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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O futebol e o velho Oeste.
Chingar o árbitro em plena actuação, com promessas de estadia vip no inferno, é um filme repetido vezes sem conta em muitos jogos de futebol nas Américas Central e Sul. A grande particularidade é que muitos desses jogos nem sequer chegam ao seu termo por serem interrompidos abruptamente pelos adeptos descontrolados, que pretendendo passar das simples ameaças aos actos de violência grosseira, invadem os terrenos de jogo correndo atrás do homem do apito.
Num jogo do campeonato distrital de futebol nas Honduras, os invasores tiveram uma surpresasita quando chegaram ao centro do relvado com intenções de agredir o árbitro, mas ele esperava-os de pistola na mão colocando-os a todos em sentido. Em silêncio, esfriando-lhes as ganas, obrigou-os a recuar de mansinho e a voltarem mais tranquilos aos seus lugares nas bancadas. É isso, a lei do mais forte, neste caso a do melhor armado prevaleceu. Consta-se que o jogo foi retomado sem mais incidentes, inclusive sem "la chingadera".
Portugal e o resto da Europa são um paraíso, se compararmos com o verdadeiro Oeste do futebol que se vive noutras paragens.
O caso corrente do FC Porto é um exemplo que esclarece sem margem para dúvidas o que está em jogo com o apuramento para a Champions, nomeadamente com o acesso directo à fase de grupos. Ao mesmo tempo, serve também para pontificar alguns dos manejos que se têm verificado no futebol português, no que à actual liderança do Sporting diz respeito.
O FC Porto já assegurou mais de 73 milhões de euros na actual edição da Champions, ao atingir esta terça-feira os quartos de final, apesar do desaire por 3-2, após prolongamento, no reduto da Juventus.
Depois do triunfo caseiro por 2-1, os dragões conseguiram a qualificação graças aos dois golos fora, ambos apontados por Sérgio Oliveira, o primeiro de penálti (19 minutos) e o segundo de livre directo (115), que valeram 10,5 milhões de euros.
No total, o FC Porto totaliza, para já, 73,542 milhões de euros, próximo do valor da última presença (78,440 em 2018/19), e vai agora à procura de mais 12 milhões, o montante reservado para as quatro equipas que atingirem as meias-finais.
Depois, há ainda mais 15 milhões para os finalistas, com o vencedor, o sucessor do Bayern Munique, a ter direito a três suplementares, pelo que o FC Porto ainda pode superar os 100 milhões de euros, caso consiga repetir os títulos de 1986/87 e 2003/04.
Antes de iniciar a participação, o conjunto portista já tinha quase 42 milhões no bolso, mais precisamente 41,842, 15,25 como valor fixo pela presença na fase de grupos e 26,592 pelo nono lugar, entre os presentes, no ranking da UEFA a 10 anos.
Uma prova milionária, no verdadeiro sentido do termo, que governa as altas ambições de muitos clubes europeus.
*** Em nota separada; com estes avultados milhões da Champions ano após ano e a venda de activos, pasma que o clube portista tenha problemas com o fair-play financeiro e um passivo de cerca de 500 milhões de euros. Deve ser muito caro sustentar Jorge Nuno Pinto da Costa e a sua seita de 'capangas'.
Segundo as reportagens noticiosas deste sábado, Jorge Sousa teve uma nota bastante positiva pela performance no «derby», tendo sido classificado com 8,6 valores, numa escala de 0 a 10. com os seus assistentes a receberem 8,5 de nota.
Recorde-se que o árbitro da Associação de Futebol do Porto foi bastante criticado pelo Sporting, que contestou a existência de duas grandes penalidades não assinaladas, por faltas de Pizzi e Nélson Semedo.
Não com pouca ironia, nota-se que não houve semelhante dificuldade por parte do árbitro Bruno Paixão, este sábado, ao assinalar uma grande penalidade no embate entre o Benfica e o Estoril, que resultou no único golo da partida a favorecer os 'encarnados'.
O meu primeiro instinto foi de escrever "dois pesos e duas medidas", mas acabei por chegar à conclusão que seria injusto, uma vez que o problema real recai sobre a fiabilidade do "olhómetro".
