Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e a Polícia Judiciária (PJ) estão a investigar uma alegada dependência económica de pequenos clubes, como o Santa Clara e o Desportivo das Aves, face ao Benfica, revelou o 'Observador'. De acordo com o artigo deste jornal, as autoridades suspeitam que os encarnados tentaram obter vantagem desportiva ao transferir a custo zero e emprestar jogadores para aqueles clubes, com Luís Filipe Vieira no epicentro do 'esquema'. Terão sido recolhidos vários indícios da prática de corrupção desportiva, crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e participação económica em negócio.
Sobre as transferências de César Martins, Patrick, Martin Chrien e Fábio Cardoso - todos eles ex-jogadores do clube da Luz - para o Santa Clara, o nome de José Luís Gonçalves (director desportivo do Desportivo das Aves em 2017/18) surge como figura central, pois terá alegadamente negociado aquele quarteto para os açorianos em 2018/19, quando era um desconhecido no mundo do agenciamento. Segundo o Observador, a PJ recolheu escutas onde José Luís Gonçalves - confesso adepto do Benfica - e Luís Filipe Vieira terão falado sobre os reforços para o clube insular.
A influência de Paulo Gonçalves também volta a estar sob grande suspeita, nomeadamente na contratação de Jhonder Cádiz ao V. Setúbal. O 'Observador' revela que as autoridades estão a investigar suspeitas de que o antigo assessor jurídico da SAD benfiquista tenha recebido, na condição de intermediário, uma comissão superior ao valor recebido pelos sadinos pela venda do avançado.
Em comunicado, o Benfica reagiu, como era de esperar, falando em "matérias inverídicas, imprecisas e caluniosas". "O Benfica não tem nada a esconder, como noutras ocasiões já deixou bem claro, mas não pode deixar de realçar a estranha coincidência de estas ditas 'informações' surgirem em vésperas de um clássico importantíssimo para o objectivo de conquistar o principal título do futebol nacional", lê-se no site das águias.
António Simões, em entrevista ao jornal Observador, comenta a recém-goleada do Benfica ao Nacional:
“Isto não é usual, não é uma goleada ‘à antiga’, como falam por aí. É uma goleada que não tem tempo, é intemporal. Jogo com ‘molho à espanhola’ e ‘piri-piri’ é só conversa.
Não faz nenhum sentido que haja estes resultados quando o conhecimento do treino e do jogo é muito maior do que há 50 anos. É difícil acreditar que os treinadores não tenham qualidade para criar uma estratégia de jogo que impeça resultados destes.
Os únicos que ficam contentes com isto? O Benfica. Ganhou 10-0. Extraordinário. E do outro lado? Os profissionais do Nacional foram completamente arrasados durante 90 minutos e foram completamente impotentes face ao desequilíbrio que existe!
É o momento de a Federação, a Liga e os Sindicatos se juntarem e reflectirem, pensarem bem no que querem para o futebol português. Até podem dizer que não tenho razão, mas eu quero lá saber. Não faço é de conta que isto é um momento de celebração e não de se reflectir e pensar sobre o que queremos, afinal para o nosso futebol”.
Ao contrário do que pode parecer, sou uma mulher que gosta de futebol. Trabalhei como advogada na área do direito desportivo, frequento o estádio, acompanho campeonatos europeus e latino-americanos, assisto a jogos do campeonato brasileiro de madrugada, por conta do fuso horário. Longe de mim ter um discurso anti-futebol.
Mas confesso que estou mesmo assustada com as proporções que a situação do Sporting tomaram nas últimas semanas, ocupando uma parcela brutal dos telejornais, jornais impressos e online, redes sociais, mesas de bar, jantares e conversas no sofás de sala.
Conheço bem, por já ter trabalhado nos bastidores do futebol, a complexidade que impera nas políticas internas dos clubes. As trocas de favores, as promíscuas relações com os políticos, os interesses escusos e tantas outras coisas que não deveriam ter nada a ver com o esporte, mas que têm muito a ver com o poder e o dinheiro que rondam o futebol. Sei que é um cenário difícil.
Mas não é possível que a situação político-administrativa de um clube de futebol ganhe tantos holofotes a mais do que os debates acerca da legalização da eutanásia, do que a estreia de “O Labirinto da Saudade” nos cinemas, do que a feira do livro de Lisboa, do que a chegada da época dos incêndios e do que toda política internacional.
Bruno de Carvalho passou a protagonizar todo o horário nobre, como se esse fosse o assunto que mais preocupa todos os portugueses e que merece horas e horas de atenção de torcedores do Sporting, do Benfica, do Porto, do Belenenses, do Marítimo ou do Gil Vicente, bem como daqueles que simplesmente não ligam para futebol.
Nunca vi no Brasil, o famoso país do futebol, uma questão relativa ao esporte que tomasse tamanhas proporções. Nem nos velhos tempos de Mustafá no Palmeiras, de Dualib no Corinthians, de Juvenal Juvêncio no São Paulo ou de Eurico Miranda no Vasco. Sim, tivemos escândalos. Tivemos pancadaria. Tivemos patrocinadores em polvorosa. Mas nunca reduzimos nosso debate a isso.
