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Fotografia com história dentro (275)

Um “poeta do futebol”

Leão Zargo, em 28.11.21

Pedro Barbosa Sporting CP.jpg

Pedro Barbosa vestiu a camisola leonina durante dez épocas, de 1995-96 até 2004-05. Contratado pelo Sporting para substituir Luís Figo, dotado de uma técnica assombrosa, considerado um dos jogadores mais virtuosos da sua geração, que tecnicamente superava tudo e todos, demorou a demonstrar todo o seu valor. Chamaram-lhe “Pastelão” e “Pedro Vagarosa”, mas na verdade ele era um falso lento, criativo e imprevisível, o pêndulo que organizava e distribuía o jogo. Com bola, a jogar pelo centro e em apoio frontal, definia os posicionamentos e movimentações que contribuíam para o controlo do jogo.

Sendo o seu talento inegável, não conheceu uma carreira de maiores voos internacionais em virtude da irregularidade das suas geniais exibições. Com ele, o Sporting conquistou dois campeonatos nacionais (1999-00 e 2001-02), uma Taça de Portugal (2001-02) e duas supertaças Cândido de Oliveira (1999-00 e 2001-02), tendo contribuído decisivamente para a caminhada europeia em 2005. Foi um verdadeiro desportista, não me recordo de uma única atitude desleal enquanto futebolista. 

Pedro Barbosa reinventava o gosto mais antigo pelo futebol enquanto forma de arte que sempre nos maravilhou e nos fez sonhar. Por isso, e pelo sportinguismo do grande capitão, José do Carmo Francisco dedicou-lhe um belíssimo poema:

Pedro Barbosa - com o número 8

Desenhas o teu jogo com um compasso
Com desprezo do esforço e do excesso
Onde não há, tu inventas novo espaço
Levando a bola até onde já não a meço

Tão veloz que não permanece na retina
E apenas surge no golo em conclusão
Afagas a bola numa ternura repentina
Como se de repente o pé tivesse mão

“Feito num oito” fica quem tu enganas
No drible mais inesperado e imprevisto
Em vez de dias tu permaneces semanas
Na memória de quem fez o seu registo

Tu não és o altivo artista mas o artesão
E se jogas sempre de cabeça levantada
É porque a distância da bola ao coração
É tão pequena como um grão de nada

(José do Carmo Francisco, “Pedro Barbosa, Jesus Correia, Vítor Damas e outros retratos - Poemas”, Col. Cais da Poesia, Padrões Culturais Editora, Lisboa, 2004)

publicado às 14:30

 

mw-860.jpg

 

O antigo capitão do Sporting Pedro Barbosa disse esta segunda-feira que as acusações do seu antigo treinador Augusto Inácio são "falsas e caluniosas" e anunciou que vai processar o agora comentador.

 

Este domingo, em entrevista publicada na Tribuna Expresso (leia ou releia AQUI), Inácio revelou que Barbosa quis perder, de forma propositada, um jogo contra o Benfica: "Fez-me a cama no Sporting. Fez tudo para perdermos por 3-0 na Luz".

 

Barbosa, que jogou no Sporting durante 10 anos, acusou o antigo técnico, que o orientou nas épocas de 1999/2000, na qual se sagraram campeões nacionais, e 2000/2001, de prestar "declarações falsas e caluniosas", não só à Tribuna Expresso, mas também, antes, ao Observador e ao podcast 'online' Sporting160, entre 27 de Janeiro e 25 de Fevereiro.

 

Entre as acusações de Inácio, está a crítica a Barbosa por ter agido contra os interesses do Clube, incluindo ter forçado uma expulsão num Benfica-Sporting (3-0) em 2000/2001, entre outros momentos, que, considerou o antigo técnico, funcionaram para o afastar do comando técnico da equipa 'verde e branca'.

 

"Após dezoito anos, e do nada, Augusto Inácio vem, incompreensível e gratuitamente, tecer considerações inverídicas e maldizentes", afirmou o antigo internacional, num esclarecimento enviado à Lusa.

