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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
... A pergunta que fiz a mim próprio várias vezes durante o jogo, tal a minha frustração perante tão lastimosa exibição do Sporting.
Assistimos a uma equipa tímida, ineficaz, sem criatividade e capacidade de penetração até dar alguns sinais de vida sensivelmente a partir dos 55 minutos, não por coincidência pela entrada de Ricardo Esgaio, em substituição de Paulo Oliveira, que permitiu um maior aproveitamento do corredor direito, até aí praticamente não existente, e libertar Gelson Martins.
Nem sequer dá para perceber o raciocínio de Jorge Jesus ao colocar Paulo Oliveira a lateral, especialmente tendo em conta que o Sporting tinha diante de si o "poderoso" Légia Varsóvia. Quem ???
Não devemos recorrer à arbitragem para minimizar os danos. Houve de facto algumas decisões discutíveis, a começar com as duas bolas aos braços de jogadores "russos", que poderiam ter resultado em grandes penalidades. Critérios do domínio exclusivo do juiz italiano e ele entendeu nada assinalar. William Carvalho foi algo infantil ao agarrar o adversário no centro do terreno, consciente que já tinha um cartão amarelo.
É difícil não ficar com a ideia que o Sporting não estava preparado para este jogo. Nada mais pode explicar a pobre exibição que realizou, perante um adversário claramente com escassos argumentos.
De resto, só sinto vontade de felicitar o treinador, dando seguimento à sua declaração pré-jogo, que a não passagem para a Liga Europa não seria uma desilusão.
Veremos, agora, o impacte deste resultado e do consequente afastamento da Europa no que ao «derby» de domingo diz respeito.
«Deixámos água na boca nesta fase de grupos da Liga dos Campeões. Podíamos ter mais pontos, pelo que jogámos. O nosso sonho era passar esta fase, mas agora só queremos assegurar a nossa continuidade na Europa. Temos de justificar aqui o que conseguimos fazer frente aos outros dois adversários. Se fizermos aqui o que fizemos contra o Real Madrid e o Borussia Dortmund estaremos mais perto dos nossos objectivos. Este jogo é uma final para as duas equipas. Estamos muito focados neste jogo.
Estávamos no grupo da morte na Champions. Acreditamos que temos capacidade para sermos apurados neste grupo, mas não aconteceu. Chegar à Liga Europa podia ser mais fácil, o Real Madrid complicou um bocadinho as coisas, mas pensamos que temos tudo para alcançar aqui um bom resultado. Passar não será um grande feito, mas não passar também não será uma desilusão. Estamos a competir com os melhores. Estamos sujeitos a isso».
Partindo do princípio que Jorge Jesus está a ser sincero com as suas considerações, estas vão parcialmente ao encontro da minha análise no post de ontem, relativamente ao que deve ser a composição da equipa e o estado de espírito com que vai encarar o jogo de hoje.
Não sei se não há algum exagero quando ele afirma que este é o "grupo da morte na Champions". Evidentemente que não se pode refutar o poderio do Real Madrid, mas fico a pensar que o Borussia Dortmund estava ao alcance, muito em especial vencendo em Alvalade. Não aconteceu e limitamo-nos a aceitar a evidência pontual de momento.
Onde discordo cem por cento de Jorge Jesus - até acho esta parte do discurso totalmente derrotista - é pela sua infeliz consideração que "não passar não será uma desilusão". Com o investimento que o Sporting tem vindo a fazer na equipa, é o mínimo aceitável.
Já o afirmei em comentário e reitero agora, que ao nível que o Sporting pretende competir, não pode andar a jogar "xadrez" com as competições. Se participa, é para dar o seu melhor e tentar vencer, sem excepções. Qualquer outra mentalidade competitiva é inaceitável. Isto, evidentemente, dentro do enquadramento técnico com que se prepara uma época.
Não tenho duas palavras. Nunca gostei de Jorge Jesus e continuo a não gostar, não obstante alguns dos positivos do seu trabalho em Alvalade. Não consigo de modo algum aceitar a sua forma de estar, falar e analisar questões e situações. Será defeito meu, com certeza, porque não faltará quem o venha louvar aos "Pirenéus dos deuses".
Como já é do conhecimento geral, Jorge Jesus esteve sob suspensão e não marcou presença no banco do Sporting, no embate com os polacos do Légia Varsóvia. O treinador já confirmou que assistiu ao desafio em Alvalade, muito embora o exacto local não tenha sido revelado. A bem dizer, até não é uma questão importante.
Eis algumas das suas considerações sobre a exibição do Sporting:
«O objectivo foi atingido, que era vencer. Sabíamos que era importante vencer em função de mantermos alguma esperança no apuramento, sabendo que estamos a lutar contra duas equipas muito fortes. Mas, acreditamos que temos essa possibilidade. Depois de marcar antes do intervalo, a equipa soube gerir o resultado, teve consciência de que não valia correr o risco de tentar o 3-0, como se fosse preciso para vencer.
