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Capitães de Abril

Naçao Valente, em 25.04.20

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Faz 46 anos. Na minha memória esse dia de Abril, no qual tive o privilégio de participar, continua bem vivo. Aqui deixo esta singela homenagem aos militares que ousaram pôr fim à ditadura.

Capitães do meu país
Soldados da minha terra
Viram o povo infeliz
E com paz fizeram guerra.

No alvor da madrugada
Acordaram a cidade
E sem nunca pedir nada
Ofereceram liberdade.

No força que idealizaram
Esperança de mil cores
Quando as armas dispararam
Delas saíram flores.

E no seio da revolução
Nasceu uma democracia
E com ela a convicção
Que é real a utopia.

E quem nunca viu Abril
Nem sabe a revolução
Urdiu artimanhas mil
Subjugou a nação.

É tempo de ir para a guerra
E levantar a cerviz
Ó gentes da minha terra
Capitães do meu país.

publicado às 19:30

"25 de Abril no futebol, já !"

Naçao Valente, em 26.04.17

 

Há quarenta e três anos um golpe militar derrubou o regime ditatorial e abriu as portas para a instauração de uma democracia parlamentar. Processo difícil e complexo, que acabou com a vitória definitiva da liberdade ,sobre os que queriam impor uma nova ditadura com outros contornos ideológicos.

 

Este processo de democratização ainda não chegou porém ao mundo do futebol. As suas estruturas desportivas continuaram cristalizadas e à margem do que aconteceu na sociedade. Quer a nível das instituições que superintendem o futebol profissional, quer ao nível do governo dos clubes, as mudanças foram poucas e superficiais. Por norma os dirigentes continuaram a perpetuar-se no poder, mantendo-o como um feudo imune à evolução que se deu à sua volta.

 

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Quarenta e três anos depois existe no sub-mundo do futebol esta realidade. Um presidente que tomado o poder, criou uma rede de influências que lhe permitiram a perpetuação no lugar. E apesar da imitação de democracia que transmite para o exterior, a verdade é que o senhor Pinto da Costa , tem sido o dono absoluto do Futebol clube do Porto. Um outro presidente ,vindo das catacumbas do oportunismo, ocupou a presidência do SLB, onde foi construindo a sua teia de interesses, com o intuito de se eternizar na sua presidência. Passados quinze anos tem o objectivo, praticamente, conseguido. O Sporting Clube de Portugal está nesta altura refém da mesma estratégia oportunista. O senhor Bruno de Carvalho chegou à presidência com o mesmo projecto dos seus homólogos: ser presidente ad eternum.


De certo que há diferenças entre estas três personagens. Diferenças geracionais, diferenças de personalidade. Mas todos têm uma coisa em comum, servirem-se dos clubes, em vez de os servirem. Para isso, todos e quaisquer meios justificam os fins. Uns podem ser mais diplomáticos, outros mais polidos, quiçá mais hipócritas, outros mais sanguíneos, contudo são na sua essência, portadores de projectos de poder pessoal que não casa com a democracia.


Quarenta e três anos depois se é verdade que a sociedade, sendo imperfeita, evoluiu, o mesmo não se passou no mundo do futebol. Arrisco dizer que está pior. A luta pela hegemonia não respeita regras, vale tudo. A rivalidade transfere-se dos relvados para a comunicação social e desta para a rua. Espécie de tropas pretorianas digladiam-se e matam-se. Os generais nos seus labirintos, cada um à sua maneira, vão pondo mais lenha na fogueira. Os poderes institucionais continuam impávidos. Até quando?


O futebol precisa de um vinte e cinco de Abril. As leis que permitem a perpetuação eterna do dirigismo oportunista têm de ser mudadas. Porque raio os políticos estão sujeitos e bem, a mandatos limitados, e porque razão isso não acontece no sub-mundo do futebol? Sem regras verdadeiramente democráticas não há democracia no desporto. Disse, John Emerich Edward Dalberg-Acton, que todo o poder corrompe, o poder absoluto corrompe completamente. E aqui é preciso clarificar que não existe apenas a corrupção clássica, mas aquela que permite a alguém, tornar-se dono do que não lhe pertence.

 

publicado às 04:06

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