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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O presidente do FC das Antas manifestou a sua felicidade pela conquista de mais um título de campeão nacional num artigo publicado na revista do clube. Eis um excerto:
"Nada me dá mais satisfação do que chegar a maio e poder escrever nesta página que atingimos o nosso principal objectivo: sermos campeões. A felicidade que sinto não é individual. O que me move não é poder dizer que ajudei a ganhar mais um campeonato, até porque nem sei de cor a contabilidade dos títulos a que estou ligado. Até mesmo os mais aziados tiveram que reconhecer que a nossa vitória foi justa".
A propósito de "contabilidade dos títulos", a história sempre questionará a legitimidade de muitas dessas conquistas e disso Pinto da Costa e o FC das Antas nunca se livrarão, não obstante as carolices gratuitas que mandam para a praça pública.
O Apito Dourado é apenas um mero exemplo - por absoluto que seja - do muito que temos testemunhado ao longo dos seus quarenta anos de liderança do clube do Norte. E estamos a falar de factos e suspeitas bem fundamentadas, que em nada se relacionam com azia.
Neste contexto, disseram, e bem, o nossos colegas Leão Zargo e Leão do Norte:
"No futebol há verdades irrefutáveis. Uma é a paixão eterna pelo jogo, pela luta pela vitória. Outra é a estratégia de Jorge Nuno Pinto da Costa, apurada ao longo de décadas, para subverter em seu benefício essa luta pela vitória que devia ser limpa e honesta. Curiosamente, não só domina as instituições federativa e da Liga como conseguiu meter no “bolso” o outro rival, o Benfica.
No nosso caso, o Sporting, o caminho está definido: observar, conhecer, diagnosticar e definir os procedimentos para que o sucesso seja possível. Para isso, entre outros aspectos essenciais, realço o apoio dos sportinguistas à equipa em todas as circunstâncias, sejam boas ou más, e a escolha de futebolistas com carácter, valor e princípios que enverguem a camisola leonina com qualidade, dignidade e coragem".
Leão Zargo
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"O clube das Antas não sabe ganhar, não sabe perder, não sabe conviver...
Sabe, e muito bem, os "caminhos," as "tácticas" e os "apoios" para ganhar ou fazer os outros perder. Para além da vincada passividade/concordância dos agentes intra ou extra-desportivos, o que mais me incomoda é verificar que, ao longo dos últimos 40 anos, tem beneficiado do apoio dos adversários para atingir os seus fins. Beneficiando de uma rivalidade primária entre os rivais de Lisboa, o FC das Antas tem conseguido, à vez, aliciar cada um deles para uma aliança venonosa que só a ele serve. Até quando esta forma de encarar o desporto? Na essência, sempre!".
Leão do Norte
O presidente do Sporting, Frederico Varandas, foi pronunciado pelo crime de difamação e terá de ir a julgamento por ter chamado “bandido” a Pinto da Costa, presidente do FC das Antas, numa declaração em que usou outras palavras como “corrupção”, “compadrio” e “esquemas”. Um juiz de instrução do Tribunal Judicial da Comarca do Porto notificou esta sexta-feira os intervenientes.
As palavras de Varandas, que remontam a meados de outubro de 2020, foram ditas na sequência de Pinto da Costa ter dito que o agora presidente do Sporting CP beneficiou da invasão a Alcochete para chegar onde chegou. “Deixem-me dizer-vos, e agora falando para todos os sócios, para todos os adeptos do Sporting Clube de Portugal, que eu sei que eles merecem há décadas ouvir isto”, introduziu assim, numa declaração que está toda reflectida no documento do Tribunal.
“Está engasgado, está mesmo encravado nas gargantas de todos os sportinguistas, e eles bem merecem ouvir isto de viva voz. Mas não só os sportinguistas, também todos os portugueses que se levantam bem cedo para ir trabalhar e que tentam triunfar na sua vida, não à custa da corrupção, do compadrio, dos esquemas. Para todos eles: pode ter um grande sentido de humor, pode ser uma pessoa culturalmente acima da média, pode ter um currículo cheio de vitórias, mas um bandido será sempre um bandido”.
E acrescentou: “E um bandido, no final, será sempre recordado como um bandido. E o sr. Pinto da Costa, no dia em que se retirar, ou que for obrigado a retirar-se, prestará um grande serviço ao futebol português e irá contribuir muito para que Portugal cada vez mais tenha uma imagem de país de primeiro mundo”.
