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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Foi uma época boa, mas podia ser muito boa se tivéssemos ganho a Taça de Portugal, disse Rúben Amorim... e até excelente, digo eu, se tivéssemos conquistado a Taça da Liga, que perdemos num jogo em que dominámos.
Numa outra perspectiva, mesmo sem ganhar todos os títulos referidos, fizemos uma época excelente, ao conquistar a prova mais importante, que nas últimas décadas ganhámos muito raramente. É preciso recuar até ao inicio do século XXI , nas presidências de José Roquette e António Dias da Cunha, para encontrar uma situação idêntica, mas que não teve continuidade. Estes dois últimos títulos foram fruto de um trabalho de projecto, cujo intuito é ganhar com maior regularidade, e que abre as portas a uma maior conquista de títulos.
Saliente-se que, o campeonato, foi conquistado “sem espinhas” como se diz na gíria, com um futebol positivo, bem jogado, em que os valores individuais se diluíram no colectivo. Um gigantesco trabalho que começa muito fora das quatro linhas, e no qual participa toda a estrutura do Sporting, desde os órgãos directivos, até à equipa técnica, comandada por Rúben Amorim, destacando-se o trio, Varandas, Hugo Viana, Amorim, sem esquecer todos os que fazem parte do “staff”.
A época terminou. Conquistámos o título, enchemos a alma, festejámos com alegria e civismo e agora temos de partir para outra. Chegou a hora de preparar a próxima época, e pelo que se sabe, o Clube já está a fazê-lo com tempo e com critério, num trabalho que já vinha de trás. Nesse sentido, já se contratou um defesa, um guarda-redes, e ao que consta, está-se ainda a negociar um avançado. De forma discreta, sem grandes especulações na imprensa, que tem sido confrontada com negócios fechados, ou quase. Isto é fruto de uma planificação rigorosa e atempada, por uma equipa profissional. É assim que se começa o caminho para o sucesso.
Até ao fecho do mercado, ainda haverá mudanças, mas pelo que se vê, o objectivo é manter a equipa com pequenas alterações. O que se pretende é reforçar o plantel, tornando ainda mais competitivo. No entanto, não conseguimos controlar o mercado, e temos de esperar, para ver o resultado final. Tenho, porém a convicção, que estaremos ainda mais fortes.
P.S.: Noticiou-se ontem que Matheus Nunes foi seleccionado, por incapacidade física de Otávio. Não gosto de me pronunciar sobre as escolhas de Martinez, mas tenho de admitir que aquele senhor espanhol vai de incoerência em incoerência. Antes, Matheus Nunes não tinha sido convocado porque não se sabia se aguentava dois jogos. E agora já aguenta? E Ricardo Horta, a quem disse ter pedido desculpa, para não falar de Pote ou Trincão que suponho nunca serão convocados por este seleccionador.
Aí está mais uma época futebolística. Mais uma época na qual os adeptos depositam a esperança de, no final, passar pela emoção de comemorar o “título”. No que diz respeito ao nosso Sporting, começou bem. Diria até que teve verdadeiras entradas de leão. Espero e desejo que, como na época anterior, não tenha saídas de sendeiro, como diz o ditado. E para que isso aconteça é preciso que mais que as técnicas e as tácticas em cada jogo, haja moderação e inteligência da parte de quem dirige, isto é, que não se critique quando se deve incentivar, que se fale para dentro e não para fora, como tem sido habitual nos últimos tempos. Em suma, que “não se parta a palha a coices”, logo ao primeiro desaire. A crítica emocional, o disparate ridículo, admite-se ao adepto comum, desde que feito no recesso do seu lar, no café, ou até nas redes sociais. A quem tem responsabilidades exige-se bom senso.
Sem querer ter a estultícia de dar lições de análise futebolística, parece-me, pelo que observei até agora, que temos uma equipa mais equilibrada e até mais dinâmica. Os reforços, de uma forma genérica, e sem entrar em apreciações individuais, acrescentaram mais-valia. Contudo, ainda é muito cedo para tirar conclusões definitivas. Além disso, nunca devemos esquecer que não jogamos sozinhos. Os nossos adversários directos também têm o seu valor. O campeonato é longo e sujeito a muitos imponderáveis: lesões, castigos, erros de arbitragem, entre outros factores objectivos e subjectivos. O futebol joga-se principalmente dentro das quatro linhas, mas também fora delas.
Os nossos dirigentes têm que saber ter uma postura institucional que lhes tem faltado. Têm que despir o fato do adepto comum, e reagir de forma racional nas suas atitudes, pautando o seu comportamento pela sensatez. Uma equipa começa no topo da hierarquia e acaba no mais modesto funcionário. Todos a remar para o mesmo lado. Não há êxito sem união, sem trabalho, sem modéstia. Dizer antes da partida que já ganhámos, como o ouvi do presidente, com alguma arrogância é um mau começo. Arrasar um elemento da equipa, jogador, treinador, por exemplo, quando algo corre mal pode ser (erradamente) atitude de treinador de bancada, mas nunca pode ser função de quem desempenha qualquer papel directivo. E já vi muito disso no passado próximo.
Se queremos ter saídas de leão temos que ter a humildade de aprender com os erros. Falar quando necessário usando a palavra com parcimónia. A palavra mal usada tem efeito boomerang. Concentrarmo-nos mais no nosso objectivo e menos no que se passa na casa dos outros. Para ser campeão não chegam desejos e muito menos bazófia. As lições do passado recente devem servir para mudarmos o que está errado. E parafraseando um deputado da velha República “só os burros não mudam”. Apesar da minha posição crítica em relação à Direcção, quero acreditar que temos dirigentes inteligentes. Para bem do Sporting.