Alguém disse a semana passada - não me lembro quem - que já tinha sido decidido dar o campeonato ao Benfica. Não acredito. É impensável que isso possa acontecer no futebol português !?!
Muito embora a avaliação à exibição no «derby» do árbitro portuense Jorge Sousa só seja revelada na sexta-feira, depois de ser oficializada pela Comissão de Análise e Recurso, já está a ser noticiado que o observador Carlos Silva Coelho atribuiu-lhe nota positiva.
Sendo verdade, isto significa que o observador entendeu que o árbitro tomou as decisões correctas ao não conceder grandes penalidades ao Sporting nos lances das "alegadas" mãos na bola de Pizzi e Nélson Semedo.
De acordo com as regras oficiais de procedimento, Carlos Silva Coelho terá enviado o seu relatório para a Secção de Classificações para então ser avaliado pela Comissão de Análise e Recurso. Após a respectiva formalização, o árbitro poderá aceitar a nota ou recorrer para a Comissão de Análise e Validação.
Uma das considerações que o Sporting deixou no ar relativamente a Jorge Sousa refere a sua suposta lesão da época passada depois de ter sido alvo de notas negativas, com a aparente insinuação que a lesão terá evitado a sua despromoção:
«Será que o árbitro Jorge Sousa vai ter a infelicidade de novamente ficar lesionado como aconteceu quando foi severamente castigado nas notas, na altura em que supostamente errou contra outras equipas?».
Segundo consta, Artur Soares Dias terá confidenciado a pessoas ligadas à arbitragem que devia ter invalidado o terceiro golo do Vitória de Guimarães, por empurrão do avançado Soares a Schelotto. Esta sua verificação só foi confirmada quando chegou a casa e viu a gravação do jogo.
Precisamente por isto, admite a possibilidade de vir a receber uma nota negativa do observador Domingos Gomes. A avaliação do juiz do Porto deverá situar-se entre 7,7 e 7,9 - escala de 0 a 10 - em que só a partir de 8 a nota é considerada positiva, mas poderá descer ainda mais se o observador considerar que também errou ao não assinalar uma grande penalidade a favor dos vimaranenses no lance entre Rúben Semedo e Marega, aos 62'.
Na época passada, no Boavista-Sporting, num lance semelhante aos 28' dessa partida entre Slimani e Paulo Vinícius, Soares Dias anulou o golo do Sporting, por empurrão do avançado argelino antes de cabecear para o fundo das redes. Slimani ainda protestou e viu o cartão amarelo.
Dois aspectos peculiares - ou talvez não - sobre a nota do árbitro Hugo Miguel no recém-clássico entre o Sporting e FC Porto: primeiro, recebeu nota negativa; segundo, esta chegou à rua sem demora e está a ser divulgada pela comunicação social.
O observador Fernando Mateus - nome para lembrar - da Associação de Futebol de Leiria, atribuiu nota negativa (2,7) a Hugo Miguel relativamente a um jogo em que não constam incidentes merecedores de relevo. Segundo o relatório, a punição ao árbitro assenta-se na capítulo disciplinar, nomeadamente pela não expulsão de Maxi Pereira por agressão a Naldo, já no período de descontos.
É bem verdade que Hugo Miguel errou ao não punir o defesa do FC Porto neste lance, mas parece-me muito pouco, nas circunstâncias, para justificar uma nota tão baixa, numa escala de 1 a 5. Um cínico diria que existem outras intenções - obscuras, porventura - nesta punição.
Igualmente peculiar é o facto de nada constar na praça pública sobre a nota de Carlos Xistra, no jogo entre o V. Guimarães e Benfica, no qual consta ter havido um bom número de decisões polémicas e, no final da partida, a já conhecida confrontação entre Xistra e o treinador vimaranense Sérgio Conceição.
Mais um exemplo do "sistema" no seu "melhor" que, decerto, dará ensejo a mais uns gritos de Bruno de Carvalho, com o usual nulo efeito.
A arbitragem de Vasco Santos em Setúbal foi avaliada negativamente pelo observador Amaral Dias, que lhe atribuiu a nota de 2,3 numa escala de 1 a 5 valores, considerada "muito insatisfatória", assente, segundo informações que chegaram à praça pública, em erros muito grosseiros.
