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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Jorge Silas rescindiu esta quarta-feira, por mútuo acordo, e o Sporting CP já participou a rescisão à CMVM.
Silas receberá os salários até ao final da época, mas abdica de uma cláusula do contrato que lhe permitia receber os vencimentos da próxima época se deixasse o Clube antes do final da temporada.
Pelos vistos, o acordo de saída foi acertado com o presidente e Hugo Viana ainda antes do jogo de terça-feira em Famalicão.
O acordo de rescisão é extensível aos adjuntos Zé Pedro, Rui Nunes e Pedro Alves.
P.S.: Rúben Amorim assinou contrato com o Sporting até 2023 e tem a sua apresentação marcada para esta quinta-feira, às 15h00, numa conferência de imprensa a ser realizada na Academia, na qual também estará presente Frederico Varandas.
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Entretanto, o Sporting oficializou a contratação de Rúben Amorim e a constituição da sua equipa técnica, através de comunicado à CMVM:
"A Sporting clube de Portugal-Futebol, SAD (adiante Sporting SAD ou Sociedade) vem, nos termos e para efeitos do cumprimento da obrigação de informação que decorre do disposto no artigo 248º-A do Código dos Valores Mobiliários, informar o mercado que chegou a acordo com a Sporting Clube de Braga – Futebol, SAD para a contratação dos treinadores Rúben Amorim, Adélio Cândido e Carlos Fernandes, pelo valor de €10.000.000,00 (dez milhões de euros).
Os referidos três treinadores, conjuntamente com os treinadores Emanuel Ferro e Tiago Ferreira, integrarão a nova Equipa Técnica da equipa principal de futebol da Sporting SAD, que assim fica constituída por:
- Rúben Amorim / Emanuel Ferro / Adélio Cândido / Carlos Fernandes / Tiago Ferreira".
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... Tanto rumor badalado, noticiado e falado relativamente à "Operação Fora de Jogo" provocou uma quarta-feira muito confusa. Não ajudou, também, que a CMVM, tenha, a meio do dia, suspendido as acções do Sporting CP. Os números, afinal, não são magros: escreve-se que de Alvalade terão que sair cerca de 10 milhões de euros para entrarem na Pedreira, quantidade de zeros à direita que não são comuns ver um clube pagar a outro, em Portugal, por um treinador.
Entre outras coisas, escreve Nicolau Santos, na sua crónica na Tribuna Expresso:
"O risco maior da contratação de Rúben Amorim nesta altura é ele perder vários dos onze jogos que faltam até ao final da temporada e chegar à próxima época já desgastado e com a credibilidade em baixa junto da massa associativa.
O problema do Sporting assenta em primeiro lugar na falta de uma equipa competitiva e com vários jogadores de grande qualidade. Por muito que possa doer aos sportinguistas, a actual equipa pode lutar por ser a melhor do nosso campeonato do terceiro lugar para baixo, porque está em todos os níveis a léguas de distância dos dois primeiros.
É claro que um bom treinador ajudará a encurtar distâncias mas não resolve o maior problema da falta de excelente matéria-prima. Ruben Amorim não vai conseguir tirar leite das pedras, assim como Silas não conseguiu. E arrisca-se a não suportar uma nova época de frustrações leoninas".
Declarações de Jorge Silas, em termos de despedida, no final do jogo com o Famalicão:
"Quero começar por pedir desculpa aos sócios e adeptos do Sporting, porque o Sporting e a sua história exigem muito mais do que isto e também dizer que este é o meu último jogo no Sporting. Quero agradecer a grande oportunidade que me foi dada, de ter a chance de aprender coisas que nunca iria aprender.
É uma decisão mais do que pensada, que começou a ser pensada após o jogo da Turquia e que foi tomada na sexta-feira, sem volta atrás. Foi tomada por várias razões que não vou enumerar. Foi um orgulho representar o Sporting. Acho que realmente numa ou outra situação poderíamos ter feito mais, acho que todos o podíamos ter feito.
Esta decisão baseia-se no pensar no Sporting, pois o clube tem de pensar na próxima temporada, para não voltar a ter os dissabores que teve nesta. O mais natural é sairmos e o Sporting pensar noutro treinador, que comece já a trabalhar com os jogadores e a sua ideia. O soberano aqui é o melhor do Sporting.
