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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
É natural como respirar. Há pessoas que por razões diversas criam anticorpos nos seus concidadãos. Isso verifica-se muito frequentemente no mundo do pontapé na bola, em relação aos atletas. Podem designar-se como mal-amados, e existem em todos os clubes.
O assunto vem a propósito do que aconteceu ontem com o jogador do Sporting, de nome Ricardo Esgaio, considerado por uma turba de adeptos, de inteligência duvidosa, e de civismo abaixo de zero, o principal responsável pela derrota do Clube em Braga. Se a sua responsabilidade no desenlace do jogo é aceitável numa análise primária, já os insultos que sofreu na sua página nas redes sociais, que teve que encerrar, é inadmissível.
Ricardo Esgaio é, desde que voltou ao Clube em Julho 2021, um mal-amado, como outros, constantemente vilipendiados, mas que não interessa agora referir. A turba que usa, cobardemente, o teclado como uma arma, falta ao respeito a um profissional que faz o seu trabalho com seriedade, e merece todo o repúdio, independentemente da razão que tenha ou que não tenha. E não há qualquer justificação para tais actos que revelam não apenas falta de civismo, mas uma dose assinalável de estupidez.
Uma equipa de futebol é composta por um conjunto de atletas, neste caso profissionais, preparados especificamente para defender o seu clube. Mas além de atletas são pessoas com sentimentos e com família, como todos nós. Não podem ser vistos como máquinas infalíveis e objectos onde qualquer turba pode descarregar as suas frustrações.
No jogo de domingo em Braga, as equipas tinham onze atletas em campo, porque o futebol é um jogo colectivo, onde cada um desempenha a sua função em prol do mesmo. Deste modo, quando uma equipa perde, perdem todos e não só uma ou outra individualidade. Responsabilizar um atleta por um erro num jogo de noventa minutos, mostra não perceber a essência do futebol. Quando o mal-amado Esgaio entrou em jogo, o SCP tinha sofrido dois golos, sempre pouco depois de ter marcado. E não sofreu ainda mais outro golo pelo corredor contrário onde Esgaio jogou, graças à inspiração de Adán. Portanto, o terceiro golo foi um erro colectivo de toda equipa, com relevo para o sector defensivo.
Até se pode admitir, como tenho lido, e apesar de toda a subjectividade, que o mal-amado Esgaio não é jogador para o Sporting. O que não se pode admitir é que seja eleito como bode expiatório e muito menos insultado publicamente, e na sua própria “casa”. E em sua defesa e na de todos os outros mal-amados não pude deixar de expressar o meu protesto, e manifestar a minha solidariedade, com a consciência que a turba continuará na sua saga, porque, infelizmente, há gente que não é educável.
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