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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Leonardo Jardim, actualmente o treinador do Al-Hilal SFC, na Arábia Saudita, em recém-entrevista ao jornal Expresso, garante que ter treinado o Sporting - o que aconteceu em 2013/2014 - era um dos objectivos da sua carreira:
"Fui para o Sporting porque queria mesmo treinar o Sporting, não foi por salários. Não havia sequer dinheiro para contratações, os nossos reforços foram o Slimani, que vinha da Argélia, e o Montero, que fomos buscar aos EUA. Tivemos de ir a estes mercados para reforçar a equipa porque não havia recursos.
Essa equipa até foi fácil de trabalhar, porque tinha mesmo muita ambição, miúdos novos que queriam ganhar, jogar, muitos nunca tinham tido a oportunidade de serem titulares, e foi um ano engraçado, desportivamente correu bem e em termos de trabalho criámos uma excelente dinâmica.
Perdemos o campeonato, penso, naquele jogo da Luz quando o vento deitou parte da pala abaixo. O jogo foi então adiado para o dia seguinte. Em termos estratégicos, íamos apostar em dois avançados para esse jogo e no dia seguinte a surpresa já não funcionou da mesma forma. Acho que o Jorge Jesus deve ter sabido da mudança e ainda conseguiu adaptar. Se esse jogo tem caído para o nosso lado, podíamos ter sido campeões".
O treinador de futebol português “não é mágico algum”, mas tem uma capacidade de “adaptação” a novas realidades que lhe abre as portas do “grande mercado”, considerou hoje o técnico Leonardo Jardim.
Num recém-debate 'online' promovido pela União dos Treinadores de Futebol de Países Lusófonos, o técnico português justificou o sucesso de muitos compatriotas no comando de equipas estrangeiras com essa característica que, diz ele, “vem da nossa cultura”, e também com a formação através dos vários cursos de treinador que, em Portugal, estão “muito desenvolvidos”.
“O treinador português tem um ADN muito especial, é capaz de se adaptar aos vários campeonatos e países. A adaptação é uma coisa que muitos treinadores dos outros países não são capazes de fazer e isso dá-nos uma grande vantagem e mercado”, assumiu o antigo treinador do Sporting, na época de 2013/14.
O técnico que deixou o AS Mónaco no final de 2019 reconheceu que procura conhecer a cultura do país e dos funcionários sempre que chega a um novo clube e recorreu mesmo a exemplos da sua primeira passagem pelos monegascos, em 2014, assumindo que teve “dificuldades” para implementar a sua metodologia de "treino integrado”, com presença constante da bola nos exercícios.
“Em França, o treino analítico e de ginásio estão muito presentes e muitas vezes tive de abdicar de alguns dos meus princípios para que os jogadores se sentissem bem. Mas, a partir do segundo ano, já era muito raro aquele que me pedia trabalho complementar de corrida e intervalados”, revelou o campeão da 'Ligue 1' em 2017, explicando que não se pode alterar todo esse processo “de um momento para o outro”.
Outro factor que pesa muito no surgimento de muitos jovens treinadores portugueses, no entender de Leonardo Jardim, é o facto de acreditarem que podem ter sucesso com uma aquisição de maior conhecimento e uma formação “mais académica” sem ter um passado de atleta de alto nível.
“Em França, para ser treinador na I Liga, quase é obrigatório ter currículo de jogador de I Liga. Em Portugal, isso não acontece, o que leva muitos jovens a acreditarem que podem chegar lá através da experiência e da formação”, analisou Jardim na ‘discussão’ onde participaram também os treinadores José Gomes, do Marítimo, e Lito Vidigal.
Os rumores de um possível regresso de Leonardo Jardim a Portugal e ao Sporting estão sempre no horizonte, muito pela relação de amizade que o técnico mantém com Frederico Varandas. O facto de estar desempregado de momento e ter assistido ao jogo em Braga recentemente, apenas serviram para intensificar os rumores.
