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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Um breve excerto do discurso do presidente do Sporting na festa da entrega dos Prémios Stromp, que teve lugar em Lisboa, esta sexta-feira:
«Temos muita vontade de continuar este caminho e muita honra de estarmos a trilhar este caminho, que tem como grande objectivo o engrandecimento do Sporting. Por isso, gostava de realçar o que o nosso míster disse, porque é importante. Vamos começar um novo ano e importa que nos mantenhamos conscientes das nossas dificuldades, mas que, pelo menos até Maio, deixemos de olhar para o nosso umbigo e olhemos apenas para o Sporting. Tudo isto é uma maratona. Já basta aqueles que, de fora, nos querem dividir. Escusam, os de dentro, de também tentarem fazê-lo.»
Mais um sermão tipo «não faças o que eu faço (fiz) faz o que eu digo», ou seja, exigir aos outros aquilo que não exige a si próprio.
Não é segredo algum que Bruno de Carvalho não lida muito bem - na realidade, lida muito mal - com qualquer crítica ao seu trabalho e liderança, mas não deixa de ser uma incógnita quem ele pretende alvejar, salvo, porventura, nova referência a uma oposição fantasma. Ou, então, é a velha estratégia de unir as hostes dos mais devotos à sua volta, alegando que há um inimigo interno que o deseja derrubar. E... até resultará, pelo menos parcialmente, com aqueles que serão mais facilmente induzidos ao apelo do seu "grito de guerra".
Sempre existiu divergência de opinião entre sócios e adeptos - talvez não tão acentuada como tem existido durante o seu mandato, é verdade - mas, na realidade, não é nada de novo. Que ele pretenda silenciar a contraditória, também não surpreende, já que esse tem sido o seu objectivo desde o primeiro dia. Duvido muito, no entanto, que o consiga através destes sermões tipo "chicotadas". Acções exemplares falam muito mais alto do que meras palavras.
Finalmente tenho que concordar neste blog com uma frase do Bruno Carvalho (sem ser aquelas generalidades que ele gosta de dizer). Ontem na entrega dos prémios Stromp, o sucessor de Godinho Lopes como dirigente do ano, do alto da sua sabedoria, aconselhou a rapaziada do Grupo Stromp a não dar o prémio Stromp "a qualquer dirigente só pelo facto de ser dirigente do Sporting".
Não podia estar mais de acordo e nem o facto dele ter falado em humildade (?!!) me vai levar a mudar de opinião.
- Adrien Silva -
Arrisco este escrito mesmo desconhecendo a totalidade dos critérios que regulam a escolha dos Prémios Stromp, nomeadamente do Futebolista do Ano. Em primeiro lugar, parece ser lógico que "ano" refere ao ano civil e não à época futebolística e, assente nessa disposição, a escolha será certamente baseada no desempenho de um futebolista durante duas meias épocas.
Em segundo lugar, espero não ser mal interpretado, porque até aprecio Adrien Silva - reconhecendo que é "filho da casa" - e louvo o seu desempenho na época em curso. O Prémio Stromp, na minha opinião, não é de todo mal atribuído ao jogador luso-francês, mas recorrendo à memória e às estatísticas do que ocorreu durante 2012/13 e até este ponto da actual época, não sei se a distinção não seria melhor atribuída a Diego Capel.
Não recorro à popularidade do jogador espanhol perante os adeptos para esta minha apreciação, mas sim ao seu notável profissionalismo desde que começou a jogar de "leão ao peito", o seu brio e entusiasmo pelo Clube, a sua total entrega e a sua capacidade para levantar a equipa e fazer a diferença. É verdade que começou esta época algo tardio, mas se nos recordarmos da "pior época de sempre" ele, além de possivelmente Rui Patrício, terá sido a única "estrela" a brilhar num "céu" muito nebuloso.
Não me dei ao trabalho de analisar jogo por jogo (enorme tarefa), mas referindo às estatísticas de 2012/13 e às da época em curso, verifica-se o seguinte:
Adrien Silva
- 2012/13: 20 jogos como titular - 6 como suplente utilizado - 1608 minutos de jogo (17.8 jogos) - 3 golos
- 2013/14: 12 jogos como titular - 860 minutos de jogo (9.5 jogos) - 3 golos
Diego Capel
- 2012/13: 36 jogos como titular - 6 como suplente utilizado - 2726 minutos de jogo (30.2 jogos) - 5 golos
- 2013/14: 5 jogos como titular - 5 como suplente utilizado - 360 minutos de jogo (4 jogos) - 3 golos
Com tudo isto, o (de)mérito da escolha merece pelo menos ser debatido, já que não será qualquer opinião nossa que fará com que a nomeação seja revogada.
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