Os advogados de Jorge Nuno Pinto da Costa, que visam o crime de difamação, entendem que nos termos usados por Frederico Varandas “formulam-se juízos ofensivos da sua honra e consideração, pois que foram ditas com a finalidade exclusiva de o vexar, humilhar e envergonhar, sendo que tais afirmações ultrapassaram a simples crítica e o legítimo exercício da liberdade de expressão, assumindo contornos de insulto pessoal, totalmente gratuito e injustificado”.
Assente parcialmente num artigo de Hugo Tavares da Silva, em Tribuna Expresso
P.S.: Como é possível ofender a honra de quem não a tem e nem sequer sabe o seu significado?
ADENDA
Já sobre o facto de Pinto da Costa o ter acusado de difamação e ofensas à honra e o caso seguir para julgamento, Frederico Varandas foi taxativo... "Em relação a isso, jamais alguém pretende ofender alguém quando se diz a verdade. Apenas disse a verdade e essa não ofende. Se quiserem trocar a palavra, posso trocar bandido por corruptor activo".
Bem... a verdade, por ser a verdade, pode não ofender, mas incomoda bastante, muito em especial a quem sabe que é... a verdade.
Durante a primeira parte do jogo, saltou à vista, através da transmissão televisiva
que várias copos com fruta estavam atrás de Pinto da Costa, com Vítor
Baía a chamar a atenção do presidente portista para esse facto.
O Ministério Público (MP), no âmbito da Operação Prolongamento, está a investigar o FC Porto por "entregas a favor de pessoas com alegada capacidade para influenciar a sorte dos resultados desportivos", pode ler-se nos despachos relativos aos mandados de buscas da passada segunda-feira, dia 22.
Segundo as informações colectadas, diz o MP, "indicia-se que, em consequência dessa atribuição indevida, esses beneficiários, geralmente agentes desportivos, devolvem, a favor de dirigentes do FC Porto e da sua SAD, parte dos montantes recebidos, seja sob a forma de atribuições patrimoniais directas para a esfera pessoal desses dirigentes, seja pelo pagamento de despesas várias que o próprio clube ou a sua SAD não poderiam documentar, caso de formas de suporte a dirigentes e elementos de 'claques' desportivas e de entregas a favor de pessoas com alegada capacidade para influenciar a sorte dos resultados desportivos".
O acordo de cedência de Moussa Marega do FC Porto ao V. Guimarães, em julho de 2016, é um dos dossiês que está a ser investigado pelo Ministério Público (MP), bem como "negócios a envolver a aquisição e a venda de jogadores" entre os dois clubes, como "André André, Rafa Soares, João Carlos Teixeira e Yordan Osorio".
Entre outras suspeitas já conhecidas nos últimos dias, o Ministério Público investiga um alegado esquema através do qual Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente portista, recebeu verbas muito substanciais referentes às intermediações das aquisições de Saravia, Marchesín e Marcano.
Em recém-entrevista à Revista E, do Expresso, Frederico Varandas assumiu não ter ficado surpreendido com a detenção de Luís Filipe Vieira e ainda se deu ao cuidado de apontar ao notório caso Apito Dourado:
"Não foi surpresa para mim nem para ninguém, e é justamente isso que descredibiliza a Justiça. Não sou jurista, mas percebo que faça muita confusão a qualquer português que um presidente de um clube - falo de Pinto da Costa, não temo de modo algum dizer o seu nome - seja apanhado em escutas a oferecer serviços de prostituição a um árbitro!... Ou seja, a corromper um árbitro.
Mas dado que as escutas não foram aceites pelos tribunais, ignoram-se... Isto entra na cabeça de algum português? Mas depois, se essa pessoa tem 'n' títulos, é respeitada, porque ganhou. Mas ganhou como? Assim? Isso não entra nos meus valores... Se for assim, não pode dirigir nenhum clube do país.
Tenho de ter a inteligência e ainda a humildade de nunca confundir essas duas grandes instituições que são o Benfica e o FC Porto com as pessoas que as dirigem. Respeito muito os adeptos e sócios dos nossos rivais".
Quem fala assim, ou seja, quem diz a verdade já conhecida por todos, no mínimo, merece o nosso respeito!
