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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A até agora prestação negativa na Liga dos Campeões, do Sporting CP, deu azo a um coro de ladainhas. Umas vindas daqueles adeptos que esperam mesmo que elas aconteçam, e de que precisam como de pão para a boca, outras, de adeptos que tomam a nuvem por Juno, e consideram que por o Clube ter feito uma boa época já é uma super equipa.
Nos jogos europeus com adversários superiores, financeira e desportivamente, perder, não me surpreende. O que mais me surpreendeu foi a derrota por números elevados, num jogo, claramente atípico. No entanto, perder com estas equipas, não é nenhuma desonra. Desonra seria sim se não nos batêssemos desde o primeiro ao último minuto. A equipa de futebol profissional evoluiu e cresceu na última temporada, mas quem tem os pés assentes na terra, sabe que o Sporting, não está no mesmo patamar dos colossos europeus.
Para o futebol caseiro, temos equipa para lutarmos pelas provas nacionais, com os nossos adversários mais directos. Apesar disso, é preciso ter a noção que os dois rivais, com os quais disputamos os primeiros lugares, ainda são, quer em investimento desportivo, quer, e como consequência, em qualidade de plantel, superiores. O Sporting, iniciou na época transacta, um caminho que visa colocá-lo ao mais alto nível. Mas nesse caminho, apenas se deu um primeiro passo.
O projecto da actual estrutura, passa por construir uma equipa competitiva, com jovens jogadores, dando preferência à “prata da casa” que vem da nossa Academia. Antes deste processo começar, já o defendia, como forma de alavancar o futebol do Clube. No entanto, este projecto, precisa de tempo para ser implementado. E para isso, os adeptos, precisam de ter plena consciência que vão existir avanços e recuos. O imediatismo, é o seu maior inimigo.
Como tem dito, e ontem voltou a reafirmar, Rúben Amorim, a consolidação deste caminho faz-se caminhando e ainda faltam uns “aninhos” para estar ao mais alto nível. Daí a sua estratégia patente, para dentro e para fora, do “jogo a jogo”. Não gerando o Clube grandes recursos ordinários, faz parte do projecto formar e lançar jovens de alto potencial (veja-se Nuno Mendes, como exemplo) para o suportar desportiva e financeiramente...
Na minha análise, é mesmo este o caminho que o Sporting tem de fazer, para atingir uma bitola verdadeiramente europeia. Contudo, os comentários que leio nas novas conversas de café, as redes sociais, muito mais mediáticas, levam-me a admitir algum pessimismo. Basta um resultado menos positivo, mesmo perante os ditos “tubarões”, para pôr tudo em causa, começando pelo treinador que dirige e projecto, e que tem mostrado competência, para o executar. Isto não significa que não se possa criticar com moderação e positivismo. O que não tolero é bota-abaixismo, sem qualquer consistência "científica".
O meu receio, é que este projecto, que reafirmo, vejo como o único para tirar o Sporting da “vil tristeza” não esteja a ser verdadeiramente compreendido por muitos sportinguistas, e se possa deitar fora, o ainda menino, com a água do banho. E se isso acontecer, prevejo mais e mais anos tanto de instabilidade desportiva como financeira. Se este caminho for interrompido, pela vincada irracionalidade ligada ao futebol, a culpa não será de quem o quer executar, mas daqueles que por razões diversas, mas convergentes, o destruírem. Vou manter a esperança que isso não aconteça, e que vença o bom senso.
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