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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O 'Correio da Manhã' destaca na sua edição desta terça-feira que as alegadas prendas aos árbitros por parte do Benfica - o caso dos vouchers - deram origens a buscas no Benfica, pelos inspectores da Polícia Judiciária, à SAD encarnada.
Enquanto que o Sporting prevê que o caso das "prendas" do Benfica não vai resultar em sanções algumas por parte dos órgãos federativos, as opiniões sobre a ocorrência não escassam:
«Não tenho dúvida de que o regulamento não foi cumprido. Se fosse o Sporting a dar, não 1.120 mas 120 jantares, eu já estava preso e o Sporting nos Distritais.» (Bruno de Carvalho, Sporting)
«Se alguém tem razões de queixa do Benfica ou de outro clube qualquer, que as apresente às instâncias competentes e espere. Deixem de deslumbrar-se com os microfones.» (Luís Filipe Vieira, Benfica)
«Há um manto protetor sobre tudo, que passa levemente. É como o Augusto Gil, batem leve, levemente... Mas se fosse no FC Porto não bateriam levemente. Já estaríamos mortos nesta altura.» (Pinto da Costa, FC Porto)
«Temos de reduzir a situação à importância que merece e que é nenhuma.São ‘fait-divers’, situações desta indústria que move emoções.» (Pedro Proença, Liga)
«Não posso quantificar quanto custa cada jantar, mas posso garantir que os árbitros respeitam integralmente o código de ética da UEFA.» (José Gomes, APAF)
Associado à convicção de que o processo às prendas do Benfica será arquivado, o Sporting contende que o inquérito que a APAF (Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol) fez aos árbitros é uma farsa onde existiram algumas respostas-modelo.
Em declarações a Bola Branca, José Gomes, o presidente da Associação de classe refuta essa acusação e explica o que foi feito, sem ter dado qualquer instrução aos árbitros:
"O que pedimos foi respostas verdadeiras às perguntas da comissão. Nada foi ocultado ou desvirtuado. Foram respostas directas e o apelo que fizemos foi à verdade, demos indicações para que os árbitros relatassem o que foi a prática nos últimos anos. É a Comissão da Liga que tem de definir o que é regular. Os árbitros estão disponíveis para ser ouvidos, presencialmente, sobre o tema. O importante é sair deste ambiente de suspeição que está criado."
E assim anda a "guerra" das prendas. Esperamos que a contenda seja resolvida até ao Natal, para ninguém ficar de mãos vazias, não esquecendo, também, os imprescindíveis jantares, especialmente apetitosos nesta altura do ano.
Segundo o Artigo 4, ponto 6, do Código de Ética da UEFA, "os árbitros comprometem-se a não aceitar ofertas de valor superior a 200 francos suíços (ou de valor equivalente) de organismos e/ou pessoas directamente e/ou indirectamente envolvidas nos jogos da UEFA para o qual foram nomeados. Souvenirs como galhardetes ou camisolas também podem ser aceites. Em nenhuma circunstância os árbitros podem ficar com a bola do encontro. Qualquer árbitro que seja alvo de subornos deve notificar a UEFA imediatamente."
É de prever que os Regulamentos em Portugal sejam semelhantes aos da UEFA, não obstante o supracitado artigo referir apenas jogos da UEFA.
Entretanto, consta que o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol está a investigar as denúncias apresentadas ontem por Bruno de Carvalho, no programa Prolongamento da TVi 24.
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