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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nuno Farinha, director-adjunto do "Record", demonstrou todo o seu benfiquismo com a sua crónica deste sábado, que, como o título indica, visa elogiar o seu presidente: "A boa gestão de Vieira". E, na realidade, está no seu direito de o fazer, mas devia evitar extremar pelo absurdo:
«A visão romântica do adepto que sonha com um Benfica cheio de jogadores portugueses é inteiramente respeitável. Se possível, aliás, com muitos formados no Seixal. O cenário pode ser muito atractivo, mas tem um problema: choca com a realidade. (...) E só com alguma dose de irresponsabilidade um líder pode rejeitar a possibilidade de vender um jogador-promessa perante uma oferta de 15 milhões.
Vender o Bernardo Silva pelos mesmos 15 milhões por que, em 2003, o Sporting vendeu Ronaldo ao Manchester, deve ser motivo de crítica ou de elogio ?»
Só a um benfiquista fanático surgiria a absurda ideia de fazer uma comparação entre a venda deste formado do Seixal e a transferência de Cristiano Ronaldo... há cerca de 12 anos.
Um artigo que vale a pena ler por Nuno Farinha do jornal "Record", em que o autor aborda o "derby" de amanhã e, de especial interesse, faz uma perspicaz comparação entre Leonardo Jardim e Jorge Jesus.
O texto completo pode ser lido aqui, já que me limito a transcrever somente três parágrafos que, na minha opinião, merecem destaque:
«Leonardo Jardim e Jorge Jesus são treinadores de pensamento futebolístico muito diferente. É normal que assim seja, aliás, porque há exactamente 20 anos a separá-los. Jardim, 39 anos, é um produto da linha académica, em estado de evolução acelarada e sempre disponível para a aprendizagem. Jesus, 59 anos, é um autodidata que só aceita lições de Johan Cruyff e Manuel Sérgio.»
«Os treinadores do Sporting e Benfica são diferentes em quase tudoo. Um é discreto, o outro é exuberante. Um fala baixo, o outro fala alto. Um tem pouco cabelo, o outro tem muito. Independentemente das distâncias mais ou menos fáceis de identificar, há um registo que promete aproximá-los: Jardim está a conseguir, em tempo recorde, despertar um gigante exactamente como Jorge Jesus fez em 2009, quando chegou à Luz.»
«O treinador madeirense é, para já, a figura maior do Sporting-Benfica. Na véspera de arrancar o campeonato este jogo era, no calendário, um pesadelo para os leões. Hoje parece um sonho.»
Nuno Farinha - director-adjunto do jornal Record - escreve muitíssimo bem, na minha opinião, mas, por vezes, permite que a sua "costela benfiquista" intervenha com a pretensa objectividade dos seus escritos. O "guarda-redes muito especial" a que se refere, é precisamente Rui Patrício. O jornalista apresenta dois excelentes parágrafos dedicados a fazer justiça às qualidades de Rui Patrício: "o melhor guarda-redes português da actualidade" (...), "o último grande produto da formação do Sporting" (---) e "assinou uma mão cheia de grandes exibições (na época passada)".
Chega entretanto ao terceiro e último parágrafo do seu texto e "estraga tudo" com insinuações deselegantes, tanto direccionadas ao Sporting como a Rui Patrício:
«Há um risco que o Sporting corre, porém, caso o mercado feche e o guarda-redes continue em Alvalade. Por muito profissional que seja, por maior que seja a vontade de ajudar, Patrício será a partir de agora um jogador vazio do ponto de vista motivacional: longe da luta pelo título, sem jogar na Europa e apenas à espera do Brasil 2014. Pedir que mantenha a performance dos últimos anos é pedir o impossível àquele que é o único jogador do Sporting que entraria directamente no onze de FC Porto ou Benfica. Promover a transferência para um dos rivais - que estivesse disposto a pagar o preço justo - poderia ser, aliás, a saída mais inteligente para todas as partes. O maior perigo de todos é deixar a maçã apodrecer em casa.»
