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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Sporting divulgou um documentário no qual mostrou um discurso de Rúben Amorim no balneário após a vitória sobre o Benfica. Para Bernardo Ribeiro, Director do Record, o técnico dos leões é dos treinadores mais parecidos com José Mourinho.
Uma comparação muito subjectiva, evidentemente, por múltiplas razões.
Para nomear duas ou três dessas razões, José Mourinho, como homem e treinador, é um ser excessivamente arrogante e polémico, enquanto Rúben Amorim não o é.
Rúben Amorim exige perfeição defensiva da equipa do Sporting, mas o todo da sua visão de futebol é um jogo bastante ofensivo. José Mourinho, tradicionalmente, acentua um futebol muito defensivo nas suas equipas.
Mas a maior subjectividade da comparação recai sobre a idade de cada um e o tempo de carreira. Rúben Amorim ainda está na fase inicial da sua, enquanto José Moutinho, aos 61 anos, já está muito perto de terminar a sua.
Têm um principal factor em comum: ambos são ganhadores!
José Mourinho, actual técnico da Roma, comentou o título nacional ganho pelo Sporting na última época e elogiou não só a equipa, como também Rúben Amorim, em entrevista à GQ Portugal:
"Há uma série de factores que terão contribuído para isso. Começo pelo meu jovem colega [Rúben Amorim], que foi líder. Cometendo aqui e acolá algum excesso - eu cometi tantos quando era da idade dele, ou até mais velho... - mas à boa maneira portuguesa teve-os no sítio, muitas vezes foi líder daquele grupo.
Depois, o plantel tinha muito jogador com fome de ganhar, de crescer, de atingir outro patamar. Havia pouca gente rica, de barriga cheia ou acomodada. Eventualmente, e seguramente, há mérito também da Direcção e da estrutura que o suportou.
Para um plantel como o do Sporting, um jogo por semana foi uma grande vantagem. O facto de terem sido eliminados prematuramente das competições europeias deu-lhes uma vantagem tremenda relativamente ao rival directo, cujo sucesso levou a muitos jogos a uma dimensão altíssima.
Defrontar tanto a Juventus como o Manchester City tem um nível de exigência mais elevado do que o que se joga em Portugal. Foi mais difícil para o FC Porto acompanhar a 'pedalada' do Sporting, que estava a jogar um jogo por semana. Mas acho que foi bom para o futebol português. Parabéns, foi merecido".
Não é que seja novidade alguma... José Mourinho goza de um invejável currículo de conquistas, mas também regista um igual ou superior número de incidentes ao longo da sua carreira que servem para comprovar que por bom treinador que seja, tem um comportamento como homem que deixa muito a desejar, para ser simpático.
Arrogante, mal educado, desrespeitador de treinadores e de jogadores adversários, são apenas algumas das suas mais deploráveis características.
À chegada a Portugal esta semana para, pelos vistos, gozar um período de férias, o técnico do Tottenham teve isto para dizer sobre Bruno Fernandes:
“Bruno Fernandes provou ser um grande marcador de penáltis".
Surpresa?... Nenhuma!
Isto não obstante, disse uma grande verdade quando questionado sobre o regresso de Jorge Jesus ao Benfica:
"Com ele ou não no banco, o Benfica será sempre um crónico candidato ao título”.
Decerto que não se vai oferecer para orientar o V. Setúbal no Campeonato de Portugal na próxima época...
Nota: O portal Transfermarkt atualizou esta quinta-feira os valores dos jogadores da Premier League e os dados apresentados não deixam qualquer dúvida. O grande vencedor da mais recente atualização é o português Bruno Fernandes, que graças ao seu brutal impacto no Manchester United viu o seu valor de mercado subir em flecha, com um incremento que eleva o seu passe aos 70 milhões de euros.
José Mourinho, em conferência de imprensa, reagiu esta segunda-feira às afirmações de Paul Merson, antigo internacional inglês, que criticou a forma de jogar do Tottenham com o português, nomeadamente no processo ofensivo. "Harry Kane não vai marcar 25 ou 30 golos com José Mourinho", afirmou Merson.
Mourinho respondeu "puxando dos galões":
"Os avançados comigo não marcam golos?... Ronaldo não era mau. Em três épocas fez 168".