Pinto da Costa, em declarações ao canal azul e branco, recordou toda a história por trás da ida de Paulo Futre para o FC Porto, em 1984, começando por um suposto "plano do Sporting para tentar destruir" a equipa azul e branca.
"O meio-campo da nossa equipa que jogou em Basileia [final da Taça das Taças] era muito forte: tinha o Frasco, o Pacheco e o Sousa. E o Sporting teve um plano para tentar destruir o FC Porto, levando os três jogadores do meio-campo, ou seja, o coração da nossa equipa. Conseguiram levar o Pacheco e o Sousa, porque na altura existia uma lei muito engraçada, em que o jogador não precisava de acabar contrato, nem havia cláusula de rescisão. Quem invocasse problemas psicológicos, podia deixar o clube.
Por exemplo: um jogador estava a jogar no FC Porto e queria ir para o Belenenses, dizia que psicologicamente não tinha condições para trabalhar aqui por não ir com a cara do presidente e estava feito. E foi assim que fizeram. Só não conseguiram o Frasco, a quem fizeram uma proposta ainda maior que aos outros, porque ele não aceitou de maneira nenhuma. Manteve-se sempre fiel ao FC Porto e continuou. Perante aquilo, falava-se que o FC Porto não reagia e eu disse que não o faríamos por jogadores que não precisávamos.
Curiosamente, tinha visto um FC Porto-Sporting em juniores e na segunda parte entrou um miúdo da equipa do Sporting, que era o Futre, mas eu não sabia quem era, que partiu tudo. Fiquei maluco e perguntei para mim quem era aquele miúdo e como não jogava. Disseram-me que era o Futre, um rapaz do Montijo, e eu disse que ele seria um génio. Diziam-me que ele nem era titular e eu disse: o que ele é, não sei. Agora, o que ele vai ser, eu sei. Perguntei a situação e ele estava para ser emprestado. A dúvida era se ele ia para a Académica ou o Casa Pia.
Então, se era assim, seria muito fácil. Psicologicamente também não tinha condições para o Sporting e invocava a lei, porque um jogador que estava para ser emprestado ao Casa Pia tinha mais do que razões para não se sentir psicologicamente bem lá. E assim foi.
Falámos com ele, foi o saudoso Domingos Pereira quem foi esperá-lo à famosa porta 10A depois de um treino, meteu-o num carro e ainda nessa noite, às 2h00, estava nas Antas a assinar pelo FC Porto. É uma figura querida no FC Porto e foi um dos maiores génios do futebol português. Se fosse hoje, era jogador para estar a ser disputado pelos clubes mais poderosos do mundo".
Breve resumo das "verdades" de Pinto da Costa sobre os acontecimentos em Moreira de Cónegos:
“Antes de vir para aqui estava a ver as notícias e li num jornal: 'As palavras que levaram Sérgio Conceição a ser castigado 21 dias'. Não é verdade, o Sérgio, e isso pode ver-se nas imagens, vai em direcção do árbitro e, ainda antes de chegar ao árbitro, leva o cartão vermelho".
"Portanto, tudo o que ele disse – e não vou pôr em causa o que ele disse, não sei o que lá está escrito, mas sei que disse algumas coisas – foi depois de levar o cartão vermelho. 'Oh, Hugo, dois penáltis?' e levou o cartão vermelho".
“Dizia o saudoso Mário Soares que havia um direito que era o direito à indignação e, naturalmente, que o Sérgio como todos os portistas, e todos os intervenientes, tem o direito à indignação”.
"O treinador é multado, os jogadores são multados, inquéritos e suspensões, e o árbitro saiu a rir-se. Há imagens: saiu a rir e não acontece nada. E o VAR? Como é possível, se toda a gente viu três penáltis, um indivíduo que está sentado à frente da televisão não ver nenhum desses penáltis, o que havemos de pensar?".
“Apercebi-me depois que havia uma confusão e depois verifiquei que era o senhor Pedro Pinho a querer tirar a câmara e a tapar a câmara ao repórter de imagem que julgo que era da TVI. Não vi nenhuma agressão e não há nenhuma imagem em que se veja o Pedro Pinho a agredir seja quem for. Aquilo que vi na altura foi o Pedro Pinho a querer tirar a máquina e a tapar para não deixar filmar".
