Camarote Leonino

Carlos Mané foi alvo do Football Leaks, esta quarta-feira, através da revelação que o Mónaco tentou contratar o jovem do Sporting no último Verão, mas sem sucesso. De acordo com dados revelados, o clube monegasco enviou uma proposta de compra do passe de Mané de sete milhões, a pagar em três prestações.

O clube treinado por Leonardo Jardim pretendia pagar a primeira prestação já em agosto de 2015 no valor de 2.333.334 euros; outra no dia 30 de agosto de 2016 (2.333.333 euros) e uma última a 30 de agosto de 2017, de valor igual à anterior.

O Mónaco conta com sete portugueses no actual plantel: Ricardo Carvalho, Rony Lopes, João Moutinho, Ivan Cavaleiro e Bernardo Silva pertencem mesmo ao clube francês, Hélder Costa está emprestado pelo Benfica e Fábio Coentrão pelo Real Madrid.

Mandando mais "fumo" para o ar, o jornal O Jogo surgiu esta quarta.feira com a notícia que o Sporting está receptivo a negociar o jovem jogador, dado que não é aposta de Jorge Jesus.

Tudo isto não passa de rumores, por enquanto, mas não deixo de lamentar o que está a acontecer com esta grande promessa da formação leonina. Ainda há dias tive uma troca de opiniões com um leitor que não concordou com a minha apreciação de que após a evolução da época passada, esperava-se que este ano podesse ser a sua época de explosão. Creio que as estatísticas confirmam esta tese:

2014/15 - Participou em 41 jogos em todas as competições, 19 dos quais como titular, acumulou 2003 minutos de jogo (22,2 jogos) e marcou 9 golos.

2015/16 - Participou em 13 jogos em todas as competições, 6 como titular, acumulou até este ponto 607 minutos de jogo (6,7 jogos) e tem um golo marcado.

Entre outras considerações, veremos quantos jogadores do actual plantel - inclusive dos rotulados de craques - chegam ao fim desta época com 9 golos marcados.

O "Football Leaks" voltou a divulgar documentos relativos ao futebol português, mais concretamente em relação às propostas do Sporting a André Carrillo para a renovação de contrato. Os documentos revelados pelo site - que entretanto ficou novamente indisponível - revelam que o peruano recusou a hipótese de vir a ganhar quatro milhões de euros limpos na temporada 2018/19.

Na proposta, ficava estabelecido que caso o Sporting rejeitasse ofertas de 15 ou mais milhões de euros por Carrillo a partir de 2016/2017 e o jogador permanecesse assim em Alvalade, este teria o seu salário progressivamente aumentado. Em 16/17, se o clube não aceitasse a tal proposta, Carrillo passaria a ganhar cerca de 2 milhões de euros líquidos. O valor aumentaria para 3 milhões limpos na temporada seguinte e, finalmente, para 4 milhões líquidos em 2018/19.

Os documentos revelam ainda que Elio Casareto, agente de Carrillo, teria direito a um prémio de 1,5 milhões de euros caso o jogador renovasse; outro tanto se o extremo não fosse transferido na janela de mercado do próximo inverno; e ainda a 10 por cento de uma futura transferência de Carrillo pelo valor mínimo de 15 milhões de euros.

Não deixa de ser bastante curioso que o "Futebol Leaks" tenha dado novo sinal de vida, aparentemente, apenas para divulgar as supostas ofertas de renovação por parte do Sporting a André Carrillo. Com a missão realizada, o site voltou a estar indisponível.

De qualquer modo, não estamos em posição para poder confirmar ou refutar a informação revelada esta quarta-feira. Sendo verdade que André Carrillo recusou uma oferta tão generosa do Sporting, dá para pensar que o que terá entre mãos para o seu futuro será mesmo a nível milionário. Ou será que há algo mais sobre a mesa que ainda não foi revelado ?

Os "leaks" em relação ao Sporting continuam a surgir na praça pública, e se algumas das revelações são menos agradáveis, um documento que terá sido enviado pelo Clube para a UEFA a para a FIFA, demonstra a preocupação eminente com a denominada "impunidade no futebol português".

Segundo uma das mais recentes revelações, foi enviado um documento em Novembro de 2014 para as entidades acima referidas, com referência a um conjunto de processos, declarações e artigos noticiosos que descrevem situações de alegada corrupção, fraude e tráfico de influências no futebol português, envolvendo principalmente o Benfica, FC Porto e Boavista.

Não deixa de ser curioso, quase hilariante, que o livro de Carolina Salgado "Eu, Carolina", seja uma das evidências apresentadas. No entanto, o notório "Apito Dourado" ocupa o principal lugar no pódio das acusações.

O documento de 71 páginas contém declarações públicas de Sven Goran Erikson, Manuel José e Rui Mendes, refere o processo ao jornalista Manuel Mestre, transcreve o vídeo da confissão de Jacinto Paixão, salienta uma alegada escolha de árbitros por parte de Luís Filipe Vieira e revela ainda processos que implicam o FC  Porto e o Boavista.

Invocando exemplos conhecidos de outros países europeus, onde foram tomadas acções punitivas para com clubes considerados infractores, o Sporting sublinha que, em Portugal, "tudo é notavelmente diferente, com o sentimento geral de no país reinar a impunidade."

Uma acção louvável por parte da actual Direcção, mas que não deixa de precipitar algumas considerações algo preocupantes, nomeadamente se ao declarar "guerra" de forma tão generalizada e em tantas frentes, o Clube tem o "know-how" e a capacidade para se defender na hora do inevitável contra-ataque. Vem à ideia que as recém-acções do "Football Leaks" integrarão o leque de retaliações expectáveis.