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A análise objectiva dos resultados do primeiro semestre das três SAD, que acabam de ser publicados, mostra como a diferença de forças é inversa aos resultados. O mais fraco está a ganhar, os mais fortes a perder. E se o Sporting assim merece todos os elogios, por ter de longe menos dinheiro, FC Porto e Benfica têm de ser chamados à cobrança. Sobretudo o clube da Luz: é inadmissível gastar tanto dinheiro e ter tão baixos retornos. Não se trata aqui, pois, de análise desportiva, coisa que remeto para quem aqui na Tribuna Expresso percebe a sério de futebol. Trata-se de uma análise da gestão. E da má gestão.

Num clube, os sócios são muito mais importantes que os accionistas. Porque não se ganha campeonatos para lucrar, lucra-se para ganhar campeonatos. Mas clubes inviáveis não têm futuro. Que o diga o Sporting, que mesmo beneficiando de um perdão de dívida camuflado nas VMOC está agrilhoado por múltiplos erros financeiros que o iam matando. Daí ser exigível avaliar não só treinadores, mas também gestores.

Números gordos: o Benfica e o FC Porto gastaram cerca de 50 milhões cada um em custos salariais nos primeiros seis meses deste ano de 2020/2021. O Sporting gastou menos de 30 milhões. Menos 40% que os rivais.

O Sporting CP baixou os custos salariais em cerca de 17%, para 29,1 milhões. E o FC Porto estará sensivelmente no mesmo nível do ano passado. É que embora o relatório e contas mostra uma subida de 18%, para 51 milhões, estes valores incluem prémios de 9,5 milhões relativos à época anterior (vitória no Liga e na Taça). Quando se retiram estes prémios relativos à época passada, o nível salarial do FC Porto é inferior ao do Benfica, que aliás tem o “jogador” mais caro de Portugal: Jorge Jesus.

Os resultados desportivos do Sporting são assim ainda mais notáveis. O clube dirigido por Frederico Varandas é de longe o menor dos três (em activos, em receitas e em salários) e não investiu este ano, pelo contrário, reduziu custos. Mais: este ano também é o que perde mais receitas, porque não tem competições europeias a compensar as perdas de bilheteira e de publicidade, pelo que acumula prejuízos. Ganhar o campeonato, se se confirmar, não tirará o Sporting CP do lugar difícil em que está, mas garantirá um crescimento de receitas brutal no próximo ano, desde logo pelo acesso à Champions.

A crónica completa de Pedro Santos Guerreiro, em Tribuna Expresso, aqui.

publicado às 04:18

A 7.ª vida do Sporting

Rui Gomes, em 27.06.13

 

O título do post é o titulo do artigo de opinião da autoria de Pedro Santos Guerreiro - jornal "Record" - que provocou o comunicado crítico do presidente do Sporting:

 

«A reestruturação financeira do Sporting é inteligente, opaca, inclui um perdão de dívida e evitou cenários radicais de recuperação ou insolvência. Agora, basta comparar com Portugal: o Sporting está intervencionado. Está sujeito a uma "troika": BCP, BES e Álvaro Sobrinho.

 

A "troika" são os credores. O Passos de Coelho da história é Bruno de Carvalho, a quem falta ainda um Vítor Gaspar, que há de ser apontado pelos bancos. Também o Sporting terá de cumprir limites impostos pelos credores, de custos, vendas e compras de jogadores, e de contas operacionais. Mas, ao contrário de Portugal, o plano do Sporting não tem data de saída. E desconhecem-se muitos detalhes, o que a transparência desaconselha, porque a SAD tem investidores e o clube tem associados. E porque os outros clubes têm direito a  saber. Há um perdão de dívida bancária disfarçado neste processo. De quanto ?

 

Os investidores angolanos (Álvaro Sobrinho e amigos) não injectam dinheiro, convertem dívida em capital. Essa dívida terá sido contraída em Fevereiro com Godinho, estava o Sporting desesperado para pagar salários. Sobrinho emprestou, contra garantias dos passes de jogadores. E agora aceitou converter essa dívida em acções do Sporting, assumindo risco. Foi Sobrinho quem fez um favor ao Sporting, não o contrário.

 

Segue-se um investimento de quase 19 milhões de "históricos" do Sporting, encabeçados por José Maria Ricciardi e Sikander Sattar. Ironicamente, o clube "Stromp", que esteve com Bettencourt e com Godinho, e que Bruno de Carvalho tanto criticara, é de novo aliado.

 

A factura financeira cai. Fic a faltar o que sempre faltou nas reestruturações anteriores: liderança desportiva e boa gestão. Mas o clube pode agradecer mais esta oportunidade. Afinal, o leão é um felino. Como o gato, tem sete vidas. Esta é a sétima.»

 

Observação: Não me sinto apto a ajuizar o que o presidente do Sporting considerou de mais grave neste escrito. Sem dúvida que é deselegante para com o Sporting e, de certo modo, para com a sua pessoa, mas por falta de dados não nos é possível determinar a especificidade das "mentiras graves" aludidas por Bruno de Carvalho no comunicado. Se o presidente tivesse elaborado um pouco mais, seria possível, porventura, compreender melhor onde o autor "revela incompreensão e incapacidade de correcta análise". A referência a uma "troika" por Pedro Santos Guerreiro não prestigia o Sporting, sem dúvida, mas o estado actual das coisas torna o Clube vulnerável a essa interpretação extrema. Já a referência a um "perdão" ou a um "perdão disfarçado" só o Conselho Directivo do Sporting e a própria Banca poderão esclarecer. Neste contexto, pode muito bem existir uma intenção deliberada do autor em colocar pressão no Sporting e na Banca e alertar clubes rivais, a exemplo da reacção pública de Luís Filipe Vieira de há uns tempos atrás sobre esta exacta consideração. Neste e em outros contextos, concordo, na integra, com a afirmação do presidente: "Num mundo muito condicionado pela comunicação social, o difícil é provar que visibilidade é sinónimo de competência."