O mais impressionante é que Portugal é um país culto- muito mais culto do que o Brasil. E a política do pão e circo, em tese, funciona bem melhor lá do que aqui. Mas, nas últimas semanas, chega a parecer o contrário. É preciso falar menos do Sporting. Até porque, se os incêndios recomeçarem, não será Bruno de Carvalho quem apagará o fogo.
Ruth Manus, Observador
O "dia mais negro da história do Sporting" parece que está dividido em capítulos e com o passar de cada dia somos confrontados, ou melhor, afrontados, com mais informações e suspeitas sobre o que realmente tem sido o consulado terceiro-mundista do lunático e ainda presidente Bruno de Carvalho.
Não duvido, minimamente, que o destino deste desprezível figurante está traçado, e será tudo menos um mar de rosas. A grande dúvida, neste momento, é sobre o que ainda está para vir que arrastará, ainda mais, o honroso nome e história do Sporting Clube de Portugal pelo infame lamaçal.
O nosso leitor Fernandes teve a gentileza de me alertar para uma extensa reportagem do jornal Observador, que, confesso, me deixou deveras abatido com o mais que está entre mãos judiciais.
A reportagem, intitulada "Operação Cashball quer saber como era fianciado o alegado saco azul do Sporting e desconfia do envolvimento de mais dirigentes do clube", da autoria de Luís Rosa e Bruno Ribeiro, começa por descrever o que foi encontrado no cofre situado no gabinete de trabalho de André Geraldes e tudo daí proveniente.
Por ser um escrito muito extenso, como já referi, vou apenas transcrever dois parágrafos para dar uma ideia ao leitor do que consta a reportagem. O link devidamente sublinhado acima dá acesso ao artigo, na íntegra.
"No caso do Sporting, a grande surpresa chamou-se “cofre” e foi encontrado no gabinete de trabalho do principal alvo daquelas buscas: André Geraldes. Um pequeno cofre com um recheio muito significativo: 63 mil euros e mais uns trocos devidamente acondicionados em vários envelopes. Na face de alguns deles estavam iniciais escritas à mão, enquanto que outros continham documentos".
"Estes indícios sobre a existência de um saco azul no Sporting vão levar inevitavelmente à abertura de uma nova linha de investigação que terá mais dirigentes do clube na mira. Os investigadores não acreditam que um funcionário como André Geraldes (que nem sequer faz parte dos órgãos sociais do clube nem da SAD, mas sim de team manager do futebol desde a saída de Octávio Machado, depois de ter sido responsável pelo Gabinete de Apoio aos Atletas e Modalidades) fosse capaz de implementar este alegado esquema sem o conhecimento de outros dirigentes do Sporting. Nesse sentido, o DIAP e a PJ do Porto suspeitam que mais dirigentes poderão estar envolvidos".
Como se tudo isto não fosse suficiente para deixar qualquer mente sensata perturbada, verifica-se que ainda existe um bando de supostos sportinguistas que continuam a apoiar o actual presidente e o que resta da sua direcção.
Perante este abjecto cenário, não vou dar ensejo ao que verdadeiramente me vai na alma, porque seria linguagem susceptível a censura rigorosa.
Muitas perguntas sobre os interesses vigentes dos dirigentes agarrados ao poder. Eis parte da explicação, muito embora, na minha opinião, não explicar tudo, nem de perto:
Bem, se alguém estava à espera que Bruno de Carvalho anunciasse a demissão, ficou esclarecido que nada está mais longe da sua mente. O seu monólogo de cerca de uma hora serviu, fundamentalmente, para se apresentar como a maior vítima de tudo quanto se está a passar no Sporting, e ainda para apontar o dedo a uns quantos terceiros a quem atribui um leque de culpabilidades.
Confesso que quase que adormeci a ver/ouvir a conferência de imprensa de Bruno de Carvalho, e digo isto sem o mínimo de sarcasmo à mistura. Vou tentar, em sinopose, fazer um resumo de alguns temas de maior relevo que o ainda presidente abordou:
- A Direcção do Sporting está a ser vítima de bullying e terrorismo;
- O maior culpado da actual crise é José Maria Ricciardi, nas suas palavras, o estratega de tudo o que se está a passar, apesar de andar a passar pelos "pingos da chuva";
- Apelidou Álvaro Sobrinho (sarcasticamente) de herói nacional e disse que a Holdimo não é a marca ideal para dar nome e prestígio ao Sporting;
- Um outro que tem estado à espera de voltar a tentar tomar a tentar tomar o poder à Rogério Alves;
- Rui Patrício, pelos vistos, também tem as suas culpas. Foi ele, sem ser confrontado decerto, que chamou nomes aos adeptos que esperavam os jogadores no estacionamento de Alvalade, no regresso da equipa do jogo em Madrid. Também, que o guarda-redes do Sporting não devia ter acusado os tais adeptos de serem pagos para as acções deles.