Paulo Andrade dá novo significado à arte anfibológica de discursar (dispor palavras de modo a poder-se-lhes atribuir mais de um sentido) em entrevista a «Record». Entre as diversas questões que foram abordadas, o antigo dirigente do Sporting foi questionado sobre o planeamento para a nova época por parte dos principais responsáveis:
Após cinco meses sem se encontrarem e a um mês do final da época, este é o momento certo para Marco Silva e Bruno de Carvalho se reunirem ?
Sim, é um bom momento para analisar o plantel e tratar de temas como eventuais saídas e a carência de jogadores. É o momento certo, aceita-se, podia ser antes, mas também podia ser depois.
"É um bom momento"... "é o momento certo"... "podia ser antes"... "podia ser depois". Muito bem, fiquei perfeitamente esclarecido quanto ao timing do início da preparação da nova época, no conceito de Paulo Andrade !??
Na realidade, o trabalho de análise a um plantel deve logicamente ser levado a cabo de forma continuada ao longo da época, de modo a permitir uma constante avaliação dos activos à disposição e da sua performance. Visto de fora para dentro e tendo em consideração que durante pelo menos algumas semanas/meses a relação entre Marco Silva e Bruno de Carvalho não foi das melhores, é impossível ter uma ideia concreta sobre o que terá decorrido durante este período.
Mais vale tarde do que nunca, diz o povo, mas creio, aliás, sei, que o planeamento para a nova época já devia ter começado há algum tempo, muito embora seja natural que este seja sempre condicionado pelas eventuais saídas do plantel. É possível, no entanto, avaliar determinadas áreas da equipa que evidenciam carências, independente das saídas, assim como fazer alguma investigação do que o mercado de Verão poderá oferecer em termos de reforços. Tudo isto, claro, além da importante avaliação dos jovens talentos que militam na equipa B, tendo em vista a integração de alguns na equipa principal. Por outras palavras, garantir reforços que já estão em casa.
Estamos prestes a embarcar na já secular montanha-russa de emoções que é uma época de futebol, um percurso invariavelmente agitado que no dispomos a percorrer anualmente durante cerca de dez meses.
Vivemos dias atípicos no Sporting, com as expectativas desportivas em águas mornas pelo realismo da gestão e do estado financeiro do Clube, mas de algum modo estimuladas pelos primeiros sinais de progresso organizacional e competitivo da equipa pela competência da liderança técnica de Leonardo Jardim e dos seus adjuntos.
Muito sinceramente, não faço a mínima ideia até onde esta equipa de 2013/14 vai conseguir chegar, sinto confiança, contudo, em que irá fazer um campeonato mais regular e menos acidentado do que se tem testemunhado em anos recentes. Sinto tanta ou mais confiança em que vamos iniciar a campanha com uma vitória sobre o Arouca no domingo e, daí em diante, trata-se somente de encarar o desafio de jogo a jogo. Uma boa novidade, a elegibilidade de Rui Patrício para a primeira jornada, embora Marcelo nos ofereça todas as garantias. Desapontamento pela outra notícia de que Slimani não vai a jogo porque o seu certificado internacional ainda não chegou. Estando já há dez dias em Lisboa, não é preciso ser um génio para adivinhar a causa deste atraso. Esperava ansiosamente por ver a sua estreia ao lado, ou melhor, à frente de Fredy Montero na ponta do ataque leonino, mas teremos de esperar mais uma semana.
Os dias atípicos também se devem, e muito, ao grande número de casos pendentes no plantel e algumas questões do domínio da SAD, não sendo a menor delas o diferendo com Bruma. Não li as suas recém-entrevistas, não me interessam, espero só pela decisão da Comissão Arbitral Paritária, pese o meu pessimismo. A partir do momento que se confrontou a contenda através de uma "declaração de guerra", senti imediatamente que dificilmente a causa seria vencida, disposição em muito agravada pela decisão estar dependente de um organismo do futebol português que se pronunciará não perante um Regulamento da FIFA, mas sim pela sua interpretação desse Regulamento, e quando assim é a história ensinano-nos que muito embora tudo seja possível, não há causa para grande optimismo. De qualquer modo, o Sporting Clube de Portugal existe há 107 anos sem depender num só valor individual e assim continuará.
Desejos de uma boa época para todos e bons resultados. Viva o Sporting !
É por de mais evidente que a evolução que se verifica na equipa se deve quase exclusivamente ao trabalho do prof. Jesualdo Ferreira e ao facto dos jogadores terem assimilado o seu treinamento e as suas ideias. Indiferente dos eventuais resultados nos últimos seis jogos da época, assim se vai manter até ao final.
Quanto à nova época, o caso é bem diferente. Ainda não se percebe se já existe algum plano e estratégia definidos e os cargos dos novos dirigentes da SAD continuam sem especificação. Como já citei num outro escrito, Virgílio Lopes e Augusto vão ser «directores», assim como o tal misterioso terceiro elemento que suponho ser Abel Ferreira. Ontem surgiu Luís Freitas Lobo a comentar que após a reunião que teve com Bruno de Carvalho e Virgílio Lopes, ficou acordado que haveria nova conversa depois das eleições para definir que posição assumirá no Clube, algo que, segundo ele, ainda não está claro. À parte de não compreender o que é pretendido com a inclusão de Freitas Lobo, a situação é preocupante porque não se pode arriscar uma nova pré-época desastrosa, em termos de organização, como o que se viu o ano passado. Esperamos que tudo seja definido o mais breve possível.
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