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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Responder a um boicote com outro boicote não é uma hipótese, concordam os directores de jornais e directores de informação de canais televisivos, a propósito das declarações de Bruno de Carvalho, presidente do Sporting. A única forma de resposta é mesmo continuar a fazer o seu trabalho. “Responde-se a boicotes fazendo precisamente o contrário do que pede quem boicota”. Mas há uma queixa que pode chegar ao Ministério Público, por "incitamento à violência".
Como já referimos aqui ontem, a RTP, SIC, TVI e CMTV acordaram entre si que não transmitiriam a conferência de imprensa de Jorge Jesus em directo, este domingo, porque consideraram necessário perceber se estavam reunidas as condições de segurança e independência jornalística. Foi decidido pelas direcções de cada umas das televisões que seriam recolhidas as declarações e imagens do treinador leonino para serem usadas mais tarde e em diferido.
Segundo Ricardo Costa, director Informação da SIC, "a SIC não confunde declarações de um presidente ou posições de uma direcção com a actividade desportiva de um clube, mas só fará o seu trabalho jornalístico se tiver condições de independência e de segurança para o fazer". Além disso, reforçou, "não nos passa pela cabeça acabar com algum programa de comentário desportivo".
Numa outra notícia, Sofia Branco, presidente do Sindicato de Jornalistas, confirmou que o organismo vai avançar com uma queixa contra Bruno de Carvalho:
"Já conversámos com os nossos advogados e percebemos que há margem judicial para apresentar queixa e é precisamente isso que vamos fazer".
Adeptos do Sporting insultam e tentam agredir jornalistas à saída da
Assembleia Geral. Valeu a intervenção da PSP. Deve fazer
parte integral da cultura do "novo" Sporting.
Dezenas de jornalistas espanhóis marcaram presença no treino
matinal desta terça-feira, na Academia Sporting.
De regresso a Portugal após deslocações ao Canadá e a Guatemala, Bruno de Carvalho não evitou os jornalistas mas reagiu com ironia com clara inferência ao caso da divulgação da gravação da conversa, em "off", que manteve recentemente com elementos da imprensa portuguesa:
Jornalista: Foi proveitosa a viagem ?
Bruno de Carvalho: Não percebi a pergunta.
Jornalista: Foi proveitosa a viagem ?
Bruno de Carvalho: Peço desculpa, não percebi outra vez.
Jornalista: E as notícias sobre as gravações com jornalistas ?
Bruno de Carvalho: Acho que é exactamente por isso que não estou a perceber as perguntas. Deve ser algum gravador que está aí escondido. Não estou a conseguir perceber as perguntas.
Não obstante a nossa posição crítica para com Bruno de Carvalho, desde sempre, e indiferente do que ele disse em conversa com os jornalistas - que até não é novidade alguma, por lamentável que seja - estamos perante mais um exemplo do repugnante jornalismo que existe em Portugal, onde uma conversa em particular é gravada de modo vil e subsequentemente divulgada na praça pública.
Ao fim e ao cabo, apenas reflecte o País e uma mentalidade retrogradada que impede o seu desenvolvimento.
P.S.: Quem desejar, pode ver/ouvir aqui um outro vídeo de 57 minutos de duração.
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