O contacto com o Raul José fui tendo ao longo da semana de trabalho. Ele sabia o que tinha de fazer e fez muito bem. Quanto ao sofrimento, claro que sofro mais fora do banco. Fora do banco sou impotente, não tenho influência. No campo sou eu que tomo as decisões e isso dá-me mais tranquilidade. Vi o jogo no estádio.
É aquilo que ele está habituado a fazer, marcar golos. Ele tem crescido e vai continuar a crescer. Tem queda para marcar ao FC Porto, fez mais um. Estou satisfeito porque é um ex-jogador meu e gosto muito do Slimani, não porque ele marcou ao FC Porto. Qualquer golo dele vai dar-me uma satisfação muito grande. A única satisfação que terei é que ele marque golos, seja ao FC Porto, Tottenham ou United. Quantos mais golos ele marcar, mais satisfeito ficarei».
Não concordo com a apreciação de Jorge Jesus sobre a gestão de jogo pelo Sporting. Acho que começou a gerir o resultado muito cedo e com outro adversário com mais argumentos, essa postura podia ter saído cara. Face ao valor à vista do Légia, o risco, se algum, era mínimo, caso a equipa continuasse a pressionar à procura do terceiro e até quarto golos.
A realidade é que o onze que entrou para o segundo período - o mesmo que iniciou o jogo - baixou a intensidade de jogo e as substituições nada acrescentaram à equipa. Markovic continua a léguas do que pelo menos Jorge Jesus espera dele, Joel Campbell não deu grandes indicações de estar motivado e Petrovic, a entrar aos 87', salvo erro, foi só para "inglês ver".
Não obstante a exibição de ontem, e como já referi em outros comentários, acredito que contra os alemães do Borussia Dortmund a intensidade de jogo da equipa leonina vai ser muito superior. Terá de ser, aliás, se ambiciona somar pontos. O cenário que nos confronta neste momento, dá fortes indicações de que os dois jogos com os alemães irão determinar o apuramento para a fase seguinte da Champions.
Acho justo afirmar que o Sporting assegurou o mais importante, a vitória e os respectivos três pontos, mas através de um exibição sem grande brilho, especialmente na segunda parte, perante um visitante claramente inferior.
Ainda se assistiu a alguns momentos de bom futebol do Sporting no primeiro período, mas a partir dos dois golos parece que ficaram satisfeitos com o resultado e o jogo perdeu muita qualidade e intensidade. Aliás, se o Légia tivesse outros argumentos, até teria "violado" a baliza de Rui Patrício.
O mesmo problema de sempre com este Sporting; controla o jogo mas não consegue dominar o adversário. Continua, sobretudo, com as conhecidas dificuldades no último terço do terreno - já me canso de repetir este tema - e muito em especial com flagrante ineficácia de último passe.
Bryan Ruiz, desta vez, não desperdiçou a oportunidade que lhe surgiu para inaugurar o marcador e Bas Dost continua a evidenciar os seus bons pés ao finalizar um soberbo passe de Adrien Silva. Antes, Gelson Martins foi infeliz com aquela bola à trave mesmo à boca da baliza.
Não houve grandes surpresas com o onze inicial. Ainda pensei que Jorge Jesus iria conceder a titularidade a André na linha da frente, mas o treinador optou por Bruno César, colocando a equipa praticamente num 4x3x3.
O Sporting tem agora o Borussia Dortmund pela frente e não será exagero algum dizer que terá de jogar muito melhor se espera "arrancar" pontos aos alemães, que receberam e empataram com o Real Madrid (2-2). Ambos lideram o Grupo com 4 pontos, seguidos pelo Sporting, com três.
A lista dos 18 jogadores convocados para o embate desta terça-feira com o Légia Varsóvia, a contar para a fase de grupos da Liga dos Campeões.
Alguma surpresa relativamente à chamada de Petrovic, dado que já não é utilizado há alguns jogos, e, de algum modo, à ausência de Alan Ruiz. Pelos vistos, se o Sporting alinhar num 4x4x2 - o mais provável - a frente ofensiva será liderada por Bas Dost e André. Elias também não vai "calçar" neste jogo.
Nenhuma surpresa na defesa. Jefferson regressa como titular no lado esquerdo e, no direito, Jorge Jesus fará a sua escolha entre João Pereira e Schelotto. Isto, embora não podemos esquecer a adaptação Bruno César.
Creio que o onze inicial será o seguinte: Rui Patrício; João Pereira, Coates, Rúben Semedo e Jefferson: William Carvalho, Adrien Silva, Bryan Ruiz e Gelson Martins; André e Bas Dost.