Perante esta disposição, é expectável que o juiz da Associação de Futebol do Porto seja afastado por alguns dias de trabalhar jogos da I Liga, penalização pouco consequente perante os prejuízos sofridos pelo Sporting: qualquer hipótese ao título ficou definitivamente comprometida e a permanência no 2.º lugar em estado algo frágil devido à aproximação do FC Porto, que visita Alvalade no domingo apenas dois pontos atrás e não os quatro que podiam e deviam ser.
Isto das notas atribuídas aos árbitros têm muito que se lhe diga, considerando os antecedentes no futebol português. Por mera coincidência, decerto, Olegário Benquerença reapareceu no topo da arbitragem portuguesa, pela nomeação inicial para o clássico entre o Sporting e o FC Porto, quando há um escasso mês, pelo seu trabalho no jogo das meias-finais da Taça da Liga, entre o Rio Ave e o SC Braga, recebeu uma das piores notas da época: 2,0.
É quase caso para dizer que o "crime" compensa !
Razão tinha a minha vizinha quando disse que jogos entre Sporting e Benfica duram no mínimo uma semana !... Pelo andamento das coisas, o mais recente vai durar muito mais do que isso.
O dia de quinta-feira premiou-nos com versões várias da nota atribuída ao apitador Duarte Gomes pelo observador que trabalhou o "derby" na Luz, Natálio Silva, da Associação de Futebol do Algarve. Enquanto que logo ao romper do sol o Correio da Manhã surgiu com 2,9, o Record, ao pequeno almoço, garantiu que tinha sido 2,4. Perante toda esta especulação, o adepto de futebol acaba por ficar sem a mínima noção dos factos, precipitando o inevitável acréscimo de discussão.
Mais ao fim do dia - e a que me parece mais credível, pela forma como foi noticiada - surgiu a Rádio Renascença a garantir que a nota foi 2,6, uma avaliação considerada "insatisfatória", assente em um relatório onde são apontados erros com influência directa no resultado. Sendo verdade, passa a ser a terceira pior da época, inferior só a de Bruno Esteves no Vitória de Guimarães - Benfica, para a I Liga, e a de Jorge Ferreira no Lusitano Vildemoinhos - Olhanense, para a Taça de Portugal.
A ser sincero, considerando a gravidade dos erros e as consequências para o Sporting - eliminação da Taça de Portugal - acho que mesmo 2,6 é nota extremamente generosa.
Dito isto, e a exemplo da carnavalesca actuação de Pedro Proença, não tardou a aparecer outro "advogado de defesa", deixando a clara ideia que este elementos obram em "matilha". Aconselho o leitor a prestar muita atenção a estas palavras do ex-árbitro José Leirós:
«Acho um escândalo esse tipo de nota. Continuo a achar que o Duarte Gomes fez uma das melhores arbitragens da carreira dele, num jogo difícil, muito complicado, com muitas decisões técnicas e disciplinares. Duarte Gomes arbitrou bastante bem e foi muito penalizado com essa nota, o observador deve ter-se baseado em duas grandes penalidades, mas que certamente viu na televisão. Ou seja, é uma nota de televisão»
A dar jus ao título do post, estas reflexões de Leirós são despidas de qualquer pudor e probidade, no mínimo. Um juiz que, entre outras falhas, não assinala duas grandes penalidades em detrimento da mesma equipa e considera-se, então, que protagonizou "uma das melhores arbitragens da sua carreira", deixa qualquer adepto de futebol boquiaberto. Dá para imaginar a avaliação deste ex-árbitro dos três penáltis em 12 minutos que Duarte Gomes marcou a favor do Benfica em Guimarães !
Uma outra consideração de José Leirós requer explanação. Salvo ter sido um embate entre os históricos rivais, com as inevitáveis emoções, visto da bancada não se nota que ao nível técnico e disciplinar tenha importado um grau de dificuldade superior a tantos outros. Nos dois lances mais controversos, Duarte Gomes estava muito bem posicionado e se não assinalou as grandes penalidades foi porque não quis, tão simples como isso.
Infelizmente para o Sporting, e para o futebol português, "os cães ladram e a caravana não pára", ou seja, muitas contestações de momento mas até algo muito significativo surgir para eliminar a podridão dos bastidores do poder, a verdade desportiva continuará a ser ultrajada à conveniência.
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