Mais uma vez José Mourinho prepara-se para oferecer uns bons milhões ao clube de sua simpatia. Nada de novo nisto, na realidade, revendo o histórico de jogadores encarnados transferidos para emblemas então liderados pelo técnico de Setúbal.
Caso hajam dúvidas, basta rever este artigo publicado em 2017 a indicar que à data contratações de Mourinho já renderam 138 milhões de euros ao Benfica.
Benfica e Tottenham chegaram a acordo para a transferência de Gedson, a título de empréstimo, por uma época e meia, com opção de compra. O jogador é já esperado hoje em Londres, para fazer exames médicos e assinar contrato com o emblema da capital inglesa.
Para um outro caso ainda relacionado com o clube da Luz, mas não com José Mourinho, recorro a um excerto de uma recém-crónica de Rui Calafate:
"Ninguém de bom senso pode ficar impávido e sereno com os casos de Raul de Tomas e de Gedson Fernandes. No primeiro caso, escusam de se vitimizar no comunicado em que dizem que há "ignorância e má-fé" de quem analisa, face a esse vulto "formado no Real Madrid com enorme procura, reconhecimento e reputação em Espanha". Podiam era ter acrescentado dois factos que não derivam de percepções mas da verdade lapidar dos mesmos: 1. RDT custou 20 milhões para apagar o rasto de ganância que enganou os merengues durante a operação Garay; 2. RDT há ano e meio foi oferecido ao Sporting, no tempo de Sousa Cintra, por 7 milhões. Sem contar com a medíocre prestação desportiva de um avançado que não se desvalorizou nada partindo para o Espanyol, pela mesma verba com que veio, numa engenharia ao nível de Roberto. Aí está o cheiro a esturro que mencionava".
A propósito da recém-apresentação de José Mourinho como treinador do Tottenham e o problema do Sporting com as claques, recorde-se que em Dezembro de 2000, o Sporting despediu Augusto Inácio e José Mourinho apresentou a demissão do comando técnico do Benfica. Rapidamente, surgiram rumores que o eu destino seguinte seria Alvalade.
Na conferência de imprensa da sua despedida do SLB, a Juve Leo marcou presença em peso, liderada pelo então chefe da claque Fernando Mendes. "Mourinho nunca", ouviu-se durante os protestos.
Tudo isto e mais que levou Luís Duque a recuar no seu propósito: ""Só não o contratei porque foi tornado público precocemente. Houve pessoas que criaram ambiente hostil para ele não entrar. Há poderes erráticos que continuam a condicionar a actividade do Clube".
Só anos mais tarde, José Mourinho confessou ter estado muito perto de Alvalade. "Estive a minutos de ser o treinador do Sporting, mas nunca fui" .
Aproxima-se o mercado de Janeiro e uma das considerações na mente dos adeptos, já há algum tempo, centra-se na possibilidade de Bruno Fernandes ser transferido caso apareça um clube a oferecer os 70 milhões de euros que o Sporting tem vindo a exigir.
Este cenário terá atingido uma maior dimensão com a nomeação, esta quarta-feira, de José Mourinho como o novo treinador do Tottenham Hotspurs.
Não é segredo algum que ele é um grande admirador do «capitão» leonino e é de esperar, com Mourinho ao leme, que o emblema inglês vá estar muito activo no mercado.
A questão que fica no ar é se o Sporting tem alguma hipótese de "salvar" a época sem o seu melhor jogador. E quando digo "salvar", tenho em mente chegar a um lugar de acesso à Europa, nomeadamente à Liga dos Campeões, objectivo, aliás, que mesmo com ele, tendo presente as actuais circunstâncias, não vai ser nada fácil.
Frederico Varandas fez o que tinha de fazer: deu um safanão na estrutura de futebol do Sporting, despediu o treinador, manteve Bruno Fernandes, resolveu vários dossiês pendentes, aliviou e muito a tesouraria do Clube e contratou três jogadores (embora por empréstimo) que visa reforçar o sector atacante da equipa. Quanto aos reforços, logo se verá. Mas no essencial o presidente retomou as rédeas do futebol do Clube, retirou argumentos aos críticos e deu passos no sentido certo para ter de novo os sócios com a equipa. Falta no entanto um ponto decisivo: a escolha do novo treinador. E aí Varandas não pode dar um novo passo em falso.