 

O jogador considera que as menções "deturpam" a sua imagem por "ofensas verbais, de falsidades óbvias, de insinuações infundadas e, até, de situações inventadas" que não afectam "toda a dedicação demonstrada enquanto atleta", surgindo "só para justificar a chicotada psicológica de que foi alvo e da qual, pelos vistos, nunca recuperou".

 

Barbosa lembra os anos como jogador e depois como dirigente ao serviço dos 'leões' e acusa Inácio de "uma miserável, raquítica, impotente e torpe tentativa de deturpação do trabalho sério e honesto de uma vida, falsificando a realidade e fomentando intriga desnecessária e verdadeiramente fora de época".

 

Pedro Barbosa, também ele a trabalhar como comentador desportivo, explicou ainda que vai accionar "todos os mecanismos legais", incluindo os tribunais, "para repor a verdade e o bom nome".

 

Reportagem de jornal Expresso e agência Lusa.

 

publicado às 12:00

Pedro Barbosa "arrasa" Jorge Jesus

Rui Gomes, em 11.02.17

 

600_13649316.jpg

 

Pedro Barbosa criticou severamente Jorge Jesus no programa Mais Futebol da TVI24, relativamente às declarações do técnico sobre João Palhinha no final do clássico com o FC Porto. Indo um pouco mais além, o antigo capitão do Sporting apontou algumas verdades sobre a conduta e postura de Jesus, muito embora não seja nada que não se tenha já evocado neste espaço ao longo deste ano e meio da sua estada em Alvalade.

 

«Não lia guiões no meu tempo, mas normalmente davam-me as indicações certas... Pelos vistos o Sporting jogou só com Palhinha, impressionante, esqueceu-se de entrar com 11. 'Não levou o guião certo'... mas quem dá o guião, não é o treinador? 'Perdeu-se na primeira meia hora'... liderar não é isto. Jesus não respeita os seus jogadores, nem a massa associativa, nem os árbitros. Tem sido isto ao longo do tempo e as pessoas vão-se habituando. Isto não é mau, é muito mau. O que ele fez a um jogador que chegou há pouco tempo é muito mau. A responsabilidade da derrota é da equipa do Sporting e da sua figura maior, o treinador. É assim em qualquer equipa. Quando atacas um jovem desta forma, desresponsabilizando-te, é muito mau.

Sobre o apostar na formação "paga-se caro", recorde-se que esta equipa que estava a 9 pontos não tinha jogadores da formação, salvo Gelson e Rúben Semedo. É a tal desresponsabilização. Em Julho chegaram 11 jogadores. Não ficaram no plantel Mané, Iuri, Podence, Geraldes e Palhinha. Isto não é estratégia, é falta de rumo. Depois temos estas tiradas. Inacreditável. Assistimos depois esta semana aos jovens da formação a darem a cara pelo Sporting e a responderem... não sei se foram... se houve pressão para dizerem isto... isto é apenas Jesus no seu pior.

Jesus acaba sempre por surpreender pela negativa. Nenhum plantel se revê neste tipo de declarações. Se fosse jogador não gostava de ver um treinador atacar um colega meu desta forma. Imagino como se tenham sentido. Não entendo...».
 
Nada mais se pode acrescentar. Tudo isto é apenas a verdade nua e crua relativamente ao actual treinador do Sporting. Só não vê quem não quer ver !
 

publicado às 10:00

 

600_gif.jpg

«Em Alvalade, a notícia foi a renovação de Jorge Jesus por mais um ano: tinha mais dois anos de contrato, passa para três. Para mim foi uma surpresa.

 

Nas palavras de Bruno de Carvalho, a decisão foi em nome de uma solidez de mais três épocas para consolidar métodos, equipa, ideias e filosofia. Se assim é porque não mais duas, três ou quatro épocas? Jesus foi contratado para ganhar e demonstrou isso desde a primeira hora em que chegou. Para quê mais um ano? Quando assinou por três anos foi, com certeza, para ter o tempo de construir e fazer crescer uma equipa, desde o início. Tudo normal.

