossa, para dentro não é mais do que um miar de um gatinho. Aqui está um exemplo da tal "cultura de exigência" defendida por Azevedo de Carvalho.
Como as coisas mudam, não é dr. Barroso ? Pela boca morre o peixe.
«O grande problema do futebol português, como alguém já disse, é o medo de afrontar determinadas forças, de apontar o dedo a determinadas formas de pressionar arbitragens e formas de resolver jogos. Desse medo a Liga não se preocupa. Respeito os dirigentes da Liga, mas não podem haver dois pesos e duas medidas, uma atitude em relação ao Benfica e outra em relação ao FC Porto. Não queremos que o Benfica seja beneficiado nem toleramos que o Benfica seja a alma negra e o alvo a abater para que ninguém seja levado ao colo em mais um campeonato.»
- Rui Gomes da Silva -
Observação: Era inevitável que este notório personagem integrasse também a campanha em curso para "beatificar" Jorge Jesus e o clube de Carnide. Expressões bastante ilustrativas da sua bem conhecida objectividade, imparcialidade e sentido de justiça desportiva: "dois pesos e duas medidas", não queremos que o Benfica seja beneficiado" e "que ninguém seja levado ao colo". Sim... e o sol também nasce no Poente !
Esta hipocrisia patente por quem teve o indecoro de proferir o seguinte:
- "No Benfica nunca contamos mentiras".
- "O Sporting nasceu do Benfica".
- "Não queiram comparar uma agressão com uma pessoa que atira um verylight sem destino".
- "O meu filho se for jogador de futebol nunca representaria o Sporting ou o FC Porto, nem que a sua felicidade dependesse disso."
O problema do vice-presidente do Benfica e do seu clube é que não estão e nunca estiveram minimamente preocupados com o estado do futebol português, mas apenas e tão com o que os beneficia, em detrimento de seja de quem for. Mentiras ???... Até a data da fundação do seu clube é uma MENTIRA !
Um artigo que vale a pena ler por Nuno Farinha do jornal "Record", em que o autor aborda o "derby" de amanhã e, de especial interesse, faz uma perspicaz comparação entre Leonardo Jardim e Jorge Jesus.
O texto completo pode ser lido aqui, já que me limito a transcrever somente três parágrafos que, na minha opinião, merecem destaque:
«Leonardo Jardim e Jorge Jesus são treinadores de pensamento futebolístico muito diferente. É normal que assim seja, aliás, porque há exactamente 20 anos a separá-los. Jardim, 39 anos, é um produto da linha académica, em estado de evolução acelarada e sempre disponível para a aprendizagem. Jesus, 59 anos, é um autodidata que só aceita lições de Johan Cruyff e Manuel Sérgio.»
«Os treinadores do Sporting e Benfica são diferentes em quase tudoo. Um é discreto, o outro é exuberante. Um fala baixo, o outro fala alto. Um tem pouco cabelo, o outro tem muito. Independentemente das distâncias mais ou menos fáceis de identificar, há um registo que promete aproximá-los: Jardim está a conseguir, em tempo recorde, despertar um gigante exactamente como Jorge Jesus fez em 2009, quando chegou à Luz.»
«O treinador madeirense é, para já, a figura maior do Sporting-Benfica. Na véspera de arrancar o campeonato este jogo era, no calendário, um pesadelo para os leões. Hoje parece um sonho.»
Admito, desde já, que esta temática é muito subjectiva, como aliás muito ao que concerne o jogo de futebol é, mas enquanto assistia ao jogo do Benfica no Dragão a imagem que me veio constantemente à mente foi a do Sporting em 2005, no desafio em que surgiu o infâme golo de Luisão a dar a vitória aos encarnados. Reconheço que ninguém melhor do que Jorge Jesus sabe a condição física da sua equipa e que a final da Liga Europa o terá incomodado mas, à semelhança do que José Peseiro fez em 2005, não compreendo a razão do Benfica se afastar do modelo de jogo que o conduziu até este ponto: audaz, destemido e agressivamente atacante, perante um FC Porto que, na minha opinião, está longe de ser uma equipa dominadora, em contrário. Ambos, Jesus e Peseiro, jogaram cautelosamente, conscientes de que o empate serviria os seus objectivos, e não obstante o golo milagreiro ao cair do pano, quem assim joga quase sempre sai derrotado. O "clássico" foi um jogo emotivo mas de fraca qualidade, muito por um Benfica descaracterizado e sem o nível de envolvência ofensiva que é a sua marca. O FC Porto teve muito posse de bola, mas esteve lento e as oportunidades criadas foram escassas.
Apesar da época notável do Paços Ferreira, acredito que o FC Porto não vai deixar fugir o título e Jorge Jesus, a exemplo de José Peseiro em 2005, sujeita-se a ver a sua equipa cair sem ânimo perante um Chelsea muito motivado e a necessitar da vitória para justificar uma campanha aquém da expectativa.
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