 

publicado às 20:22

Vendas à Porto

Rui Gomes, em 13.06.13

 

Um excelente artigo por Pedro Santos Guerreiro - jornal Record - que não diz tudo, mas o que diz é bem verdade, sobre os negócios e a própria existência do FC Porto, assente em uma estrutura liderada por Jorge Nuno Pinto da Costa: «Os anos passam e o cenário repete-se. Como sempre, o FC Porto ganha o campeonato. Como sempre, o FC Porto vende jogadores. Como sempre, faz negócios milionários. Tirando a chico-espertice de João Moutinho, vendido a um preço oficial que prejudica (e lesa) o Sporting, é "limpinho limpinho".»

 

O artigo completo pode ser lido aqui.

 

publicado às 22:46

Observação de Pedro Santos Guerreiro - jornal Record - sobre a conferência de imprensa realizada por Bruno de Carvalho:

 

«Os jornalistas não são flores de estufa, mas convidar adeptos para conferências de imprensa é uma intimidação mediaval, tratá-los como idiotas é uma idiotice e desmentir o que membros do próprio clube haviam confirmado é falta de ética. Bruno de Carvalho vai mesmo seguir esse caminho ?» 

 

publicado às 22:01

Os jornalistas opinam

Rui Gomes, em 30.03.13

 

«Não, não vão ser fáceis as tarefas de Bruno de Carvalho. Depois da emoção que mostrou na tomada de posse, é preciso uma capacidade que, essa sim, está ainda por demonstrar. O Sporting caiu-lhe no colo. Para que não caia no chão, será preciso fazer curvas em retas e encontrar bolas em quadrados. Ou Bruno de Carvalho parte o enguiço ou será apenas mais um que continua a partir o Sporting até partir dele. Que tenha muita sorte. Mesmo muita sorte.» 

                                                                                    

                                                       Pedro Santos Guerreiro - Record

 

 

«Outro grande desafio que se coloca nos próximos dias a Bruno de Carvalho será a negociação com a Banca credora. A apresentação de um investidor para a SAD, com 15 ou 20 milhões de euros de capital fresco, pode afastar alguma desconfiança que subsista em relação ao actual presidente e ajuda a preparar um plano que não passe pelo estrangulamento do clube. Esse seria o passo para um extremar de posições que ninguém deseja. As conversas iniciam-se nesta semana e o seu desfecho irá condicionar o projecto de Bruno de Carvalho. Será também altura de medir o pulso ao novo timoneiro.»

                                              

                                                         Paulo Curado - Público

 

publicado às 05:47

Escritos à conveniência

Rui Gomes, em 07.03.13

 

Gosto de ler os escritos de Pedro Santos Guerreiro e respeito a sua leitura do estado das coisas, sem sempre concordar. Por vezes, tem algumas dificuldades em disfarçar as suas simpatias pelo clube de Carnide, a exemplo deste parágrafo de um recém-texto seu no Record:

 

«É difícil perceber porque emprestaram tanto dinheiro a clubes que ficariam falidos. Mas assim foi, o que demonstra também incompetência desses bancos. Há muitos casos perdidos, sendo o maior deles o Sporting. Por isso se fala muito de reestruturação da dívida, que é uma forma educada de dizer «perdão». E por isso Luís Filipe Vieira saiu a terreno dizendo que se o Sporting tiver perdão de dívida, o Benfica também o quer. Vieira é esperto que nem um alho e, para mais tem razão.»

 

Para uma pessoa culta e inteligente, simplifica uma situação que é tudo menos simples e por muito que ele pretenda ignorar, tem ramificações na sociedade portuguesa, não só no futebol. Só se é mais um daqueles que numa palavra diz que o Sporting faz falta ao futebol português e, por outra, é apologista de o deixar cair no abismo. Mas, além destes pareceres subjectivos, Pedro Santos Guerreiro deveria tomar nota dos seguintes números, que foram ligeiramente alterados pelo recém-relatório e contas, mas que eram válidos perto do final do ano:

 

- Empréstimos (bancos e obrigacionistas)

 

* SLB: 157 milhões de euros

   FCP:   98 milhões de euros

   SCP;   95 milhões de euros

 

*** Não inclui o empréstimo obrigacionista do Benfica de 80 milhões de euros a decorrer.

 

- Passivos SAD

 

  * SLB: 403,7 milhões de euros

     SCP: 230,6 milhões de euros

     FCP: 202 milhões de euros

 

Depois ainda temos os activos, em que o Benfica e o FC Porto estão melhor posicionados do que o Sporting. Mas o ponto fulcral do argumento é que muito de tudo isto é assente em aparências e percepções. Se o Sporting é verdadeiramente «o maior caso perdido», desafio o autor a explicar os números do seu clube, salvo a sua actual competitividade desportiva que, mesmo sem ganhar nada, é superior à do Sporting. E, aí, reside a essência da ilusão.

  

publicado às 23:27

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