 

Jesus referiu em entrevista que existiram outros factores, para alem dos financeiros, para a renovação. Acredito que sim: o reforço da equipa e a manutenção dos melhores estão na linha da frente. Não é mais um ano de contrato que trará a estabilidade, mas sim as vitórias e Jesus sabe disso. Importa entrar forte, a vencer na nova temporada.

 

Por último, uma questão que se prende com as eleições que o Sporting vai ter em Março do próximo ano. Quem ganhar sabe que terá Jesus no comando técnico até 2019. Para mim não faz sentido prolongar mais um ano do que aquele que já existia, para além do mandato presidencial. Se essa era a intenção, como percebemos que foi, por que não esperar pelas eleições e sendo já candidato, no caso de ganhar, então prolongar o contrato? Parecia-me a melhor solução e, caso não acontecesse, salvaguardava quem chegasse».

 

                                                                                                         

                                                                                               Pedro Barbosa

 

publicado às 12:17

 

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Este livro de José do Carmo Francisco já foi publicado há uns bons anos, mas permanece em mim o gosto de voltar a pegar nele para me emocionar com as suas páginas carregadinhas de poesia e de memória. É um livro sobre todos nós, os sportinguistas, e para todos aqueles que, gostando do futebol, também consideram que “a distância da bola ao coração / é tão pequena como um grão de nada” (J. C. Francisco). Nele, a história do Sporting e dos nossos ídolos constituem a matriz referencial. Afinal de contas, o livro alimenta (e acrescenta) em cada um a vontade e o prazer de ler (e conhecer) sobre o clube de Stromp, Jorge Vieira, Peyroteo… e de Jesus Correia, Vítor Damas, Pedro Barbosa e tantos outros!

 

A propósito do livro e da sua memória mais antiga de leão, José do Carmo Francisco escreveu: “Realizei o meu sonho de criança quando na minha aldeia natal (Santa Catarina) ia atrás do carteiro para ler em primeira mão o jornal do Sporting logo que a D. Teresa ou o senhor Josué lhe cortassem a cinta de papel que o envolvia.” Imagino que foi então que no poeta se começou a construir a emoção das palavras quando se revelavam no sonho a magia de um pontapé de fora da área ou o malabarismo de um toque de calcanhar por atletas vestidos de verde e branco.

 

Desta belíssima obra, recordo o poema que foi dedicado a Pedro Barbosa, jogador cujo virtuosismo está na memória de quase todos de nós, ele que reinventava em cada jogada o gosto mais antigo pelo futebol enquanto forma de arte que sempre nos maravilhou e fez sonhar !

 

Pedro Barbosa (com o número 8)

 

Desenhas o teu jogo com um compasso

Com desprezo do esforço e do excesso
Onde não há, tu inventas novo espaço
Levando a bola até onde já não a meço

Tão veloz que não permanece na retina
E apenas surge no golo em conclusão
Afagas a bola numa ternura repentina
Como se de repente o pé tivesse mão

“Feito num oito” fica quem tu enganas
No drible mais inesperado e imprevisto
Em vez de dias tu permaneces semanas
Na memória de quem fez o seu registo

Tu não és o altivo artista mas o artesão
E se jogas sempre de cabeça levantada
É porque a distância da bola ao coração
É tão pequena como um grão de nada

 

publicado às 12:02

Frase da Semana

Rui Gomes, em 23.05.14
 

 

«A aposta na formação e na qualidade dos jovens tem de se manter. E, se for possível contratar, o ideal é que o façam de forma cirúrgica, com elementos que acrestem valor. A presença na Liga dos Campeões é motivo de orgulho e ajuda a recuperar o prestígio, mas não deve trazer loucuras.»

 

-    Pedro Barbosa    -

 

publicado às 04:16

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