No entanto, Jardim refuta um regresso a Portugal num próximo futuro:
"Não vou voltar a Portugal em breve. O meu enquadramento familiar está fora daqui, o meu filho está numa fase em que tenho de prestar especial atenção à sua educação. Além disso, a minha ideia de carreira desportiva não passa por Portugal neste momento".
O futebol tem um mediatismo muito grande e por isso eu até entendo que haja alguma dificuldade para algumas pessoas em entenderem a minha relação de amizade com Frederico Varandas. Mas temos de voltar aos princípios: a nossa relação foi construída quando ele era médico do Sporting e eu treinador. Temos uma relação familiar, que envolve amigos em comum. E quando ele aceitou o desafio de ser presidente... fiquei feliz, porque ele alcançou um objectivo de vida, mas apesar de todos os rumores que são construídos, não vou deixar de falar com ele, nem vamos deixar de ser amigos.
Na primeira vez que eu saí do Monaco, ele contactou-me. Mas fui sempre muito claro, dizendo que não valia a pena insistir. Não era uma questão financeira: simplesmente não queria - não quero - voltar a Portugal. Ele entendeu de imediato.
Mas é um facto que sempre que o Sporting passa por períodos difíceis (e ultimamente isso tem acontecido com regularidade) o meu nome vem sempre à baila. O Sporting é um Clube com muita paixão, mas também com muitas divisões.
Vivi a realidade do Sporting e conheço o Clube por dentro. Não é uma mera opinião. O Sporting é um Clube difícil, é o menos estável dos três grandes. E mesmo em comparação com o SC Braga... lá há liderança há já vários anos; o FC Porto tem uma liderança de há já várias épocas e o Benfica igual. Projectos consolidados.
O Sporting tem uma alteração constante de liderança nos últimos 15 anos. Nem sei bem quantos foram, mas isso nem é importante para a ideia. O Sporting é um Clube formado por imensas facções e nunca ninguém está de acordo. Independentemente de estar o A, B C ou D à frente do Clube, há sempre facções contra, como é com o Varandas hoje em dia.
(...)O Sporting é um vulcão, está sempre em erupção.
O Clube deve ter outra forma de estar!".
Corre um boato que Leonardo Jardim vai assumir a estrutura do futebol do Sporting até ao final da época e para o ano assume o comando técnico da equipa principal.
Reconhece-se que o técnico madeirense e o presidente do Sporting são amigos, mas nem por isso vejo o regresso de Leonardo Jardim a Alvalade, especialmente nas circunstâncias em que o Clube se encontra, em que divisão é a ordem do dia, todos os dias.
Recém-demitido do Monaco, Leonardo Jardim esteve em Braga no domingo a assistir ao jogo, ocorrência que na minha ideia não tem significado algum.
Leonardo Jardim de visita ao Sporting
"Essas situações de denúncias de corrupção e actos de violência entristecem-me muito. Sou emigrante e muitas vezes tenho de defender o futebol português e explicar às pessoas que são situações mínimas que acontecem e que o futebol português não é um meio de corrupção. Temos o melhor do Mundo, fomos campeões da Europa em futebol e futsal e essa é que é a imagem correcta de Portugal.
O futebol português continua a evoluir, continua a haver uma certa qualidade, mas face à perspectiva vendedora dos clubes, se calhar, não consegue ter o mesmo impacto. Ainda assim, Portugal reúne jogadores, dirigentes e treinadores de grande nível. É um país de bom futebol."
Leonardo Jardim
Leonardo Jardim e José Mourinho estão entre os 12 candidatos a melhor treinador do ano da FIFA. Para o treinador do Manchester United não é uma grande novidade estar neste tipo de distinções, mas para Jardim é uma estreia.
O título conquistado em França, perante a concorrência do PSG, e grande campanha na Liga dos Campeões, são motivos suficientes para justificar esta nomeação.