"Disse há dias o seguinte: que o FC Porto, se tudo fosse normal, seria campeão. Agora, não é nada normal haver um jogo de futebol em que ficam três penáltis escandalosos por marcar. Se tudo tivesse sido de forma normal, acredito que o FC Porto podia ganhar o campeonato, neste momento acredito menos, porque não foi normal".
Como refiro no título do post, ou Pinto da Costa pensa que andam todos a comer gelados com a testa ou perdeu completamente a noção do que sai da sua boca. De qualquer modo, além de perverter tudo e todos à sua volta, tornou-se numa figura lastimosa.
Além do mais, aparenta estar muito desapontado porque o seu "NORMAL" foi traído!
Miguel Braga, Responsável de Comunicação do Sporting CP, no programa Raio-X da Sporting TV, reagiu com ironia às sarcásticas palavras de Pinto da Costa, quando afirmou que "após o jogo dos leões em Faro ficou mais difícil para o FC Porto reconquistar o título":
"Pensei que estava a falar dos golos do Pote ou da garra dos jogadores do Sporting. É bom sinal ver o FC Porto tão preocupado com o Sporting. A nossa única preocupação é a conquista dos três pontos frente ao Belenenses SAD".
"Não é preciso reagir ao FC Porto pois o Duarte Gomes e o Pedro Henriques já reagiram e muito bem. Os especialistas de arbitragem já fizeram a leitura do lance duvidoso em que se viu que o Tomás Tavares tentou ludibriar o árbitro".
"O Sérgio Conceição foi expulso 8 vezes e levou 23 dias de suspensão. Já o Rúben Amorim com quatro expulsões foi suspenso 36 dias. Há dois pesos e duas medidas. Deixo a quem de direito pensar se há ou não perseguição a Rúben Amorim".
O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) instaurou um processo disciplinar a Jorge Nuno Pinto da Costa.
Segundo o comunicado, o presidente portista é alvo de procedimento disciplinar devido a “declarações proferidas sob o enfoque das ofensas à honra ou consideração de agentes de arbitragem”, que, ao que consta, levaram à apresentação de uma queixa por parte da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF).
Há cerca de uma semana, em entrevista ao Porto Canal, Pinto da Costa revelou que lhe disseram que havia “complôs” da FPF e da APAF para que o FC Porto B seja despromovido da II Liga, embora ressalvando que não acredita nessa hipótese e que o último lugar que os portistas ocupam no segundo escalão é consequência da “incompetência” dos árbitros.
“Mas o que é certo é que domingo após domingo o FC Porto perde pontos apenas por responsabilidade dos árbitros”, afirmou na altura.
Se não fosse tão triste até dava para rir. Há quantos anos anda Pinto da Costa a ofender a honra do futebol português com total impunidade?
A imagem que publicamos ilustra quão preocupado ele está com este processo.
Pinto da Costa, pelos vistos, anunciou esta quarta-feira que vai avançar com uma queixa-crime contra Frederico Varandas, que o apelidou recententemente de "bandido":
"Não vou comentar, não vou falar sobre esse senhor. Não costumo falar de processos judiciais. E como entra amanhã, já está determinado, uma queixa-crime nos tribunais contra o tal presidente, não me vou pronunciar até que siga o seu curso normal".
Mesmo reconhecendo a ironia cómica desta ameaça do presidente portista, não deixamos de reparar que o anúncio foi feito durante a apresentação anual das contas da SAD azul e branca que regista um recorde negativo de 116,1 milhões de euros.
Para uma velha raposa como Jorge Nuno Pinto da Costa, é obra hábil desviar as atenções do que é realmente importante.
Quando já não se esperava resposta do Sporting às recém-babosices de Pinto da Costa, eis que surge Frederico Varandas, à partida para os Açores, com um discurso absolutamente arrasador, porventura com a assertividade e pontificação nunca antes ouvido em público relativamente ao presidente do clube portista:
"O presidente do FC Porto respondeu porque tocámos no ponto fraco, na sua ferida, que são os valores. Valores que o Sporting tem e ele não tem.
Colocaram-lhe a questão do Apito Dourado e ele diz que é mais um processo em que muitos portugueses são arguidos mas não houve condenação. Mas há um pormenor: há dias fui ao Google e ouvi as escutas... E ouço Pinto da Costa a dizer tudo o que disse. Desafio todos os comentadores e jornalistas a ouvir novamente as escutas e perguntem-lhe o que ele acha. Se as escutas podiam ser válidas ou não, isso é problema da Justiça. Outra coisa é o que ouvimos e o que ele fez. Num país de primeiro mundo, Pinto da Costa não podia ser dirigente do que quer que fosse.
