Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A procuradora-geral adjunta Maria José Morgado, no programa Grande Entrevista da RTP, diz que o “caso Rui Pinto”, o jovem português que denunciou alegados esquemas de evasão fiscal no futebol cometidos em vários países, conhecido como Football Leaks, a impressiona:
“Não posso falar concretamente do caso, só em tese geral. Mas devo dizer que este caso impressiona-me muito pessoalmente, porque ouvi a pessoa de que estamos a falar a dizer frases sobre a corrupção no futebol muito semelhantes àquelas que eu disse numa entrevista em 2002, ao Adelino Gomes, e que está publicada na [revista] Pública.
Eu disse ao Adelino Gomes que o futebol era um mundo de branqueamento de dinheiros sujos, com promiscuidades políticas indesejáveis, alargadas e muito difíceis de combater. Fez-me impressão, porque passaram 17 anos e aparece uma pessoa a dizer aquilo que eu tinha dito. Porque agora parece que são todos paladinos contra a corrupção no futebol, contra as offshores. Toda a gente fala disso, já não vale a pena falar. Mas naquele tempo tive problemas sérios por ter falado disso.
Volvidos 17 anos, por aquilo que se sabe do Footbal Leaks (e não estou a falar de nenhum clube em concreto nem de nenhuma pessoa, mas de um fenómeno), aparentemente no mundo do futebol é-se imune a qualquer espécie de escrutínio.
Precisamos das pessoas que estão por dentro do extraordinário mundo do crime, dos criminosos que queiram colaborar connosco. E, em geral, nenhum criminoso colabora com a justiça por razões éticas, mas sim por razões interesseiras, individualistas. Mas isso é humano, normal. Tem de haver uma legalidade para essa compensação, através da delação (ou colaboração) premiada, se for para defender outros valores superiores e se for escrutinável.
Em todo o mundo há várias histórias de hackers que se transformam em hackers bons e colaboram com a justiça. Aquele que é hacker mau pode transformar-se num hacker bom e trabalhar para a polícia. Tem um know-how que muitas vezes a polícia não consegue ter por si só”.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.