Os prémios "The Best", atribuídos pela FIFA, distinguem os melhores do ano. Zidane, treinador do Real Madrid, campeão europeu e espanhol, é o principal candidato.
O vencedor será encontrado através de uma votação que envolve os seleccionadores nacionais, os capitães das selecções, imprensa especializada e os adeptos, que poderão fazer a sua escolha no site da FIFA, entre 21 de Agosto e 7 de Setembro. Em meados de Setembro, a FIFA anuncia o nome dos três finalistas.
O vencedor será conhecido a 23 de Outubro, em Londres, na cerimónia de entrega dos prémios "The Best". Ranieri venceu a primeira edição, no ano passado, batendo Fernando Santos e Zidane. Ronaldo foi eleito o melhor jogador.
A FIFA ainda não divulgou a lista de atletas candidatos, mas o nome Cristiano Ronaldo estará, certamente, presente e o internacional português é apontado como o mais forte candidato ao prémio.
Leonardo Jardim treinou o Grupo Desportivo de Chaves nas épocas de 2007/08 e 2008/09 e deslocou-se esta quinta-feira àquela cidade para receber a medalha de Mérito Grau Prata pelo "reconhecimento ao seu contributo nacional e internacional pela prática desportiva".
À margem do evento, foi instado a comentar o jogo da Selecção Nacional com o Chile, da Taça das Confederações:
«Não tive oportunidade de ver o jogo. Estava em viagem da Madeira para o continente e quando tomei conhecimento do resultado, naturalmente fiquei triste, mas o futebol é assim mesmo. Claro que é aborrecido perder nos penáltis, mas já houve outras situações em que fomos felizes nos penáltis».
Colocado perante a habitual dificuldade portuguesa de vencer nas decisões por grandes penalidades - o jogo com a Polónia, no Europeu 2016, é uma rara excepção -, o técnico do Mónaco teve isto para dizer:
«Os jogadores têm muita pressão. Apesar de treinarem, não sei explicar o porquê da nossa ineficácia. Não tenho explicação».
Caso deveras intrigante, quando mesmo os mais credenciados para desmitificar esta situação acabam por não ter explicação, ou será que Leonardo Jardim está a ser apenas "politicamente correcto" ?
Sinto imensa dificuldade em acreditar nas recém-notícias (rumores) sobre a possibilidade de Leonardo Jardim seguir rumo para a China. Dito isto, reportagens desta terça-feira indicam que o treinador português do Mónaco tem acordo com o Beijing Guoan, emblema da principal liga chinesa, para assinar um contrato válido por três anos.
A minha dificuldade recai não tanto sobre os valores que estão a ser reportados, mas sim pela disponibilidade do técnico, aos 42 anos, deixar o futebol europeu, onde tem tido muito sucesso, nomeadamente ao leme do Mónaco.
O Beijing Guoan e Jardim terão chegado a um entendimento no fim de semana passado, em Portugal, onde representantes do emblema de Pequim se reuniram com o técnico para o convencerem a mudar-se para a China. Para isso ofereceram-lhe um valor de 36 milhões de euros pelos três anos de contrato, ou seja, 12 milhões por ano.
Para que a mudança de Leonardo Jardim para a capital chinesa se confirme, falta que o Mónaco aceite libertar o treinador que lhes devolveu o título francês. O contrato entre Jardim e o clube monegasco é válido até 2019 e nele está incluída uma cláusula de rescisão de 15 milhões de euros. O emblema chinês já fez chegar uma proposta de oito milhões, que, pelos vistos, fica aquém das pretensões dos franceses.
O clube, de resto, aparenta estar receptivo a fazer um esforço financeiro para segurar Leonardo Jardim, a quem já terá sido apresentada uma proposta de 4,5 milhões de euros por época, três vezes mais do que o treinador português aufere actualmente.