E dar um novo passo em falso é ir buscar treinadores que ninguém conhece à II Divisão espanhola ou outro estrangeiro qualquer sem curriculum que só treinou equipas do meio da tabela nos seus países e que a única coisa que lhes era pedido era que a equipa não descesse de divisão. Não é de um treinador com este perfil que o Sporting necessita.
Para já, a escolha de Leonel Pontes como técnico interino justifica-se plenamente. Pontes conhece muito bem o clube, é sportinguista, foi adjunto de Paulo Bento durante doze temporadas, já teve várias experiências no estrangeiro e está a ter um desempenho notável à frente da equipa dos sub-23 (cinco jogos, cinco vitórias, 23 golos marcados), podendo levar um ou mais destes jovens com talento para a equipa principal.
Não vejo pois, no plano interno, quem melhor possa agora assumir o cargo de treinador da equipa principal do clube. E convém lembrar (embora a história não se repita mas…) que quando o Sporting foi campeão pela mão de Inácio, este também substituiu um treinador estrangeiro no início da época.
Dito isto, será Leonel Pontes o técnico ideal para o Sporting? Não, desde que haja melhor alternativa. E neste momento a única alternativa verdadeiramente válida que teria enorme impacto nacional e internacional seria a contratação de José Mourinho para liderar a equipa principal de futebol do Sporting. Dirão: não há dinheiro para contratar Mourinho. Tem de haver. E além de dinheiro terá de haver argumentos.
Mourinho está há quase um ano sem treinar. A sua última experiência no Manchester United deixou-o numa situação difícil. O conflito com os jogadores leva a que presidentes de clubes pensem duas vezes em contratá-lo. E por isso é que Mourinho não está a treinar em Inglaterra, Espanha e Itália, os campeonatos mais interessantes. Mas também não está a treinar em França ou Alemanha.
Por outras palavras, Mourinho está a desvalorizar-se como treinador e precisa de relançar a carreira. Que melhor desafio pode ter do que pegar no Sporting e levá-lo à conquista do título que lhe escapa há dezoito anos? Que melhor desafio pode ter do que conseguir para o clube um crescimento no seu prestígio nacional e internacional, que se tem vindo paulatinamente a perder nas últimas duas décadas? Afinal não foi isso que Mourinho fez quando chegou a Inglaterra para treinar o Chelsea, que não ganhava um título há 50 anos?
Mourinho voltaria a ser falado nacional e internacionalmente, o seu nome estaria de novo em cima da mesa dos grandes clubes europeus, o Sporting atrairia o olhar do mundo do futebol, os futebolistas teriam orgulho em ser treinados por ele e a nação leonina voltaria a acreditar que tudo é possível. É um jogo em que as duas partes ganhariam profundamente. Só é preciso que o dr. Varandas o convença com argumentos sólidos, estes ou outros. O dinheiro que o clube investir nessa contratação terá um elevadíssimo retorno. Tão certo como a Primavera suceder ao Inverno ou dois e dois serem quatro.
Nicolau Santos, Tribuna Expresso aqui.
"Tenho de dizer que, para mim, esta reviravolta tem um nome: Jurgen. Isto não é sobre tácticas ou filosofia. Isto é sobre coração e alma e uma empatia fantástica que ele criou com um grupo fantástico de jogadores.
Correram o risco de terminar a época sem vencer nada e agora estão a um passo de serem campeões europeus. E acho que o Jurgen merece. O trabalho que ele está a fazer no Liverpool é fantástico. Isto é sobre ele, é um reflexo da personalidade dele. De não desistir, de um espírito lutador. Todos os jogadores a darem tudo.
Perde um jogador e não se lamenta. Não chora por fazer 50 ou 60 jogos por época, como acontece com outros treinadores noutras ligas que dizem que os jogadores estão a fazer demasiados jogos, quando fazem 30 ou 35 partidas por temporada”.
