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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Sejamos claros. O SCP não tem uma grande equipa, nesta época. Sem ser um catedrático neste ramo, atrevo-me a dizer que os adversários directos têm melhores plantéis, que sustentam equipas mais fortes do ponto de vista individual e colectivo.
Mesmo tendo em conta a situação referida, a verdade é que a prestação da nossa equipa, até este momento, têm estado abaixo do previsível. Tendo em consideração a constituição da equipa, são atípica as derrotas com clubes como o Chaves, o Boavista, o Arouca, e no domingo o Marítimo. Sem fazer uma análise exaustiva sobre esses resultados negativos, pode concluir-se que tiveram razões diversas e que são os grandes responsáveis pela actual classificação.
Sem entrar nas diagnosticadas carências do plantel, curto, e sem alternativas consistentes, têm obrigação de fazer melhor. E se o Sporting tivesse nos jogos referidos, ganho apenas metade dos pontos totais, estaria ainda a lutar pelo título. É curioso que muitos dos pontos conquistados, foram com adversários de maior valia. Assim sendo, cabe à estrutura técnica avaliar essas prestações e agir em conformidade.
Pronunciar-se sobre tudo, muitas vezes como especialista é uma característica muito da natureza, confundindo opinião humilde e sensata, com soberba. É fácil para quem não tem que executar, fazer juízos de valor sobre os outros, raiando muitas vezes o absurdo. E se isto como norma geral já é contestável, no mundo do futebol atinge a irracionalidade, para não usar um termo mais forte.
Julgar a partir de uma observação empírica, leviana e sem conhecimento de todas as variantes, o desempenho de profissionais de futebol, é uma prática usada por adeptos de todos os clubes. Mas no nosso Sporting atinge níveis inultrapassáveis. Se nalguma coisa somos campeões é nisso. Nesse sentido não posso deixar de me mostrar indignado.
Numa abordagem simplista é preciso recordar que com excepção da luta pela conquista do campeonato e da Taça de Portugal, ainda lutamos por outros títulos, a nível nacional e internacional e por uma boa classificação na prova principal. E convém também lembrar que nem chegámos ao meio da maratona. O negativismo, confundido com exigência, não ajuda a concretizar qualquer objectivo. Há momentos em que o silêncio é de ouro.
Ao terminar, não posso deixar de fazer uma ressalva para distinguir aqueles que criticam, mesmo que injustamente, dos notórios adoradores de ídolos, que continuam a andar por aí, e curiosamente, com pezinhos de lã, também no Camarote Leonino.
Mesmo admitindo as suas boas intenções - contenda ao critério de cada um - lamento que o presidente Bruno de Carvalho insista no discurso eleitoralista quando o acto eleitoral já faz parte do passado, e se durante essa campanha não falou a verdade e toda a verdade, agora é a altura de o fazer, sem contornos nem vacilações. O querer «moralizar as tropas» é louvável, mas é recomendável que abandone o tipo de expressões que levam os ouvintes e os leitores a pensar que se dirige a uma plateia infantil.
A frase cuidadosamente mensurada: "Temos de trabalhar mais e melhor" é perfeitamente aceitável; "temos de trabalhar 24 horas por dia, sempre com a cultura da exigência que sempre dissemos que íamos impor" já peca pelo extremo eleitoralista e "A mim pouco interessa quem aperece nas primeiras páginas dos jornais. Interessa-me sim que fiquem no Sporting os que entenderem o que é o Sporting e quem perceba que estar no Sporting é um orgulho e não uma fonte de riqueza no final do ano", em referência aos atletas profissionais, penetra a esfera demagógica ao ponto de fantasia total.
Sejamos claros e realistas de uma vez por todas; hoje, mais do que nunca, o futebol indústria reina supremo sobre o futebol desporto e quem não entender essa disposição não se deve envolver na gestão profissional da modalidade. O máximo que se pode esperar do atleta da actualidade é o reconhecimento que lhe foi viabilizada uma enorme oportunidade num clube histórico de dimensão mundial, carácter e disciplina como homem e incondicional profissionalismo como jogador de futebol. É completamente ingénuo pensar que o jovens da formação não aspiram a patamares superiores, especialmente ao que concerne contratos milionários nos emblemas mais potentes do mundo. O objectivo - assente na realidade do Sporting - é extrair o máximo de retorno desportivo e financeiro dos mais talentosos a fim de justificar o investimento monetário e de recursos humanos com a sua formação e, pela mesma via, melhorar as condições de existência do Clube. O "amor à camisola" é uma consideração do passado que não tem lugar hoje. Por isso, vamos exigir empenho, dedicação e profissionalismo e tomar as medidas necessárias para salvaguardar os interesses do Sporting. Tão simples, e complicado, como isso.
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