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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A saída do mundial do Catar da Selecção portuguesa , tem dado azo a muita verborreia. Palavras e mais palavras, umas atinadas outras nem por isso, porque se há área onde a capacidade opinativa do cidadão se manifesta com assertividade, é no mundo do futebol.
Sem sequer ter a veleidade de contribuir com mais uma análise com verosimilhança com a verdade, vou focar esta minha abordagem de uma forma muito menos sisuda, em tom de brincadeira, porque não é tempo de crucificações, que nada resolvem.
Com altos e baixos, tudo ia bem até ao momento em que fomos eliminados por um grupo de leões do Atlas. E fomos eliminados sem apelo nem agravo. De acordo com o senso comum são coisas que acontecem... “é futebol”. A verdade é que talvez nem seja bem futebol.
Levando a coisa um pouco mais a sério, no jogo da eliminação vejo as seguintes diferenças: uma equipa humilde, certa das suas limitações, confiante nos seus pontos fortes e vejo outra equipa confiante nas suas mais-valias, e que se assumiu como dominante, tendo deixado no tinteiro a ideia que dominar não significa vencer. Para usar a sua designação, vejo uma equipa de leões contra uma equipa de patinhos, com um ou outro frango.
Enquanto os patinhos deslizavam, mostrando a sua dócil graciosidade, os leões rugiam acantonados no seu território com as unhas afiadas. Os patinhos recreavam-se com a bola em malabarismos inconsequentes, e com medo das unhas afiadas do adversário. Os leões nem queriam acreditar, e assistiam ao espectáculo de camarote. E cada vez que tocavam na redondinha, iam directos ao objectivo, um pouco desajeitadamente, diga-se, até que um pato se trasvestiu de frango, e deu com os burrinhos na água.
O que resta de tudo isto, é que futebol não é ballet. O que custa acreditar é que já se sabia que os leões não sabem dançar, e não iam entrar na dança. O que resta desta fábula são lamúrias e penas, muitas penas. E com penas não se ganha a leões. Que se aprenda a lição.
P.S.: Num registo mais sisudo, porque nem todos os leitores têm sentido de humor e de absurdo, vou acrescentar que para além de erros de tácticas e dinâmicas, tivemos alguma infelicidade. Mas essa faz mesmo parte do futebol.
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