José Mourinho, aos microfones da BeIn Sports
"Acho que é o jogo da época para o Sporting e não é para o Benfica. Benfica tem coisas maiores que pode ganhar, campeonato e Liga Europa. O Sporting se não vencer a Taça não tem mais nada para ganhar. Conseguirá o Benfica igualar o Sporting em motivação e superar-se? Veremos...
Vejo os jogos, sim, as touradas não. E não falo em tauromaquia, falo de coisas que se passam no nosso futebol, mas os jogos claro que sim. Faço-o quando trabalho, imagine-se quando não estou a trabalhar e tenho mais tempo".
Comentários de José Mourinho, à margem do fórum promovido pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol, em Portimão.
José Mourinho, em recém-entrevista, comenta a actualidade do campeonato português, em antecipação do clássico do próximo sábado:
"O Sporting, Benfica e o SC Braga precisam que o FC Porto perca este sábado. Se o FC Porto, uma equipa verdadeiramente forte, compacta e coesa, que tem um grupo forte, ganhar em Alvalade, será muito difícil perder o primeiro lugar. Se perder continua a ser o principal candidato, mas abre a porta a outros clubes. Mas a minha experiência diz-me que se ganhar sábado dificilmente perderá o título".
José Mourinho, em comentários sobre a final do Mundial 2018 para a agência russa RT:
"Ao intervalo, é óbvio que a melhor equipa estava a perder devido a um erro no conceito do VAR. Não digo que não seja penálti, porque é discutível, mas o conceito do VAR é sobre erros graves do árbitro e este não foi o caso. Por isso, fiquei desiludido.
A Croácia jogou com muito orgulho mas no futebol a realidade é que vale e a França é campeã 20 anos depois. Gostaria de ter visto a segunda parte a começar empatada (1-1) e não com um 2-1. E principalmente com um 2-1 que faz com que esta seja para sempre a final do VAR".
Ao ler as declarações de José Mourinho no final do encontro entre o Benfica e Manchester United, quase que fiquei com a ideia que o cidadão de Setúbal é que é na realidade o treinador do clube da Luz. Isso, ou tem aspirações futuras à sua presidência:
- "O Benfica é forte na bola parada mas fomos fortes. É uma vitória que não é brilhante, mas segura".
- "Se ganharmos ao CSKA e Basileia, os nove pontos do Benfica podem chegar".
- "Os guarda-redes que não são grandes não sofrem este golo porque não saem da baliza".
Não está em discussão a qualidade de José Mourinho como treinador. Como já referi várias vezes aqui no Camarote Leonino, tive ocasião de o conhecer pessoalmente nos seus primeiros dias em Alvalade, em 1993, era ele ainda um mero intérprete para o malogrado Sir Bobby Robson. Fiquei com má impressão dele na altura, disposição que nunca se alterou ao longo dos anos.
Dito isto, respeito-o como técnico de futebol e louvo os seus feitos ao longo da sua brilhante carreira. Entre os muitos títulos que já conquistou, dou destaque, e sempre dei, às conquistas da Taça UEFA e da Liga dos Campeões, em épocas consecutivas, ao serviço do FC Porto. Nem sequer evoco os títulos nacionais, mas esta proeza europeia é de uma dimensão nada menos do que espectacular.
Entre muito mais, sempre foi um mau perdedor, por vezes com um comportamento excessivamente grosseiro. Caso hajam dúvidas, basta perguntar ao Rui Jorge, entre outros.
Assisti ontem à disputa da Supertaça Europeia entre o Real Madrid e o Manchester United e acho que os 'espanhóis' foram justos vencedores. Houve um período de cerca de meia hora durante a primeira parte, que os 'red devils' levaram um autêntico banho de bola. Também não vi decisões algumas da arbitragem com influência no resultado. Contrário ao que José Mourinho contestou depois do jogo, até directamente ao árbitro no centro do terreno, o golo de Casemiro, na minha opinião, não é irregular. Ele está em linha com o último defesa no momento do passe. De igual modo, também não tomei nota de decisões do juiz, com influência no jogo, a favorecer Cristiano Ronaldo. No entanto, o treinador luso teve isto para dizer:
"Se houvesse vídeo-árbitro e fosse um bom vídeo-árbitro, teríamos outro resultado. Sei que ao intervalo vi que era claramente fora de jogo", referiu, em alusão ao golo inaugural, marcado por Casemiro em suposta posição irregular.