Nota: Tenho este texto preparado desde madrugada à espera de oportunidade para ser publicado. Acontece que o Mónaco anunciou ao fim da tarde a renovação de Leonardo Jardim, que passa a estar ligado aos campeões franceses por mais três temporadas, ou seja, até 2020. É por de mais óbvio que terá recebido um aumento muito substancial, especialmente sendo verdade o que os chineses lhe ofereceram.
Leonardo Jardim - campeão francês pelo Mónaco
Sem ser surpresa, Leonardo Jardim foi eleito esta segunda-feira o melhor treinador do ano na Ligue 1, um troféu entregue na 26.ª edição da gala anual que premeia aqueles que mais se destacaram ao longo da época no futebol profissional em França.
Alguns dos que já sairam de Alvalade poderão ainda valer mais uns milhões ao Sporting, em conjunto, devido a cláusulas de performance nos seus contratos de transferência. No total, cerca de 2,25 milhões de euros:
Leonardo Jardim - 250 mil euros pela conquista da Ligue 1 e 500 mil pela Liga dos Campeões.
Cédric Soares - a cada 15 jogos como titular rende 250 mil euros, sendo que neste momento já realizou 30 partidas.
Islam Slimani - a cada 15 jogos como titular rende 500 mil euros, sendo que neste momento já realizou precisamente 15 partidas nessa condição.
***Pela informação disponível não é claro se as cláusulas de Cédric e Slimani especificam participação como titular ou ainda como suplente utilizado. Neste último cenário, os números de Slimani vão para o dobro. Contudo, creio que a condição implica titularidade.
Com a eliminação do Borussia Dortmund às mãos do Mónaco, Leonardo Jardim vai tornar-se apenas no quarto treinador português a disputar as meias-finais da Taça/Liga dos Campeões, em mais de 60 anos.
O primeiro treinador a ser vendido pelo Sporting, inscreve assim o seu nome numa página de honra.
À margem da conferência Football Talks que está a decorrer no Estoril, Leonardo Jardim teceu algumas considerações sobre o seu momento no Mónaco e, ainda, a sua passagem por Alvalade na época de 2013/14:
«Confesso que estou surpreendido com o campeonato português, nomeadamente por não ver o Sporting na corrida ao título. Neste momento é uma luta a dois. No início da época pensei que iria ser uma luta a três, mas o Sporting atrasou-se. Esperava mais.
Sou um treinador capaz de me adaptar. Tenho de saber que se vou treinar um Sporting, que vinha de um 7º lugar, é jogar para ganhar jogos. O clube e os adeptos queriam era voltar a ganhar jogos. Agora estou no meu terceiro ano do Mónaco e sei que investimos este Verão. Tenho que saber que jogadores tenho e perceber que uma vez que o posso fazer, tenho de dar um bom espectáculo aos adeptos.
Os clubes portugueses têm forçosamente de ser formadores, porque Portugal tem sido um grande vendedor de jovens jogadores, nos últimos anos. Temos de ser um país produtor de talentos».
O Mónaco apurou-se para os quartos-de-final da Liga dos Campeões, esta quarta-feira, ao vencer o Manchester City (3-1), em jogo da segunda mão dos "oitavos".
Além deste feito, lidera a Liga francesa com três pontos de vantagem sobre o Paris Saint-Germain, está nos quartos-de-final da Taça de França e na final da Taça da Liga.
O que faria Leonardo Jardim se fosse o melhor treinador do Planeta e arredores ?
O treinador português Leonardo Jardim, que comanda o AS Mónaco, líder do campeonato francês, vem a Portugal participar no "Football Talks-2017", um Congresso Internacional de Futebol organizado pela Federação Portuguesa de Futebol, que decorrerá entre 22 e 24 de Março, no Centro de Congressos do Estoril.
A atravessar um momento muito positivo na formação francesa, que lidera a "Ligue 1", o técnico português, de 42 anos, fará a 22 de Março uma intervenção sobre a gestão de atletas entre compromissos de clubes e selecções.