Sobre a chegada de Rúben Amorim, não é tão relevante quem tomou iniciativa. Não vou falar disso. Sobre o Rúben digo o mesmo que disse quando estava no Casa Pia. Será um grande treinador, é jovem, tem muito pela frente. Vai precisar de muita ajuda, de todos. Vem para um desafio enorme.
Como ex-colega e amigo desejo-lhe o melhor. Digo que precisará de muita ajuda, porque este é um desafio para gente de coragem, num contexto difícil. Vem para aqui um grande treinador".
Admite-se as boas intenções de Silas, mas errou ao fazer referência ao seu sucessor, não só porque não lhe competia mas, sobretudo, porque ainda não tinha sido oficializado pelo Sporting.
Ao que consta, Rúben Amorim só hoje assinará o novo contrato, em Lisboa. Em princípio, será válido até 2023.
A RTP avançou esta sexta-feira que a saída de Jorge Silas deveria acontecer nos próximos dias, contudo, a Rádio Renascença revela que fonte do Sporting informou que não há qualquer plano de momento para afastar o técnico do comando da equipa.
A haver uma saída, esta seria antecipada pela forma como o Sporting foi eliminado da Liga Europa, depois de ser derrotado pelo Basaksehir na Turquia, esta quinta-feira.
Embora seja matematicamente possível chegar ao título, o Sporting tem estado a lutar com o SC Braga pelo 3.º lugar. Os leões são 4.º classificados com 39 pontos, menos um que os minhotos e a 18 pontos do líder Benfica, quando já estão realizadas 22 de 34 jornadas. Ou seja, ainda estão em disputa 36 pontos na Liga.
Jorge Silas leva 27 jogos no comando técnico do Sporting, tendo somado 17 vitórias, um empate e nove derrotas.
Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Boavista, Jorge Silas referiu que a equipa do Sporting foi afectada pelo mercado em Janeiro, pois a instabilidade criada pela saída de Bruno Fernandes fez com que o jogador não tivesse estado a cem por cento nos últimos jogos de leão ao peito:
"A instabilidade do mercado, tanto no Inverno como no Verão, é sempre muito má para todas as equipas. E na nossa foi ainda pior, pois mexeu bastante com um jogador que era fundamental para nós. O Bruno estava mais fora do que aqui nos últimos jogos, não conscientemente, claro. Consigo perceber isso, mas ele podia ter-nos dado muito mais se não houvesse essa instabilidade. Mas tinha uma possibilidade que só acontece uma vez na vida e ele merece. Onde chega é logo um dos melhores. Estamos a ver um Bruno que nos últimos jogos não vimos aqui".
Algumas considerações de Jorge Silas na conferência de imprensa de antevisão ao jogo desta segunda-feira com o Marítimo:
"O Marítimo é uma boa equipa que vem de seis jogos sem perder, que apresenta um futebol agradável e que, seguramente, nos vai complicar a vida. Mas nós achamos que temos argumentos para poder vencer;
Temos uma série de condicionantes: o campeonato onde o Sporar estava a jogar está parado, os últimos dias para ele foram diferentes, com alguma tensão e acabou por ter um problema gástrico que o deixou um pouco debilitado.
Treinou na sexta-feira, ontem não treinou, hoje já estava melhor, treinou um bocadinho, mas ainda se sente debilitado. Nós ainda vamos ter um treino amanhã [segunda-feira], vamos ver como é que ele sente. A nível técnico e táctico não nos surpreendeu, foi bom, mas, naturalmente, está um pouco debilitado neste momento. Amanhã será o dia ideal para percebermos se está em condições de nos poder ajudar ou não.
O meu lugar está à disposição desde o primeiro dia em que entrei aqui. Não estou aqui agarrado a nada, eu confio é muito no meu trabalho. Mesmo os 19 pontos não me dizem nada. De cada vez que entro num treino, entro muito seguro do que vou trabalhar. E no jogo ainda mais.
Bruno Fernandes continua a ser o capitão e um jogador totalmente empenhado, apesar das circunstâncias relacionadas com a sua possível saída.
No jogo com o Porto não merecíamos perder, com o Benfica também não. E com o Braga perdemos quando tínhamos menos um [expulsão de Bolasie]. A nível de exibições não considero que tenha sido mau. Reconheço, no entanto, que a imagem que fica no final é sempre em função dos resultados e não as exibições e os golos falhados".
