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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
- Luís Maximiano já não é jogador leonino, mas o Sporting poderá vir a lucrar com uma futura transferência sua. Isto, porque o Granada, clube onde jogou na época passada, foi despromovido e o guarda-redes formado em Alvalade estará a despertar o interesse do Barcelona, Nápoles e Fiorentina.
Curiosamente, a descida de divisão resulta na redução da cláusula de rescisão de 25 milhões de euros para 12,5 milhões, o que deve facilitar um futuro negócio.
Aquando da venda de Max por 4,5 milhões de euros ao Granada, os leões reservaram 10% de uma futura mais-valia, que rondaria os 800 mil euros caso sejam 12,5 M€ investidos por algum clube. A este valor, terá ainda de se juntar o mecanismo de solidariedade da FIFA, uma vez que Max fez todo o seu percurso de formação no Sporting.
- Andraz Sporar poderá estar de regresso ao Middlesbrough. Quem o garante é o jornal 'The Northern Echo', que adianta que o avançado que pertence aos quadros do Sporting continua a interessar ao emblema que vai jogar o Championship em 2022/23.
O ponta de lança esloveno, de 28 anos, cumpriu uma época de empréstimo no Boro em 2021/22. Apontou oito golos em 37 partidas e poderia ter ficado em definitivo no emblema britânico caso a subida à Premier League fosse confirmada e a troco de 8,5 milhões de euros. Tal não se verificou mas o emblema de North Yorkshire manteve o interesse e pode avançar por um valor mais reduzido, segundo dá conta a mesma fonte.
O técnico Chris Wilder gosta do jogador, que tem contrato até 2025, e gostaria de voltar a vê-lo no plantel, já que não conta para Rúben Amorim. No entanto, os holandeses do Feyenoord já mostraram interesse em contar com os serviços do avançado.
- O Globoesporte adianta esta quarta-feira que o Botafogo está interessado em Tabata e que terão falado com o Sporting que terá pedido cinco milhões de euros para libertar o jogador que tem contrato até Junho de 2025.
Recorde-se que em Abril o emblema brasileiro levou uma nega do Sporting relativamente a uma mudança para o Brasil.
Esta reportagem do Globoesporte, a julgar pelos valores que citam, deixa a ideia que isto não passa de um rumor sem qualquer fundamento.
“O guarda-redes deve andar sempre com a bola, mesmo quando vai dormir. Se tiver mulher dorme abraçado com as duas.” Neném Prancha, roupeiro, massagista, filósofo, olheiro e técnico do futebol brasileiro.
Na décima sessão do julgamento no Tribunal de Monsanto sobre a invasão à Academia Sporting, três jogadores testemunharam por vídeoconferência:
Luís Maximiano
"Vasco Fernandes (era o secretário técnico) tentou fechar a porta do balneário, mas foi empurrado, e entraram muitas pessoas com máscara, com capuz e foram em direcção ao William, Rui Patrício, Misic, Bataglia, Montero e Acuña.
Fiquei tão bloqueado, atrapalhado... que fiquei mesmo sem reacção. Houve pânico e muita confusão. Entraram e começamos a perceber que era algo mais grave. No interior do vestiário estava praticamente todo o plantel e Bas Dost encontrava-se no corredor.
Não houve conversas, os elementos entraram e começaram as agressões a alguns dos colegas. O William levou um murro e o Rui também. O Bataglia e o Montero levaram com um garrafão de água. O Montero levou um estalo. O Misic levou com um cinto na cara e o Acuña levou uns pontapés e um murro.
Foram arremessadas, pelo menos, duas tochas, uma das quais atingiu na barriga o então preparador físico Mário Monteiro.
Ainda se ouviu um dos elementos dizer 'não ganhem domingo, que vocês vão ver'.
Estive na reunião do dia anterior, com todo o plantel, dirigentes e o presidente Bruno de Carvalho, e este disse que 'tinham acontecido algumas coisas com a claque na Madeira e que era preciso resolver essa situação. Que tinha falado com o chefe da claque e não era uma situação fácil, mas que a mesma teria de ser resolvida em família'".