Falando para todos os sócios do Sporting, sei que eles merecem há decadas ouvir isto... todos os portugueses merecem que isto seja dito: pode ter um grande sentido de humor, ser uma pessoa acima da média culturalmente e um currículo com muitas vitórias, mas um bandido será sempre um bandido e no final um bandido será sempre recordado como um bandido. Quando ele se retirar... ou for obrigado a retirar-se, prestará um grande serviço ao futebol português e contribuirá para que o país seja de primeiro Mundo".
Bravo Dr. Frederico Varandas... o meu mais caloroso aplauso!!!
O homem que deu nome ao sistema ficou preocupado e abriu o flanco. Costuma ser assim desde há algumas dezenas de anos quando nas noites quentes do Porto ele e o pugilista congeminaram a estratégia de poder portista. Até se deu bem, o sucesso dele está à vista, mesmo que tenha seguido um caminho almofadado com “chitos” e “fruta”, muita “fruta”.
Pelos vistos, a vitória em Alvalade era certa e segura. Daí que considerou que seria normal aconselhar o presidente do Sporting que regressasse ao exercício da medicina e dissertou sobre a importância das claques para os clubes. Logo ele, que de claques e afins é bastante entendido, e o Bruno Pidá, o Guarda Abel e o Macaco estão aí para o provar.
Pinto da Costa dedicou parte importante do seu tempo a falar sobre o Sporting CP e do seu presidente e percebe-se a razão. A estrutura do FC Porto acusou o toque e o empate frente ao Sporting. Ainda por cima, foi um empate muitíssimo mal amanhado e com demasiadas pontas penduradas. Lamento as palavras daquele a que alguns apelidam de “Papa”, mas lamento ainda mais os sportinguistas que se regozijaram e aplaudiram.
A fotografia tem alguns anos, mas trata-se de uma imagem exemplar do futebol português inspirado pelo “Papa”.
Jorge Nuno Pinto da Costa, em recém-entrevista à TVI, comenta, entre outras coisas, o notório processo então designado Apito Dourado:
"Uma suspeita é uma mancha negra?... Então toda a gente tem uma mancha negra, hoje em dia, em Portugal, suspeita-se de tudo e todos. Quem me conhecer sabe que não penso nisso agora e na altura nunca me preocupei. Quando ouvi as acusações fiquei totalmente descontraído. Fui várias vezes a tribunal, o MP recorria…
Chegou-se ao ridículo de o Procurador dizer que era a favor da minha absolvição mas tinha de recorrer porque o MP mandava. Fui ilibado de tudo, fiz a minha vida sempre igual, por isso rio-me ao dizer-me que é uma mancha negra. Nunca senti sequer que me tenham tratado de forma diferente a partir daí. No início do Apito Dourado, neste sítio onde estamos, na apresentação de um livro, a minha surpresa foi a presença de Ramalho Eanes e do Fernando Martins, presidente do Benfica. A pessoa que mais admiro e que os portugueses mais respeitam, o general Ramalho Eanes, sem eu lhe pedir ou lhe ter dito algo, apareceu aqui para demonstrar a sua solidariedade e tudo mais".
Só pode ser mais uma (péssima) tentativa a humor do presidente do clube do Norte!
"O apoio de António Costa a Luís Filipe Vieira não me surpreendeu. Ele sempre o apoiou. Admira-me muito é que já não estejam lá alguns, se calhar no Banco de Portugal não é permitido. O Governo está sempre a meter tantos milhões no banco que, se calhar, como o presidente do Benfica deve tantos milhões à banca não tem significado".
Jorge Nuno Pinto da Costa
Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica, entre outras considerações, teve isto para dizer:
"Tenho grande respeito pelas instituições e adeptos de FC Porto e Sporting CP. Relativamente ao FC Porto, respeito a instituição, respeito o adepto, mas o clube tem à sua frente um dirigente [Pinto da Costa] que representa o passado e o pior do futebol português. E também no FC Porto é fundamental que haja um fim de ciclo, para que o futebol português possa avançar em moldes diferentes".
Objectivamente... até tem razão, no que diz respeito a Jorge Nuno Pinto da Costa, mas não se deve limitar ao presidente portista, uma vez que o ainda líder do seu clube merece idêntica apreciação, e não apenas pela campanha eleitoral em curso.