Não é nossa intenção promover a noção e, a verdade se diga, ainda nem sequer temos uma opinião firme sobre o futuro de Jorge Silas no Sporting.
Contudo, dito isto, parece-nos no mínimo lógico que a dúvida seja levantada,uma vez que já foi consumado o afastamento das Taças de Portugal e da Liga, o título é uma muito distante miragem e em termos de provas ainda por disputar, resta a Liga Europa.
Reconhecemos os condicionalismos que têm dificultado o trabalho do técnico, mas além da ausência de mais qualificado talento, há qualquer coisa com o futebol da equipa - e não nos referimos apenas a resultados - que não projecta um estado de agradabilidade.
Jorge Silas, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo desta segunda-feira com o Santa Clara, teceu algumas considerações interessantes:
"A abordagem é a mesma: o nosso objectivo é ir aos Açores e ganhar. Quando chegámos ao Sporting, à sexta jornada, estávamos em 9.º, agora estamos em 4.º e temos agora possibilidade de passar para 3.º. O nosso objectivo é jogo a jogo mas sempre a olhar para cima.
A nossa temporada não está acabada. Em sete jornadas passámos de 9.º para 4.º e agora podemos ir para 3.º. Quem acha que, mesmo com a nossa recuperação, já está tudo decidido na Liga, se calhar anda distraído.
Acredito que todas as equipas vão perder pontos na Liga. Agora queremos passar para 3.º e aí olhar para cima e passar para 2.º e depois para 1.º. Não dependemos só de nós, mas acredito que vão perder pontos. Na Taça da Liga, se formos à final four, não tenho dúvidas de que poderemos vencer. Na Liga Europa é jogo a jogo. Há duas equipas que considero muito fortes, Ajax e Inter".
Não se pode culpar o treinador por ter um discurso positivo. Quiçá... até acreditará no que diz, mas é de admitir que, nas circunstâncias de momento, esteja a ser excessivamente optimista.
Também de interesse, o seu parecer sobre alguns jovens da formação que são apostas para integrar a equipa principal. Além de Luís Maximiano e Pedro Mendes, nomeou Rodrigo Fernandes, que até já foi utilizado, Matheus Nunes e o conhecido Rafael Camacho.
"Acho que neste momento são estes, mas há mais um ou outro que não quero tocar no nome deles, porque quero que estejam concentrados nos juniores e sub-23. Estes são os que achamos que estão mais perto".
Gostava de o ouvir comentar o "desaparecido" Gonzalo Plata, mas a pergunta não lhe foi dirigida pelos jornalistas.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) confirmou que recebeu uma queixa anónima relativamente à contratação de Jorge Silas por parte do Sporting, mas remeteu-a para a Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
De acordo com a nova lei que estabelece o acesso e exercício da actividade de treinador, é a ASAE a entidade fiscalizadora da situação, mas, uma vez que a nova lei só foi publicada em Setembro, só entrará em vigor seis meses depois, isto é, a 3 Março de 2020.
Até essa data, a ASAE não pode actuar em relação a a "eventuais práticas irregulares na contratação de diversos treinadores de futebol", pelo que a entidade encaminhou a queixa que recebeu, a 4 de Outubro, para a FPF.
Recorde-se que Silas apenas tem o nível III de treinador, ou seja, não possui actualmente o nível exigido para treinar na Liga NOS (e nas competições europeias), o nível IV.
Há gente de má fé para tudo e mais alguma coisa e um cínico até diria que esta queixa tem como autor um dos suspeitos usuais que tem vindo a fazer oposição à actual Direcção do Sporting.
Algumas considerações de Jorge Silas na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Tondela:
- "Para chegarmos ao título, os rivais têm de perder pontos, não dependemos só de nós. Se ganharmos todos os jogos seremos campeões, disso não tenho dúvidas, mas, para já, pensamos jogo a jogo e em vencer todos os jogos".
- "A equipa vive um bom momento. As vitórias são sempre boas. Desde que aqui estou é o melhor momento e dá-nos alento e confiança para o que aí vem".
- "É provável que o Sporting apresente um onze inicial diferente do que defrontou o Paços de Ferreira. Pretendemos ter mais controlo sobre o jogo e isso passa por ter mais bola, antes e depois de fazer golo. Foi isso que nos faltou no último jogo".
- "Não vamos abdicar de nenhuma competição e vamos sempre escolher a equipa mais forte para cada jogo".
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