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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
É caso para perguntar que imagens diferentes das nossas é que estiveram a rever...
Considerações de Wendel - médio que foi contratado ao Fluminense em Janeiro 2018 - ao jornal brasileiro Lance:
"Todos sabem que o Sporting vive momento conturbado. Sei que três clubes fizeram propostas [São Paulo, Flamengo e CSKA], mas a negociação não evoluiu. O desafio que temos que ter em mente é de poder participar nessa transição no Sporting e ajudar o clube, que está a precisar. Por isso a minha busca agora é por ter uma sequência de jogos e consolidar-me.
A minha adaptação à cidade está excelente. Lisboa recebe os brasileiros muito bem e o idioma também ajuda. Mas dizer que estou satisfeito com o actual momento não seria verdadeiro. Fui para o Sporting com a expectativa de ter uma sequência de jogos e isso ainda não foi possível".
Será mesmo que ele não tem o valor que os cerca de nove milhões de euros do seu passe indicam, ou é mais um caso de falta de oportunidade?
Depois da bola ir ao braço esquerdo de Pizzi, ele ajeita-a com a mão direita, num gesto deliberado, e inicia a jogada de contra-ataque que acaba no primeiro golo do Benfica.
E ainda temos lance de Nélson Semedo.
Esperamos que esteja tudo devidamente esclarecido agora, até mesmo para os mais cépticos. Além do mais, o resumo do jogo está disponível aqui.
(Gráficos: CARLINHA)
Para esclarecer equívocos (de mim próprio) que quem estava a marcar (muito mal) Morata no lance "fatal" aos 90+4' do jogo, era Marvin Zeegelaar e não Elias, impressão errada minha que até escrevi na crónica do jogo.
Ainda há uma outra questão a esclarecer em que há quem insista que Rui Patrício estava mal posicionado pela marcação do livre de Cristiano Ronaldo, que resultou no primeiro golo madrileno.
Para um guarda-redes, nestes lances, há duas regras fundamentais: cobrir a parte da baliza não protegida pela barreira e posicionar-se de forma a poder ver a bola partir. Não sei as estatísticas, mas aventuro adiantar que 98 por cento das bolas certeiras que passam a barreira, no ar ou no relvado, resultam em golo.
Gostaria de ter a disponibilidade e a disposição para escrever um artigo com a atenção e a profundidade argumentativa que este sensível assunto merece, mas não vou deixar de tecer algumas considerações que me parecem mais pertinentes.
Decerto que ainda ninguém esqueceu o último confronto entre os eternos rivais de Lisboa, a 5 de Março, em que o clube da Luz venceu o Sporting, em Alvalade, por 1-0. Entre o muito que engloba este desafio, o maior ponto de convergência tem sido o lance em que Bryan Ruiz cometeu um falhanço quase inacreditável à boca da baliza encarnada.
Este lance, como bem sabemos, impediu o empate que evitaria que o Sporting perdesse a liderança do campeonato, para, tinha o destino, nunca mais a recuperar. A questão fulcral que tem vindo a precipitar debate aceso e a dominar paixões é se de facto o Sporting teria sido campeão com o empate, caso o jogador costa-riquenho não tivesse falhado.
Eis o que Bryan Ruiz teve para dizer sobre este dilema:
«Não podemos ficar a pensar nas chances que falhámos. Fico com o positivo, é certo que perdemos três pontos importantes ali, mas também os cedemos noutros jogos. O que nos faltou foi ganhar mais um jogo, não empatar. Dois pontos separaram-nos do título, mas não sinto que essa chance tenha sido a responsável pelo nosso falhanço na obtenção do título. Mas é claro que há tristeza, obviamente.
Há umas semanas já tínhamos garantido o segundo lugar. Já tenho uma participação na Liga dos Campeões e agora preparo-me para outra. É triste não termos sido campeões, mas no final é importante aquilo que alcançámos».
Creio que a maioria de sportinguistas sente grande apreço por este jogador, pelos seus dotes técnicos, pela sua visão de jogo, pelo seu profissionalismo. Reconhecemos-lhe alguma ineficácia de finalização e também não é o jogador mais veloz do Mundo, no entanto, a sua experiência, e diga-se, inteligência, permitem-lhe contribuir muito mais para o colectivo do que por vezes aparenta.
Na minha opinião, é um futebolista alguns graus acima da média, sem ser um fora de série. Na realidade, se fosse veloz e goleador nato, nunca estaria ao alcance do Sporting, reservado que seria para prestar serviços a um dos clubes galácticos do Planeta.
Com isto em mente e também em análise às eventuais consequências do polémico lance, não será exagero avançar que o Sporting não teria conseguido realizar o campeonato de registo sem a sua valorosa contribuição. Na época, participou em 46 jogos, 41 como titular, acumulando 3707 minutos de jogo (41,1 jogos) e marcando 13 golos. Na I Liga, regista 34 jogos, 32 dos quais como titular, acumulando 2788 minutos de jogo (30,9 jogos), com 8 golos marcados.
Voltando ao lance, não se refuta a importância do empate, caso tivesse sido o resultado final. O ónus de recuperação, e a inerente pressão, colocar-se-ia totalmente sobre o clube da Luz, com consequências imprevisíveis no que à conquista do título diz respeito. Mas também não devemos perder de vista que até este jogo de 5 de Março, já se registava 5 empates, três dos quais caseiros com equipas do "outro" campeonato, e uma derrota; em suma, 13 pontos perdidos. Hipoteticamente, teria sido suficiente evitar apenas um empate, para garantir o titulo.
Por fim, qual é a garantia que as coisas decorreriam como agora se sabe, até à 34.ª jornada, caso o empate tivesse sido assegurado ?... Não pretendo minimizar esse resultado e o falhanço de Bryan Ruiz, mas parece-me injusto atribuir a derrota final a um só golo não concretizado.
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