Wendel
"Estava sozinho no ginásio da Academia quando ouvi uma multidão. Não vi caras e vinham a correr. Sim, todos tinham as caras tapadas. Fui avisar o balneário. Não me recordo de quem fechou ou mandou fechar a porta do balneário.
Entre 20 a 30 entraram no balneário, estavam todos de cara tapada. Disseram que não éramos jogadores para o Sporting e mandaram-nos tirar a camisola.
Misic foi atingido por cinto nas costas e William com 'tapas' na cabeça e eu levei uma bofetada com a mão aberta. Demoraram cerca de 5 minutos e saíram ao mesmo tempo. Fiquei com a ideia que o alarme de incêndio disparou devido ao fumo das tochas. Fiquei com muito medo que voltasse a acontecer".
Wendel respondeu "não me recordo" à maioria das questões dos advogados e no final da audição a juíza Sílvia Pires fez referência a isso mesmo:
"Espero que futuramente não tenha tantos problemas de memória". afirmou, desejando-lhe ainda felicidades para a carreira. O futebolista agradeceu com um "tá bem, obrigado!".
Mathieu
"Naquele dia liguei logo para a minha mulher, porque não sabia se ia voltar a casa. Este episódio vai ficar para sempre na minha memória. Ainda hoje no final dos jogos me lembro deste episódio muito forte, tenho medo que volte a acontecer.
A maioria dos invasores que participou nas intimidações estava completamente fora de controlo. Ficaram duas pessoas em frente à porta e com eles lá não pudemos sair. Tivemos de ficar no interior do balneário.
Eu também estava no balneário quando entraram entre 20 a 30 pessoas, apesar de o Vasco Fernandes ter tentado fechar a porta, mas já era demasiado tarde, pois os elementos encapuzados forçaram a entrada e dirigiram-se a alguns jogadores para os agredir.
Vi o Acuña e o Misic a serem agredidos. O Acuña foi o primeiro que vi a ser agredido com golpes no rosto, por duas ou três pessoas que estavam de volta dele. Depois vi o Misic a ser agredido com um cinto, nas pernas e nas costas.
Assim que entraram no vestiário, os elementos procuraram quatro jogadores: William Carvalho, Rui Patrício, Battaglia e depois Acuña.
Acredito que eu não era um dos alvos, pois não fui agredido, mas senti medo no meio da muita confusão e agitação"
Questionado por Miguel Fonseca, advogado de Bruno de Carvalho, um dos 44 arguidos no processo, Mathieu disse que "o [à data] médico Frederico Varandas, após a confusão foi ao balneário ver os jogadores".
Na véspera do ataque, houve uma reunião na Academia entre o plantel e directores, incluindo o presidente. Em reuniões anteriores ele mostrou-se agitado com o Rui Patrício e William Carvalho, mas neste encontro falou de forma calma e pousada, dizendo que eram uma família.
Quando se referiu aos incidentes no Aeroporto da Madeira, Bruno de Carvalho falou nos nomes do Battaglia e do chefe da claque.
Não respondi aos adeptos na Madeira, mas houve colegas que responderam e isso criou alguns momentos de tensão. Considero-me inteligente demais para não responder a essas coisas, mas houve quem respondesse".
Rúben Gonçalo Marques já foi identificado como o agressor do cinto a Bas Dost, Misic e William Carvalho.
Artigo de Sérgio Krithinas em Record:
"Já passou mais de um ano e meio sobre o ataque à Academia, mas os relatos que agora se ouvem em tribunal, com particular destaque para os dos jogadores, ajudam a compor todo um retrato que poucos imaginavam ser possível em Portugal. Os testemunhos de Mathieu, Wendel e Luís Maximiano têm pelo menos em comum uma palavra: medo.
E só quem lá estava no dia, num local intocável como deveria ser um balneário, pode ter a verdadeira noção do terror daqueles minutos. Por muito que haja quem queira mudar a história e escrevê-la a partir das consequências do ataque à Academia, nomeadamente as rescisões, há um facto que ninguém pode negar: aqueles jogadores, treinadores e demais elementos do staff que lá estavam foram as vítimas".
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