Também na zona de entrevistas rápidas, pouco depois, foi ainda mais incisivo nas críticas: "Quando o Cristiano Ronaldo entrou, o árbitro prestou-lhe vassalagem, ele merece vassalagem mas não do árbitro. O Cristiano foi super inteligente e super experiente e o árbitro a prestou-lhe vassalagem".
O facto de ter oferecido a medalha que lhe foi entregue pelo presidente da UEFA a um adepto, não obstante a tentativa a justificação da sua parte, apenas acentua esta sua postura de mau perdedor.
Creio que José Mourinho nunca declarou abertamente ser adepto do clube da Luz, mas há muito que ele demonstra o seu benfiquismo através de compras de activos "encarnados" a troco de muitos milhões. Muito além do valor de alguns dos atletas em questão, isto não acontece por mero acaso. É sempre conveniente ter um treinador amigo a fazer compras.
As equipas orientadas por Mourinho ao longo dos anos não têm hesitado em reforçar-se na Luz, deixando assim os cofres do Benfica bem recheados. Ao todo, o português já 'deu' aos "encarnados" 132 milhões de euros.
Tudo começou em 2004/05 com a ida de Tiago para o Chelsea, a troco de 12 milhões de euros. Seguiu-se o argentino Di María em 2010/11, numa verba que rondou na altura 30 milhões de euros. Mourinho treinava então, o Real Madrid, e na temporada seguinte veio novamente a Portugal para levar Fábio Coentrão: mais 30 milhões.
Duas temporadas depois, o Chelsea, novamente com Mourinho ao leme, foi resgatar Matic, deixando mais 25 milhões de euros na Luz.
Este sábado, agora no Manchester United, o técnico português vê chegar um novo jogador vindo do outro lado da Segunda Circular. Lindelöf vai mudar-se para Inglaterra num negócio que rende 35 milhões às águias.
A pedido de um nosso estimado leitor voltamos a exibir esta foto que serve para nos lembrar de uma fase do passado não muito distante do nosso Sporting. Eis o seu comentário, que surgiu a propósito na nossa publicação do palmarés da distinta carreira de José Mourinho como treinador de futebol:
«A propósito de mais esta notável conquista do famoso treinador português, parece oportuno relembrar, de novo, que José Mourinho deve ao Sporting, na realidade, o seu lançamento na arena internacional – quando, recomendado pelo nosso Manuel Fernandes, foi, nos princípios dos anos 90, admitido na equipa técnica de Bobby Robson, como intérprete e coadjuvante.
Tendo acompanhado o categorizado treinador britânico após o absurdo despedimento de Robson por Sousa Cintra – no rescaldo de uma imprevista derrota fora com o Casino de Salzburgo, quando o Sporting liderava o Campeonato Nacional (e numa altura em que o então presidente se enfeitiçara por Carlos Queiroz) – Mourinho tornou-se o indispensável e fiel “braço direito” e inteligente seguidor do antigo seleccionador da Inglaterra, que lhe transmitiria todo o seu saber. Grande senhor do futebol mundial, “Sir” Bobby Robson foi, efectivamente, o pai profissional do ambicioso técnico português desde que o descobriu no velho Alvalade.
Num “post” sobre as memórias do inesquecível Krasimir Balakov, o Camarote Leonino publicou no passado 19 de Abril uma interessante e histórica fotografia da equipa do Sporting, na qual – além de Robson e os seus adjuntos Manuel Fernandes e Juca – vemos, distintamente, um jovem José Mourinho acocorado na primeira fila (Talvez Rui Gomes a possa repetir).
Estranhamente, porém, não se recorda que alguma vez o hoje mundialmente celebrado treinador multi-campeão e multimilionário tenha manifestado publicamente o mais pequeno sentimento de gratidão, ou expressado, mesmo, qualquer referência, pela decisiva oportunidade de início da fabulosa carreira que o Sporting Clube de Portugal lhe proporcionou.
Será, talvez, por ressentimento de ter sido, de forma disparatada, recusado pela Juventude Leonina como treinador do Clube (a intolerável prepotência destrutiva das claques…)?».