A realidade é que Noronha Lopes tem pela frente um desafio muito espinhoso, na tentativa de afastar Luís Filipe Vieira do trono da Luz. Este, em desespero, abraçou a contratação louca de Jorge Jesus e aparenta estar agora preparado para gastar, segundo consta, mais de cem milhões de euros em reforços.
Com estes trunfos na manga e conhecendo nós a mentalidade dos adeptos, a sua derrota no próximo acto eleitoral é muito improvável.
Lamenta-se, porque tanto o clube do outro lado da Segunda Circular, como até o futebol português, precisa de "sangue novo" e uma liderança menos poluta.
"Não abdicaremos, por fim, de ser aquilo que já somos há décadas: um clube incómodo. Somos incómodos, porque nos levantamos contra as injustiças de um país estupidamente centralizado. Somos incómodos, porque lutamos e vamos continuar a lutar pela verdade desportiva. Somos incómodos porque ganhamos muitas vezes contra tudo e contra todos. Somos incómodos, porque os que querem fazer crer que somos provincianos sabem bem que o nosso nível é internacional... O incómodo que causarmos continuará a ser uma medida do nosso sucesso".
Excerto do discurso publicado ontem no site oficial da recandidatura à presidência do FC Porto. Diz Pinto da Costa, sem ironia, pelos vistos, que "este é um momento que exige mudanças". Daí, a sua continuidade no trono do clube da Invicta.
Será que ele acredita mesmo no que diz?
Momento inédito: Varandas, Vieira e Pinto da Costa a conversar
"São os jogadores que têm de conquistar as vitórias e não os presidentes"
Jorge Nuno Pinto da Costa (ontem, no Estádio Pina Manique)
No texto que assina mensalmente na revista "Dragões", Pinto da Costa teceu críticas a vários factores que, no entender do presidente do FC Porto, têm prejudicado o emblema azul e branco ao longo das últimas semanas:
"Têm sido agitadas estas semanas em que de tudo se faz para tentar travar o FC Porto. Ora são adversários que à falta de outros recursos abusam do antijogo para travar a nossa equipa, ora são relvados alagados em locais onde não chove, ainda para mais estragados pela realização de jogos das selecções nas vésperas de nos receberem, ora são calendários manhosos em que uns têm sempre a sorte de enfrentar equipas desgastadas e outros têm o azar de enfrentar equipas frescas.
Há estratagemas que só são usados contra o FC Porto, respeitado, mas muito temido. É temido, acima de tudo, pela força da nossa equipa, recheada de talentos e de reforços que já provaram repetidamente serem mais-valias, e pela competência do nosso treinador, que é verdadeiramente um treinador à Porto e já conseguiu ganhar contra tudo e contra todos.
Se temos até um Secretário de Estado, publicamente denunciado pelo favorecimento de um clube, a ser reconduzido e a continuar a tutelar a área do desporto, o que poderemos esperar de quem tem o poder para tentar mudar as coisas? É por isso que só podemos mesmo contar connosco, portistas".
""Uma vitória da verdade desportiva e do vasto conjunto de profissionais e funcionários que, nas diversas áreas, dão corpo à nossa estrutura e à estratégia que desde a primeira hora assumi, defendi e liderei para o SL Benfica. O mérito é indiscutível, reconhecido, premeia o melhor futebol e a melhor equipa do campeonato".
"Depois da vitória na Supertaça, a abrir a época, depois de uma brilhante campanha na Liga dos Campeões, que nos permitiu integrar o grupo de elite das oito melhores equipas da Europa, e depois ainda de um campeonato discutido palmo a palmo e contra todas as adversidades, há uma taça para disputar e para ganhar no Jamor".
Considerações do leitor João Gil
"O Sporting não tem nada de bom a esperar destas entidades que aplicam a justiça e os regulamentos no futebol. A proteção a SLB e a FCP é uma espécie de dogma, de constante do futebol em Portugal.
Se o Sporting quer ganhar a Taça de Portugal vai ter de cerrar fileiras, querer mais do que o adversário e lutar muito e contra todas as probabilidades, que num desafio de futebol contra o FCP são à partida contra o Sporting.
O Sporting só pode contar consigo próprio, com as suas equipas e com os seus adeptos".
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