Recomenda-se que a maior sumidade do Planeta e arredores assista a este evento. Pode ser que consiga aprender alguma coisa com Leonardo Jardim, nomeadamente como ser menos fanfarrão e mais humilde. Ainda há quem acredita em milagres !
Leonardo Jardim foi considerado o treinador da 14.ª jornada da I Liga Francesa, pelo jornal "L'Équipe". O treinador português conduz um surpreendente Mónaco que está em segundo lugar na classificação geral, com menos um ponto do que o líder Nice. Este passado fim-de-semana, a equipa monegasca venceu o rival Marselha, com uma goleada por 4-0.
Muito interessantes, as declarações de Leonardo Jardim em recém-entrevista concedida ao jornal O Jogo, no que ao Sporting - presente e passado - diz respeito. Adorei ler a sua determinação que a equipa de 2015/16 é de longe a mais forte destes últimos três anos, a contrariar a tese fantasista de alguns "peritos" que têm insistido numa outra versão aqui no blogue.
Voltar a Portugal seria um passo atrás ou dependeria do projecto/clube?
- Não está nos meus horizontes, até porque no acordo que fiz com o Sporting ficou assente que não voltaria a Portugal nos quatro anos seguintes. Ainda tenho mais dois pela frente...
Aceitou isso porquê?
- Numa negociação temos de fazer cedências. Foi bom para todos. Não me lembro de o Sporting ter vendido um treinador; fez um bom encaixe numa altura de dificuldade, em que tinha havido uma redução drástica de investimento...
Mas, nesta altura do ano, consigo, o Sporting até estava em primeiro lugar no campeonato...
- Sim, é verdade. Ainda que em "ex aequo" com outra equipa; foi uma época de Natal que os sportinguistas passaram no primeiro lugar. Acho que nos últimos anos foi o único ano em que o Sporting passou o Natal em primeiro...
E com recursos diferentes...
- Claramente. O Sporting deste momento não tem nada que ver com o Sporting da minha altura, e por dois fatores essenciais: o meu vinha creio que de um sétimo lugar no campeonato; os níveis de confiança eram baixos e houve uma grande reformulação na estrutura de futebol; além disso, no esqueleto da equipa havia jogadores que estavam a começar a jogar ao mais alto nível. Slimani tinha acabado de chegar da Argélia e passou por quatro meses de adaptação, terminando depois o campeonato num bom nível; o Adrien tinha estado emprestado; havia o André Martins; fui buscar o William Carvalho ao Brugge; o Jefferson ao Estoril; o Cédric andava pela Académica, o Eric Dier e o Esgaio eram miúdos que tinham tido a primeira experiência a jogar no ano anterior. Era uma realidade totalmente diferente.
Jesualdo Ferreira disse que o Leonardo Jardim tinha sido o impulsionador desta nova fase. Considera justa essa referência?
- Acho que sim. As pessoas que estão dentro do fenómeno desportivo e que têm alguma consciência, e ela às vezes no futebol perde-se com grande facilidade, verificam que a estrutura desta equipa foi montada no ano em que lá passei. Muitos dos jogadores nem existiam. O Rui Patrício era o único que jogava; todos os outros eram segundas ou terceiras alternativas. Acho que foi um ano fundamental para o Sporting voltar ao nível que tem mostrado nos últimos dois anos e meio. Foi vice-campeão, depois terceiro e agora está no grupo da frente.
Vê-o com arcaboiço para o título já neste ano, considerando também o factor Jesus?
- Mais do que nunca; está mais forte do que nos últimos dois anos. Em relação ao meu ano, o Sporting teve uma consolidação do tal esqueleto de que falava, com a evolução de um "background" importante após duas épocas e meia, a que juntou a capacidade para ir buscar cinco ou seis jogadores directamente para o onze, o que lhe permite consolidar a equipa a um nível competitivo alto, dando-lhe capacidade para lutar em igualdade com os outros candidatos.
E o factor Jesus influencia?