- Ninguém da SAD deu autorização seja a quem for para entrada na Academia no dia da invasão;
- Não há juridicamente razões para qualquer jogador rescindir com o Sporting;
- Atacou Jaime Marta Soares por várias razões que eu não tomei nota;
- Numa próxima Assembleia Geral estará disponível para responder a tudo. Mais do mesmo, as reuniões magnas são sempre o seu milieu mais desejado, onde se sente bem protegido e à vontade para manipular confrontações;
- Garantiu que não actos de corrupção por dirigentes do Sporting e que não há saco azul;
- Fez referência a Luís Filipe Vieira e ao Benfica, em contexto que eu também não tomei nota, mas alegando que o rival está prestes a eliminar o seu maior inimigo;
- Se não percebi mal, Bruno de Carvalho não vai ao Jamor, tentando evitar qualquer confusão pela sua presença;
- No epicentro de tudo o que disse estão os termos terrorismo e terroristas, repetido incessantemente, em vários sentidos e em referência a várias pessoas.
Bem... a conferência ainda decorre, com perguntas de jornalistas.
Um extenso e interessante artigo intitulado "Um recado mal recebido, uma indirecta nas entrelinhas, uma reunião adiada: os bastidores da crise do Sporting", da autoria de BRUNO ROSEIRO, no Observador, começa assim:
“Pediram-me para fazer alterações e estou nessa disposição, de ir menos ao Facebook, mas vão ter de mobilizar-se naquilo que é a militância e vou explicar o que é isso no seu essencial. E isto é fundamental, fundamental, para que se perceba que se ultrapassaram barreiras. Ponto 1: a partir de hoje, não comprem nenhum jornal desportivo nem aquele outro que vocês sabem. Ponto 2: não vejam nenhum canal português de televisão a não ser a Sporting TV. No dia em que fizermos isto, vão começar a olhar e a respeitar o Sporting de outra forma (…) Ponto 3: que todos, mas todos os comentadores afectos ao Sporting abandonem de imediato os programas e que mais nenhum sportinguista aceite porque não podemos estar ao lado daquela gente. Chega de programas que é só difamar e caluniar”.
Bruno de Carvalho no discurso final da última Assembleia Geral do Sporting no Pavilhão João Rocha, em Fevereiro.
"Ouvindo-se a intervenção em directo do presidente leonino no programa Liga d’Ouro nesta quinta-feira, na CMTV, percebe-se que a mensagem teve o seu contexto mas já terá passado de validade. Ainda assim, vamos imaginar que um sócio ou adepto verde e branco continuava comprometido com esse pedido e ligava na noite de sexta-feira a TV no canal dos leões para assistir ao “Sporting Grande Jornal”. O que ficava a saber? Que Bruno de Carvalho foi à Procuradoria-Geral da República para discutir os principais temas da actualidade do futebol português, que os comandados de Jorge Jesus perderam em Madrid por 2-0 com o Atlético, que os juniores vão defrontar a U. Leiria, que haverá uma série de jogos importante nas modalidades este fim de semana, sobretudo a recepção do hóquei em patins à Oliveirense para a Liga Europeia.
De tudo o resto, nem uma palavra. E entre esse tudo o resto estão críticas de Bruno de Carvalho a atletas, a reacção de grande parte dos jogadores às palavras do presidente e a suspensão dos 19 elementos que partilharam essa mensagem. Tudo em menos de 24 horas, numa “guerra” que teve início muito antes (...)".
Bruno Roseiro, Observador
Muitas lágrimas "encarnadas" têm sido derramadas na praça publica em dias recentes, mas é quase tudo "fogo de artifício" para desviar as atenções do trabalho do "sistema" nos bastidores de poder do futebol português.
Jorge Sousa foi classificado com nota de 2,4 no «derby» entre Sporting e Benfica, no passado sábado, atribuída pelo observador António Costa (Aveiro) - ObsC1a (LFP) - e tem por base duas decisões capitais da parte da equipa liderada pelo juiz portuense.
A primeira diz respeito à continuidade de Islam Slimani em campo, na sequência de uma agressão a Samaris que o observador registou nos seus apontamentos, ao minuto 46'. A outra, no lance que mais celeuma provocou, já perto do final do prolongamento, quando Luisão caiu na área, "embrulhado" com João Pereira e Rui Patrício. Jorge Sousa declinou marcar grande penalidade, mas o observador António Costa (foto) considerou essa decisão um erro.
A escala de atribuição de notas aos árbitros vai de 0 a 5 pontos. Por isso, a classificação de 2,4 é muito negativa e uma das piores da carreira do melhor árbitro de 2014/15.
Esperamos que o relatório completo de António Costa venha a público para nos permitir ter uma ideia clara da sua competência e isenção de observação. Para já, fica-se com a ideia que é um relatório muito "inclinado", tendo em conta todas as incidências do jogo.
Jorge Sousa evidencia-se agora pela sua ausência no leque de escolhas do Conselho de Arbitragem da FPF, para a próxima jornada da I Liga.
É assim que o "sistema" funciona e, como já afirmei vezes sem conta, não é a gritar às quatro paredes que vai ser abatido.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.