Quase dá para entender que está a promover uma transferência para o seu clube mas, sobretudo, menospreza a maturidade, profissionalismo e até o sportinguismo de Rui Patrício. Falta algum tempo até o mercado de Verão fechar e, até lá, muito é ainda possível, mas dando-se a sua não transferência e até admitindo algum natural desapontamento por parte de Rui Patrício, pela inicial expectável saída para um dos grandes da Europa, não acredito de modo algum que ele permita com que isso afecte a sua performance no Sporting. Aquela referência à "maçã", em termos de "bicada", muito despropositada, especialmente para um adepto do clube de Carnide.»
* O nosso agradecimento ao leitor da nossa página de Facebook, João Carlos Machado, de Portimão, pela sua gentileza em referenciar este artigo.
Um escrito da autoria de Nuno Farinha - jornal Record - intitulado "A primeira vitória de Jardim", do qual transcrevi este seu reparo sobre o estado das coisas com Bruma:
«Há uma nuvem que paira sobre Alvalade que começa a preocupar seriamente: Bruma. Já se percebeu que a novela pode acabar mal, caso não se verifique uma mudança de estratégia. Quem tem de mudar ? Aparentemente, o Sporting. E deve fazê-lo no sentido de baixar a temperatura neste processo que envolve riscos muito altos. Se os dirigentes leoninos mantiverem a postura intransigente, o mais provável é que a corda parta. A única dúvida, é saber qual é que é mesmo, neste momento, o lado mais fraco.»
Face à conhecida situação, um comentário pertinente.
Um artigo da autoria do director-adjunto do jornal «Record» - Nuno Farinha - que embora não seja reconhecido como um grande «amigo» do Sporting - é devoto benfiquista - não deixa de acentuar a realidade do universo leonino da actualidade:
«Que o Sporting atravessa um momento delicado da sua vida e que este presidente do Conselho Directivo terá as suas responsabilidades, isso não restam dúvidas. Por exemplo, foi ele que contratou Duque e Freitas e, portanto, foi ele quem acabou por caucionar a política de contratações e a chegada de jogadores anunciados como craques mas que, afinal, em alguns casos não passaram de poderosos flops. Por escalpelizar devidamente continua a acção dos responsáveis da Mesa da Assembleia Geral do clube, que devem estar em má posição - pelo menos Daniel Sampaio - após as declarações do líder da Juventude Leonina. Falava-se das dores de barriga que as intervenções do antigo presidente da AG, Rogério Alves, causava nos responsáveis mais directos pelo futebol ainda durante o mandato de José Eduardo Bettencourt. Rogério Alves interveio sempre muito, às vezes até demais, mas manda a verdade dizer que, pelo menos, nunca achincalhou o seu próprio emblema. O mesmo não pode ser dito de Eduardo Barroso e Daniel Sampaio.
Barroso faz mal ao Sporting quando intervém publicamente sobre o futebol, como ainda há dias, quando «sentenciou» que Miguel Lopes não serve o Sporting mas que o avançado Kléber sim, poderia servir. Apetece sugerir a Godinho que pergunte a Pinto da Costa se não pode mandar também Kléber, porque assim quer o presidente da Mesa...
Daniel Sampaio, vice-presidente da mesma AG, tem pautado o seu mandato por uma conduta que, no mínimo, não é inteiramente perceptível - e mais confusa passou a ser depois do recente encontro com representantes das claques e associação de adeptos, que culminou, ontem, com as referidas declarações de um responsável da Juventude Leonina.
Pode nem ser exactamente assim, mas a sensação que fica é a de que Sampaio (também) parece sempre pronto para chicotear o actual Conselho Directivo. O psiquiatra é mais um dos que contribui para o manicómio em que se está a transformar o clube de Alvalade. E é pena.»
Nuno Farinha
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