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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Inglaterra - Portugal disputado no Estádio de Wembley em 20 de Novembro de 1974, a contar para a fase de apuramento do Europeu de 1976, costuma ser referido a propósito das actuações épicas de Vítor Damas. A selecção inglesa era claramente favorita e os seus adeptos estavam de tal forma convencidos da goleada que o diário Daily Mail distribuiu um cupão em papel para que os 85.000 espectadores registassem os golos marcados pelos Three Lions.
O jogo terminou empatado (0-0) graças a um conjunto de defesas espantosas de Damas. Anos mais tarde, João Alves em entrevista ao jornal Record (em 20.11.2014) garantiu que o guarda-redes leonino foi o jogador português decisivo naquela noite e destacou duas intervenções, uma em cada parte, sobretudo uma no primeiro tempo, quando tirou um golo certo a Thomas com um golpe de rins. “Uma defesa impossível”, disse João Alves.
Alcino Pedrosa, professor de História investigador na área do Desporto, escreveu (blogue Leitura de Jogo, 31.3.2014) que, ainda jovem estudante universitário, conseguiu em 1978 uma entrevista com Vítor Santos, director de A Bola, para um trabalho académico. Quando chegou à Travessa da Queimada o jornalista estava a conversar com José Maria Pedroto e um dos temas era o futebol inglês e esse Inglaterra - Portugal.
Pedroto conversou bastante sobre o jogo e considerou que o futebol inglês era previsível, pouco avesso a alterações tácticas, perdendo consistência se na primeira meia hora não se impusesse ao adversário e se perdesse o controlo a meio do campo. Descreveu como tinha analisado a selecção inglesa em Wembley nos últimos vinte anos. Atento, Alcino Pedrosa questionou: “Senhor Pedroto, e se, em algum momento, falhasse a sua estratégia?” Aí, a resposta saiu pronta ao antigo seleccionador: “Tinha o Vítor [Damas] na baliza capaz de fazer defesas impossíveis”.
O treinador José Maria Pedroto tinha uma profunda admiração por Vítor Damas que, aliás, nunca escondeu. Em 1976 quando o guarda-redes leonino estava de malas aviadas para o Racing Santander constou que o FC Porto de Pedroto tinha tudo preparado para o conduzir à Cidade Invicta a troco do salário principesco de cem contos por mês. No entanto, por artes e engenho de João Rocha o destino foi mesmo Santander.
Damas regressou a Portugal, em 1980, com destino ao Vitória de Guimarães treinado pelo mister Pedroto. Finalmente, o carismático treinador e o extraordinário guardião cruzavam-se no mesmo clube.
A propósito de ambos, Alcino Pedrosa, professor de História, investigador na área do Desporto e blogger do Leitura de Jogo, contou que, ainda jovem estudante universitário, conseguiu em 1978 uma entrevista com Vítor Santos, director de A Bola, para um trabalho académico. Quando chegou à Travessa da Queimada o jornalista estava a conversar com José Maria Pedroto.
Um dos temas da conversa era o futebol inglês e o Inglaterra-Portugal, disputado no Estádio de Wembley em Novembro de 1975, a contar para a fase de apuramento do Europeu de 1976. O jogo terminara empatado a zero golos graças a uma série de defesas espantosas de Damas. Antes do jogo, os ingleses estavam de tal forma convencidos da goleada que o diário Daily Mail distribuiu um cupão em papel para que os adeptos pudessem registar os golos marcados pelos Three Lions.
Pedroto conversou longamente sobre o jogo e as suas peripécias. Em determinado momento, considerou que o futebol inglês era bastante previsível, pouco avesso a alterações tácticas, perdendo consistência se na primeira meia hora não se impusesse ao adversário. Segundo o técnico, a solução passava pelo controlo do jogo a meio do campo. Contou, ainda, como tinha analisado os jogos da selecção inglesa em Wembley nos últimos vinte anos.
Atento, o jovem Alcino Pedrosa aguardava pela oportunidade para se dirigir ao Mestre Pedroto. Quando surgiu, perguntou-lhe de rompante: “Senhor Pedroto, e se, em algum momento, falhasse a sua estratégia?” A resposta saiu pronta ao antigo seleccionador: “Tinha o Vítor [Damas] na baliza capaz de fazer defesas impossíveis”.
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