Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Como Carlos Barbosa da Cruz escreveu, e muito bem, esta semana no jornal Record, “se se generalizou o uso do VAR, porque se concluiu, e bem, que a tecnologia podia suprir os naturais erros de julgamento dos árbitros, não entendo por que é que essa mesma tecnologia já não serve para corrigir lapsos” dessa natureza.
Não aproveitar todos os recursos ao nosso alcance para trazer mais justiça ao mundo, seja do futebol ou outro qualquer meio ou indústria, é afastarmo-nos do propósito de lutar por uma sociedade melhor e mais justa.
Com a admissão por parte do árbitro do seu erro, com imagens que o comprovem, insistir no erro é, simplesmente, desvirtuar a justiça desportiva. E como alguém disse um dia: “se errar é próprio do Homem, insistir no erro é próprio do diabo”.
Independentemente da actual discussão jurídica, a verdade é que em menos de um mês, o Sporting CP voltou a ser prejudicado, à imagem do que aconteceu com o caso dos “falsos positivos” de Nuno Mendes e Andraz Sporar.
Excerto da crónica de Miguel Braga, no jornal Sporting
Hoje tenho estado muito ocupado e com pouca disponibilidade para o blogue. No entanto, reservei uns minutos há instantes para ler uma crónica em um jornal regional, sobre os acontecimentos de ontem, em que, na realidade, o autor nem sequer é identificado.
De qualquer modo, entre as apreciações expressas sobre o jogo da Alemanha - num tom até moderadamente simpático - reparei numa breve frase que transmite precisamente o que eu sinto sobre a situação do Sporting no que às várias competições em que participou diz respeito e, muito em especial, sobre a atitude deveras vincada para com a Liga Europa. Diz o autor do escrito:
«Jorge Jesus é um treinador feliz. Conseguiu o que sempre pregou: fazer com que o Sporting fosse afastado de todas as competições, excepto a única que é de regularidade.
Das Ligas europeias, nem vale a pena falar. Nem com os super-lucros que advém dessas competições se preocupou. Seguiram-se as Taças de Portugal e a Taça da Liga. E agora, já não lhe restam desculpas. Ou ganha o campeonato e está tudo bem, ou não ganha e veremos então quanto de mal surgirá.»
P.S.: Como já indiquei, desconheço o autor do artigo publicado, mas sei que o director do jornal é um devoto sportinguista. Isto, para evitar acusações sem sentido.
Não era minha intenção voltar a abordar o despedimento colectivo no jornal "Sporting", mas depois de reflectir conscienciosamente determinadas informações que me chegaram, há dois ou três dias, decidi que valeria a pena um comentário adicional, que se não tiver outra utilidade, servirá para acentuar que este assunto foi mal e impiedosamente gerido pelo Conselho Directivo e, sobretudo, em contraste com a transparência que é constantemente apregoada, nem tudo é o que aparenta, caso existissem dúvidas.
As suspeitas sobre diversos aspectos desta decisão dos responsáveis do Sporting surgiram logo no primeiro minuto, pela informação que foi divulgada pela comunicação social , em nada atenuadas pelo tardio comunicado do Clube, que eu então denominei o proverbial "atirar areia para os olhos". Soube-se, então, que foram despedidos oito funcionários do jornal, homens e mulheres, alguns com décadas de serviço no Clube. Um dos rumores que então surgiram foi-me possível agora confirmar: que apenas ficaram dois fotógrafos, possivelmente porque o "YoungNetwork" Grupo não tem profissionais da especialidade no seu quadro.
Entretanto, através de fonte directa e fidedigna - nomeadamente um dos funcionários despedidos - foi possível apurar um pouco mais sobre o processo e a forma como este foi gerido por quem de direito. Este funcionário, que por uma questão de respeito e sem a exigência da pessoa, vou manter anónimo, depois de décadas na função, apresentou-se ao serviço na terça-feira, dia 22 de Abril, e quando tentou dar início ao seu trabalho verificou que o acesso ao seu computador estava bloqueado. Dirigiu-se então a um colega que o informou do despedimento colectivo e que também ele descobriu a situação do mesmo modo. Para não entrar em mais detalhes, será suficiente indicar que o referido funcionário dirigiu-se a um dirigente e perguntou-lhe se a Direcção não sentia o dever e se não dispunha de cinco minutos para informar as pessoas directa e pessoalmente. Não recebeu resposta !
Ainda através de uma outra fonte, também esta fidedigna, um vogal da Direcção foi questionado sobre a situação. Como resposta, limitou-se a dizer que o processo "já estava a ser planeado há algum tempo, porque estavam a ser cometidos muitos erros" (com a publicação do jornal).