Leitor: LEÃO DA GUIA
Podemos não simpatizar com a maneira de ser e estar de José Mourinho, mas se calhar ele é que merece o título de melhor treinador do Planeta e arredores... sem sarcasmo à mistura.
Com um palmarés tão recheado de título, não é missão fácil determinar quais os seus maiores feitos, mas com o passar dos anos e muitas outras conquistas continuo a pensar que a sua proeza mais distinta foi levar o FC Porto às conquistas da Taça UEFA e Liga dos Campeões em anos consecutivos. Ao fim e ao cabo, trata-se de um clube português - por grande que seja em território nacional - e não de um galáctico do futebol mundial, quando comparado com Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Bayern Munique, etc..
«É o fim de uma época muito difícil, mas uma época muito, muito boa. Preferimos isto do que ficar em segundo, terceiro ou quarto. Conseguimos o objectivo de voltar à Liga dos Campeões e vencemos um título, um título importante, que fecha o lote do Manchester United, o clube passa a ter todos os títulos do futebol mundial. Foi uma exibição sem nota artística elevada, mas a realidade é que o United alcançou o seu objectivo. Sem poemas ou rimas bonitas.
Há muitos poetas no futebol mas poetas não ganham muitos títulos. Sabíamos onde eles eram melhores que nós, sabíamos onde nós éramos melhores que eles, tentámos anular as suas qualidades e explorar as suas fraquezas. Fizemos isso muito bem e merecemos totalmente a vitória.
Lutámos muito por isto, desde o início. Sempre acreditámos que podíamos vencer a Liga Europa. Fomos uma equipa muito inteligente, que soube como ganhar, e conseguimos isso de forma algo confortável, contra uma boa equipa. Simplesmente fomos mais fortes do que eles».
José Mourinho, treinador do Manchester United
Em declarações à Sky Sports, José Mourinho fez sentir o seu desagrado com as paragens internacionais para se disputar jogos particulares de selecções:
«Eu sou completamente contra os jogos particulares. Eu penso que estes jogos só fazem falta quando as selecções estão perto de entrar em competições importantes. No meio dos campeonatos, os particulares não têm nexo. Não fazem mesmo sentindo. Acima de tudo, os próprios jogos não são grande coisa, não sou um grande fã».
O raciocínio de José Mourinho é compreensível, especialmente considerando Ligas como a Premier com a bem conhecida carga de jogos.
No caso mais recente de Portugal, sabemos que houve uma situação excepcional pela visita à Madeira, caso contrário, o jogo amigável com a Suécia era dispensável. Após a disputa oficial com a Hungria, por norma, os atletas deviam regressar imediatamente aos seus clubes.
Suspeito que há nisto interesses comerciais por parte da FIFA - pacotes televisivos, etc. - mas não tenho informação concreta nesse sentido. Por inerência, as Federações também beneficiam, mas, como quase sempre, são os clubes os mais prejudicados.
A revista "France Football" revela que Cristiano Ronaldo passou a ser o futebolista mais bem pago do Mundo e José Mourinho mantém-se como o treinador que mais dinheiro ganha.
Entre salário bruto, receitas das publicidades e prémios de jogo, CR7 recebeu 87,5 milhões de euros, à frente de Lionel Messi que ‘apenas’ ganhou 76,5 milhões de euros, relativo à época de 2016/17.
O terceiro lugar do pódio é de Neymar, com 55.5 milhões, bem acima dos 41 milhões de Gareth Bale. Além dos dois jogadores do Real Madrid e outros tantos do Barcelona, o último lugar no «top 5» é ocupado por um jogador que está no futebol chinês: o argentino Ezequiel Lavezzi, a jogar no Hebei Fortune, com 28.5 milhões.
No que toca a treinadores, José Mourinho ficou no pódio com 28 milhões de euros ganhos. Em segundo lugar, fica o seleccionador da China, Marcelo Lippi, que levou 23,5 milhões de euros para casa. O último lugar no pódio vai para um treinador que nem está no activo esta época: Laurent Blanc, ex-Paris Saint Germain, com 20 milhões. Seguem-se Carlo Ancelotti, do Bayern Munique, com 15.8 milhões, e Pep Guardiola, no Manchester City, com 14.5 milhões.
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