Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
À margem da conferência denominada "Vídeo-árbitro (VAR): A tecnologia ao serviço da verdade desportiva?" realizada esta terça-feira por alunos da Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa, Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), pronunciou-se sobre a Operação e-Toupeira, no contexto do possível envolvimento de elementos ligados à arbitragem, defendendo que qualquer um deve ser punido como qualquer outro agente do futebol português:
"A única coisa que a classe pede é que seja reposta a verdade, tenha ou não implicações nos árbitros. É indiferente. Se houver agentes da arbitragem envolvidos têm de ser condenados como qualquer outro tipo de agentes.
Não, não existe nenhum árbitro envolvido neste caso. Se existem agentes de arbitragem envolvidos neste caso, estão a sê-lo em processo de averiguações. Mas volto a frisar: se houver algum envolvido, que seja condenado. A arbitragem não quer alguma excepção ou iremos defender o que é indefensável.
Faço um apelo para o fim da especulação e do levantamento de suspeições para que o nosso campeonato possa reafirmar a sua excelência dentro e fora das quatro linhas".
No mesmo sentido, o ex-árbitro Duarte Gomes confessou que a luta acesa entre FC Porto, Benfica e Sporting pelo título, num momento em que as três equipas estão separadas por apenas cinco pontos a oito jornadas do fim, vem reforçar a competitividade, mas, também, o ambiente de crispação entre os três 'grandes' rivais:
"Gostava que o clima em torno da arbitragem fosse pacífico e sei que vai ser um ambiente de ruído. Não vale a pena estar com hipocrisias. Todas as outras épocas foram assim e este ano temos um factor adicional - para a decisão do árbitro e para o ruído - que é o vídeo-árbitro. Do ponto de vista do ruído, ele será grande.
A Federação tem feito esse esforço. Os árbitros têm todas as condições, têm a protecção possível. Vamos apenas à Grécia só para ver como as coisas podem descambar. Nós ainda somos uns privilegiados em relação a coisas desastrosas que podem surgir. Temos de passar uma mensagem de bom senso, independentemente dos resultados que aí venham".
A Procuradoria Geral da República (PGR) confirmou, em comunicado, que foram usadas credenciais de uma magistrada para acesso a processos judiciais, no caso que deu origem à "Operação e-toupeira". O nome da magistrada em causa não é revelado, mas consta que se trata de Ana Paula Vitorino.
Eis o comunicado na íntegra:
"Ao abrigo do disposto no art.º 86.º, n.º 13, alínea b) do Código de Processo Penal, e na sequência de notícias vindas a público, a Procuradoria-Geral da República esclarece:
O inquérito dirigido pelo Ministério Público do DIAP de Lisboa tem por objeto factos suscetíveis de integrarem crimes de corrupção, peculato, violação do segredo de justiça, favorecimento pessoal, falsidade informática, acesso ilegítimo e burla informática. Uma das suspeitas que se encontra em investigação é a utilização de credenciais alheias para aceder ao sistema Citius e, desta forma, recolher informação relacionada com processos.
Neste âmbito, apurou-se que foram, designadamente, usadas credenciais informáticas de uma magistrada do Ministério Público que, neste momento, se encontra colocada na coadjuvação da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.
Tal utilização efetuou-se sem o conhecimento ou consentimento da titular das credenciais, a qual, sendo completamente alheia ao sucedido, não é, nem nunca foi, suspeita ou visada na investigação em curso.
Informa-se, igualmente, que, na sequência das detenções efetuadas, foram, ontem, presentes a primeiro interrogatório judicial dois arguidos. A juíza de Instrução Criminal decidiu aplicar a um dos arguidos a medida de coação de prisão preventiva. O outro ficou sujeito a proibição de contactos com os restantes arguidos.
No total, o inquérito tem cinco arguidos constituídos. Na investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária e tem a colaboração do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ)".
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.