Caso à parte, quero deixar aqui o meu apreço por Rúben Coelho - director-adjunto do jornal - o real "motor" da publicação com cerca de 25 anos de casa e, salvo erro, distinguido com o Prémio Stromp, em mais do que uma ocasião. Pessoa com quem eu tive o prazer de lidar durante os meus anos de colaboração com o jornal. Não tive ocasião de falar com ele, mas creio que visita o blogue. Desejo-lhe as maiores felicidades.
«Já ouvi bastante gente a elogiar a competência da YoungNetwork. Acredito que Bruno de Carvalho os conheça bem e parece-me evidente que confia neles. Mas concordo que este processo podia e devia ser mais claro, pois deixa margem para levantar suspeitas.
Quanto a Luís Filipe Vieira, em termos de manipulação dos sócios através da comunicação social, está num grau mais avançado que Bruno de Carvalho. No Benfica de hoje, os sócios nem podem ser ouvidos, e já ocorreram várias Assembleias Gerais vergonhosas; uma por exemplo que acabou porque haviam sócios que discordavam do caminho seguido pela Direcção. Lá, os sócios são vistos como meros clientes. Por enquanto, no Sporting, toda a gente ainda pode falar nas Assembleia Gerais, ainda se promovem reuniões de sócios. E Bruno de Carvalho sempre disse que nos queria com voz activa no Clube.»
Leitor: Jorge
Da mesma forma que abomino que me mintam, que me enganem com meias verdades, abomino também que me "atirem areia para os olhos".
Isto, a propósito do comunicado do Conselho Directivo do Sporting sobre o despedimento colectivo no jornal, que surgiu já depois de quase toda a informação relevante ser do conhecimento geral. Uma narrativa muito bem adornada, em que é indicado que os trabalhadores despedidos foram sete e não os oito originalmente noticiados, que o processo visa "uma maior optimização dos recursos disponíveis (...) com maior racionalização ao nível de custos" e ainda que o "YoungNetwork Group" foi escolhido "por nos oferecer garantias claras de que o nosso projecto será bem sucedido". Claro, nem outra explicação era esperada !
A parte que mais considero pura propaganda, o tal "atirar areia para os olhos", surge no último parágrafo do comunicado:
"O Sporting Clube de Portugal e o YoungNetwork Group acordaram, e ficou escrito no texto que rege essa colaboração, que todas e quaisquer pessoas a trabalhar no projecto Media do Clube não serão apenas simpatizantes ou adeptos do nosso emblema: serão obrigatoriamente Sócios do Sporting Clube de Portugal."
Absolutamente ridículo !!!.. Contrata-se uma empresa privada para um projecto, mas o profissionais dessa empresa terão de ser sócios do Sporting para trabalharem nesse projecto. Se por mera casualidade esses profissionais forem simpatizantes e/ou sócios do Benfica ou do FC Porto, por exemplo, a empresa terá de os associar ao Clube para não correr o risco de perder o contrato, ou então, terá de ir ao mercado recrutar profissionais do ramo que já sejam sócios do Sporting. E, então, serão esses profissionais de comunicação que se responsabilizarão pelo jornalismo de tudo quanto é Sporting !??
Não sei bem o que mais ofende: a mensagem por si ou a óbvia expectativa que os sportinguistas a considerem credível.
Para quem desejar dar-se ao incómodo, o comunicado pode ser lido aqui.
De louvar:
É notável a colocação no Jornal do Clube das movimentações acontecidas no defeso, ao nível dos planteis da equipas A e B. Parece-me um procedimento muito inovador e altamente informativo, que pela sua própria existência acaba por forçar a manutenção de altos níveis de transparência nas transacções de passes de jogadores. É uma excelente ideia e muito bom seria que fosse para manter.
A dúvida:
A aquisição de 60% do passe do Jefferson ao Estoril Praia terá custado, de acordo com o quadro que referi acima, 500.000 euros. Já no R&C de 2013, recentemente conhecido, o Estoril Praia consta como credor do Sporting, por venda de passe de jogador, no valor de 615.000 euros. Esta seria a posição devedora global do Sporting a 30 de Junho de 2013: não sei, exactamente, a que transacções se refere, nem sei se o valor global dessas transacções terá sido esse, ou se foi superior. Poderão, talvez, os nossos leitores mais próximos da Direcção esclarecer este ponto?... (Petinga, Bruno Gimenez, Sérgio Palhas, Lion73, FCS... e todos os outros de que não me recordo neste momento, acreditem que não estou a ser cínico quando quando peço a vossa contribuição - penso que seria muito útil este esclarecimento).