- Jesus tem currículo, não precisa que eu fale por ele. É o treinador campeão, com impacto mediático. Mas, mais importante, é o Sporting ter, hoje em dia, uma equipa com base numa construção de dois anos, o que permite aos jogadores outra capacidade.
Resumindo: para Jesus fazer melhor terá de ser campeão...
- É uma pressão extra, mas é verdade; é uma realidade. Para fazer melhor do que fizemos, e num nível totalmente diferente de investimento, sim. Alguns dizem que os jogadores já estavam há seis ou sete anos no Sporting, mas vinham da Académica, do Estoril, da formação, do Brugge; não tinham este nível...
Não se surpreenderá com um título a dizer "Para fazer melhor do que eu no Sporting, Jesus tem de ser campeão"...
- Não, é uma realidade. É o constatar de um facto que, acho, não põe em causa as competências do Jesus, ou de alguém. É futebol, e é um facto.
Isto é apenas a minha mera opinião, mas não acredito que Leonardo Jardim se considere um treinador inferior a Jorge Jesus.Deixa clara a ideia de que, até ao momento, fez mais com muito menos (e não me estou a referir a salário, muito embora também seja verdade). Daí o ónus da conquista do título recair inteiramente nos ombros de Jorge Jesus.
Com a onda de euforia que decorre neste momento entre os adeptos sportinguistas, entendo que seja importante reconhecer que o estado das coisas deve ser analisado com os pés bem assentes no chão, dado que a "procissão ainda vai no adro" e a campanha nacional de 2015/16 apresenta um longo e complicado percurso. Ao fim e ao cabo, um jogo, uma vitória, um goleada diante o vulnerável Vitória de Guimarães não fazem uma época.
Que esteja a ser aproveitado, pelos usuais, para propagar a notória "banha da cobra" não surpreende, especialmente quando estes deixam a clara ideia de que, para eles, o presidente é mais importante do que o Sporting.
Vejamos então o que a actual posição da equipa significa em comparação com as últimas duas épocas, sendo esta a terceira consecutiva em que o Sporting chega à 7.ª jornada da I Liga sem derrotas.
Leonardo Jardim (2013-14) - 17 pontos - 5 vitórias e 2 empates - já tinha defrontado o Benfica
Marco Silva (2014/15) - 13 pontos - 3 vitórias e 4 empates - já tinha defrontado o Benfica e o FC Porto
Jorge Jesus (2015/16) - 17 pontos - 5 vitórias e 2 empates - ainda não defrontou nenhum dos rivais
... ou que, pelo menos, tem a obrigação de saber, já que foi ele que recrutou e treinou Ewerton no SC Braga:
«É um jogador que conheço bem. Sou responsável pela chegada dele a Portugal. Não consegui trazê-lo para o Beira Mar mas depois trouxe-o para o SC Braga. É uma boa aposta do Sporting.»
Declaração de Leonardo Jardim a Antena 1, sobre o novo reforço do Sporting. Não duvido da sua palavra, evidentemente, mas também não posso descartar totalmente a consideração de que Ewerton rendeu o que rendeu no SC Braga, a exemplo do que Maurício rendeu no Sporting na época passada, sob a orientação de Leonardo Jardim, com um modelo defensivo muito mais compacto , em contraste com Marco Silva, que privilegia uma equipa mais ofensiva. Aliás, mesmo depois de perder alguns dos melhores activos no Mónaco, o treinador madeirense está a ter sucesso precisamente pela sua filosofia de jogo defensivo.
De qualquer modo, o central brasileiro já se encontra em Alvalade e permanecerá, pelo menos, até ao final da temporada. Amplo tempo para melhor podermos avaliar a sua mais-valia para o Sporting. Consta, agora, que caso o jogador satisfaça as expectativas e a opção de compra for exercida, já haverá um pré-acordo para um contrato até 2018, obviamente com condições salariais mais em linha com as possibilidades financeiras do Sporting.
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