Considerações de Jorge Jesus, esta segunda-feira, na conferência de imprensa de antrevisão ao jogo com o Légia Varsóvia, a contar para a segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões:
«Vamos jogar em Alvalade com um adversário com as mesmas ambições que nós. Os treinadores têm de estar habituados, porque não têm muito tempo para preparar. Trabalhámos em função da recuperação do jogo com o Estoril e o que temos de pôr em campo é o que temos feito até aqui. Vamos ter um jogo dividido com uma equipa muito agressiva do ponto de vista competitivo. Espero que a maior parte do tempo o Sporting seja melhor e que isso faça a diferença».
«Não me lembro do nome da equipa polaca, mas a minha estreia foi contra uma equipa polaca... Isso já tem para aí 20 anos (risos)...».
«Jacek Magiera é um treinador jovem, está a começar a carreira dele e espero que o seu primeiro jogo na Champions não corra muito bem. O conselho que eu dava ao meu colega era para não pensar muito neste jogo e para se preocupar mais com o próximo no campeonato polaco».
«Os jogos da Champions são sempre diferentes devido aos elevados níveis de adrenalina, motivação e concentração. O caso do Légia não estar a fazer um campeonato tão bom como está habituado não o vai enfraquecer em relação ao objetivo de amanhã na Champions».
«Não posso fazer comparações com o jogo com o Borussia Dortmund - derrota do Légia por 0-6 em casa. Parece-me que é uma boa equipa, muito competitiva, muito agressiva na disputa da bola, tem alguns jogadores com muito valor e penso que vai ser um jogo dividido. Quem está na Champions tem de estar preparado para as dificuldades e nós estamos preparados. No confronto directo das duas equipas pode decidir-se muita coisa».
«Tudo o que seja estratégia já foi elaborado por mim e pela minha equipa técnica. Aí, não é muito importante. Outra coisa é o que acontece no momento, no jogo. Um treinador não poder estar no banco não pode reagir. Mas tenho colaboradores que já trabalham comigo há 20 anos, conhecem-me por dentro e por fora e sabem o que fazer».
«Todos os momentos do jogo interessam ao treinador, seja o ataque ou a defesa. Para ganhar temos de marcar golos e já fizemos 14 golos. É verdade que defensivamente, normalmente, não sofremos muitos golos, mas a minha preocupação é no que podemos marcar e sofrer. Se marcarmos cinco e sofrermos um golo, estou satisfeito. Agora se sofremos um golo e não marcamos, aí não estou satisfeito. Quando olho para o jogo vejo as duas componentes. Todos os momentos me preocupam. Procuro que os momentos defensivos sejam rigorosos».
Andrzej Juskowiak, antigo jogador do Sporting, comenta os jogos do Légia Varsóvia para a televisão estatal polaca, a TVP, e adianta as suas observações sobre o momento algo conturbado que a equipa atravessa:
«Fui ver o Légia no fim de semana: empatou com o Wisla Cracóvia e jogou pouco. Não estão em boa forma. Acabam de apresentar um novo treinador, Magiera, que conheço bem, mas não tem experiência. Para ele, é tudo novo. O Sporting pode estar confiante, mas não vai ser um passeio. Não vão abrir o jogo e o Sporting vai ter de ter paciência.
Com base na estatística, posso dizer que o Légia sofreu 75% dos golos de cantos e livres. São fracos a defender bolas as bolas paradas, mas têm um bom guarda-redes, Malarz, que tem sido o melhor da equipa. O Légia tem mais que um problema... Na minha opinião, a equipa é mal preparada fisicamente. Com o Wisla queriam jogar mais e não dava, não tinham forças. E vão precisar de duas ou três semanas para a equipa ficar melhor preparada fisicamente. O Sporting pode aproveitar para fazer um jogo intenso.
O avançado Nikolic, sérvio naturalizado húngaro que até já marcou ao Sporting, pelo Videoton, em 2012/13, é um goleador, é um jogador perigoso, daqueles que não precisam de muitas oportunidades para marcar. Na área, ele é frio e concentrado. É perigoso, mas precisa que a equipa trabalhe para ele pois ele sozinho não consegue fazer muito. A época passada foi maravilhosa, marcava como quem faz o pequeno-almoço todos os dias. Marcou a todas as equipas da Liga polaca.
Acredito numa prestação positiva do Sporting na fase de grupos e acredito que vai ter uma palavra a dizer, mesmo com colossos como Real Madrid e Dortmund. Pela forma como o Sporting se apresentou em Madrid, tudo é possível. Não vai ser fácil para Real Madrid e Dortmund. É importante também para ver em que nível está o Sporting.
Por quem vou torcer amanhã ? O que posso dizer é que na Polónia estivemos mais de 20 anos para ter uma equipa na Liga dos Campeões. Mas gostava que o Sporting fizesse bons resultados. O Sporting está em boa forma, o jogo é em Alvalade e creio que vai ser para o Sporting».
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