Adenda: Já me foi explicado que o Sporting não terá pago nada inicialmente, vindo a pagar no futuro, e que a valorização mencionada se refere a quantia integral da transacção em dívida, acrescida do IVA de transacções intra-terrotoriais. Assim sendo, considere-se a dúvida estar esclarecida, ficando apenas válido o meu louvor pela transparência nesta reestruturação do plantel.
Lavagem cerebral é actualmente um elemento forte na cultura popular globalizada que visa premir certas atitudes e crenças de pessoas - crenças consideradas indesejáveis ou em conflito com as crenças e conhecimento nas outras pessoas. É precisamente isto que se verifica em tudo quanto é Sporting nos dias de hoje, a exemplo dos escritos que começam a surgir com maior frequência no jornal do Clube. E, quem melhor para enunciar a mensagem que um psiquiatra ?... Após o acto eleitoral o antigo dirigente da MAG, Daniel Sampaio, passou a assumir posição de destaque neste órgão oficial do clube. O seu texto publicado na edição da semana passada, é bastante elucidativo nesse sentido. Enquanto que a totalidade do mesmo pode ser lido aqui, limito-me a dar relevo a determinadas frases:
"A Assembleia Geral do Sporting, que decorreu no passado domingo, constituiu uma jornada inesquecível de unidade clubista."
"A Assembleia Geral demonstrou que o presidente Bruno de Carvalho nos traz a esperança de que tanto necessitávamos. Vaticino que vai ser presidente por muitos anos."
"Temos de voltar a olhar de frente para os nossos adversários".
"Compreendo a ansiedade dos adeptos: todos queremos mais e melhor jogadores, sorte no jogos, arbitragens isentas. Interessa perceber, todavia, que não podemos ter tudo ao mesmo tempo."
"Para mim, o sinal mais promissor, no futebol, é o da articulação do sector da formação com o das equipas profissionais, através de um trabalho conjunto."
E, a «pièce de resistance»: "Foi pena que Bruno de Carvalho não tivesse ganho as eleições em 2011, mas sabemos como Augusto Inácio e Virgílio Lopes há muito estão a pensar em toda a organização do futebol do Sporting."
Embora esta "novela" já se tenha tornado algo fastidiosa, é por de mais evidente que é o preeminente ponto de discussão entre sportinguistas, pelo valor do jovem talento e, sobretudo, pelos relevantes interesses do Sporting.
Começando por reconhecer que o caso não foi acautelado atempadamente pela anterior administração da SAD, nomeadamente a partir de Novembro ou Dezembro de 2012, a primeira data possível mediante o seu 18.º aniversário a 24 de Outubro e as regras da FIFA nesse sentido, a resolução do mesmo acabou por cair nas mãos da nova Administração antes do começo do Mundial de sub-20. Porventura pela novidade que este processamento representa e pelo entretanto "braço de ferro" assumido com o agente Pini Zahavi, a SAD entendeu que não queria ou não podia aceder às exigências então sobre a mesa. Dá para compreender que terá sido um erro de cálculo, porque pela montra que o Campeonato do Mundo representa, à partida, e a sua subsequente "performance" na prova, a contenda tornou-se muito mais problemática. Até se compreende a posição do Sporting, além dos condicionantes financeiros - a interpretar bem as afirmações então proferidas - em não querer estabelecer um precedente tão perigoso em relação a negociações com jogadores tão jovens, mas pelo talento excepcional que Bruma representa, a excepção à regra deveria ter sido assumida.
Estamos agora perante um cenário com opções limitadas e, a bem dizer, muito dependente da vontade do atleta: ou renova com melhoramento salarial substancial e, porventura, prémios, ou não renova e chegando a Janeiro ficará livre para negociar com qualquer clube, visando a sua saída em Junho,a custo zero. Por seu lado, o Sporting ou aceita a melhor oferta que surgir agora do exterior ou, então, terá que definir se continuará a promover um jogador que, para todos os efeitos, já não é seu, e cujo retorno limitar-se-á aos direitos de formação.
Está à vista que um acordo dependerá, em grande parte, do reconhecimento do jogador de que a sua continuidade no Sporting, pelo menos por mais uma época ou duas, sob novo contrato, lhe será significativamente benéfica, tanto desportiva como contratualmente, partindo do princípio que continuará a evoluir onde essa dimensão melhor poderá ser assegurada. Daí, o inevitável acréscimo de valorização que o colocará num mercado futuro em termos muito mais vantajosos e, claro, também o Sporting.
A inteligência irmanada com a força de vontade e com a esperança produz uma ideia e, com ela, uma resolução. Esperamos que assim seja.
* Artigo escrito para publicação no jornal "Sporting".
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.