Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O antigo presidente da UEFA Michel Platini chegou a Berna para ser ouvido no âmbito da investigação ao ex-líder da FIFA Joseph Blatter, acusado de gestão danosa e peculato pela justiça suíça.
O antigo vencedor da Bola de Ouro por três vezes, e ‘capitão' da França campeã europeia em 1984, chegou pela manhã a Berna, acompanhado do advogado, Dominic Nellen.
Platini foi ouvido, à porta fechada, por Thomas Hildebrand, do Ministério Público, que alargou ao francês a investigação que, desde 2015, tem sido dirigida a Blatter, suspeito de gestão danosa e peculato.
O caso refere-se a um pagamento controverso a Platini, de 1,8 milhões de euros, executado em 2011 como pagamento por um trabalho de consultoria completado em 2002.
Assim, o caso abrange também o antigo treinador, de 65 anos, acusado de cumplicidade em gestão danosa, peculato e falsificação de documentos, com outros antigos executivos da FIFA envolvidos: o francês Jérôme Valcke, antigo secretário geral, e o alemão Marcus Kattner, antigo director financeiro.
Michel Platini, ex-presidente da UEFA, deu uma entrevista ao diário francês "Le Monde" esta terça-feira. Entre os assuntos abordados, a atribuição do Campeonato do Mundo de 2022 ao Qatar e as suspeitas de corrupção que têm corrido a propósito da decisão.
Além de negar que lhe tenham pago para votar como votou, Platini garante que não sentiu pressões políticas por parte do então presidente francês, apesar de se ter encontrado com Nikolas Sarkozy e com o atual emir do Qatar no Eliseu por alturas da votação, em 2010.
Outras questões que essa competição tem suscitado referem-se à sensatez, ou não, de a realizar num país tão quente como o Qatar, e também às condições em que trabalham e vivem os operários, largamente migrantes, envolvidos na construção das instalações.
Respondendo a uma pergunta sobre se lamenta ter votado a favor do Qatar para organizar o Campeonato do Mundo, sabendo agora que só entre 2012 e 2018 terão morrido 2700 trabalhadores migrantes nas obras, Platini responde: "Quando votas, não sabes que vai haver mortos nos estaleiros. Fazes uma escolha, segundo as tuas convicções profundas. A única coisa que eu disse, foi que, se houve corrupção, temos de retirar a competição ao Qatar".
Em relação aos efeitos da pandemia no futebol, Platini é taxativo: "Nenhumas a longo prazo! Tudo o que se vai passar nos próximos anos não dependerá da Covid-19, mas da evolução dos interesses e dos desafios do futebol profissional. O sistema será cada vez mais forte. Vai retornar e acelerar-se".
Reportagem de Luís M. Faria, Tribuna Expresso
É ainda demasiado cedo para saber se a detenção de Michel Platini, em França, foi um dos primeiros efeitos práticos das denúncias do Football Leaks, de Rui Pinto – que, antes da sua detenção em Budapeste e da posterior entrega às autoridades portuguesas, terá cedido à Justiça francesa, a pedido desta, uma parte dos ficheiros das suas investigações sobre a corrupção da mafiosa rede internacional do futebol.
Todavia, para quem leu o livro Football Leaks, ou extractos do mesmo transcritos na imprensa, o que agora acaba de acontecer ao antigo e famoso ídolo do futebol francês e, mais tarde, presidente da UEFA – que (tal como o seu amigo Joseph Blatter, presidente da FIFA) acabou por ser demitido – era obviamente previsível, pelo menos para averiguações.
De notar, a propósito, que também um recém-reeleito vice-presidente da FIFA, Ahmad Ahmad, foi este mês detido em Paris.
A atribuição do Campeonato do Mundo 2022 à “grande potência planetária do futebol” – o Qatar – que desencadeou de súbito uma explosão internacional de perplexidade e suspeita, tornar-se-ia o factor determinante conducente à descoberta das nebulosas e fraudulentas negociatas envolvidas na eleição de um país onde o calor insalubre do Verão forçaria (pela primeira vez na história da modalidade) a organizar o torneio no Inverno – com gravíssimas consequências para a normal realização das competições nacionais da quase totalidade dos países restantes.
Progressivamente, têm sido desvendados subornos de vários tipos, compra de votos e troca de compensações entre as federações votantes, incluindo a aquisição, com fabulosos investimentos, do Paris Saint Germain pelo riquíssimo Estado do Qatar, uma insólita operação garantida pelo beneplácito da FIFA e da UEFA, bem como obscuras e lucrativas combinações entre dirigentes dos dois organismos.
Agora, será que estas enérgicas acções das autoridades francesas motivarão, finalmente, as suas apáticas congéneres portuguesas a seguir-lhes o exemplo? Esperaremos (sentados?)...
Texto da autoria do leitor/colaborador Leão da Guia
"Acho estranho que com 33 anos tenha deixado o "seu" Real Madrid, com o qual venceu três Champions seguidas, para tentar uma nova aventura. Eu com 32 anos tinha muitos pretendentes, mas retirei-me porque estava cansado.
Não sei se a Juventus o contactou ou se foi Jorge Mendes quem o ofereceu. Não consigo entender esta transferência".
Michel Platini
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.